Em Lanzarote, a descoberta tem verdadeiramente início quando se deixa a capital Arrecife. Das praias de Famara ao vulcão Timanfaya, das paisagens ásperas da ilha à obra ímpar de César Manrique, relatos de uma viagem a Lanzarote – Reserva da Biosfera no arquipélago das Canárias.
Sobre Lanzarote
Lanzarote é um daqueles lugares que tinha todas as condições para não ter nada. Vista do ar, a oriental ilha do arquipélago das Canárias assusta pela aspereza do ocre, aqui e ali ocultado por manchas brancas ou, mais raramente, verdes, que nos levam a presumir que uma parte do deserto foi roubada a África pelas correntes do Atlântico. Mas o que é que se podia pedir a um pedaço de terra moldado pela caminhada do magma na sua arrepiante ânsia de liberdade? Nada! Ou talvez um homem, que soubesse amar a natureza, ainda que bruta, e esculpisse nela a beleza necessária para que ao primeiro olhar mais atento, o viajante se apaixonasse.
Há dois nomes a decorar quando se chega a Lanzarote: Timanfaya, o desajeitado vulcão que hoje se deleita, adormecido, deixando-se observar pelos milhares de turistas que lhe gabam a grandeza e se calam perante o seu historial de destruição; e César Manrique, um artista que foi César no nome e na forma como conseguiu emprestar à sua terra natal um ar de museu vivo.
O primeiro impôs à população uma cultura e um estilo de vida. Ao segundo, deve a ilha um conceito – Arte-Natureza/Natureza-Arte – e a clarividência com que hoje preserva essa cultura, fazendo dela a maior riqueza destas paragens.
Com uma extensão semelhante à da Madeira, Lanzarote oferece-se fácil ao viajante desejoso de lhe conhecer o rosto para lá do cosmopolitismo da capital, Arrecife e o do muro de hotéis embasbacados sobre a água entre Puerto del Carmen, a sul, e Costa Teguise, alguns quilómetros a norte. Basta para tal alguma vontade de deixar as praias, um automóvel, um mapa, e uma moeda ao ar, que nos indique o rumo. Sigamos pois, por acaso, para Norte, até à ponta em que um braço de mar, a que chamam “El rio”, isolou três ilhotas, Graciosa, Alegranza e Montaña Clara, da terra mãe.
Saindo da capital Arrecife
Ao sair de Arrecife em direcção a Tahice podemos ver como a presença do homem se esboroa no calor da terra. A estrada negra recorta a paisagem árida, onde uma ou outra palmeira sobrevive e as casas surgem brancas, de portas e janelas verdes. Dispersas. O povoado onde Manrique ergueu a sua casa – hoje sede da Fundação com o nome do artista – é um manto alvo, quase enganador. Seguindo para nordeste, pela LZ1, o deserto recupera a força, e o mar, ao longe, ganha contornos de miragem durante os oito quilómetros que nos restam até Guatisa, a vila dos cactos.
Eles estão em todos os quintais. Verdes espinhosos, mas úteis quanto baste para servirem de sustento a estes estranhos agricultores, que lhes aproveitam um insecto parasita para recolher um pigmento muito procurado pelas industrias de cosméticos e alimentar. E destas plantas aparentemente inúteis, produzem ainda deliciosas compotas e licores.
Embebedado com tanta genialidade, Manrique ofereceu a este povo uma das suas últimas obras: um jardim em socalcos onde cerca de um milhar e meio de espécies de cactos de todas as formas e feitios convive com estátuas de rocha vulcânica, numa simbiose inesperada.
O artista não nos larga. Quinze quilómetros adiante, já no Malpais de La Corona, os seus Jameos del Agua obrigam a nova paragem. Estamos na parte final da galeria formada pela corrida da lava em direcção ao mar, há milhares de anos. Descemos para encontrar o lago dos caranguejos cegos que servem de símbolo a este lugar, e no negrume da gruta, a música reflecte a esperança da luz que se insinua no lado de lá, onde o tecto de lava abateu, deixando ver o sol. Passamos. Estranho lugar para se plantar uma praia de “areia” branca e águas límpidas. Mas há melhor. Ao lado, vulcão e génio uniram-se numa erupção criativa que transformou uma gruta num dos mais belos auditórios jamais concebidos.
A poucos metros dali, a mesma lava deixou abertas duas passagens para a Cueva de Los Verdes, antigo refúgio dos nativos que tentavam escapar aos conquistadores, que hoje abriga um outro auditório, concebido na década de sessenta pelo artista Jesús Soto. Uma excepção à regra.
