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Granada, a jóia colonial da Nicarágua

Convento e igreja de São Francisco, Granada
Convento e igreja de São Francisco, Granada

O epíteto de “mais pobre país da América Central” não ajuda a atrair turistas à Nicarágua, mesmo à jóia colonial de Granada. Melhor para quem se atreve, porque a Nicarágua é uma caixinha de surpresas. Agradáveis. A começar pelos hospitaleiros nicas, pelas belezas naturais como o vulcão Nindirí e a ilha de Ometepe e, claro, pela cidade de Granada. Relato de uma viagem a Granada, entre duas garfadas de gallo pinto.

Nicarágua, caixinha de surpresas

Nicarágua. Pode não ter os parques naturais de excelência, o ecoturismo desenvolvido, o nível de vida e os resorts da Costa Rica. Pode não ter as minorias étnicas, os mercados a transbordar cor e as sublimes ruínas Maia da Guatemala. Pode não ter as ilhas de coral, a cultura Garifuna e a selva Moskitia das Honduras. Pode não ter a capital cosmopolita, o mediático canal, o arquipélago Bocas del Toro e os índios Kuna do Panamá. Pode não ter as ondas perfeitas para o surf de El Salvador, nem os locais de mergulho mundialmente famosos do Belize.

Pode até ser o mais pobre país da América Central, marcado por anos de violência e de incerteza política. E pode até ser turisticamente ofuscado pelo mais popular dos seus vizinhos, a Costa Rica, mas a Nicarágua é, sem dúvida, e até por isso, um dos mais surpreendentes destinos da América Central.

Pescador na ilha Ometepe, lago Cocibolca, Nicarágua
Ao fim da tarde, com o vulcão Concepción ao fundo, um jovem pescador lança a rede no Lago Cocibolca, ilha de Ometepe

Os seus atributos são imensos, e não é preciso muito tempo para o viajante se apaixonar por uma cidade, uma pessoa, uma praia. Foi o que aconteceu ao catalão António Prieto, que largou uma vida de conforto em Espanha para fundar uma organização que se dedica a proporcionar uma vida melhor a algumas crianças de Granada, tirando-as da agrura das ruas e providenciando a sua educação.

Já lá vão mais de três anos desde que António se instalou em Granada, e voltar para a Europa está fora de questão. Para ele, tudo começou com uma tempestade diluviana que o aprisionou a uma aldeia a caminho da Guatemala, onde ficou durante vários dias “numa casa por acabar, dormindo na pior cama da sua vida, mais perdido do que nunca”, e onde a principal preocupação rapidamente se tornou “arranjar o que comer”.

Os sentimentos falaram depois. “Quando as chuvas amainaram e já nada me prendia ali, não consegui ir embora; o vínculo criado com as crianças fez-me tomar duas decisões importantes: viver na Nicarágua e ajudar algumas crianças cujo único pecado era serem pobres”.

É assim a Nicarágua. Pobre mas apaixonante, pobre mas solidária, pobre mas rica. Mais um exemplo da bondade e alegria do seu povo, apenas um entre muitos outros: os autocarros escolares norte-americanos que fazem as vezes de transporte público de passageiros – por vezes com o eufemismo “Expresso” estampado na fronte – são velhinhos e desconfortáveis e podem avariar a qualquer instante (e avariam de facto, com frequência), mas transportam gente que sorri mesmo quando estão cinco passageiros sentados num banco para três, gente que se levanta sem cerimónia para dar lugar a uma mãe com um bebé ao colo ou a uma velhinha carregada de sacos, gente que toma uma criança alheia no seu colo quando o espaço não dá para mais, gente que ajuda o forasteiro de olhar perdido de forma desinteressada. Assim são os nicas – alcunha por que são conhecidos os habitantes da Nicarágua.

Centro histórico de Granada
Fachada no centro histórico de Granada

Com um povo deste quilate, quase se torna irrelevante e seguramente secundário fazer referência à colonial cidade de Granada, cuja única rival na América Central em termos de arquitectura colonial será, porventura, a inigualável Antígua, na Guatemala; à autenticidade de León, cidade jovem e bonita mas sem os retoques de fachada da mais visitada Granada; ao Parque Natural do Vulcão Masaya, dentro do qual o vulcão Nindirí continua activo e fumegante; à Lagoa Apoyo, cuja vista a partir do Miradouro de Catarina é uma daquelas em que o lugar-comum deixa o visitante com a respiração cortada; à muito elogiada ilha de Ometepe, onde o viajante penetra sem se aperceber num pais profundo e isolado, protegido pela imensidão das águas do Lago Cocibolca; às ilhas Corn, pequena e grande, nas Caraíbas nicaraguenses; às plantações de café de Esteli e Matagalpa; à tradicional cerâmica de Masaya, elaborada manualmente em ateliers familiares de pequenas aldeias do centro do país; e à gastronomia aceitável, dominada pela galinha e pelos populares gallo pinto e vigorón, que não deixam estômago algum a roncar de fome.

