A Cripta da Colónia Güell é considerada um dos trabalhos mais experimentais e visionários de Antoni Gaudí. Construída entre 1908 e 1914, foi o primeiro ensaio prático de muitas das soluções arquitetónicas que o arquiteto viria a aplicar na Basílica da Sagrada Família.
Na Colónia Güell Gaudí pôde trabalhar sem restrições, explorando formas curvas, estruturas inclinadas e uma integração total entre arquitetura e natureza. Embora o projeto original de uma igreja monumental nunca tenha sido concluído, a cripta tornou-se uma obra-prima por si só, reconhecida pela UNESCO como Património Mundial.
O que é a Cripta da Colónia Güell
A Colónia Güell era um complexo industrial criado por Eusebi Güell, nos arredores de Barcelona, para instalar a sua fábrica têxtil e alojar os trabalhadores.
Para além das casas operárias, o empresário quis dotar a comunidade de equipamentos sociais, culturais e religiosos, e encomendou a Gaudí a construção de uma igreja. O arquiteto iniciou os trabalhos em 1908, mas apenas a cripta ficou concluída. Ainda assim, este espaço reflete a ambição do projeto e a liberdade criativa que Gaudí encontrou nesta encomenda.
Visitar a Cripta da Colónia Güell
A cripta utiliza colunas inclinadas de pedra basáltica, que distribuem o peso de forma natural e criam um efeito orgânico, quase como se a construção tivesse crescido a partir do solo.
As soluções estruturais testadas aqui – como os arcos parabólicos e as colunas inclinadas – serviram de laboratório para a obra maior de Gaudí, a Basílica da Sagrada Família.
Gaudí recorreu a pedra, tijolo, ferro e cerâmica reciclada, explorando a textura e a cor de cada material para compor um ambiente de espiritualidade enraizado na natureza. Não sei bem explicar o que se sente ali dentro mas, para mim, a Cripta da Colónia Güell é uma das obras de Gaudí mais impactantes e espetaculares. É pequena e vê-se em dois minutos, mas ficando lá dentro a apreciar cada detalhe, com tempo, há algo de mágico que emana do seu interior.
Em termos decorativos, referência desde logo para os vitrais. Os vitrais atuais, cuja forma lembra pétalas de flores ou asas de borboletas, são na verdade uma reprodução dos originais destruídos em 1936, no início da Guerra Civil Espanhola.
Durante esse período, muitos edifícios religiosos foram saqueados ou incendiados, especialmente na Catalunha, devido ao forte anticlericalismo presente em alguns dos movimentos revolucionários. A Cripta da Colónia Güell não foi exceção: perdeu os vitrais e parte da decoração interior.
Ainda assim, vale bem a pena visitar a Cripta da Colónia Güell. Até porque há muitos outros pormenores deliciosos. É o caso das pias de água benta – que são, como na Sagrada Família, grandes conchas marinhas apoiadas em estruturas de ferro forjado. Adoro! Ou ainda a decoração exterior em mosaicos.
Guia para visitar a Cripta da Colónia Güell
Como chegar à Cripta da Colónia Güell
A Colónia Güell fica afastada do centro de Barcelona, mas é possível lá chegar usando transportes coletivos. Assim, dirija-se à Praça de Espanha e apanhe um comboio das linhas S3, S4 ou S8 até à estação Colónia Güell. Saindo do comboio terá de caminhar cerca de 700 metros até ao posto de informação turístico da Colónia Güell – repare nas pinturas de pés azuis que estão nos passeios, ao longo do caminho, que o guiarão sem erro até lá.
Onde comprar ingressos para a Cripta da Colónia Güell
Recomendo comprar ingresso para a Cripta da Colónia Güell na GetYourGuide para poder cancelar gratuitamente em caso de necessidade. No que toca aos horários, convém saber que ele é mais reduzido do que noutras atrações de Barcelona. A cripta está aberta diariamente das 10:00 às 17:00, sendo que aos sábados, domingos e feriados encerra pelas 15:00.
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Dicas úteis
Eu recomendo estar à porta do posto de informação logo na abertura e seguir diretamente para a cripta. Dessa forma, é muito provável que tenha o espaço só para si durante algum tempo. Ou seja, veja os horários dos comboios e apanhe um que saia de Barcelona antes das 9:20.
Onde ficar em Barcelona
Pode ler todas as dicas e sugestões sobre os melhores bairros e hotéis onde ficar em Barcelona mas, em resumo, a Casa Mathilda é há algum tempo a minha sugestão de hospedagem em Barcelona. Dito isto, recentemente voltei à capital catalã e fiquei no Hotel HCC St. Moritz – e não poderia ter ficado mais satisfeito (principalmente com a localização).
Ou seja, são ambas excelentes escolhas para dormir em Barcelona, mas pode naturalmente pesquisar outras unidades hoteleiras usando o link abaixo.
Outras obras de Gaudí em Espanha
Antoni Gaudí foi um arquiteto muito profícuo, tendo deixado um legado arquitetónico ímpar na capital da Catalunha. Para os mais interessados, sugiro que conheça melhor as obras de Gaudí em Barcelona e veja esta lista das principais criações do arquiteto catalão em território espanhol (por ordem cronológica).
- Casa Vicens
- El Capricho
- Pavilhões da Quinta Guell
- Palácio Güell
- Colégio das Teresianas
- Palácio Episcopal de Astorga
- Casa Botines
- Bodegas Güell
- Casa Calvet
- Torre Bellesguard
- Park Güell
- Restauração da Catedral de Palma de Maiorca
- Casa Battló
- Casa Mila – La Pedrera
- Cripta da Colónia Güell
- Basílica da Sagrada Família
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