Os cenários cinematográficos dos Estúdios Atlas, Ouarzazate

Por Filipe Morato Gomes
Estúdios Atlas Ouarzazate: templo egípcio
Cenário de um templo egípcio

Visitar um estúdio de cinema em Ouarzazate não estava, de todo, na minha lista de prioridades. Mas, estando com os meus filhos, pareceu uma ideia interessante mostrar-lhes o outro lado de um filme (principalmente à mais velha). E assim fomos visitar os Estúdios Atlas.

Tido como um dos primeiros estúdios de cinema do Norte de África, o Atlas tem uma área imensa que permite montar cenários para grandes produções cinematográficas. Imagino que, para muitas produtoras europeias ou norte-americanas, o custo de montar um cenário grandioso em Ouarzazate seja muito mais baixo do que nos seus países de origem. Para além da facilidade com que ali se podem simular ambientes desérticos com construções de adobe.

Ora, alguns desses cenários são adaptáveis e foram sendo utilizados em diversos filmes, ao longo dos anos. Quer isso dizer que as estruturas-base não são destruídas – e são esses cenários que é possível visitar.

Convém fazer um alerta que tem tanto de verdadeiro quanto de evidente: os Estúdios Atlas não são os Universal Studios, nem Ouarzazate é Hollywood. Por outras palavras, modere as suas expectativas.

A minha visita aos Estúdios Atlas (Ouarzazate)

Estúdios Atlas, Ouarzazate
A minha filha posando nos Estúdios Atlas, Ouarzazate

À chegada aos Estúdios Atlas, pagámos as nossas entradas e um guia local ofereceu-se para nos acompanhar. Mesmo sabendo que, muito provavelmente, no final da visita teríamos de pagar, aceitámos a sugestão. E ainda bem que o fizemos porque, de outra forma, e dada a ausência de sinalética apropriada, seria praticamente impossível saber a que filmes se referiam os cenários.

Ao longo das últimas décadas, foram filmadas no Atlas cenas de inúmeros filmes internacionais – alguns bem reconhecidos. Entre eles, a acreditar nas palavras do guia, A Joia do Nilo (Lewis Teague, 1985); Kundun (Martin Scorsese, 1997); O Gladiador, Cercados e Reino dos Céus (todos de Ridley Scott, 2000, 2001 e 2005, respetivamente); Alexandre, O Grande (Oliver Stone, 2004) e Babel (Alejandro González Iñárritu, 2006).

Seja como for, e independentemente dos filmes em questão, para nós foi um prazer andar pelos cenários e apreciar os trabalho de décor. Por exemplo, verificar que os livros que decoram o mosteiro tibetano eram, na verdade, de esferovite; descobrir que as colunas do templo egípcio se movem e que as suas pinturas extraordinárias são, na verdade, papel de parede. E muito mais. Para a minha filha mais velha, foi uma diversão.

No fundo, foi uma hora bem passada para todos.

Não é Hollywood, nem creio que seja uma atividade obrigatória a incluir numa lista com o que fazer em Ouarzazate; mas ainda assim julgo que vale a pena. Especialmente se viajar com crianças adolescentes ou amantes de cinema.

Fotos: alguns cenários dos Estúdios Atlas

Cenário: mosteiro tibetano filme Kundun
Interior de um mosteiro tibetano construído para o filme Kundun, de Martin Scorsese (1997)
Estúdio de cinema Atlas
Há “cidades” inteiras construídas nos Estúdios Atlas
Estúdios cinema Ouarzazate: Atlas
Caminhando entre cenários de filmes

Guia prático

Como chegar

Os Estúdios Atlas ficam nos arredores de Ouarzazate. Para quem não tem carro, a melhor forma de lá chegar é de táxi (pode caminhar, mas os táxis são baratos).

Onde ficar

Eu fiquei hospedado no Dar Rita, dos irmãos portugueses João e Rita Leitão, e recomendo vivamente. Fica num bairro tradicional de Ouarzazate, não muito longe do centro; e é, muito provavelmente, um dos mais acolhedores hotéis da cidade.

Para quem prefere mais luxo, os hotéis Le Temple des Arts e Le Petit Riad são excelentes escolhas (embora não sejam baratos). Outras opções bem localizadas e com boa relação qualidade/preço incluem o Dar Bergui, o Riad Dar El Nath e o Rose Noire – estes dois últimos localizados no bairro de Taourirt.

Para outras opções de alojamento em Ouarzazate, utilize o link abaixo.

Pesquisar hotéis em Ouarzazate

Seguro de viagem para Marrocos

Mesmo que a viagem seja de curta duração, é fundamental ter um seguro de viagem com boas coberturas para viajar com paz de espírito. E, para mim, os seguros da IATI são os melhores e mais completos do mercado.

Entre eles, costumo recomendar o IATI Estrela - é o seguro que faço nas minhas viagens. Mas, não sendo os custos da saúde em Marrocos demasiado elevados, talvez o IATI Standard seja suficiente. Tem cobertura para COVID-19, não tem limite de idade nem franquias, cobre até 250.000€ em gastos médicos (em vez de um milhão) e não é preciso adiantar dinheiro em consultas ou hospitalização.

Fazer seguro para Marrocos (com 5% de desconto)

Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

Deixe um comentário