O paraíso existe: tem sombra de palmeiras esguias, golfinhos cinza-brilhantes, caramujos, lagoas em pleno mar, mergulho entre corais e peixes coloridos, geisers de água salgada e chuva de areia. Ah, e tem marco zero da linha do Equador. Este é destino para desligar do mundo, fitando pôr do sol laranja-fuchsia, em aguda preguicite.
Ilhéu das Rolas, sim, o paraíso
Estão mais de trinta graus nesta densa humidade tropical da ilha de São Tomé e a menos de meia hora de viagem de barco do porto de Ponta Baleia até ao Ilhéu das Rolas, atravessando o Golfo da Guiné, podemos ficar a zero. Não será no termómetro, mas nas coordenadas da cartografia, embalados pelo Atlântico.
A linha do Equador passa por aqui, dividindo hemisfério norte e sul, como uma grande estrada à volta da terra, imaginária, cruzando tantos países e mares que não precisa jamais de tradução, como se falasse uma língua universal. Somos, por aqui, habitantes do centro do mundo, ainda que de passagem, com vista larga para o Setentrional e Meridional, em território neutro, cruzando fronteiras, sem passaporte. Gago Coutinho comprova-nos a tese, depois de lá ter estado no início do século XX numa missão geodésica. A nossa é menos científica; mais hedónica.
Nesse porto, a duas horas da capital da República Democrática de São Tomé e Príncipe, há um mapa gasto que nos lembra que ali é o início de uma viagem que nos leva a esse centro do mundo, com superfície e eixo da terra numa rara harmonia. Isto tem algo de mágico. E estamos quase a ir para o caldeirão da magia.
Todos a bordo: o capitão pede coletes no corpo, cumprindo regras de segurança. Há uma mulher de corpo esguio, negritude na pele, que carrega o filho recém-nascido no colo, protegendo-o do sol forte. Os 15 minutos que demora o barco no mar, até ao porto do ilhéu, podem escurecer (e escaldar) rapidamente a pele dos desavisados sem protetor solar. Chapéu na cabeça e brisa de mar a servir de leque refrescante. Zarpamos!
Ao longe, já se vê o Pico Cão Grande, cume vulcânico robusto, imponente e escuro, a cortar o azul do céu, entre densa vegetação. Estamos no Golfo da Guiné. Para trás, Ponta Baleia torna-se ponto pequenino. Estamos mais perto de um certo paraíso. É que há imagens cliché que nos podem reconfortar o estado de espírito: e Ilhéu das Rolas é esse cenário que fascina, quando a praia exuberante se começa a aproximar.
Há uma casa imponente, mais ao longe. O Presidente da República são-tomense Fradique Menezes está lá a construir um refúgio com vista para o mar, numa das costas do ilhéu. A madeira abunda por fora. Ao lado, avista-se o Resort Ilhéu das Rolas, do grupo Pestana, com chancela de turismo de luxo, ou não fôssemos nós amantes do hedonismo.
Já vemos as casas-bungalows alinhadas, sob um verde arranjado e vermelhos de flores insinuantes a romper. Aproximando-nos é inevitável não reparar nisto, como se de uma palete de cores encenada se tratasse, em camadas de arco-íris: primeiro azul-mar, depois amarelo-areia, verde-relva, azul-piscina, castanho-madeira, e ao longe, de novo verde-tropical, há floresta e para lá, adivinhamos, a natureza tem sinfonia afinada.
A ilha que é resort
A corda que substitui a âncora de barco já está amarrada ao porto das Rolas. Panos refrescantes para limpar o rosto e as mãos do calor da viagem. Percussão para receber visitantes. Tambores cadenciados por um som oco e tribal. O porto é mesmo em frente à receção do resort e a capela da vila a escassos passos, onde crianças jogam à bola, sob a sombra de uma grande árvore. Sem sombra, o sol queima.
E para quem quiser andar descalço (como eu andei, depois de as sandálias me terem sulcado a pele com duas feridas impertinentes e dolorosas: calçado dói, melhor pés nus), percebe o solo de terra em transe, ponto de ebulição. Pés na terra por estas bandas, é tê-la com calçado confortável, esquecendo plásticos de sandálias duvidosas e da moda. Uma ferida em pé desprevenido, com este calor-humidade, não cicatriza, advertimos.
Ficamos à sombra, como as crianças, e os prevenidos. Primeira pergunta: com o porto principal à porta do hotel, de que vive a população? Pouco mais de 200 são-tomenses moram nesta ilha. Vivem, essencialmente do turismo, prestando serviços para o hotel. Para outros, é destino de passagem, num breve regresso a casa de fim de semana. Como é o caso de Santos, 30 anos, são-tomense, nascido e criado no Ilhéu. Agora a viver na capital, com saltos esporádicos à origem.