O dedo de Manrique ressurge uns quilómetros a norte, depois de atravessar a encosta do Corona, no Mirador del Rio, uma bancada natural edificada no interior de uma montanha, a quase quinhentos metros de altitude. Por detrás do vidro que nos protege do vento norte, Graciosa e Alegranza parecem menos sós, de tão perto, e a praia de Famara, dos pescadores encostados entre os promontórios e o mar, mais a sul, é um brinquedo para o vento que sopra forte por estas paragens.
Os alísios calam-se uns quilómetros ilha adentro, por respeito a Teguise, a imponente capital dos tempos em que era menor a importância do porto de mar de Arrecife. No monte sobranceiro, o castelo de Guanapay guarda as memórias da imigração dos habitantes de Lanzarote para a América Latina. À sua frente, a terra estéril justifica, sem palavras, esta debandada em busca de um lugar menos susceptível aos humores de meia dúzia de vulcões e outras desgraças mais.
Vão longe esses dias. Hoje, os habitantes de Lanzarote guardam a imensidão de crateras que povoa o sudoeste da ilha como imagem do tempo primordial em que a vida era ainda uma palavra à espera da vontade do Criador.
Erupções e lava de betão, em Lanzarote
Mas na orla sul do Parque Nacional de Timanfaya – a grande atracção da ilha – foram muitos os homens que não esperaram por qualquer gesto de Deus, e reinventaram na paisagem as aldeias soterradas pela lava. No vale de La Geria, o manto negro e empedernido cobre-se, por estes dias de Agosto, de verde.
Esta é a zona dos vinhedos, que vingam protegidos do vento e do sol abrasador por muros circulares de pedra basáltica e pela cinza que impede a evaporação da pouca água disponível. Um oásis nas encostas das montanhas, que merece uma travessia vagarosa pela estrada LZ 30, a mesma que nos conduz a Yaiza.
Esta vila que tem como patrono Nossa Senhora dos Remédios é um bom ponto de partida para uma visita ao extremo sul da lha, uma zona onde foi mais notório o confronto entre os vulcões e o Atlântico. A leste de Yaiza, o mar azul engoliu parcialmente uma cratera, criando uma praia, El Golfo, mas deixou ficar para trás um pequeno lago verde, separado por um estreito cordão de areia.
A sul, em Los Hervideros, o mesmo oceano penetra furiosamente nas galerias de lava, explodindo em arco-íris contra as paredes de basalto. Cansados de tanto movimento, os olhos pedem descanso: e Femés, com as suas casitas e o bar, na encosta virada para o Vale del Pozo, está a dez quilómetros de distância, já a caminho de Arrecife.
Mesmo para alguém habituado às façanhas de um Etna ou de um Vesúvio, como o genovês Lancilotto Maloxelo, que aqui aportou no século XIV, o trabalho de Timanfaya não terá passado despercebido. Mas seis séculos depois deste primeiro encontro entre os majos e o invasor estrangeiro, e menos de trezentos anos após a maior cavalgada destruidora dos vulcões fundadores, a erupção de hotéis e a invasão de turistas voltou a ameaçar este pequeno paraíso árido integrado num arquipélago a que os romanos sabiamente chamavam Ilhas Afortunadas.
A caminhada quase vitoriosa do betão nestas últimas décadas está bem visível no sul, entre Puerto del Carmen e Costa Teguise, uma faixa de alguns quilómetros onde se concentra a maior parte das unidades hoteleiras de Lanzarote. É o sítio ideal para quem procura conforto, praia e movida, mas pouco mais.
Afortunadamente – e muito por culpa de Manrique e da sua Fundação – aquele modelo de desenvolvimento tem vindo a ser invertido, a tempo de salvar a maior parte da ilha. E para tal valeu também o facto de em 1993 ela ter sido classificada pela UNESCO como Reserva da Biosfera. O epíteto fica-lhe bem.
Viagem ao Parque Nacional de Timanfaya
O Parque Nacional de Timanfaya é o melhor sítio para acabar com o debate, herege, sobre a existência ou não do Inferno. Entre os não crentes, quem não se calaria se visse diante dos olhos o próprio demónio, ainda que convertido em símbolo desta área protegida que foi classificada em 1974. O último refúgio do anjo caído, hoje o principal ponto de atracção da ilha é uma reserva de duzentos quilómetros quadrados que resguarda um cenário inóspito, polvilhado por mais de uma centena de vulcões aparentemente adormecidos, depois de milénios em que se entretiveram a modelar este pedaço de terra.
