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A Riviera Francesa por quem lá vive: Tiago Relvão

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 5 Fev 2021 | Portugueses pelo Mundo Cannes Europa França 2 Comentários
Tempo de leitura: 9 minutos

Eze, Riviera Francesa
Povoação de Eze, na Riviera Francesa

Hoje, na série de portugueses pelo mundo, vamos até à Riviera Francesa guiados pelo Tiago Relvão. O Tiago trabalha em marketing na Amadeus, uma empresa de software para companhias aéreas e agências de viagens, e mora em Antibes, uma cidade entre Cannes e Nice.

Depois de quatro anos a morar na região, o Tiago está em vias de partir numa viagem à volta do mundo, mas antes gostaria de nos deixar as suas dicas sobre a melhor forma de visitar a Riviera Francesa. Por isso, contactou-me para partilhar a sua vivência na região de Nice, Cannes, Antibes e Mónaco.

É uma descrição não só de uma cidade, como é hábito nesta rubrica, mas da zona da Riviera Francesa, que se estende numa sucessão de vilas e pequenas cidades à volta de Nice, numa região banhada pelo Mediterrâneo e rodeada pelos Alpes. Este é o 16º post de uma série inspirada no programa de televisão “Portugueses pelo Mundo”.

Conteúdos do Artigo
  • 1 Na Riviera Francesa com o Tiago Relvão (entrevista)
    • 1.1 Define a Riviera Francesa numa palavra.
    • 1.2 A Riviera Francesa é uma boa zona para viver? Fala-nos das expectativas que tinhas antes de chegar, e se a realidade que encontraste bateu certo com a ideia preconcebida que trazias.
    • 1.3 E o que mais te marcou na Riviera Francesa?
    • 1.4 Como caracterizas as pessoas da Riviera Francesa?
    • 1.5 Como terminarias esta frase: “Não podem sair da Riviera Francesa sem…
    • 1.6 Vamos complicar a conversa e tentar fazer um roteiro de 4 dias na Riviera Francesa. Indica-nos as coisas que, na tua opinião, sejam “obrigatórias” ver ou fazer.
    • 1.7 Tens dicas para se poupar dinheiro na Riviera Francesa?
    • 1.8 Falemos de comida. Que especialidades gastronómicas temos mesmo de provar?
    • 1.9 Imagina que queremos experimentar comidas locais. Gostamos de tascas, botecos, lugares tradicionais com boa comida e se possível barato. Onde vamos jantar?
    • 1.10 Como é a movida na Riviera Francesa? O que sugeres a quem queira sair à noite?
    • 1.11 Uma das decisões críticas para quem viaja é escolher onde ficar. Em que área nos aconselhas a procurar hotel na Riviera Francesa?
    • 1.12 Escolhe um café e um museu.
    • 1.13 Tens alguma sugestão para quem quiser fazer compras na Riviera Francesa?
    • 1.14 Antes de te despedires, partilha o maior “segredo” da Riviera Francesa; pode ser uma loja, um barzinho, um restaurante, um parque, uma galeria de arte, algo que seja mesmo “a tua cara.
  • 2 Guia prático
    • 2.1 Onde ficar na Riviera Francesa
    • 2.2 Seguro de viagem

Na Riviera Francesa com o Tiago Relvão (entrevista)

Define a Riviera Francesa numa palavra.

Provençal – uma palavra com origem na região mas que se tornou num adjetivo e num estilo de seu próprio direito.

A Riviera Francesa é uma boa zona para viver? Fala-nos das expectativas que tinhas antes de chegar, e se a realidade que encontraste bateu certo com a ideia preconcebida que trazias.

Quando cheguei à região, para tirar um mestrado em Turismo, vinha preparado para a imagem de marca desta região: praia, luxo, glamour, festas e iates, com receio mesmo de alguma superficialidade. A realidade com que me deparei foi muito mais rica que isso. Há de facto esse mundo, mas está muito contido em sítios específicos como Mónaco e Cannes, em certos momentos do ano, como o Grande Prémio de Formula 1 do Mónaco ou durante o Festival de Cannes. A Riviera Francesa tem também o seu lado pacato, familiar, rústico, desportivo.

É uma zona fantástica para viver, acima de tudo por estar junto ao mar, que podemos desfrutar de maio a setembro, estar ao pé das montanhas, com pistas de esqui a uma hora de distância de novembro a março, e por ter um microclima que possibilita um tempo muito bom durante quase todo o ano.

