Alma de Viajante

Blog de Viagens de Filipe Morato Gomes

  • Destinos A-Z
  • Portugal
  • Brasil
  • Europa
  • América
  • África
  • Ásia
  • Oceânia
Blog de viagens » Europa » Grécia » Ilhas Cíclades

Caminhadas nas ilhas Cíclades

Por Ana Isabel Mineiro | Trekking Viagens Europa Grécia Ilhas Cíclades Ilhas
Atualizado em 4.03.2020 | Tempo de leitura: 8 minutos

A ilha Thirá (Santoríni), nas Cíclades

Mesmo no pico do Verão, época de grande afluxo de turistas às ilhas gregas Cíclades, tal como sucede na maioria das ilhas da Grécia, há recantos no interior das ilhas que permitem ao viajante respirar longe da confusão do turismo de massas. Percursos pedestres nas ilhas Amorgós, Thíra (Santoríni) e Anáfi.

Ilhas gregas só para nós

O segredo é saber procurar. Mesmo durante o Verão, quando nas ilhas gregas é complicado arranjar um quarto, ou ter um cantinho de areia isolado em frente àquele mar tão azul, há sempre lugares que parecem esperar pacientemente por nós. E, eventualmente, por mais alguém, mas nada que se pareça com as multidões dos lugares à “beira-estrada”. Descobrimos três percursos que conseguem deixar-nos respirar fundo, em três ilhas desiguais em tamanho e intensidade de fluxo turístico: Amorgós, Thíra (Santoríni) e Anáfi. São fáceis, quase planos, mas com durações diferentes, descritos aqui do mais curto ao mais longo.

Ilha Amorgós, a caminho da velha Arkessíni

Chegámos a Vroutsi com os olhos cheios de mar, um azul infinito recortado em baías ruivas e secas. Os socalcos cavados pelo homem há muito foram abandonados, assim como os velhos muros e casas de pedra, agora habitadas por cactos. Uma placa indica o caminho para o cabo de Kastrí; trata-se da localização primitiva da povoação de Arkessíni, já que a mais moderna fica a alguns quilómetros de distância.

Uma calçada pedregosa desce entre muros altos, em direcção a uma igrejinha de delicadas proporções, cuja cúpula imita o tom do mar ao meio-dia. Da igreja, a vista alcança o porto de Katápola e a khóra, o nome que se dá nas ilhas à povoação mais importante. Continuamos a descer em direcção ao promontório rochoso que esconde uma capela, alguns túmulos, ruínas e velhos muros. Não são as ruínas que impressionam, mas o local: o rochedo só é acessível por uma escadaria de pedra e o resto desce a pique sobre o mar. Um mar liso, onde passam, em silêncio, veleiros e ferries gigantescos. Ao fundo recorta-se a silhueta das “Pequenas Cíclades”, as menores das ilhas habitadas do arquipélago.

O sol doura a paisagem e faz rebrilhar a colmeia branca da khóra. Uma paz imensa acompanha o cheiro quente e resinoso dos arbustos. Dois pastores vêm até aos estábulos improvisados com pedras antigas, cumprimentando com acenos antes de montar nos burricos e regressar à aldeia – e foram as únicas almas com quem nos cruzámos.

Ilha Thíra (Santoríni), em redor do vulcão

Em Firá, a khóra de Thíra, todos os hotéis e restaurantes têm vista sobre a nova ilha que nasce na caldeira do vulcão coberta de mar. Às vezes fumega e, por tempo quente e nublado, redobra o ar de mistério. O caminho que circunda a crista da caldeira não é fácil de encontrar; começa em Imerovígli, a três quilómetros da cidade, do lado esquerdo da estrada, na faixa de terra que fica entre o mar e um pequeno cemitério.

Trekking e caminhadas: Vida em Anáfi, Grécia
A vida corre tranquila em Anáfi

Foi por volta de 1550 a.C. que Thíra, também conhecida por Santoríni, se transformou na mais dramática das Cíclades: o seu vulcão explodiu com tal violência que hoje a ilha é apenas uma meia-lua em forma de quarto crescente. Ao chegar de barco somos confrontados com falésias a pique, que vão do preto ao castanho avermelhado; é sobre essa crista que caminhamos agora, com uma visão intacta sobre o “lago marinho” em que se transformou o vulcão. Só deste caminho que une Thíra a Ía, a segunda cidade da ilha, é que conseguimos abranger ao mesmo tempo as pintas brancas das povoações sobre a rocha calcinada, as vinhas nas zonas planas, aproveitadas para a agricultura, e algumas praias inesperadas de areia negra.

