Em vésperas de o Alto Douro Vinhateiros comemorar a sua primeira década como membro de pleno direito da lista de Património Mundial classificado pela Unesco, sabe-se agora que existe uma ameaça real de essa distinção se lhe ser retirada.
Não era a primeira vez que tal aconteceria. Já aconteceu com a cidade de Dresden, na Alemanha, e com Omã. O Alto Douro Vinhateiro pode vir a ser o terceiro caso em que a distinção lhe é retirada.
A notícia faz hoje a manchete do jornal Público, onde se dá conta que o Comité de Património Mundial partilha a convicção de que a construção da barragem de Foz Tua tem um “impacto irreversível e ameaça os valores” que estão na base da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. Esta conclusão foi retirada pela Icomos, uma associação de profissionais da conservação do património que funciona como órgão consultivo do Comité do Património Mundial da UNESCO.
Segundo o PÚBLICO, o relatório não só faz uma análise aos impactos e às consequências do avanço da construção da barragem para a área de paisagem classificada como património da humanidade, como é também muito crítico do comportamento das autoridades portuguesas.
O relatório resulta de uma visita de uma Comissão Consultiva em Abril passado e que foi efetuada a pedido do governo português. O relatório ficou pronto em Junho, e chegou ao governo, pelos canais diplomáticos, em agosto passado. Mas, até agora, ainda ninguém se pronunciou sobre ele.