Para onde viajar em 2018 (as minhas sugestões)

Por Filipe Morato Gomes

Recebo inúmeros pedidos com sugestões de destinos de viagem e, ainda que seja um assunto muito subjetivo e dependente dos interesses e orçamento de cada um, a todos tento responder o melhor possível. Mas não é fácil.

Em jeito de antecipação, e tal como fiz no ano passado quando destaquei o Quirguistão, Omã, os Açores, a Colômbia e o Nepal, e em 2016 quando recomendei Cuba, o Irão e o Japão, serve este texto para sugerir destinos cuja visita aconselho vivamente durante o ano de 2018. Seja porque sofreram mudanças recentes e é melhor conhecer o quanto antes; seja porque são destinos sobre os quais tenho sentido um interesse crescente por parte dos viajantes; seja, finalmente, uma espécie de aposta pessoal na “qualidade” de um destino menos óbvio.

Estes dez países estão, pois, entre os melhores destinos para viajar em 2018. Eu próprio estou a usar esta lista; entre os destinos que recomendo, tenho já voos marcados para dois deles e ando seriamente a ponderar visitar pelo menos outros dois. A ver vamos.

Destinos de viagem que recomendo para 2018

1. Argélia

Ruínas de Timgad, Argélia
Ruínas de Timgad, Argélia

“Há muito tempo não me surpreendia tanto com um país como com a Argélia” – foi assim que um amigo, viajante muito experiente, me falou da Argélia. Fiquei intrigado e deveras curioso. E fui pesquisar.

Na verdade, parece ser dos países mais subestimados turisticamente em todo o norte de África. Pela minha parte, já vou matar a curiosidade em 2018. Os bilhetes de avião estão comprados para o próximo mês de março.

Lugares como a cosmopolita Argel, com o seu delicioso kasbah classificado pela UNESCO como Património Mundial; as ruínas romanas de Djémila e Timgad; o oásis de Timimoun; o Parque Nacional Tassili n’Ajjer; e, claro, a misteriosa povoação de Ghardaia; tudo motivos para rumar à Argélia enquanto o país não é descoberto pelo turismo de massas.

É a aposta mais pessoal desta minha lista com os melhores destinos para 2018. Espero surpreender-me.

2. Geórgia

David Gareja, Geórgia
David Gareja, Geórgia

No radar de um número crescente de viajantes, a Geórgia é outro país sobre o qual tenho grande curiosidade e expectativas. Muito por “culpa” de locais como a boémia Tbilisi ou a aldeia de Ushguli; as cidades escavadas de Vardzia e Uplistsikhe; o mosteiro de David Gareja; toda a magnífica Cordilheira do Cáucaso; e mesmo Gori, a cidade-natal de Estaline. Sim, não faltam motivos de interesse para visitar a Geórgia.

Pela minha parte, ando a adiar há demasiado tempo a minha viagem à Geórgia; inexplicavelmente. Mas agora há mais um argumento de peso para o fazer rapidamente: a Lonely Planet incluiu a Geórgia no TOP 10 de destinos para 2018.

Quer isso dizer que, muito provavelmente, ao longo dos próximos anos haverá um incremento significativo no número de turistas. Por isso, vá o quanto antes! Eu já estou a tentar encaixar a Geórgia no meu calendário de viagens para 2018.

3. Malta

Para onde viajar em 2018: Malta
Baía Balluta, Malta

Pequeno país abraçado pelas águas do Mar Mediterrâneo, Malta é mais uma aposta pessoal na lista dos melhores destinos para 2018. Andava há alguns anos a ponderar conhecer o país mas, por um motivo ou por outro, fui adiando a viagem. Até que uma low cost a operar em Portugal anunciou voos diretos entre o Porto e La Valetta e eu comprei imediatamente um bilhete de avião.

Apesar do exíguo tamanho, estou certo que há muito para descobrir em Malta. É mais um dos dez destinos eleitos pela Lonely Planet para 2018. Por isso, já sabe…

4. Maldivas

Praia nas Maldivas
Praia nas Maldivas

Desde que as ilhas Maldivas se começaram a abrir ao turismo independente e deixaram de ser um destino exclusivo para casais endinheirados ou em lua-de-mel, tenho pensado visitá-las.

Tenho reparado em vários viajantes por esse mundo fora – alguns com blogs de viagens – que visitaram recentemente algumas das ilhas das Maldivas. O feedback parece muito positivo, mas tudo pode mudar rapidamente.

O ano de 2018 será ainda uma excelente altura para visitar as Maldivas, mas temo bem que o país se possa tornar na próxima Fiji. Enquanto as opções de alojamento acessível são escassas e antes que haja demasiados turistas nas ilhas, o momento para ir é… agora.

5. Bangladesh

Rio em Dhaka, Bangladesh
Rio em Dhaka, Bangladesh

O Bangladesh é um dos países que recebe menos turistas em todo o mundo, mas sinto que isso vai mudar nos próximos anos. Trata-se de um país muito pobre e com reduzidas infraestruturas de apoio ao turismo, mas os relatos sobre a calorosa hospitalidade bengalesa são tão recorrentes que, só por isso, já valeria a pena visitar o Bangladesh.

Locais como a floresta de Sundarbans, onde se encontra a maior população dos belíssimos tigres-de-bengala; as zonas rurais de Bandarban e mesmo a capital Dhaka; servem para cimentar a ideia de que tenho de lá ir o quanto antes. A Ana Isabel Mineiro chamou-lhe, há já alguns anos, o “país dos rios“.

