Pertence à Austrália, mas orgulha-se das suas notórias diferenças. Abriga montanhas espectaculares como as Cradle, belíssimas baías como a Wineglass, lagos como o St. Clair, uma atractiva costa escarpada por toda a ilha, cidades aprazíveis como Hobart ou mesmo Launceston e ainda pinguins e o inevitável diabo. Aqui fica o retrato de uma viagem à ilha da Tasmânia.
O charme discreto de Hobart, capital da Tasmânia
Separada da Austrália continental pelos 240 quilómetros do estreito de Bassin, a Tasmânia é um território distinto do resto da Austrália. Longe da aridez do outback e das populares praias e recifes de coral da costa leste australiana, a Tasmânia destaca-se pela pureza do ambiente, pela beleza agreste das suas paisagens de solo fértil, pela costa escarpada que circunda boa parte da ilha e deixa o mar perto mas longe, pelos lagos e montanhas que fazem as delícias dos caminheiros. “Um mundo à parte”, como gostam de referir os naturais do Estado mais a sul da Austrália.
A própria capital de Estado, Hobart, de apenas duzentos mil habitantes, é uma cidade com charme e que vale a pena desvendar. O bairro residencial de Battery Point, com as suas casas térreas e cafés intimistas, confere um toque de elegância ao burgo.
Uma excelente área para passeios pedonais descontraídos pese embora o clima um pouco instável de quase toda a ilha – e Hobart não é excepção -, que varia rapidamente do soalheiro para o frio e chuvoso, e vice-versa.
Não obstante, a zona preferida dos visitantes está situada um pouco mais próxima da área ribeirinha: a praça Salamanca. A praça e toda a esfera envolvente, centro pedonal da cidade, transmitem grande serenidade e beleza. Os edifícios são antigos, de grossas paredes de pedra e fachadas bem preservadas, majestosos.
Ao sábado de manhã, a azáfama toma conta de Salamanca, por alturas do mercado de rua semanal, quando turistas e habitantes locais para lá convergem em busca de pechinchas e petiscos. Uma altura perfeita para conhecer, olhando para além das habituais mercadorias para turista comprar, um pouco das tradições regionais em forma de frutas e doçarias, livros em segunda mão, roupas e tecidos, utensílios de madeira e artefactos de mil utilidades.
A prisão de Port Arthur
Port Arthur é a atracção turística mais visitada da Tasmânia. Fica numa zona originalmente habitada pelo povo Pyderrairme mas que, a partir de 1833, foi transformada num estabelecimento prisional erguido para albergar os “piores criminosos do império”.
O tratamento que os presidiários recebiam era de acordo com essa fama. Torturas, chicotadas, semanas de isolamento em celas exíguas e escuras e alimentação deficiente era com o que podia contar quem ali chegava. Muitos acabavam com profundas deficiências psicológicas; muitos outros, simplesmente, sucumbiam.
Apesar de tudo, Port Arthur é considerado o embrião das prisões australianas da actualidade. Os princípios da divisão dos presos por categorias hierárquicas, da disciplina, da recompensa e punição, bem como os primeiros programas de educação vocacional e formação profissional foram testados em Port Arthur. Tudo fazia parte de um sistema prisional deliberado, coerente e não raras vezes brutal.
Talvez seja isso que os turistas procuram no complexo prisional de Port Arthur: os vestígios de um passado tortuoso.
Freycinet, Cradle e St. Clair – Parques naturais, montanhas e lagos da Tasmânia
Com mais de 2.000 quilómetros de trilhos marcados e dezoito parques nacionais, a Tasmânia oferece condições únicas para os amantes de um turismo mais activo, em contacto com a Natureza, caminhando por montes e vales inacessíveis de outra forma. Os sítios mais procurados para o efeito são as estonteantes montanhas Cradle, onde grupos de viajantes efectuam caminhadas de vários dias por trilhos distantes da civilização e de lá saem invariavelmente maravilhados. E o lago St. Clair, uma das paisagens mais belas da ilha, localizado no homónimo Parque Natural.
Para os menos aventureiros ou em menor forma física, há outras opções a considerar. Uma visita ao Parque Natural Freycinet, por exemplo, famoso pela atractiva Wineglass Bay, um nome atribuído devido à geografia dos contornos da baía que, com alguma boa vontade, se assemelha a um copo de vinho.
Ou uma visita às colónias de pinguins que habitam a região de Bicheno, embora nem sempre o bom-senso impere, entre os turistas, no contacto com as simpáticas criaturas.
Visitar a Tasmânia, mais do que proporcionar umas relaxantes férias de Verão, é uma experiência sensorial. O Turismo da Tasmânia promove a ilha com recurso a uma provocadora pergunta: ”Se fizessem um filme da sua vida, alguém compraria bilhete?” Aqui fica o desafio.
O Diabo da Tasmânia
Não é fácil observar a barulhenta criatura em ambiente selvagem, embora existam excursões especializadas organizadas com esse propósito. Para a grande maioria dos visitantes, resta a opção de observar os diabos da Tasmânia em parques criados para reabilitar animais feridos e órfãos. A experiência não é, obviamente, tão exaltante.
Guia prático
Este é um guia prático para viagens à Tasmânia, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de atividades na capital da Tasmânia.
Como chegar à Tasmânia
Voar para uma das grandes cidades do sul da Austrália – Melbourne, Adelaide ou Sydney (preços a rondar os 1.000 €, mais taxas). A partir daí, a forma mais rápida e económica de se chegar à Tasmânia é voar com uma das linhas aéreas de baixo custo que surgiram no país no último par de anos. A Jetstar e a Virgin Australia (antiga Virgin Blue) são apostas seguras, embora ocasionalmente surjam relatos de atrasos de várias horas nas partidas dos voos. Um voo de Sydney para Lauceston pode custar menos de 50 €; de Melbourne ou Adelaide para Hobart, ligeiramente menos. Se preferir a via marítima, mais demorada e quase sempre mais cara, há ferryboats da Spirit of Tasmania que ligam Melbourne e Sydney a Davenport, no norte da Tasmânia.
Onde ficar
Há inúmeras e diversificadas opções, dependendo do orçamento e das regiões que visitar. Nas cidades e vilas, opte por um hotel histórico, um intimista Bed & Breakfast ou, dispondo um orçamento mais apertado, por uma das várias pousadas para “mochileiros” existentes, por exemplo, na capital Hobart. Em zonas rurais e de montanha, existem agradáveis chalés coloniais e refúgios de montanha que podem constituir uma excelente opção. Se levar tenda de campismo, acampar é outra hipótese a considerar, quer durante os trekkings pelo interior da ilha, quer nas zonas próximas do mar.
Restaurantes em Hobart
Não fora o caso de ser, de facto, sublime, e a sugestão não faria aqui qualquer sentido, até porque a cozinha local é muito apelativa. Mas o restaurante italiano Da Vinci’s, em Hobart, capital da Tasmânia, é capaz de surpreender o mais devoto apreciador da gastronomia transalpina, pela qualidade das pastas apresentadas. Fica na Salamanca, 93.
Na Internet
Para obter detalhes adicionais sobre os destinos na ilha, visite o site oficial Turismo da Tasmânia
Seguro de viagem
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