Caminhando pelos trilhos do desfiladeiro Matka

Era dia de deixar Skopje e prosseguir viagem para Bitola. O céu estava enublado, a ameaçar chuva, mas queria mesmo visitar o desfiladeiro Matka, a escassos 16km de distância de Skopje.

Não iria ser a chuva a cancelar os planos, pelo que fui para o terminal de autocarros de Skopje na companhia de Enrique e do seu sobrinho, dois afáveis norte-americanos com quem fiquei no Get Inn Skopje Hostel e a quem desafiei para me acompanharem a Matka.

O canyon Matka

O canyon Matka é habitat de inúmeras espécies endémicas de plantas e animais (nomeadamente mais de 70 espécies de borboletas). O desfiladeiro tem também trilhos belíssimos que é possível calcorrear, e é igualmente conhecido pelas dezenas de grutas ali existentes – a algumas das quais é possível chegar de barco.

Por último, mas não menos relevante, nas gargantas de Matka há um conjunto razoável de igrejas e mosteiros que resiste à passagem do tempo, para além das ruínas de uma fortaleza (a cidade medieval de Matka). Eu optei por não visitar as grutas nem os mosteiros, e dediquei-me às caminhadas.

Na companhia dos dois parceiros de ocasião, fiz o trilho ao longo da margem, junto ao lago artificial criado com a construção de uma barragem. Seriam uns cinco ou seis quilómetros – não mais que isso -, ida e volta, rodeado de escarpas e ambientes florestais.

Caminhámos tranquilamente, com o céu zangado mas sem chorar, e a temperatura perfeita para caminhar. A maior parte do trajeto desenrolou-se num caminho empedrado construído nas encostas do canyon, mas por vezes entrávamos em plena floresta, com muita humidade, sombras e vegetação. Mais curioso, sempre na companhia de um cão que jamais nos abandonou.

A certa altura, tal como previsto, uma cerca de ferro anunciou o final do percurso. Não era possível prosseguir mais. Havia que voltar para trás e fazer o mesmo caminho até à barragem; tomar um macchiato para aquecer a alma num café das proximidades; e esperar que um autocarro nos levasse de novo a Skopje.

Estávamos satisfeitos; apesar da ameaça de chuva, tinha valido a pena visitar de canyon Matka. Foi o antídoto perfeito para o buliço urbano de Skopje.

No regresso ao terminal rodoviário de Skopje, fui buscar a mochila (tinha ficado no depósito de bagagem), comprei bilhete para o próximo autocarro rumo a Bitola para visitar as ruínas Heraclea Lyncestis e, aí sim, disse adeus à capital da Macedónia.

Mais fotos do desfiladeiro Matka

Saiba o que fazer em Skopje e leia o roteiro de viagem na Macedónia.