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Casa Agrícola da Levada, nas encostas do Douro

Por Ana Isabel Mineiro | Turismo rural
Atualizado em 29.10.2019 | Tempo de leitura: 6 minutos

A Casa Agrícola da Levada pode ser ponto de partida para a região do Douro e do Alvão, ou uma acolhedora chegada, para quem quer retiro e tranquilidade.

Casa Agrícola da Levada

Está mesmo ali, à entrada de Vila Real, rodeada de acessos e autoestradas por todo o lado, mas como se fosse uma ilha de sossego, escondida por detrás de um muro, de uma vasta cortina de árvores e pelo Rio Corgo. A Casa Agrícola da Levada consegue ser um oásis de tranquilidade, bem perto de uma das cidades onde mais forte bate o coração do Douro, o Douro vinhateiro, o Douro património, o Douro natural. Para dentro dos limites da quinta reina a tranquilidade, para fora dos muros fica a Casa de Mateus a três quilómetros, o Parque Natural do Alvão a oito quilómetros, um centro hípico a dez… A localização é, pois, um privilégio. E precisávamos de muitas linhas para descrever tudo o que se pode fazer na cidade de Vila Real em particular, ou em toda a região.

Mas deixemos os limites exteriores da quinta e voltemo-nos para dentro. Atravessemos o caminho de terra batida em direção à Casa Grande, a casa principal da quinta, cuja construção aponta para 1922. A autoria é atribuída, tal como a capela da quinta, ao conhecido autor de A Casa Portuguesa, um dos arquitetos do regime, Raul Lino. Lá está o granito, as paredes caiadas por fora, as paredes de pedra por dentro, as pinturas de azulejo. Mas é o pulsar que gravita à volta desta casa – emoldurada por fantásticas camélias e um belo roseiral – e é o conhecer a história da reconstrução da quinta que está a ser conduzida por Inês Albuquerque que mais nos leva a apreciar o resultado do empenho que ali está a ser colocado.

A oferta de alojamento da Casa Agrícola da Levada não se restringe à Casa Grande, onde também habita a proprietária (quando não está em Lisboa, onde também tem um espaço de turismo de habitação em pleno Chiado, na Rua da Emenda). Também merecem destaque os apartamentos independentes, que podem ser reservados em regime de self-catering e que acabam por ser a solução ideal para quem procura uma estadia mais prolongada, e que os estrangeiros têm sabido aproveitar. A proprietária confirma que, entre maio e outubro de 2010, setenta por cento da ocupação da Casa da Levada foi assegurada por estrangeiros – ingleses, espanhóis e franceses em primeiro lugar, depois italianos, belgas e holandeses. Por último americanos, brasileiros e os nórdicos.

Estes apartamentos estão quase todos reunidos num núcleo, como se fosse uma pequena aldeia, encavalitada na mini-encosta que desce para o Rio Corgo. E se o pequeno núcleo de casas que agora se aluga é algo que “se parece com”, a verdade é que já o foi, não há muitas décadas. A que agora é a Casa Quadrada, um T0 com vista para o Corgo e as suas margens, foi o teto de uma família com oito pessoas. Histórias parecidas se poderão contar da Casa da Vinha, da Casa do Ferreiro, da Casa da Varanda…

Estas casas constituíam um pequeno núcleo da aldeia da Timpeira, de onde os antigos caseiros da Quinta da Levada foram saindo, aproveitando os terrenos que o proprietário da quinta lhes ofereceu noutros locais e onde puderam construir casas maiores e mais modernas. O ultimo caseiro saiu daqui em 1995. Quinze anos depois, é desta janela da Casa Quadrada que o ponto de fuga do nosso olhar se deixa distrair pelo marulhar das águas do Corgo – e este som e esta imagem ajudam a tornar a fuga à cidade e ao rebuliço ainda mais autêntica. Referimo-nos não propriamente (ou somente) ao rebuliço de Vila Real, mas ao rebuliço do dia-a-dia de todos aqueles que querem ou precisam de fazer uma pausa.

