Este roteiro de um dia em Amesterdão é uma visão pessoal sobre o que poderão ser 24 horas bem passadas na capital da Holanda e fora das rotas habituais – como se fosse guiado por um habitante local. É, por assim dizer, um guia sobre o que fazer em Amesterdão mas ignorando o Museu Van Gogh, a Casa de Anne Frank, os passeios de barco nos canais, o Red Light District e as coffee shops. Tudo isso pode ser interessante, é certo, mas o que propomos dar a conhecer é uma Amesterdão alternativa. Venha daí!
Roteiro de 1 dia em Amesterdão
Roteiro em Amesterdão: Manhã
Comece o dia no maior e mais variado mercado de Amesterdão, Albert Cuyp Market, que todos os dias (exceto ao domingo) anima o bairro De Pijp, desde 1905. As 260 bancas dispostas ao longo da Albert Cuypstraat vendem de tudo. Pode comprar flores, fruta, legumes, queijo, carne e peixe frescos, tomar o pequeno-almoço ou almoçar, renovar o roupeiro e redecorar a casa. Se tiver estômago para isso, tendo em conta que ainda é de manhã, este é um bom sítio para provar as sandes de arenque, típicas de Amesterdão.
Depois de explorar o mercado, perca-se nas ruas à volta. O bairro De Pijp é chamado de “Quartier Latin” devido à mistura de gente que, historicamente, ali tem habitado. Criado no século XIX, como uma favela para trabalhadores fabris que chegavam a Amesterdão à procura de melhores condições de vida, foi também sendo povoado por estudantes, escritores e artistas devido ao alojamento barato. Nos anos 60 e 70 o bairro foi renovado e passou a ser ocupado por emigrantes. Hoje em dia tem uma mistura interessante de gente, com muitos jovens e uma classe mais alta a renovar casas e a ocupar o bairro. Tem muitos cafés e restaurantes, lojas alternativas, galerias e ateliers de trabalhos manuais.
Pegue na bicicleta (que melhor maneira haverá para explorar “A” cidade das bicicletas?) e pedale na direção da Nieuwe Spiegelstraat. Se quiser comprar antiguidades, pare por aqui. Se não, deixe-se só envolver pelo ambiente antigo que as vitrinas das lojas com objetos e pinturas de época, e os tons acastanhados dos edifícios transmitem.
Vire à direita no (canal) Keizergracht e pare no FOAM. Este museu de fotografia tem sempre exposições interessantes. A arquitetura moderna do interior, em contraste com o que parece ser apenas mais uma casa no exterior dá-lhe um atrativo extra.
Pare na esquina do Keizergracht com o Reguliergracht. Olhe para Este e para Oeste. Quantas pontes conta ao todo? São 15. Se não acertou, conte de novo. De qualquer maneira, vai querer apreciar bem esta vista. Amesterdão é famosa pelos seus canais, e nesta zona eles são especialmente bonitos. Observe as fachadas decoradas das casas ao longo do Reguliergracht e, depois da antiga igreja de madeira Amstelkerk vire à esquerda e pedale até chegar à margem do Rio Amstel. Daqui tem uma vista privilegiada para a ponte de madeira branca Magere Brug.
Siga para a esquerda, ao longo da margem do rio. Quando passar pela Munttorren (Torre da Casa da Moeda) continue pelo Singel até ao número 404.
Almoço
Sandes para o almoço parece uma recomendação pouco imaginativa? No Singel 404 vai mudar de opinião. Junte-se aos holandeses que vivem e trabalham por aqui e escolha entre vários tipos de pão, e ainda mais tipos de recheios. No total, são mais de 50 combinações possíveis, e as doses são enormes.
Se for sexta-feira ou fim de semana e lhe apetecer um brunch, adentre-se no Jordaan, para onde vai a seguir de qualquer maneira, e experimente o G’s. Vale pela comida e pelo ambiente peculiar.
Roteiro em Amesterdão: Tarde
Atravesse as pontes dos Herengracht, Keizergracht e Prinsengracht e estacione a bicicleta. Na praceta Johnny Jordaanplein tente perceber a letra da música pintada no barracão e sente-se entre os bustos em bronze do cantor que dá nome à praça, e da sua família.
Daqui, perca-se pelo bairro Jordaan, construído para abrigar os trabalhadores envolvidos na expansão da cidade através do sistema de canais, no século XVII. Os seus habitantes eram conhecidos pela defesa acérrima de políticas de esquerda extremistas, um forte sentido de comunidade e uma grande propensão para a bebida e festas. Durante séculos permaneceu como o bairro da classe trabalhadora, até que nos anos 60 e 70 do século passado foi ocupado por artistas, estudantes e profissionais liberais.