E o que mais te marcou na Riviera Francesa?

Sem dúvida as montanhas e a Natureza. Só depois de ter mudado para a Riviera descobri verdadeiramente o prazer do trekking, do esqui, do campismo e do contacto com a natureza.

Como caracterizas as pessoas da Riviera Francesa?

É complexo. Em França, as pessoas desta zona têm a reputação de não serem muito simpáticas. Achei curioso, porque também em Portugal nem sempre temos a melhor das opiniões das pessoas que vivem nas regiões costeiras mais turísticas! Talvez por verem a sua terra invadida de forasteiros e turistas todos os anos sejam menos simpáticos…

Pessoalmente, no dia-a-dia, não sinto isso na pele, tirando o mau serviço nos restaurantes, algo comum por toda a França. Mas noto a diferença quando vou ao Norte de França e as pessoas são verdadeiramente simpáticas. Na Riviera acho-as simplesmente normais (tirando quando conduzem – não esperem que ninguém pare nas passadeiras!). Depois, há imensos estrangeiros que habitam na região, sobretudo ingleses e nórdicos.

Como terminarias esta frase: “Não podem sair da Riviera Francesa sem…

Ver o mar e a montanha.

Ville Franche Sur Mer
Villefranche-sur-Mer

Vamos complicar a conversa e tentar fazer um roteiro de 4 dias na Riviera Francesa. Indica-nos as coisas que, na tua opinião, sejam “obrigatórias” ver ou fazer.

No primeiro dia, explorar de manhã Nice: a zona da cidade antiga, da colina do castelo, do porto, e subir o Mont Boron, para ter uma vista panorâmica sobre toda a cidade. Continuar a caminhar à beira-mar, até chegar à pequena vila de Villefranche-sur-Mer, para almoçar. Depois apanhar o comboio, para um dos trajetos mais bonitos que conheço, até ao Mónaco. Ao fim do dia, voltar para Nice de autocarro, com paragem na aldeola pitoresca de Eze.

No segundo dia, ir de comboio até Antibes, a pequena cidade provençal onde moro, apreciar os mega iates no porto (Antibes tem a segunda maior marina da Europa, depois de Maiorca) e perder-se pelas ruelas da cidade e descobrir as lojinhas. Fazer o passeio à volta do Cape de Antibes e fazer um piquenique na praia. À tarde, apanhar o comboio até Cannes, caminhar pela Croisette, a avenida à beira-mar, ver o Palais des Festivals, palco do Festival de Cannes, observar o luxo dos carros, hotéis e lojas, subir até à colina do Castelo e fazer compras na Rue de Antibes.

No terceiro dia, alugar um carro e percorrer as vilas provençais: Saint Paul de Vence, Mougins, Valbonne, Grasse e Gourdon.

No quarto dia (se tiver mais tempo de viagem pela Riviera Francesa), descobrir as montanhas e partir em direção à zona dos Gorges du Verdon, os desfiladeiros mais altos da Europa, onde poderão já desfrutar das primeiras paisagens de campos de Alfazema – que se estendem depois para Oeste, em direção à zona de Gordes. O gorges du Cians é um percurso alternativo magnífico, mais perto de Nice.

Tens dicas para se poupar dinheiro na Riviera Francesa?

Infelizmente, a França é um país caro comparado com Portugal, e esta região por ser tão turística e popular entre russos, escandinavos, ingleses e árabes é ainda mais cara. Uma refeição num restaurante médio custa à volta de 20€ por pessoa, num restaurante médio-bom à volta de 30€. Uma pint de cerveja (0.5l) custa à volta de 6€-7€ e um café 1,50€-2€. A melhor dica que posso dar é: façam como os locais e abusem dos piqueniques, e aproveitem ao máximo o bom tempo e as paisagens. Não há nada como uma boa refeição à base de baguette, saucisson, fromage, tomate e um copo de rouge!

Falemos de comida. Que especialidades gastronómicas temos mesmo de provar?

A cozinha provençal tem muitas influências italianas/mediterrânicas com gostos muito parecidos com os portugueses. Verdadeiramente típicos são os snacks locais: a soca, uma espécie de crepe feito de farinha de grão-de-bico, as courgettes e tomates recheados com carne, e a pissaladiére, uma espécie de pizza com um refogado de cebola por cima. O bar René Socca e o Chez Pipo, em Nice, são lugares incontornáveis para provar tudo isto (preparem-se para as longas filas!).