O trilho é uma pequena montanha-russa, subindo duas vezes em direcção a duas capelas, descendo para se unir com a estrada durante uns cem metros, e reaparecendo depois do lado esquerdo. Ía é uma inesquecível colmeia de casas brancas e em tons pastel, infinitamente mais bonita e sossegada do que Thíra.

Ilha Anafí, da khóra ao mosteiro

Esta é uma das mais pequenas e desconhecidas ilhas do arquipélago. Chega-se ao pequeno porto de Áyios Nikólaos e avista-se a linha branca das casas da khóra, quarenta e cinco suados minutos mais acima, por uma rampa empedrada; a única estrada asfaltada da ilha ainda é mais longa, com os seus ziguezagues apertados. Deixamos a pacífica aldeia onde não faltam os cafés sombrios e as casas anti-sismo em forma de barril, para seguir a placa que indica “monastíri”, na estrada do porto. Espera-nos um rosário de ermidas brancas, praias minúsculas de mar claro e seixos redondos.

Quase não há árvores neste pedaço de terra inóspito. O caminho de terra vai estreitando e alargando, chega-se ao mar e foge de novo para o interior. Na maior praia da ilha, Roúkounas, a sombra das tamargueiras acolhe-nos para um piquenique de náufragos, relaxante e retemperador. Pelas pregas dos montes, há quem tenha construído pequenas casas de Verão, um moinho de vento, algumas campas…

As praias sucedem-se, de todos os tamanhos e feitios. Não perdemos uma enseada para nadar e refrescar o corpo, mas ficamos exigentes: esta não, que a areia é mais escura; a seguinte é muito bonita, aos pés de uma ermida; depois vem uma baía redonda, de falésias verdes, mas o mar é mais agitado; a das falésias avermelhadas tem um chão de seixos grandes – e quase esquecemos o nosso destino, o enorme rochedo de Kalamos, que se levanta 450 metros acima do mar, aos pés do qual fica o mosteiro de Káto Moni Kalamiótissa. Não é nenhuma obra-prima arquitectónica, mas foi construído com as velhas pedras de um templo de Apolo e algumas colunas ainda despontam por ali, junto a um galinheiro. Mesmo com o portão fechado, valeu a pena o caminho. Até porque no regresso podemos aproveitar todas as praias e enseadas que falhámos…

Guia de viagens às Cíclades

Este é um guia prático para viagens às ilhas Cíclades, na Grécia, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região.

Introdução às ilhas gregas

Com a sua atmosfera acolhedora e clima de excepção, não demorou muito que as ilhas mediterrânicas das Cíclades, o grupo central do conjunto das ilhas gregas, se tornasse um dos maiores “bronzódromos” da Europa. Para mais, possuem uma arquitectura atraente e um aspecto antiquado, emprestado por burricos, velhinhas de negro, e capelas com cúpulas azuis empoleiradas em serras áridas onde despontam olivais. E estão rodeadas por um mar morno e quase sempre suave junto às costas – uma receita natural para o sucesso turístico.

Quando viajar para as Cíclades

Todo o ano: o Verão pode ser tórrido e seco, com temperaturas a passar dos 30ºC e o vento meltémi a despentear os banhistas; no Inverno, a chuva é pouca, mas as temperaturas não sobem acima dos 16ºC.

Como chegar às ilhas Cíclades

Há voos para Thíra, mas para saborear o encontro com o mar preferimos os ferries, frequentes e económicos. O autocarro que liga o aeroporto ao porto do Pireu, de onde saem os ferries, é o nº 19, que passa entre as 5 da manhã e as 22h15. A frequência dos ferries depende da época: várias partidas por dia durante o Verão, ou apenas uma ligação diária no Inverno. A ligação Thíra – Anáfi fica reduzida a um barco semanal durante a época baixa (de fim de Setembro a Junho). Em caso de lotação esgotada, tente apanhar um barco até à ilha de Páros, que funciona como uma placa giratória de transportes entre as outras ilhas.

Pesquisar voos

Onde ficar

Sendo as ilhas Cíclades um destino turístico muito procurado, existem imensas opções de hotéis de todas as categorias. Sugere-se a consulta a uma selecção com algumas das melhores opções a partir lista que se apresenta no link abaixo.

Pesquisar hotéis nas ilhas Cíclades

O que levar

Indispensáveis para estes percursos são o protector solar, sandálias todo-o-terreno ou botas (dependendo da época), e uma pequena mochila para transportar água, pelo menos em Anáfi, onde não se encontra o que beber fora das aldeias. De Maio a Setembro, aconselha-se também óculos de sol, fato-de-banho e toalha.

Atmosferas nas ilhas

Não perder o pôr-do-sol em Ía – o melhor lugar é o promontório no fim da cidade, depois de um moinho de vento. Em Amorgós, esta também é a hora mais bonita, mas não se deixe apanhar pela noite no caminho. Anáfi é o lugar mais provável para experimentar a solidão numa ilha mediterrânica, como um náufrago numa ilha deserta.