Numa conversa comigo e com a Alexandra Lopes (que representa o Grupo Pestana em África e foi enfermeira, diligente e inexcedível, para as minhas feridas infeccionadas) no alpendre do bungalow, Santos, que veio passar uns dias à casa materna, e vender algumas peças no hotel (pulseiras, esculturas de peixes, máscaras inspiradas em rostos africanos, ímans de frigorífico feitos de madeira) diz que o turismo sustenta a vila. PIB pesado, adivinhamos, na economia do ilhéu.
“Precisamos é de mais turistas, pois agora muitos daqui já têm dinheiro para comprar a variedade que faltava na alimentação diária e pequenas necessidades, como produtos de higiene”, afirma, confiante. Como em São Tomé, a terra é generosa, não há fome, garante ele, mas falta variedade na alimentação. Leite ainda é produto de luxo. Já que agarrámos a conversa telúrica, desfazemos uma curiosidade sociológica: “É verdade que os são-tomenses têm muitas mulheres?”
“Sim, mas mais no passado. A nova geração, agora, começa a querer estar só com uma mulher. Mas o meu pai, por exemplo, teve várias. É cultural. Agora começamos a ter mais consciência: que é difícil criar muitos filhos e sustentar várias mulheres.” A poligamia está a extinguir-se, assegura o artesão, com a monogamia a deixar efeitos secundários: querem casar mais tarde, e o preservativo é já consciência na cabeça dos mais jovens, afirma, devido às frequentes campanhas na rua; na televisão. Depois, sai-se com sabedoria local, como quem entretém a dar um recado: “Nossos antigos, que estimamos, dizem que mulher é sempre mulher até ao fim, e até melhora com a idade: é como azeite, fica mais doce; homem é como vinho de palma, amarga”.
Ao redor, finalmente, zero graus
O porto outra vez, para zarpar a passear. O barco embalado, neste maio em que visito a ilha, em mar agitado. Mais rápido, capitão, por favor, para não sentirmos o marear, o baloiço da imensidão líquida. Pode haver gente com borboletas no estômago, pequenos enjoos marítimos.
Sol queima, trabalho de bronze, com protetor solar. Vamos mais a sul da ilha, mas antes isto, voz de capitão: “Preparem-se: três, dois, um… [silêncio]. Estamos a zero graus. Estamos na linha do Equador”.
Euforia. Parece magia, sem haver feitiço. Mas a linha imaginária equatorial está-nos na cabeça. Paisagem de hemisfério norte e sul não mudam: as mesmas esguias palmeiras, costa de rochas vulcânicas, lembrando a origem destas ilhas; placidez, vegetação primorosa e apelo ao desfrute que a vida calma aqui proporciona. Temos, porém, fantasia na cabeça e, no fundo, atravessando a linha do Equador, queremos que algo aconteça. Que o mundo pare. Que sejamos abduzidos. Que mudemos de raça, que algo mude. Talvez que comecemos a falar outra língua, que tenhamos outro rosto, ou seja, que o feitiço equatorial faça de nós cobaias para alguma coisa.
Perco-me nestes pensamentos, quem sabe, de quem já apanhou sol a mais na cuca, até que algo acontece: “Passámos a linha do Equador; estamos no hemisfério sul. Há golfinhos. Vejam!”
E vemos: delfins a exibir-se. O salto: splash. Vimos o dorso cinzento brilhante. Vemo-los por baixo da água límpida a nadar ao lado do barco. Um, dois, sete, dez. “Às vezes há baleias”, recorda o capitão.
Agora são só eles, num espetáculo improvisado, que parece um ensaio de dançarinos-acrobatas na água. Queremos pôr a máquina fotográfica a fazer das suas, para mais tarde recordar, mas o sal de mar entra para a lente, como se fosse dispositivo de segurança disparado a proteger o momento, impondo: há coisas que só o olhar deve registar na memória. Abrimos a boca, rendidos. Ahh! Queremos mais delfins a dançar na água, engolfando-se em ondas rebeldes e transparência líquida. Só eles se apresentam neste Golfo da Guiné, tão bem habitado, ainda, por outras centenas de espécies.
Há cinco anos, a National Geographic Society registou dez novas espécies de peixes. Mas se mergulharmos, pondo óculos de snorkel, ou num avanço mais profissional, com garrafa de oxigénio, sob orientação do Centro de Mergulho do Ilhéu das Rolas, Island Resort, podemos dar mais força à magia. Centenas de espécies coloridas, um mundo encantado no fundo do mar.