A gentrificação dessa época permitiu a recuperação de muitas casas que estavam já ao abandono e transformou o bairro no que é hoje: uma mistura de Jordaneers tradicionais, com os valores de comunidade e de bairro marcados, jovens profissionais liberais, expatriados e famílias. E trouxe as lojas, cafés e restaurantes que povoam o bairro e o tornam, juntamente com a sua geografia própria, um dos sítios mais especiais da cidade. Ande de rua em rua, explorando as mais pequenas e demore-se nas pontes sobre os canais.
Vai passar por lojas de vinis que também são mercearias, cabeleireiros que também são cafés, sapateiros, lojas com manequins antigos desmembrados, cafés antigos todos em madeira, cafés recentes, minimalistas mas acolhedores, lojas de velharias atulhadas, galerias minúsculas, e tantas outras. Aqui o som dos carros desaparece e ouvem-se as bicicletas a rolar no empedrado e a ocasional campainha. Há bancos em frente às casas onde os vizinhos se sentam a conversar e respira-se uma tranquilidade diferente do resto da cidade. Aproveite-a.
Volte à bicicleta e siga para a biblioteca. Vá na direção na estação de comboios Amsterdam Centraal, continue na Prins Hendrikkade e passe a ponte para a Oosterdokskade. Suba ao último andar. Que tal a vista? Daqui avista grande parte da cidade de Amesterdão. Explore o edifício ao descer. É a maior biblioteca pública da Europa, e é uma maravilha arquitetónica.
Roteiro em Amesterdão: Fim de tarde
Continue na mesma rua, ao longo da água e atravesse a ponte. Do outro lado tem o Hanneke’s Boon, um bar/restaurante todo construído com madeira e materiais reciclados e em segunda mão. Sente-se junto à água, se o tempo o permitir, e beba umas cervejas. No verão, muitos Amsterdammers chegam até aqui nos seus barcos e é um ótimo sitio para ver o pôr-do-sol e começar a noite. Se o tempo fizer das suas, como é comum em Amesterdão, sente-se lá dentro que a vista é a mesma e há um forno a lenha que mantém o lugar bem quentinho.
O Windmill, como é a apelidada a fábrica de cervejas e bar Brouwerij’t IJ, é outra opção para umas cervejas de fim de tarde. Vai ter de pedalar um pouco mais e o interior não é tão agradável, se estiver mau tempo, mas a cerveja artesanal vale bem a pena e é um lugar de paragem obrigatória ao fim do dia para muitos holandeses e expatriados. O moinho de madeira que lhe dá o apodo vê-se de longe e põe um sorriso na cara a quem o conhece e lá se dirige.
Jantar
Por causa da muita emigração que a cidade recebeu ao longo dos anos, Amesterdão é um paraíso de restaurantes de todo o mundo. Eleja o seu preferido, e pedale até lá para abrir o apetite.
O Bazar serve comida do Médio Oriente, e é uma antiga igreja. O Thai Tiger é uma boa opção para comida tailandesa. Outra é o Bird Snack Bar – é um sitio muito pequeno, mas o ambiente vale a pena. Existe um restaurante, dos mesmos donos, do outro lado da estrada, mas não é a mesma coisa.
O Café Loetje original (já existem outros espalhados pela cidade) é um eetcafé tradicional e tem a fama de servir o melhor bife de Amesterdão.
Roteiro em Amesterdão: noite
Amesterdão é a terra da música eletrónica, e do tecno em particular, e os holandeses sabem bem como se divertir. Antes disso, há bons bares para música ao vivo, ou só relaxar.
No Café Alto toca-se principalmente jazz, mas também pode acontecer que por lá passem bandas de blues e ritmos mais latinos. Está aberto todos os dias, das 9 da noite às 3 da manhã.
O Café Het Schuim é daqueles sítios onde tudo pode acontecer. Com uma decoração que mistura o psicadélico com o tradicional e exposições de arte rotativas, durante a tarde e início de noite é um sítio tranquilo, com mesas e cadeirões para sentar, beber uma cerveja e petiscar qualquer coisa. À noite recebe uma mistura eclética de gente, a musica acelera e, à medida que as horas passam, pode-se tornar apenas num lugar animado ou na confusão total, com personagens que cabem em qualquer história imaginável. Deixe-se ir com o ambiente e será sempre divertido.
Se não estiver para grandes festas e quiser apenas beber um vinho ou um cocktail e conversar o Vyne é boa opção (entretanto encerrou).
A Paradiso é uma antiga igreja, convertida em discoteca e sala de espetáculos. Passam por lá vários artistas e bandas conhecidos mas, para estes, convém comprar bilhetes com antecedência porque é costume esgotar. Também pode tentar chegar à porta e ver se tem sorte – pode acontecer alguém estar a vender bilhetes que não vai conseguir usar.
Por fim, para dançar até de madrugada vá até ao studio80. Tem uma das melhores programações da cidade (neste género), combinando novos DJ’s locais e nomes famosos da cena eletrónica underground. Passe as portas pretas que escondem a entrada e aproveite.
Vá dormir.
Mapa: roteiro de 1 dia em Amesterdão
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