Os habitantes da ilha conheceram bem o último grande episódio deste trabalho dantesco, que nos é contado durante uma viagem de autocarro que começa no Islote del Hilario, um promontório rochoso onde são recebidos os turistas que chegam ao coração do parque.
A 1 de Setembro de 1730, o vulcão Timanfaya, como que vingando a quente a morte do rei nativo que lhe deu o nome, ocorrida quatro séculos antes às mãos de uns invasores biscainhos, convocou os seus irmãos e durante mais de cinco anos comandou um ataque feroz, despejando sobre o território em volta mais de um milhão de metros cúbicos de lava e cinza sob os quais enterrou aldeias inteiras. O terror só terminaria em Abril de 1736.
Graças à Virgem das Dores. Pelo menos assim o crê o povo de Mancha Blanca, no município de Tinajo que, conta a lenda, se juntou numa procissão em que prometeu à Senhora uma ermida caso esta salvasse as suas terras férteis. Diz-se que no fervor daquele cortejo um habitante louco, ou corajoso, se aproximou da torrente infernal e cravou uma grande cruz no solo, perante a qual a lava se amedrontou, desviando-se da sua rota de destruição.
A promessa, no entanto, só seria cumprida quase quatro décadas depois, e sob ameaça da Virgem, que sentindo-se enganada, apareceu a uma pastorinha – a história soa a familiar – e avisou-a de que se não erguessem a capela, voltaria a acordar o vulcão.
Paga a dívida, a terra descansou até 1824, altura em que outra intervenção da Senhora terá evitado nova erupção. Concedido mais este milagre, a protectora ganhou o cognome de Virgen de los Volcanes e a sua festa, que atrai milhares de forasteiros a Mancha Blanca no dia 15 de Setembro, ajuda a compreender essa relação de temor/amor que os conejeros cultivam com os seus vulcões, os mesmos que lhes destruíram os campos, mas que são hoje uma das maiores riquezas da ilha, pelos milhares de turistas que atraem. E foi tendo em conta este facto que as autoridades locais restringiram, e bem, o acesso livre às zonas da orla exterior do parque.
Para ver de perto as Montanhas de Fogo, onde reina Timanfaya, é preciso pedir boleia a um dromedário ou, para uma viagem mais longa, apanhar o autocarro que durante catorze quilómetros leva os olhos ao reencontro com o que seria o rosto do mundo há milhões de anos.
Árido, entregue ao vento, o espaço à nossa volta deixa-nos encolhidos perante a solidão lunar desta paisagem onde praticamente só pequenos líquenes conseguem desfazer a verde a monotonia dos vários tons de ocre. Árvores? Só meia dúzia de figueiras. Animais? Só répteis, regalados, e algumas aves, que olham a tristeza em baixo com desdém, como se soubessem que a terra não tem nada para lhes dar.
Cada curva desenhada pela “guagua” nesta rota dos vulcões é um golpe na memória que temos do mundo. E só deixamos de acreditar que o abandonamos quando a voz, na cassete que se vai escutando, nos apresenta o vale da Tranquilidade, um paraíso interior onde as cinzas deram uma oportunidade à vida, que vinga, silenciosa. Mas o silêncio é enganador. Por debaixo dos rios de lava negra e seca, cujas arestas imprecisas mostram que mal tiveram tempo de se afeiçoar ao chão, a terra descansa, à espera de uma nova oportunidade para mostrar violentamente as suas entranhas. O Inferno não existe? E se souber que a menos de dez metros do chão que pisa, as temperaturas chegam aos 600 graus?
As praias de Lanzarote
Os antigos habitantes de Lanzarote – Tytheroygatra, para os nativos cujos vestígios estão guardados no Castelo de S. Gabriel, um forte construído nos finais do século XVI num ilhote ligado à capital Arrecife – não imaginariam que alguns séculos depois da chegada dos invasores europeus, os descendentes destes se predispusessem a percorrer os céus sobre o Atlântico à procura de um paraíso na sua ilha. Mas o desejo de sol e de águas quentes tem este condão de atrair multidões. E não faltam praias em Lanzarote. Quer para quem procure simplesmente um bronzeado, quer para os amantes de actividades radicais.
Os primeiros nem precisam de sair da capital. A praia del Reducto, de areias finas e douradas, é uma das mais frequentadas de toda a ilha, e tem a vantagem, ou desvantagem, de estar a poucos metros da avenida marginal de Arrecife.