Desta vez, porém, ficamo-nos pela apneia. Vamos ao lago, ao redor da costa, formado naturalmente pelas rochas vulcânicas. Com este calor, queremos também imitar golfinhos e cair na água, menos acrobatas, porém, mas mais refrescados pelo Atlântico aqui tépido, em jeito de spa natural. Rendemo-nos de novo, e com este cenário e esta alma acariciada de paraíso, temos a certeza que a vida é bela e que não há materialidade que pague o estado zen. Estamos lá, quase zenith, ou nirvana de viajante deslumbrado, léve-léve, claro, como o lema dos são-tomenses.
Calulu, chef chileno e chuva de areia no Ilhéu das Rolas
Já temos os trópicos no corpo, rendidos: não pensamos noutra coisa, mergulhamos em mar Atlântico mais tépido, o bafo tropical já não nos incomoda, e com este tempo estamos mais lentos. Um gin tónico na mão, olhando o infinito sobre uma espreguiçadeira no resort que é ilha, ou vice-versa, também ajuda, e achamos que tudo pode ser maravilhosamente delicioso. Que boiar em água tépida com calmaria como pano de fundo, paradisíaco, pode ser atividade quotidiana. Podemos recomeçar do zero na nossa cabeça, com o apagão necessário para o descanso. Mas ir ao Ilhéu das Rolas pede, ainda, passagem obrigatória pelo marco zero, físico, da linha do Equador. Um pequeno monumento a lembrar onde estamos, com mapa mundo aos nossos pés. É uma caminhada de menos de meia hora do resort Ilhéu das Rolas (e isso se não lhe vieram perguntar, dissuadindo, a que horas quer uma massagem, momento SPA: e decidir é um ato violento em tempo de férias).
Mas escusa de encostar os chinelos para descanso: prepare os pés para uma deliciosa caminhada pela ilha. Vegetação a cheirar a capim e mato virgem. Serenidade. Mar de ondas rebentadas que parecem esponjas sobre as rochas vulcânicas. Agora vamos, então, ouvir essa sinfonia afinada da natureza. Mas advirto: é sinfonia reproduzida e remasterizada: as feridas nos meus pés não cicatrizam com esta humidade. A enfermeira com quem a Alexandra se aconselhou como quem passa testemunho, que por acaso também descansa no ilhéu, a Sara, adverte: sabão e água para desinfetar. Pomada antibiótica.
O corpo ficará, portanto, a descansar ao sol, em trabalho árduo de bronze, na impossibilidade de caminhar. E serão os outros que acompanho a contar a história.
Caminha-se até tombar em praias paradisíacas – já havia uma amostra do lado do restaurante do resort (está a ver aquela imagem cliché de praia deserta com casas de madeira paradisíaca?: é isso), com as palmeiras esguias, em fila, numa baía sem ninguém.
Praia Café primeiro. Praia Tambor depois. E Furnas. Vamos pôr o corpo naquele orifício e ver, de novo, se algo acontece: um jacto de água salgada dispara e cai no corpo com uma chuva de areia. São as fotos do Nuno Anjos (que num desses dias também me salvou da interminável gravilha que penitenciava os meus combalidos pés) que me mostram tudo isso, fresquinho. Segundo a Rita Páscoa, que nos acompanha na viagem, depois do jacto, o cabelo fica espesso, a ser cama fofa para grãos de areia. Parecem crianças em parque infantil, penso: e não há problemas em hora de recreio: vá léve-léve. A coisa contagia!
Não se dá toda a volta à ilha, mas quase. Eles precisavam de mais umas duas horas (e já chegaram atrasados para o almoço que seria servido na praia, num ensaio de luau romântico), com mais vagar, até chegar à vila piscatória, passando por crateras vulcânicas que originaram a ilha.
Terra fértil, esta! Com este paraíso como janela gratuita aos nossos olhos queremos ter direito ao nada, também, esse espaço mental de território neutro, como a linha equatorial, para relaxar. Por isso, voltamos ao resort. Há horizonte suficiente, fundido com praia e piscina, para nos levar a pensar, de novo, que a vida é assim: Olimpo merecido. E o pôr do sol, sem janelas, já começou o striptease – a nu é laranja-fuchsia – para tombar aqui em noite (com sinfonia de natureza), enquanto que do outro lado do globo, num Chile de Latina América, a terra do nosso chef de serviço neste hotel, o dia ainda se faz lento.
