Este roteiro de um dia na Cidade do Panamá é uma visão pessoal sobre o que poderão ser 24 horas bem passadas na capital do Panamá. É, por assim dizer, um guia sobre o que fazer na Cidade do Panamá durante uma curta estadia aproveitada ao máximo, antes de seguir para paragens como San Blás, Boquete ou Bocas del Toro. Venha daí!
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A Cidade do Panamá em 24 horas
Manhã
Se da rua ouve um energético chilrear e a luz do sol insiste em entrar pela janela do seu quarto é porque é hora de acordar. Na Cidade do Panamá o dia começa cedo. Tome um pequeno-almoço reforçado com bastantes líquidos (o seu corpo agradece) e prepare-se para um dia nesta agitada cidade da América central.
Comece por uma caminhada pela cinta costera (tendo o mar do seu lado esquerdo), que acompanha a Avenida Balboa com vista para o Pacífico. O verde que acompanha este passeio atrai muita gente nos seus percursos diários (e aumenta ao fim-de-semana), seja para uma corrida, passear com as crianças ou um ou outro viajante a contemplar a paisagem que o rodeia – como você. Aproveite para observar além da paisagem envolvente as pessoas que passam por si, e abrace a multiculturalidade e o ritmo latino deste país plantado entre o Atlântico e o Pacífico, este istmo que liga as Américas do Norte e do Sul.
Caminhe até o Mercado do Marisco, que passa, e entre no bairro típico e mais cool da cidade chamado Casco Viejo. Neste momento olhe para trás onde ainda consegue ver a linha no horizonte coberta de arranha-céus. Deixa a modernidade e entra agora em ruas recheadas de história e edifícios coloniais.
Casco Viejo, por vezes também chamado de “Casco Antiguo” ou mesmo “San Felipe” é o distrito histórico desta capital, construído no século XVII quando a antiga cidade do Panamá (agora chamada de “Panama Viejo“) foi atacada e destruída por piratas.
Esta zona histórica da cidade está cheia de vibrantes cafés e esplanadas, algumas com vista para o mar. Há ainda grande variedade de lojas que vendem os originais panamás (e algumas também outros souvenirs a pensar nos turistas), produto 100% panameño. Se não tem chapéu aproveite para encontrar aqui um à sua medida e de acordo com o seu budget, já que o dia provavelmente vai ser quente (dica útil: lembre-se como é que eles fazem para dobrar o chapéu sem o danificar nem amarrotar, vai dar muito jeito se continuar viagem com ele).
Corra as ruas do Casco Viejo e as suas praças. Admire as fachadas nos diferentes estilos que incluem o francês, espanhol colonial, arte deco e até o caribenho, e ainda as igrejas históricas. Entre nas mercearias, páre para espreitar um café ou outro.
Vai ver partes deste bairro que ainda não estão reconstruídas e ver alguma pobreza, que contrasta com a imponência de alguns edifícios com cara lavada (desde 1997 este bairro é considerado património mundial pela UNESCO e os resultados são visíveis).
Passe pela Plaza de la Independencia também conhecida como Plaza Catedral onde em 1903 se declarou a independência do Panamá da Colômbia (e anteriormente de Espanha). Olhe à sua volta e imagine esta praça cheia de pessoas a festejarem a independência do seu país no século passado. Ainda nesta praça pode ver a Catedral, o Palácio Municipal, o Museu do Canal e ainda o outrora ícone Hotel Central.
Daqui, siga pela Avenida A em direcção ao Paseo Esteban Huertas, siga Las Bóvedas e aprecie a vista até à Plaza Francia (o monumento na praça foi construído em memória dos 22.000 franceses que morreram na construção do Canal do Panamá). No passeio junto ao mar vai conseguir ver um edifício colorido ao longe, obra do aclamado arquitecto Frank Gehry. Trata-se do Biomuseo, o Museu da Biodiversidade que está localizado na Calzada de Amador (outro passeio interessante caso fique mais dias pela cidade).
Almoço
A esta hora o seu estômago já deve estar a dar horas. Siga para o início do Casco Viejo, por onde começou este passeio histórico até ver o Mercado do Marisco novamente, ao lado da Avenida Balboa. Entre e dê uma volta pelas bancadas preenchidas por uma grande variedade de peixes e mariscos. Aqui respira-se mar. Pode comprar ceviche fresco e ao melhor preço da cidade, por apenas cerca de 2,5 dólares ou balboas. Caso nunca tenha provado, o ceviche é peixe ou marisco marinado em sumo de limão ou lima, alho e outros temperos e é uma das iguarias do Panamá.
Se lhe apetecer uma das iguarias aqui exibidas (aquelas lagostas estavam mesmo a sorrir para si), está com sorte: poderá escolher o seu marisco e levá-lo para o restaurante no andar de cima onde o poderão cozinhar e servir por cerca de 8 dólares. Alternativamente, escolha um dos pratos no menu do restaurante. Ou vários. E acompanhe com uma Balboa ou Panama fresquinha, duas cervejas nacionais.
Se peixe ou marisco não é a sua onda (ou se lhe aconteceu chegar ao mercado na primeira segunda-feira do mês quando fecham para limpeza), há uma alternativa bem perto que é bem menos turística e consideravelmente mais barata. Saindo pela entrada principal do Mercado do Marisco atravesse a estrada para o outro lado e siga a Avenida Balboa até esta se cruzar com a Calle 15 Este (ou pela Av. Eloy Alfaro até se cruzar com a Calle 15 Este) – irá ver um edifício chamado “Mercado Público San Felipe Neri” (na dúvida, pergunte sempre).