Seguindo para sul, ou para norte – neste lado da ilha o mar é calmo, e as águas atingem temperaturas superiores a vinte graus – há dezenas de opções, mas para quem prefira o sossego de um areal branco rodeado da paisagem negra dos vulcões, o melhor é mesmo estender a toalha na praia de Punta de Papagayo, para onde se consegue aceder por estreitas pistas de terra. Tomando o caminho para Yaiza, a praia de Janubio, uma enorme extensão de areia negra embebida no azul do Atlântico, é outra alternativa.
No norte da ilha, os ventos fortes que sopram costa dentro tornam um pouco incómoda a fruição dos excelentes areais ali existentes, mas transformaram toda a zona entre La Santa, no município de Tinajo, e Famara, já em Teguise, num verdadeiro refúgio para os praticantes de desportos náuticos com vela, que já são mais dos que os pescadores que habitam nesta zona.
Toda a praia de Famara é também um excelente percurso para um passeio a pé. Tal como a de Caletón Blanco, no extremo norte de Haria, onde o negrume do magma se tenta disfarçar do Atlântico com montículos de areia branca. E com autorização das autoridades, até é possível montar a tenda, e passar aqui a noite.
A obra-prima de César Manrique
Dificilmente haverá um território no mundo cujo poder de atracção dependa tanto de um só homem. Tomando o lugar da lava, César Manrique deixou escorrer todo o seu talento ilha fora e um quarto de século bastou para que as erupções de criatividade deste ecologista, arquitecto, urbanista, pintor e escultor igualassem a capacidade transformadora de Timanfaya. Mas acima de tudo, a ele se deve a consciência que os habitantes de Lanzarote, classe política incluída, têm hoje da importância da preservação do património local, tenha este o dedo do magma incandescente, ou a marca do homem conquistador.
César Manrique morreu em Setembro de 1992, aos 73 anos, deixando parcialmente cumprido o desejo que um quarto de século antes o fizera regressar da cosmopolita Nova Iorque, onde se lançara como artista abstracto: transformar a sua ilha natal, num dos “lugares mais belos do planeta”.
Há mesmo quem considere que Lanzarote, como hoje a vemos, é a maior obra deste cultivador da Arte Total. O que nem pode ser considerado um exagero. Qualquer que seja o percurso escolhido, é impossível não dar de caras com o génio criativo de um homem que soube vencer a natureza… sem a derrotar.
Criada em 1992, a Fundação César Manrique (FCM) está instalada no estúdio do artista em Tahice, e é ela própria a demonstração dessa estética a que o artista chamou Arte-Natureza/Natureza-Arte. O edifício foi construído no final da década de 60 sobre uma língua de lava, memória da grande erupção de 1730-36 e nele o autor condensou a modernidade das linhas rectas com os traços principais da arquitectura local, no piso superior.
Por baixo, pediu emprestadas as covas que na sua fúria de chegar mais longe o magma se esqueceu de preencher e num jogo de contrastes/harmonia entre a negritude do basalto e o branco das formas que lhe impôs, fez delas um conjunto de corredores e divisões, luminosas e confortáveis.
Mas a sua verdadeira casa, era a ilha, que via entregue ao desordenamento e à massificação turística. Em 1985, avisou quem o quisesse ouvir, que era o “momento de parar”. Apesar das “leis caducas”, da “desculpa das aprovações anteriores” ou outras justificações, “Tudo se pode corrigir”, afirmava. “Depende do entusiasmo, de ter uma verdade nas mãos e uma valente e honrada decisão”. Foi escutado. Na década seguinte, o Governo aprovou uma moratória que travou a construção de novas camas, durante uma década. Em 1998, a Fundação publicou o Manifesto pela Sustentabilidade de Lanzarote, exigindo o alargamento desse prazo e a abertura de um processo de reflexão sobre a estratégia de desenvolvimento turístico da ilha.
Há muito que Manrique parecia ter ideias claras sobre isto. E se já na sua pintura de pendor abstraccionista – que pode ser apreciada na sua casa e no castelo de S. José – se notava uma relação intensa com a textura e a cor das paisagens da ilha, foi o seu trabalho de escultor, e principalmente de paisagista e arquitecto – notável, em obras como o Mirador del Rio, o Museu de Arte Contemporânea, o Jardin de Cactus e os Jameos del Agua – que abriu caminho a esta sensibilidade pela preservação da natureza que contagiou os poderes instituídos.