Naquele dia, preparou-nos calulu de peixe, prato típico de São Tomé, com banana a murro e matabala frita e espetadas de camarão e lulas. Da varanda do restaurante vê-se o mar. Degustamos. A escuridão do imenso, a espuma; de novo a hipérbole marítima promíscua em areia, amante serena onde repousa o mar. E a lua cheia. E lua cheia na estrada invisível do Equador há de querer dizer mais alguma coisa. É: pode ser que algo mais aconteça!
Alma de Viajante viajou a convite do operador turístico Soltrópico, com o apoio da STP Airways e Pestana Hotéis.
Guia de viagens ao Ilhéu das Rolas
Este é um guia prático para viagens em São Tomé, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos do Ilhéu das Rolas, os melhores hotéis e sugestões de actividades na ilha.
Localização geográfica do Ilhéu das Rolas
É uma pequena ilha do arquipélago de São Tomé e Príncipe com pouco mais de 200 habitantes, localizada no Golfo da Guiné, já a 75 km a sul da ilha mãe (de Portugal são cerca de 4.650 quilómetros). É de origem vulcânica e fica precisamente na linha do Equador, uma espécie de centro do mundo.
Quando ir
As condições climáticas no Ilhéu das Rolas são semelhantes às da ilha de São Tomé: equatorial, quente e húmido, com estação quente (gravana), de céu aberto, e mais húmida; com chuvas frequentes entre os meses de setembro a maio, sobretudo ao fim do dia, com o cunho de tropicalidade. A temperatura média é de 25ºC, variando entre os 21°C e os 31°C. Por esta lógica, e porque o sol é inquilino frequente deste pedaço de paraíso, toda a época é pretexto para visitar o Ilhéu das Rolas, sem desiludir. Depois, quem visita São Tomé, caso não visite o ilhéu, há-de ouvir algo parecido que ficará como um zumbido-cliché impertinente: é como ir a Roma e não ver o papa!
Como chegar ao Ilhéu das Rolas
Para chegar ao ilhéu precisa, primeiro, de chegar a São Tomé, a capital. O ideal é ir com pacote que inclua viagem, alojamento, passeios e, neste caso transfers para o Ilhéu das Rolas: como o resort é do grupo Pestana, tem vantagens quem ficar alojado nos hotéis do grupo em São Tomé. São duas horas de viagem até ao porto de carrinha (transfer do hotel) mais 15 minutos de barco.
Para além de uma maior comodidade e organização, o pacote é mais económico – a Soltrópico é um dos operadores turísticos com operações regulares para São Tomé que vale a pena consultar. As únicas companhias aéreas que voam desde Portugal são a STP Airways e a TAP. A primeira com voos a sair aos sábados às 0h30, com chegada às 05h45 a Lisboa, e operados pela EuroAtlantic; o voo de regresso é ao sábado, também. O voo da TAP sai às sextas-feiras às 0h15 e chega às 05h15. O voo de regresso é às sextas, também, às 6h45, com chegada a Lisboa às 13h45.
Onde ficar
O ilhéu é por si só um verdadeiro resort. Quem lá vai para passar uns dias (desfrutar de paraíso, areia, árduo bronze, tranquilidade, cheiros de clorofila e capim) tem apenas a opção de luxo oferecida pelo Resort Ilhéu das Rolas: bungalows com quartos refrescados a ar-condicionado, mini-bar; madeiras minimalistas e delicadas no interior, luz ténue, com pequenos candeeiros; um alpendre com cadeiras para ver-o-mar, o verde e o azul do céu, enquanto folheia um novo livro, uma piscina de água salgada que se funde com o infinito, generosa, quase a tropeçar na areia, depois da relva, um bar-cabana para as horas de sede e desfrute do palato líquido; um restaurante no cume da ilha, com buffet variado de gastronomia local, olhando as ondas a rebentar e outro infinito de placidez. Para lá chegar, demora uma caminhada de 5 minutos, encontrando placas como: “Cuidado com os cocos”: sim, eles caem de repente dessas palmeiras altaneiras, esguias. Para as cinzas das horas, há ainda um bar moderno e fancy, com madeiras decoradas por artesãos locais.
