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Dicas do Cazaquistão (tudo o que precisa saber para organizar a viagem)

Por Filipe Morato Gomes
Mausoléu de Khoja Ahmed Yasawi
Mausoléu de Khoja Ahmed Yasawi, Cazaquistão

Por estranho que possa parecer, planear uma viagem ao Cazaquistão não é tarefa de grande complexidade. Isto porque, para além de ser um país seguro, o regime de vistos foi muito simplificado nos últimos anos e os transportes de longa distância funcionam bem. Dito isto, há ainda assim algumas dicas do Cazaquistão que em muito contribuirão para uma viagem sem percalços.

Falo, nomeadamente, de como chegar; da melhor época para visitar; dicas para usar os transportes locais (em especial o comboio); informações sobre alojamento; e muitas outras dicas úteis. Note, no entanto, que eu centrei a minha viagem no eixo Almaty – Turkistan; e não conheci a capital Nursultan (antiga Astana).

Dicas de viagem ao Cazaquistão

Onde fica o Cazaquistão

O Cazaquistão é um país localizado na Ásia Central, tendo como vizinhos a Rússia, a China, o Quirguistão, o Uzbequistão e o Turquemenistão.

Regime de entrada

Desde janeiro de 2017 que os cidadãos portugueses não precisam de visto para visitar o Cazaquistão em turismo, com estadias até 30 dias. À chegada, terá apenas de mostrar o passaporte e preencher um pequeno formulário que deverá guardar com o passaporte até sair do país.

No que toca ao registo junto das autoridades, antigamente todos os visitantes tinham cinco dias – após entrarem no Cazaquistão – para efetuarem esse registo. Além disso, os hotéis eram obrigados a marcar nesse papel as estadias dos hóspedes.

Pois bem, atualmente, entre os 60 países cujos cidadãos estão isentos de visto, alguns continuam a necessitar de fazer esse registo e outros não. Portugueses e brasileiros não precisam de registar as noites. Para não ter problemas à saída, e salvo mudanças nos procedimentos, é importante garantir que o seu formulário tem dois carimbos vermelhos (verifique antes de sair do guichet da imigração) – que, ao que percebi, é o sinal de que não está obrigado ao registo junto das autoridades.

Quando ir

Uma das mais importantes dicas do Cazaquistão que posso dar é evitar o inverno e o pico do verão. Não que o turismo de massas seja um problema, mas os climas extremos podem influenciar negativamente a sua experiência. Eu, por exemplo, visitei o Cazaquistão em maio e, na região de Turkistan, o sol estava já muito agreste. Não imagino estar no sul do Cazaquistão em julho ou agosto!

Como chegar ao Cazaquistão

Não há voos diretos desde Portugal, pelo que a melhor forma de chegar a Astana ou Almaty é com uma das grandes companhias aéreas da Europa ou do Médio Oriente, nomeadamente a Turkish Airlines, a Lufthansa ou a Emirates.

Eu paguei 650€ por um bilhete da Turkish Airlines com ida por Almaty e regresso de Tashkent (Uzbequistão), comprado com alguma antecedência e, principalmente, tendo flexibilidade de datas – regra fundamental do post como comprar voos baratos. Seja como for, fui monitorizando os valores com alertas de preços e notei não haver grandes variações de preços – e muito menos promoções -, reflexo da baixa concorrência para o destino.

Pesquisar voos para o Cazaquistão

Dinheiro

A moeda do Cazaquistão é o Tenge. Existem terminais ATM nas principais cidades, ligados às redes Visa e MasterCard, pelo que, em teoria, bastaria levar cartões bancários para levantar dinheiro. Tome, no entanto, atenção que isso pode ter custos desnecessários – pondere usar um cartão como o Revolut para diminuir esses custos.

Seja como for, recomendo vivamente levar dinheiro em notas, seja em dólares norte-americanos seja em euros, para cambiar localmente e assim diminuir as eventuais taxas a pagar e evitar percalços. Até porque o Cazaquistão é um país muito seguro.

Transportes no Cazaquistão

A melhor forma de percorrer por via terrestre as grandes distâncias entre destinos no Cazaquistão é, sem qualquer dúvida, o comboio. Para pesquisar rotas e horários, usei sempre o muito útil site da tutu. Em alternativa, entre destinos mais próximos, os táxis partilhados podem ser uma boa opção.

Onde ficar

Não espere o mesmo tipo de cuidado com o serviço a que está acostumado; nem o design ou, genericamente falando, as condições dos hotéis no Cazaquistão. Fiquei sempre com a ideia de que têm ainda um longo caminho a percorrer no que toca aos serviços hoteleiros.

Sugiro que espreite as sugestões detalhadas sobre onde ficar em Almaty, por exemplo, que incluem recomendações sobre os melhores hotéis em função do seu estilo de viagem. Dessa lista, eis alguns dos hotéis que recomendo sem reservas em Almaty e Turkistan.

Em Almaty

Em Almaty fiquei num hostel chamado Dimal que, apesar das boas recomendações, achei mesmo muito fraco. Dentro do mesmo registo, ficará provavelmente melhor hospedado no L.E.S. Hostel ou no Art Hostel, onde também considerei hospedar-me.

Melhor é sem dúvida a guesthouse D’Rami mas, se puder esticar um pouco mais o orçamento, recomendo sem reservas os excelentes Renion Park Hotel e Renion Residence Hotel (ambos de quatro estrelas). Caso prefira, tem também os bem decorados estúdios Opera Apartments. Pode ver todos os detalhes sobre alojamento num texto que escrevi intitulado onde ficar em Almaty.

Em Turkistan

Em Turkistan fiquei hospedado no Hotel Edem e, apesar de não ser o hotel mais barato de Turkistan, penso que foi uma excelente escolha. Até porque os 8.000 Tenge (menos de 20€) que paguei por um quarto individual incluíam casa de banho no quarto e pequeno-almoço. Esteja preparado para ouvir música e muita animação, uma vez que o Edem é o ponto de encontro da noite do Turkistan (acaba antes da meia-noite).

Uma alternativa sem dúvida melhor (e mais cara) é o Hotel Khanaka, onde também ponderei ficar (mas preferi gastar menos no alojamento). Ambos têm localizações fantásticas, muito perto do Mausoléu de Khoja Ahmed Yasawi. Note que não há muitos hotéis na cidade de Turkistan em que seja possível reservar online, mas é natural que aos poucos vão aparecendo mais.

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Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.