Todas estas casas da velha aldeia da Timpeira chegaram já ruínas às mãos de Inês Albuquerque. Mas ela recupera-as ao ritmo que vai conseguindo, sem pressas nem pressões, mas com a certeza de que abraçou na Casa Agrícola da Levada o projeto para uma vida. Hoje algumas dessas ruínas são casas com todos os confortos da modernidade, com as salamandras e lareiras a aquecer as paredes de granito, e com um traçado e uma decoração que privilegia o aproveitamento da luz natural. Rústicas. E tão acolhedoras.

A casa começou a receber hóspedes em 2000, nos quartos da Casa Grande. Depois foi o prolongamento aos apartamentos independentes em que se transformaram a Casa da Eira ou a Casa do Meio. Eram casas de apoio à Casa Grande, e hoje são refúgios com pátios convidativos, daqueles onde apetece estar com uma boa companhia e um bom livro. E a casa onde era a garagem e o quarto do motorista é hoje a sala de jantar – ou a sala dos pequenos-almoços, só depende da hora em que lá alguém se junta. Falar dos pequenos-almoços torna-se agora, aqui, obrigatório. E lembrar os doces caseiros, o pão quentinho, o sumo natural e o esmero da dona Laurinda, a cozinheira da casa – é um exercício que traz um sabor agridoce: doce pelo que a memória conserva; e quase amargo porque não estamos lá neste momento.

A dona Laurinda, a dona Piedade e o senhor António são as pessoas que nos fazem sentir em casa. Transmontanos, asseguram, respetivamente, a cozinha, a lavandaria e os jardins. E são eles que, com Inês Albuquerque, procuram tudo para que nada nos falte. Inês é filha do atual presidente da Fundação da Casa de Mateus e diz que as melhores recordações que tem da sua infância são estas: poder andar pelos jardins, pelas vinhas e pelos pomares a “assaltar” as videiras e as maçãs. Agora, tenta oferecer aos seus hóspedes o mesmo.

Como se faltassem atributos e razões a esta Casa da Levada, e à região em que se insere, Inês de Albuquerque tem procurado outros motivos para justificar a visita. Organiza workshops sobre plantas aromáticas, onde são ensinadas não só as técnicas para cultivar aquelas que se dão no Douro e no Alvão como também as aplicações práticas que podem (e devem) ter nas receitas do dia-a-dia. Não estivesse o Douro e a região demarcada do Vinho do Porto ali ao pé e os workshops sobre vinho não se tornavam tão óbvios. Assim, são quase um cliché, incontornáveis: há passeios organizados por altura das vindimas (quem nunca viu uma lagarada que atire a primeira pedra) e também se põe nas mãos uma tesoura a quem quiser ir cortar uvas… Quem estiver mais interessado em degustar e em fazer provas de vinho, também aqui encontra oferta. O Alvão é outra obrigatoriedade e a descoberta das cascatas e das piscinas naturais do Rio Olo também.

Outra atividade que tem lugar na Levada são as residências de desenho, conduzidas pelos membros do projeto Slow Mile, que se destinam tanto a quem gosta e já sabe desenhar como a quem nunca pegou num lápis com essa intenção. Organizadas na primavera e no outono, contemplam visitas à Casa de Mateus (e porque não roubar uma folha?), passeios no Alvão pelo trilho dos pastores, ou piqueniques junto às Lamas de Olo.

Reservar Casa Agrícola da Levada

Guia prático

Este é um pequeno guia com informação prática para planear a sua estadia na casa de turismo rural Casa Agrícola da Levada.

Como chegar à Casa Agrícola da Levada

A Casa Agrícola da Levada situa-se a 2 quilómetros do centro de Vila Real, em plena região de Trás-os-Montes e num dos extremos da Região Demarcada do Vinho do Porto. Do Porto, apanhar a A4 até Amarante, seguindo-se o IP4 até Vila Real Norte. Virar então à esquerda para Vila Real Centro e novamente à esquerda na Rotunda do Quartel, em direção a Mateus / Sabrosa. Na segunda estrada à esquerda, encontrará as placas para Casa Agrícola da Levada / Turismo de Habitação.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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