Gastronomia
Tal como em São Tomé, no Ilhéu das Rolas, também o peixe e o marisco, pela evidente condição marítima, são presenças gastronómicas, sempre frescas e surpreendentes. O polvo, a lula, a santola, búzios, chocos, lagosta, atum, raia e variantes como milharas temperadas. A novidade é, pois, essa combinação aparentemente óbvia com a abundante banana (há sete espécies), confecionada de várias formas: cozida, frita ou assada, ou ainda a murro, como lhe chamam, que acompanha suculentos legumes. Entretanto, há pódio para o calulu, uma espécie de ensopado de peixe seco, ou mesmo carne, com legumes desfiados, servido com puré de banana ou arroz. O matabala, espécie de tubérculo mais duro e doce do que a batata, quer frito quanto cozido, também acompanha a tradição gastronómica de São Tomé, de certa forma muito influenciada, também, pela cozinha angolana, cabo-verdiana e portuguesa.
No ilhéu, a única opção é o Restaurante 7 Pedras do resort do Grupo Pestana, com variadas opções de buffet de cozinha local e/ou inspiradas na cozinha portuguesa, sempre com sopas aprimoradas: de peixe, cenoura, camarão. A banana nunca falta (frita ou cozida) para acompanhar as principais refeições que podem ser, ainda, de frango (inspirado na cozinha angolana, por exemplo), espetadas grelhadas de mariscos; e doces (com canela, claras, ovos) como pudins. E outras propostas diárias surpreendentes, sem monotonia para os sentidos.
Onde passear
Uma vez no Ilhéu das Rolas ficará confinado ao espaço, mas nem por isso, haverá lugar para se sentir entediado. Pode, claro, dedicar-se ao bronze, mas se tem o bicho da hiperatividade entranhado, há várias opções para o satisfazer: um Centro de Mergulho para quem está a começar, ou já vai em nível avançado (pode optar por levar material próprio, ou alugar lá); snorkelling, excursões de barco ou a pé, organizadas pelo hotel para conhecer a ilha e suas praias; a pesca também é uma opção, jacuzzi, ténis de mesa, snooker ou, ainda, uma massagem relaxante que deve ser previamente marcada no hotel. A ideia é mimar-se. Pode ainda dar um passeio pela pequena vila do Ilhéu das Rolas e conhecer as gentes que fazem, também, deste pequeno paraíso, um lugar pacato.
O que comprar
Quem visita o ilhéu, fica encantado com o artesanato local, de muitos artesãos dali, ou de outros que estão na ponte entre São Tomé e o ilhéu, sobretudo porque o encontra mais barato do que no grande centro de São Tomé (e ainda negociável): máscaras de rostos negros, esculturas em madeira, pulseiras, colares, ímans em madeira para o frigorífico. O Resort Ilhéu das Rolas, Pestana, concede espaço aos artesãos, numa pequena mostra no bar.
Saúde
Antes de viajar vá a uma consulta de viajante no hospital mais próximo de si, consultando a informação disponível e aconselhe-se sobre as vacinas obrigatórias; e a medicação necessária para viajar para São Tomé e Príncipe. No entanto, deixamos-lhe aqui algumas dicas de saúde e prevenção, da experiência na primeira pessoa:
– pensos rápidos, ligaduras, antisséptico, sabão azul (para desinfetar mãos e feridas dá sempre jeito), soro fisiológico para limpar feridas e olhos, água termal para refrescar o rosto, pomada cicatrizante externa à base de antibiótico, terramicina (pomada oftálmica, usada também como cicatrizante da pele), anti-inflamatório e antipirético, anti-histamínico, pomada para aliviar comichão, picadas, alergias, urticária e queimaduras solares, protetor gástrico tipo Omeprazol, pomada com cortisona, aspirina, medicação para diarreias, colírio (se usar lentes de contacto).
Dicas de viagem
Se pretende viajar para o Ilhéu das Rolas precisa de visto de turismo para São Tomé e Príncipe: deve ser pedido com antecedência mínima de 8 dias antes da viagem, na embaixada em Lisboa, ou no Consulado do Porto. Tem um custo de 20 euros. Depois, não esquecer que à saída de São Tomé terá de pagar taxa de aeroporto, que normalmente não está incluída na viagem, com um custo de 18 euros, ou 20 dólares. Deve pagar em dinheiro, pois não há multibanco.
– Tal como em São Tomé, no Ilhéu das Rolas atrase uma hora em relação a Portugal;
– Levar uma garrafa de viajante tipo térmica para colocar a água e evitar que fique quente. Beba líquidos frequentemente;
– Calçado confortável, sobretudo chinelos e sandálias (evitar materiais que podem causar feridas, como plástico);
– Chapéu para o sol;
– Protetor solar adequado para o seu tipo de pele e repelente.
Na Internet
Não é o mais bonito e moderno site de turismo, mas ainda assim o espaço online da Direcção Geral de Turismo de São Tomé e Príncipe vale a visita.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.