Numa das salas encontrará várias mesas e à sua volta várias áreas com vendedores de refeições onde poderá escolher entre várias comidas típicas, normalmente a acompanhar com arroz e feijão. Opte entre comer aqui ou takeaway. Pode visitar ainda outras áreas do mercado mais tradicionais, onde vendem de tudo um pouco. E fica o aviso de que é preciso estômago para entrar na parte das carnes (o calor não ajuda).
Tarde
Prepare-se para o espectáculo mais famoso do Panamá: o Canal do Panamá. Depois de um almoço de marisco, nada como uma caminhada até à estação de metro mais próxima: 5 de Mayo. Do mercado do marisco atravesse a estrada, siga a Cinta Costera (para o lado oposto de onde veio de manhã) e caminhe até ver a estação 5 de Mayo.
Vá observando as ruas. Vai passar por um barbeiro “de rua” onde os homens locais estão a ser atendidos e poderá ver o processo todo. Como alguns têm cara de quem não gosta de ser observado durante o corte de cabelo, evite tirar aquela foto que lhe apetece mesmo muito agora.
Se ainda não tem um cartão do metro e metrobus agora é hora de comprá-lo. Se viaja com alguém não precisa comprar vários cartões – compre apenas um e carregue-o com uma quantia suficiente para passar uma vez por viagem por cada passageiro. Daqui de 5 de Mayo apanhe o metro para Albrook. Repare no letreiro à entrada das escadas rolantes – se estiver a usar crocs, por favor, use as escadas tradicionais.
Em Albrook caminhe até à estação de autocarros. Entrar na estação de Albrook é uma experiência por si só: vale a pena gastar algum tempo a observar a variedade de pintura dos autocarros típicos (que também vamos vendo a passar na cidade), chamados carinhosamente de “diablos rojos“. Estes autocarros são pintados de forma colorida, cada um à sua maneira e normalmente retratando actores famosos, políticos, cantores ou algo do foro religioso. A decoração – interior e exterior – de cada diablo rojo é feita pelo seu condutor (repare que à noite se conseguem ver bem os neons a piscar que muitos deles ostentam). Pode sorrir de satisfação que é agora que vai andar num destes!
Siga até ao terminal onde se apanham os autocarros para Miraflores. Quando entrar, confirme com o motorista que o autocarro pára em Miraflores (no Canal) e peça que o avise quando for a sua paragem. Como nunca é demais, peça à pessoa mais perto de si no autocarro que lhe indique quando estiverem a chegar ao seu destino. Memorize o trajecto para o fazer no regresso.
A entrada no centro de visitantes do Canal do Panamá custa 15$, os quais inicialmente lhe podem custar a abrir mão, mas se tiver a oportunidade de observar algum barco a entrar ou sair do canal (é quase certo que sim) vai perceber que é realmente algo extraordinário para se assistir. Repare no nível de água a subir e a descer e na complexidade (e genialidade) de todo o processo. Entretanto terá tempo para uma ou outra selfie com o canal por trás. É realmente uma grande obra de engenharia sobre a qual vai poder aprender, bem como a sua história caso decida ir ver o museu e até mesmo o filme (a que também tem direito quando compra o bilhete de entrada).
Noite
Regresse a Casco Viejo, seja novamente num exuberante diablo rojo ou alternativamente de táxi (negoceie sempre o preço antes – apesar de terem tarifas fixas porque não usam o taxímetro, às vezes tentam subir os preços para os turistas; isto serve para todas as viagens de táxi dentro e fora da Cidade do Panamá). Já no vivaço bairro antigo, dirija-se à Calle 8 da Avenida B, entre no Hotel Tântalo e suba ao rooftop.
Sente-se e desfrute daquela bebida fresca que lhe estava mesmo a apetecer (vai um mojito de maracujá?), com uma das melhores vistas da Cidade do Panamá. Relaxe até o sol se pôr e a paisagem urbana mudar para o seu modo noturno, e admire o skyline da cidade no horizonte.
Para jantar desça ao primeiro piso onde tem o Tântalo Kitchen, um restaurante com uma decoração muito divertida e com um menu criativo que reflecte a variedade e o mix de influências com que se caracteriza a cozinha Panamenha.
Depois, a noite é sua (e ainda uma criança)! Desça ao outro bar do hotel ou suba novamente ao rooftop para mais um cocktail. Porque não experimentar o de algodão doce?
Se é mais fã de cerveja, é uma boa altura para experimentar a melhor cerveja artesanal da cidade. Saia do hotel, vire à esquerda e siga pela Av. Eloy Alfaro e procure La Rana Dorada. Entre e escolha uma das 4 cervejas da casa, ou se está na dúvida peça uma degustação antes de eleger a sua favorita.
Não pode terminar a sua visita à capital do Panamá sem um pézinho de dança. Se ainda é cedo procure o Gatto Blanco, um rooftop na mesma rua que o Tântalo Rooftop onde esteve antes, para música ao vivo e, quem sabe, mais um cocktail. Mas para dançar a sério tem de ir ao Habana Panama (na Av. Eloy Alfaro com a Rua 12, ali perto), um bar/discoteca giríssimo de música cubana decorado ao estilo dos anos 50 e um ícone na cidade do Panamá. É paragem obrigatória para os amantes da música latina e de salsa, com música ao vivo e bailarinos de fazer inveja. Prepare-se para muito ritmo, dança, suor e esperemos que uma noite inesquecível.
Vá dormir.
Buen viaje!
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