Imagina que queremos experimentar comidas locais. Gostamos de tascas, botecos, lugares tradicionais com boa comida e se possível barato. Onde vamos jantar?

Os meus restaurantes típicos favoritos são em Nice: o Bistro de Antoine (e o seu irmão Le Comptoir du Marché) e Chez Palmyre (comida provençal),  Le Oliviera (provençal/italiana), La Rossettisserie (assados), Les Amoureux (pizzaria) e La Voglia (comida italiana, boa, com doses gigantes!).

Dois conselhos: reservar o mais cedo possível, mesmo com semanas de antecedência; em França mais vale gastar 20€ num só prato num restaurante bom, do que cair na tentação do menu de entrada, prato e sobremesa num restaurante para turistas, numa refeição banal de pouca qualidade.

Também gosto muito dos Bar a Vins, como o La Part des Anges (com petiscos) e o La Mise au verre (com bons pratos).

Em Antibes, não perder a melhor pizza do sul de França, Pizza & Co, e o melhor (repito melhor) gelado do mundo na Gelateria Del Porto (aviso: a definição de gelado vai mudar completamente a partir do momento em que provarem estes gelados).

Como é a movida na Riviera Francesa? O que sugeres a quem queira sair à noite?

O meu sítio preferido para sair é no porto do Mónaco. Ir cedo, para apanhar a happy hour no bar Rascasse, e depois passar para o Brasserie. Em Nice, experimentem o Irish Pub Manolan’s e o Le Smarties. Em Cannes, há o mítico Coco Loco (o único all you can drink da região, com cocktails de rum).

Para grandes discotecas, com um público mais jovem: High Club em Nice ou o Baoli em Cannes (sapatinho e camisa obrigatório, sem garantias de entrada, sobretudo no Baoli).

Via Ferrata Lantosque
Via Ferrata Lantosque. Foto de Cyril Béle

Uma das decisões críticas para quem viaja é escolher onde ficar. Em que área nos aconselhas a procurar hotel na Riviera Francesa?

O melhor sítio para ficar é em Nice, por ter mais oferta e ser uma boa base para explorar a região. Qualquer zona que fique a sul da linha de caminhos-de-ferro/Voie Mathis, à direita do Boulevard Gambetta e à esquerda do Boulevard Riquier, é uma boa zona. O mais perto que ficarem da Place Massenna/Promenade du Paillon, melhor!

Pesquisar hotéis na Riviera Francesa

Escolhe um café e um museu.

Museu Picasso em Antibes e o café Le Coin Quotidien em Nice.

Tens alguma sugestão para quem quiser fazer compras na Riviera Francesa?

Uma das melhores coisas de França é a ausência de centros comerciais. É tudo feito no comércio tradicional e há muitas pequenas lojinhas para descobrir, com marcas francesas e preços muitas vezes acessíveis. Para quem queira algo tipo El Corte Inglês, há sempre as famosas Galerias Lafayette na Place Massena em Nice. Não se esqueçam de visitar os mercados provençais em Cannes, Antibes e Nice, ao fim de semana – valem a pena e encontram-se bons produtos típicos, se bem que um pouco caros!

Antes de te despedires, partilha o maior “segredo” da Riviera Francesa; pode ser uma loja, um barzinho, um restaurante, um parque, uma galeria de arte, algo que seja mesmo “a tua cara.

Via Ferrata! Vão até Lantosque, uma aldeia nas montanhas e descubram esta atividade. É como “alpinismo assistido”, onde fazemos um percurso ao longo das paredes dum desfiladeiro, com o rio a passar em baixo e as árvores por cima. Seguro, divertido e com uma excelente dose de adrenalina (para quem nunca experimentou, é aconselhável ir com um profissional).

Guia prático

Onde ficar na Riviera Francesa

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Pesquisar hotéis na Riviera Francesa

Seguro de viagem

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Comentários

  1. Rafael Sardinha

    Olá,
    Parabéns pelo excelente material divulgado em seu blog.
    Gostaria se saber a possibilidade de obter o contato do Tiago.
    Estou de mudança com a família para esta região em Setembro.
    Trabalho como skipper de um veleiro que irá invernar em Cannes ou Nice.
    Enfim, ficarei, desde já, grato pela ajuda.

    Abraços

    Responder
  2. Francisco

    Estarei em Nice entre 10 e 14 de novembro. Vi que você disse que havia neve próximo de Nice a partir de novembro. Onde encontro neve e como faço para chegar ?

    Responder

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 50 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

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