Gastronomia grega

Nas ilhas, os clássicos são o peixe, o polvo e as espetadas. Mas de Verão, o que sabe bem é a deliciosa “salada grega”, composta por tomate e queijo Feta, polvilhados com orégãos e regados com azeite. Os vinhos locais, sobretudo o de Santoríni, têm justa fama. Também se bebe o frapé, café com leite batido com gelo, e o ouzo, licor de anis misturado com água. Os doces são excelentes e rescendem a mel e amêndoas.

O que comprar

Como em todos os locais turísticos, há de tudo, desde artesanato indiano a batiks made in Indonésia, mas recomenda-se a ourivesaria de Firá, com desenhos originais gregos, e as reproduções dos frescos de Akrotíri, em t-shirts, postais, etc. E, porque não, um belo naco de queijo Feta ou kefalotíri.

Informações

Em Anáfi não é possível usar cartão de crédito. Levante o máximo nas caixas automáticas do aeroporto, para estar prevenido. Para as deslocações nas ilhas, há autocarros e é fácil alugar uma motorizada, caso pretenda ter mais autonomia. A excepção é Anáfi, onde só há uns dois quilómetros de estrada, entre o porto e a khóra. Tempo máximo dos percursos: Amorgós (ida e volta), 1h30; Thíra (ida), meio dia; Anáfi (ida e volta), um dia. Atenção ao calor: estes percursos são expostos, exigindo cuidados redobrados com o sol e a ingestão de líquidos.

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

Fazer seguro na IATI (com 5% de desconto)

Saiba mais sobre: Trekking Viagens Europa Grécia Ilhas Cíclades Ilhas

Planeie a sua próxima viagem

A melhor forma de ajudar o Alma de Viajante a manter-se sem anúncios e continuar a inspirar e a dar dicas de viagens gratuitamente é usando os links disponibilizados neste artigo para fazer as suas reservas. Nomeadamente:

Reserve um hotel em Ilhas Cíclades e aproveite as promoções do booking (é onde eu faço a maioria das minhas reservas).

Se precisa de viatura própria, alugue um carro na Discovercars. Passei a recomendá-la desde que descobri que têm preços bem mais baixos do que a Rental Cars.

E não se esqueça de fazer um seguro de viagem na IATI Seguros (tem 5% de desconto usando este link). Eu nunca viajo sem seguro.

Livro grátis

Junte-se a +25.000 viajantes e receba por email uma newsletter (em português) com muita inspiração e dicas para viajar mais e melhor. E ainda lhe ofereço o livro Alma de Viajante, há muito esgotado nas livrarias, com as crónicas da minha primeira volta ao mundo.

Sucesso! Por favor verifique o seu email para confirmar a subscrição.

There was an error submitting your subscription. Please try again.

Powered by ConvertKit

« Gerês mágico
Nebaj, o baile dos conquistadores »

Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

SEGUIR NO INSTAGRAM

Assine a newsletter e receba o livro da minha primeira volta ao mundo gratuitamente (está esgotado nas livrarias).

Destinos em destaque

  • Japão
  • México
  • República Dominicana
  • Zanzibar
  • Puglia
  • Sardenha
  • Malta
  • Maiorca
  • Menorca
  • Lanzarote
  • Tenerife

Ilhas Cíclades

Reserve um hotel em Ilhas Cíclades ao melhor preço.

Faça um seguro de viagem com proteção Covid-19 (5% de desconto usando este link).

Alugue um carro para a sua próxima viagem.

Sobre

Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

Política editorial

Alma de Viajante é um blog completamente independente. Nenhum eventual parceiro tem qualquer influência no conteúdo editorial publicado e só recomendo aquilo que uso nas minhas viagens. Conheça a minha política editorial e comercial. Este blog contém links de afiliados.

Contactos · Na imprensa · Prémios

Explore o blog

  • Comece aqui
  • Artigos de viagens
  • Planear viagens
  • Trekking
  • Notícias
  • Blogging

Grandes viagens

  • Volta ao Mundo
  • Diário da Pikitim
  • Do Cairo a Teerão

Os meus convidados

  • Portugueses pelo Mundo
  • Viagens na Minha Terra

Redes sociais

Mais de 250.000 pessoas viajam com Alma de Viajante nas principais redes sociais. Junte-se a esta comunidade de amantes de viagens, assine a newsletter e inspire-se com as minhas aventuras em destinos de todo o mundo.

Blog de viagens fundador da ABVP

ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses

Copyright © 2023 Alma de Viajante · Um blog de viagens com roteiros, dicas e muita inspiração para viajar mais e melhor · Jornalismo de viagens