Não espanta por isso que em 1978 tenha sido galardoado com o Prémio Mundial de Turismo e Ecologia de Berlim.
Guia prático
Este é um guia prático para viagens à ilha de Lanzarote, nas Canárias, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na ilha.
Geografia
Com uma área de 860 quilómetros quadrados, Lanzarote é a ilha mais oriental das Canárias, um arquipélago vulcânico situado a sul da Madeira e a cerca de cem quilómetros a oeste da costa marroquina. Território espanhol, a Comunidade Autónoma das Canárias inclui também as ilhas de Fuerteventura, Gran Canaria, Tenerife, Gomera, Hierro e La Palma. A norte de Lanzarote, os ilhotes Graciosa, Montaña Clara e Alegranza formam o arquipélago “Chinijo” (pequeno).
Clima
Apesar de rodeada pelo Atlântico, Lanzarote sente os efeitos da latitude a que se encontra e da proximidade da costa africana. No verão, o calor aperta, e o inverno nunca chega a ser muito frio, como o atestam as temperaturas médias de 25°C em Agosto e de 16,4°C em Janeiro. Pouco abundante durante todo o ano, de Maio a Setembro a chuva é ainda mais rara.
Como chegar a Lanzarote
A Spain Air oferece todas as semanas vários voos a partir de Lisboa tendo como destino Lanzarote, com escala em Madrid ou noutra cidade do continente. Várias agências têm pacotes de férias que incluem voo de ida e volta e sete noites num hotel de três ou mais estrelas, com preços a rondar os 500 euros.
Onde ficar
Mesmo para quem não procure um pacote de férias com alojamento incluído, não faltam opções onde ficar em Lanzarote. Não é difícil encontrar quartos em apartamentos, hotéis de três estrelas ou casas de turismo rural a preços que variam entre os 30 e os 60 euros, consoante a época do ano. Dada a curta distância entre os extremos da ilha, as casas e quartos disponíveis nas zonas do interior são uma boa alternativa ao rebuliço de cidades como Puerto del Carmen ou Costa Teguise, onde o turismo se fez acompanhar de uma densidade de construção algo excessiva.
Gastronomia das Canárias
Com tanto mar à volta, o peixe e o marisco dominam a culinária conegera, que quanto a carnes é conhecida pelo cabrito, ao forno, e pelo presunto. O El Charco no charco de S. Ginés, em Arrecife, ou qualquer um dos restaurantes junto ao mar, em El Golfo, no extremo oeste da ilha, são bons locais para experimentar a variedade de receitas marinhas.
Quem prefira desfrutar uma refeição perante a lunar paisagem de Timanfaya, pode sempre procurar mesa no El Diablo, onde o homem e as furnas se encarregam de cozinhar uns bons grelhados. Para abrir o apetite, um conselho: não deixe de experimentar um caldo de pescados, e peça, a acompanhar, as famosas papas arrugadas – pequenas batatas com casca – e respectivos molhos, verde e rojo. A regar o que quer que seja, vale a pena experimentar os vinhos da ilha. Os brancos são um pouco doces, mas os tintos conseguem aproximar-se do gosto português.
O que fazer em Lanzarote
Lanzarote é muito procurada pelas suas praias excelentes. Em algumas delas há diversas empresas que organizam sessões de mergulho, passeios de barco e de submarino. Como alternativa aos banhos de sol, outras oferecem excursões a vários parques e até voltas todo-o-terreno pelo interior da ilha.
No final de Setembro, o Festival de Música Visual, uma ideia do artista plástico Ildefonso Aguilar e de Brian Eno, é uma excelente conjugação de arte contemporânea – música do mundo, electrónica, pintura e outras artes plásticas – com alguns dos locais mais belos da ilha – Volcán del Cuervo, la Montaña de Tahíche, la Playa del Reducto (Arrecife), Convento de Santo Domingo, (Teguise), e os auditórios da Cueva de Los Verdes e dos Jameos del Agua. O Castelo de S. José, transformado por Manrique em Museu de Arte Contemporânea, merece também uma visita.
Veja também o post 17 coisas que tem mesmo de fazer em Lanzarote.
Como circular na ilha
O meio mais fácil de chegar a qualquer ponto da ilha é de automóvel. Nas principais cidades não faltam empresas de rent-a-car, que praticam preços acessíveis. A melhor opção, para quem pretenda desenhar o seu próprio roteiro de férias. Consulte o site oficial do Turismo de Lanzarote e o Discover Lanzarote para mais informações e dicas sobre o que fazer na ilha.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
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