Eu ainda não tenho viagem marcada, mas ando a pensar nisso. Sinto que chegou a hora do Bangladesh.

6. Nepal

Melhores destinos 2018: Nepal
Tribo Jhong, Mustang, Nepal

Depois do violento sismo que abalou o Nepal em 2015, o país vai aos poucos cicatrizando as feridas do terramoto. Mas o turismo tarda em regressar ao Nepal, pelo que insisto na recomendação (o Nepal é o único país cuja sugestão repito para 2018).

Os trilhos de montanha continuam intactos, muito do património sobreviveu aos abalos e mesmo o que foi destruído vai aos poucos sendo recuperado.

A capital Katmandu, a cidade de Pokhara, o trekking ao Campo Base do Annapurna ou ao Campo Base do Evereste, a cidade de Bhaktapur, o Parque Nacional Royal Chitwan e lugares remotos como toda a região de Mustang são apenas alguns dos muitos atrativos do país.

Não menos importante, o povo nepalês continua a precisar do turismo para ultrapassar definitivamente a adversidade. Por tudo isso, o ano de 2018 é o momento ideal para visitar o Nepal!

7. Uzbequistão

Samarcanda, Uzbequistão
Samarcanda, Uzbequistão

Tal como com um punhado de outros destinos, ando há muito tempo para visitar o Uzbequistão mas ainda não concretizei essa viagem. Locais como Khiva, Samarcanda ou Bukhara fazem parte do meu imaginário viajante. Tal como o “Cemitério de barcos” do Mar de Aral e alguns outros destinos uzbeques.

Ora, apesar de já não ser um segredo para os viajantes mais intrépidos, incluindo os apaixonados pela Rota da Seda, o Uzbequistão recebe ainda poucos turistas. Mas isso pode mudar nos próximos anos: o país anda a estudar a abolição dos vistos de turismo para, pelo menos, 27 países (na verdade, decretou a abolição dos vistos a partir de abril de 2017, mas depois adiou a decisão por quatro anos, alegadamente para permitir a consolidação das infraestruturas turísticas). Seja como for, é ir o quanto antes.

8. Canadá

Lago Moraine, Canadá
Lago Moraine, Canadá

Agora que a TAP opera voos diretos entre Lisboa e Toronto, é natural que o Canadá apareça mais frequentemente no radar dos viajantes portugueses. Pela minha parte, e apesar das magníficas Cataratas do Niagara serem não muito longe de Toronto, sinto-me mais atraído pela metade oeste do país.

Tenho, por exemplo, um grande fascínio pela remota Inuvik desde que conheci uma habitante local numa ilha do Belize. Mas não só. O Parque Nacional Banff, todo o território de Yukon, a cidade de Vancouver e manifestações culturais como o Calgary Stampede fazem parte da minha lista de desejos.

Como se isso não bastasse, o Canadá é um dos países com maiores preocupações ambientais – e isso não é coisa pouca. Vancouver, por exemplo, tem um plano para se tornar a “Cidade mais Verde” do mundo até 2020.

Eu talvez não consiga visitar o Canadá em 2018, mas aqui fica a forte recomendação.

9. Malawi

Aldeia no Malawi
Aldeia no Malawi

Muitas vezes descrito como um dos mais fascinantes destinos em África, o Malawi é também um dos países onde é menos complicado viajar de forma independente no continente africano. Tudo gira em torno do Lago Malawi – Nkhata Bay, as ilhas Linkoma e Chizumulu, entre outras -, mas há também o Monte Mulange, o Parque Nacional Liwonde e o planalto de Zomba; a cidade histórica de Dedza e até a capital Lilongwe. É a minha recomendação subsariana para 2018.

10. Portugal

Covão d'Ametade na Serra da Estrela, Portugal
Covão d’Ametade na Serra da Estrela, Portugal

A minha última recomendação para viajar em 2018 é uma espécie de mea culpa. Portugal é um país absolutamente fascinante e que merece ser (re)descoberto pelos portugueses. Eu próprio, apesar de todos os anos viajar dentro do meu país, não publico artigos sobre Portugal com a regularidade que gostaria.

Em 2016 escrevi bastantes textos sobre Portugal, mas em 2017 nem por isso. Recordo, por exemplo, que escrevi sobre a ilha de Santa Maria, nos Açores, e sobre a ilha da Madeira; sobre o Convento de Cristo e as Grutas de Mira de Aire; falei da aldeia histórica de Monsanto e sugeri o que fazer em Ponte de Lima e o que fazer em Chaves; partilhei a experiência no meu primeiro festival Bons Sons; recomendei onde comer sushi em Matosinhos, contei como foi ir do Douro ao Pinhão e percorrer as levadas da Serra da Gardunha. E pouco mais.

Tenho mais uns textos na calha, mas continua a ser pouco. Pela minha parte, quero escrever mais sobre Portugal; incluindo sobre o meu Porto.

Agora que Portugal está na moda e as atenções do turismo mundial continuam centradas em Lisboa e no Porto, está também na hora de explorar o interior do país, as ilhas mais recônditas dos Açores, as praias menos badaladas e todas as pequenas vilas e aldeias históricas que tanto nos orgulham. Fica o desafio para 2018, especialmente para os amigos brasileiros e portugueses que visitam o blog.

E pronto, estas são as minhas sugestões de destinos para conhecer em 2018. Quais são as suas?

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.