Há uns tempos, recebi uma desafiadora interpelação de um leitor, chamemos-lhe João. Dizia assim: “Escrevo-te não para me ajudares a planear esta ou aquela viagem, escrevo-te sim para obter um pouco dessa tua inspiração”.
E continuava dizendo que era bem-sucedido no amor e no emprego. “Conquistei tudo ainda muito novo, e agora sinto um vazio dentro de mim. Preciso de inspiração, e já a encontrei: viajar – gosto bastante de conhecer, de viver. Gostava de dar uma volta ao mundo; sim, deixar tudo para trás e durante uns meses partir. Não tenho coragem, preciso de inspiração, preciso daquele empurrão.”
E depois veio o desafio: “Desculpa este email, mas gostava de saber o que te inspirou a iniciar esta viagem sem fim. Gostava também de tentar beber um pouco dessa tua inspiração.”
Fiquei sem saber o que responder. Porque viajo eu? Porque viajamos?
Não imagino a vida sem viajar. É verdade que quando estou em viagem tenho saudades da família, do meu “cantinho”, do conforto de casa e de não me confrontar com desafios a todo o momento. Mas quando estou em casa só penso em viagens – na próxima, na outra a seguir, nas do próximo ano. É o eterno conflito de quem tem família e ama viajar, mas a verdade é que não imagino mesmo a vida sem viajar.
Comecei tarde a viajar, e já entrei nos quarentas. Talvez os mais novos não se lembrem, mas já houve vida sem internet e sem companhias low cost. Sim, viajar só muito recentemente se democratizou. Quando fiz a minha primeira viagem à volta do mundo, em 2004/05, muitos dos meus amigos mais próximos acharam-me maluco (hoje é uma coisa quase normal) e a minha própria mãe me disse que não queria “ser conivente com essa maluqueira”. Na altura, a informação era menos abundante; viajar já não era um salto no desconhecido mas ainda não era tão acessível como agora – e é natural que uma mãe se preocupe com um filho. Mas agora ela percebe. Percebeu, aliás, logo que regressei dessa viagem, 14 meses depois.
Porquê?
Porque me viu amadurecido, sorridente, confiante, a irradiar felicidade. Numa palavra: feliz! E uma mãe quer sempre o melhor para o seu filho.
Por isso, caro João, se, tal como eu, o que precisas para ser realmente feliz é viajar, então parte, não olhes para trás e, seguramente, não te arrependerás. A inspiração que procuras é essa mesmo: a busca da felicidade. Até porque, como dizia Mark Twain:
Twenty years from now you will be more disappointed by the things that you didn’t do than by the ones you did do. So throw off the bowlines. Sail away from the safe harbor. Catch the trade winds in your sails. Explore. Dream. Discover.
É isso, João, a resposta é mesmo essa: eu viajo para ser feliz. Preciso de viajar para ser feliz! E não há motivo mais forte para nos fazermos à estrada.
P.S: Não é preciso coragem, João.
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