No Porto não faltam locais cheios de tradição. Lojas antigas, mercearias, velhos teatros e igrejas, restaurantes e cafés. Um desses locais é o Café Progresso, onde ainda se pode pedir cimbalinos e cafés de saco.
O Café Progresso encerrou definitivamente em dezembro de 2018.
O Porto não é cidade com falta de locais cheios de tradição, de lojas antigas, onde somos atendidos num balcão de madeira, a mercearias cuja mercadoria trepa até ao teto em prateleiras com portas de vidro. Abundam velhos teatros e igrejas, restaurantes e cafés. Um deles é o Café Progresso, onde ainda é preciso decidir se pedimos um café de saco ou um cimbalino, ou seja, um café tirado na máquina – mesmo que não seja da marca La Cimbali. Ouvir o nosso pedido ser repetido para o balcão – é um cimbalino! – remete-nos para há um par de décadas, quando poucos sabiam que o que era um “expresso”. Hoje em dia o mais comum é optar pela palavra neutra “café”, simplesmente porque já há poucos locais na cidade onde haja direito de opção.
O Café Progresso é um deles. Festejou 110 anos em 2009 e está completamente remodelado, conseguindo manter um certo charme antigo no mobiliário de madeira e com a oferta do seu clássico café de saco e das torradas bijú. O ambiente não é o de uma viagem no tempo, mas revive-se o café à moda antiga, quando tertúlias de amigos se reuniam aos fins de tarde e as famílias vinham juntas aos fins de semana. Tem tudo para ser um café de bairro, onde se entra com a certeza de saber quem se vai encontrar, ou onde nos sentamos quando não temos mais nada que fazer. E já foi o local de reunião da “fina flor do professorado portuense”.
Abriu portas “num lindo domingo, a 24 de setembro de 1899, e foi fundado – afirma um cronista da época – por meia dúzia de consumidores que, cansados de explorações, resolveram prescindir de quem lhes fornecia géneros avariados para eles os fornecerem, ótimos para si e para os outros”. Ganhou fama pelo bom sabor e qualidade do café, que se devia às misturas de diferentes qualidades criadas por Manuel Henriques Pinto – e também por uma certa lenda urbana não confirmada, que hoje é revivida nos desenhos do balcão principal, e que contava que o grão era aqui armazenado juntamente com rabos de bacalhau.
É possível petiscar salgados (rissóis, croquetes, sandes, quiches, crepes e muito mais) ou doces (queques e bolo à fatia a partir de 0,80 cêntimos), ou ainda comer o prato do dia. Os preços não são tão grandes como a idade: o famoso cafezinho fica nos comuns 65 cêntimos, os vinhos do Porto começam em 2,60€, e a francesinha em 6,90€. Os vegetarianos também estão contemplados com, pelo menos, um hambúrguer de legumes.
É nas proximidades da Praça Carlos Alberto, no número 5 da Rua Actor João Guedes, que pode pedir um cimbalino a plenos pulmões. De segunda a quinta-feira, das 7:00 às 19:00, e às sextas e sábados até à meia-noite e meia.
Café Progresso
Morada: Rua Actor João Guedes 5, Porto
Telefone: +351 22 3322647
Horário: Segunda a quinta-feira das 7:00 às 19:00; sexta e sábado das 7:00 às 00:30. Descanso semanal ao domingo.