Visitar um estúdio de cinema em Ouarzazate não estava, de todo, na minha lista de prioridades. Mas, estando com os meus filhos, pareceu uma ideia interessante mostrar-lhes o outro lado de um filme (principalmente à mais velha). E assim fomos visitar os Estúdios Atlas.
Tido como um dos primeiros estúdios de cinema do Norte de África, o Atlas tem uma área imensa que permite montar cenários para grandes produções cinematográficas. Imagino que, para muitas produtoras europeias ou norte-americanas, o custo de montar um cenário grandioso em Ouarzazate seja muito mais baixo do que nos seus países de origem. Para além da facilidade com que ali se podem simular ambientes desérticos com construções de adobe.
Ora, alguns desses cenários são adaptáveis e foram sendo utilizados em diversos filmes, ao longo dos anos. Quer isso dizer que as estruturas-base não são destruídas – e são esses cenários que é possível visitar.
Convém fazer um alerta que tem tanto de verdadeiro quanto de evidente: os Estúdios Atlas não são os Universal Studios, nem Ouarzazate é Hollywood. Por outras palavras, modere as suas expectativas.
A minha visita aos Estúdios Atlas (Ouarzazate)
À chegada aos Estúdios Atlas, pagámos as nossas entradas e um guia local ofereceu-se para nos acompanhar. Mesmo sabendo que, muito provavelmente, no final da visita teríamos de pagar, aceitámos a sugestão. E ainda bem que o fizemos porque, de outra forma, e dada a ausência de sinalética apropriada, seria praticamente impossível saber a que filmes se referiam os cenários.
Ao longo das últimas décadas, foram filmadas no Atlas cenas de inúmeros filmes internacionais – alguns bem reconhecidos. Entre eles, a acreditar nas palavras do guia, A Joia do Nilo (Lewis Teague, 1985); Kundun (Martin Scorsese, 1997); O Gladiador, Cercados e Reino dos Céus (todos de Ridley Scott, 2000, 2001 e 2005, respetivamente); Alexandre, O Grande (Oliver Stone, 2004) e Babel (Alejandro González Iñárritu, 2006).
Seja como for, e independentemente dos filmes em questão, para nós foi um prazer andar pelos cenários e apreciar os trabalho de décor. Por exemplo, verificar que os livros que decoram o mosteiro tibetano eram, na verdade, de esferovite; descobrir que as colunas do templo egípcio se movem e que as suas pinturas extraordinárias são, na verdade, papel de parede. E muito mais. Para a minha filha mais velha, foi uma diversão.
No fundo, foi uma hora bem passada para todos.
Não é Hollywood, nem creio que seja uma atividade obrigatória a incluir numa lista com o que fazer em Ouarzazate; mas ainda assim julgo que vale a pena. Especialmente se viajar com crianças adolescentes ou amantes de cinema.
Fotos: alguns cenários dos Estúdios Atlas
Guia prático
Como chegar
Os Estúdios Atlas ficam nos arredores de Ouarzazate. Para quem não tem carro, a melhor forma de lá chegar é de táxi (pode caminhar, mas os táxis são baratos).
Onde ficar
Eu fiquei hospedado no Dar Rita, dos irmãos portugueses João e Rita Leitão, e recomendo vivamente. Fica num bairro tradicional de Ouarzazate, não muito longe do centro; e é, muito provavelmente, um dos mais acolhedores hotéis da cidade.
Para quem prefere mais luxo, os hotéis Le Temple des Arts e Le Petit Riad são excelentes escolhas (embora não sejam baratos). Outras opções bem localizadas e com boa relação qualidade/preço incluem o Dar Bergui, o Riad Dar El Nath e o Rose Noire – estes dois últimos localizados no bairro de Taourirt.
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