Pedem-me muitas vezes sugestões de destinos de viagem. Ainda que seja sempre subjetivo e dependente dos interesses e orçamento de cada um, a todos tento responder o melhor possível. Eu próprio já aqui partilhei os meus planos de viagem para 2017, mas faltava sugerir destinos que aconselho a colocar no topo das prioridades para o ano novo.
Seja porque estão a mudar rapidamente e é melhor conhecer o quanto antes; seja porque o turismo está em queda e é uma excelente altura para visitar (e assim ajudar as comunidades locais); seja porque são destinos sobre os quais tenho sentido um interesse crescente por parte dos viajantes portugueses e convém antecipar-se às multidões e às “excursões” das agências tradicionais.
Estes são os melhores destinos para viajar em 2017.
Destinos para 2017: as minhas sugestões
1. Quirguistão
Para mim, 2017 será seguramente o ano da Ásia Central. E o mais curioso é a quantidade de gente, entre o meu círculo de amigos viajantes, que está a pensar viajar para o Quirguistão (ou esteve lá recentemente). Para um país completamente fora do radar do viajante mais tradicional, talvez isso signifique que, a médio prazo, o Quirguistão possa, por assim dizer, estar “na moda” – tal como o Irão ficou desde o ano passado.
Lugares como a capital Bishkek ou a bela Osh, os lagos Issyk Kul e Song-Kul e as montanhas Pamir, trekkings em cenários de montanha deslumbrantes, ou a possibilidade de dormir em gers tradicionais com famílias locais – algumas ainda nómadas ou seminómadas -, fazem do Quirguistão um lugar apetecível para quem gosta de viajar de forma simples, em contacto com a Natureza e as populações.
Por tudo isso, é visitar o Quirguistão o quanto antes (eu vou este ano). E olhe que não sou o único a colocar o Quirguistão como prioridade máxima.
2. Omã
Nunca como agora tenho visto tantos portugueses interessados no Sultanado de Omã. Viajantes experientes atraídos pela arquitetura da capital Muscat; pela subtropical cidade de Salalah ou o castelo de Taqah; pelas montanhas de al-Hajar, os espaços desérticos e até – pasme-se! – pelas suas praias.
Por tudo isso, Omã é um destino que mistura um certo exotismo tuaregue com a modernidade das grandes capitais do Golfo Pérsico. Pela minha parte, ainda não tive oportunidade de visitar Omã mas, a par com alguns países da Ásia Central, confesso que está no topo das minhas prioridades.
A minha sugestão é, pois, ir já! Antes que todas as agências de viagens tradicionais tenham “excursões” para Omã.
3. Açores
Para o bem e para o mal, o arquipélago dos Açores está a ficar na moda. Referido por publicações internacionais como “a nova Islândia” (Bloomberg), “a resposta europeia ao Havai” (The Telegraph) ou “a melhor ilha da Europa para todos os tipos de viajantes” (Hunfington Post), os Açores têm recebido cada vez mais elogios. E, com isso, mais turistas estrangeiros.
Para os portugueses que ainda não conhecem, está na hora de apanhar um voo até aos Açores e apreciar as maravilhas naturais de São Jorge, Pico, Faial, São Miguel, Santa Maria, Graciosa, Terceira, Corvo ou Flores. Eu sou apaixonado pelo Faial, mas escolha não falta. Basta que goste de Natureza e não se importe com as mudanças bruscas do clima.
Em suma, já não terá as principais ilhas só para si mas, quanto mais demorar a visitar os Açores, pior. É uma pequena pérola em território português.
4. Colômbia
Em breve, mais cedo que tarde, os turistas acordarão para a realidade colombiana. Um país incrivelmente seguro, com belíssimos povoados de arquitetura colonial, cidades vibrantes – como Medellín, Cali ou Cartagena das Índias -, toda a zona cafetera, pérolas de difícil acesso como Mompox, praias e selva e património histórico, e ainda um povo afável, festeiro e hospitaleiro. É um destino com sal e pimenta.
Felizmente, a perceção que temos sobre a Colômbia está a mudar. Depois de anos com presença assídua nos noticiários por causa das drogas ou das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), aos poucos, com a ajuda dos acordos de paz que, apesar das dificuldades, valeram ao presidente Juan Manuel Santos o Nobel da Paz de 2016, acredito que a Colômbia entrará no radar de muitos viajantes portugueses.
Eu decidi visitar a Colômbia há já alguns anos e recomendo vivamente.
5. Nepal
Depois do violento sismo que abalou o Nepal em 2015, o país vai aos poucos cicatrizando as feridas do terramoto. Os trilhos de montanha continuam intactos, muito do património sobreviveu aos abalos, e mesmo o que foi destruído vai aos poucos sendo recuperado. A stupa de Boudhanath, ex-líbris da capital Katmandu, por exemplo, está já reconstruída.
Não menos importante, mais do que nunca os nepaleses precisam do turismo para ultrapassarem definitivamente a adversidade. O momento de visitar o Nepal é, pois, agora!
Outros destinos nomeados
Deixo ainda duas sugestões que, por pouco, não entravam na lista. A primeira porque, apesar de valer muito a pena, é um destino onde já existem as tais multidões; a segunda porque tem sido uma recomendação recorrente da minha parte – até tem o povo mais hospitaleiro que conheço – e já entrou no radar dos viajantes.
Japão
Porventura atraídos pelos voos acessíveis, gastronomia extraordinária e uma mistura entre tradição e modernidade única no mundo, tenho assistido a um interesse crescente no Japão. É evidente que o Japão é já um destino de massas, incluindo muito turismo interno, mas ainda assim apetecível.
Por esse motivo, e já com os Jogos Olímpicos de 2020 no horizonte, tenho a profunda convicção de que Tóquio, Kyoto, Osaka e outras cidades japonesas estarão na mira de muitos viajantes para 2017. Eu decidi visitar o Japão no final do ano passado e posso garantir que vale mesmo a pena!
Irão
Nos últimos sete anos tenho viajado frequentemente para o Irão e, com isso, tenho acompanhado de perto as profundas transformações do país, fruto das mudanças na perceção ocidental sobre a segurança do destino.
No que ao turismo diz respeito, depois do boom iniciado no ano passado, em breve chegará o momento em que o sistema bancário local estará ligado às redes internacionais, e isso será o click final para o interesse turístico explodir definitivamente. Mesmo com o efeito Trump e eventuais retrocessos em algumas áreas da política internacional, julgo que 2017 será o ano da afirmação iraniana como destino turístico.
É caso para dizer: é agora ou nunca!
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