Nicarágua. Vive com o epíteto de “mais pobre país da América Central” e isso, seguramente, não ajuda a atrair turistas. Melhor para quem se atreve, que visita um país fascinante sem a incómoda companhia de turistas em excursão. É que a Nicarágua surpreende e deixa marcas, mesmo durante uma tormenta, numa cama ruim de uma casa inacabada e com pouca comida. Que o digam todos os Antónios que não mais regressaram a casa…

Granada, bela e colonial Granada

Haja apenas tempo ou oportunidade para visitar um local na Nicarágua e a escolha recairá seguramente sobre a colonial cidade de Granada. É uma urbe colorida, bonita e bem cuidada, com arquitectura de inspiração europeia razoavelmente preservada, suficientemente grande para ter tudo mas suficientemente pequena para ter poucas afinidades com o caos da capital Manágua. Os edifícios recuperados mantêm a imponência e a elegância de outrora, as fachadas são ricamente trabalhadas, protegendo no seu interior pés-direitos verdadeiramente impressionantes.

Igreja La Merced, em Granada
Vista a partir do campanário da Igreja La Merced, em Granada

Tal como em quase todas as cidades da América Central, o epicentro da urbanidade de Granada é, sem surpresa, a imensa Praça Central, rectângulo ajardinado onde se situa a catedral da cidade pintada de um amarelo resplandecente que se revigora quando os últimos raios de sol a fustigam, oblíquos.

É daí que começa La Calzada, artéria pedonal que sai do parque central em direcção às margens do imenso Lago Cocibolca, um passeio de quilómetro e meio que leva os visitantes até ao exacto local de onde parte um ferryboat semanal com destino à ilha de Ometepe. Não muito longe da Praça Central, fica aquela que é por muitos considerada a mais bonita igreja de Granada, de seu nome La Merced.

Vale a pena a referência até porque é permitida a subida à torre do campanário, de onde se obtêm magníficas vistas sobre boa parte do centro histórico. Há ainda a Igreja de Xalteva, o Convento e Igreja de São Francisco e muitos outros exemplares da arquitectura religiosa colonial a merecerem uma visita.

Vagueando pela cidade ao sabor do instinto e dos encontros, sem rumo predeterminado, estes foram dias em que os passeios não raras vezes acabavam num qualquer muro ou banco de jardim, à conversa com habitantes da cidade, novos e velhos – principalmente estes últimos, que fazem dos parques e praças a sua casa diurna -, naquele que é para mim um dos maiores prazeres de viajar: conhecer gente!

Masaya, região de vulcões, lagoas e artesanato

Era manhã cedo mas a temperatura do pequeno quarto já me empurrava para as ruas da cidade. António encontrava-se na recepção do seu hostel e, à pergunta sobre sugestões de passeios ali por perto, imprimiu prontamente as instruções para um percurso já preparado, destinado a viajantes que dispensam o conforto das excursões organizadas para conhecer um pouco mais da região em torno de Granada. “A duas quadras de distância apanhas o autocarro que vai para Manágua, sais à porta do Parque Natural, caminhas ou apanhas boleia até à cratera do vulcão, desces de novo para a estrada nacional, autocarro para Masaya, visitas o mercado central, de lá outro autocarro para Catarina, sobes ao miradouro para ver a Lagoa Apoyo, em Catarina ou San Juan de Oriente vês como se fazem as cerâmicas e depois regressas noutro autocarro para Granada. Garanto-te que passas um belo dia fora da cidade”, concluiu. E tinha razão.

Vulcão Nindirí, Parque Nacional do Vulcão Masaya
Vulcão Nindirí, no Parque Nacional do Vulcão Masaya

O Parque Nacional do Vulcão Masaya fica a escassos quilómetros da homónima cidade, famosa pela cerâmica que ali se produz, e a pouco mais de uma hora de distância de Granada. O autocarro estava, como sempre, apinhado. Vários passageiros fizeram por garantir que eu saía no local certo, à entrada do Parque. O primeiro carro que passou após o guichet dos guardas florestais transportava um jovem casal nicaraguense oriundo de Manágua com trejeitos de recém-casados, e parou assim que o meu polegar foi levantado ao vento.

Após seis quilómetros de estrada asfaltada encosta acima, a imagem dominante passou a ser a das fumarolas do vulcão Nindirí, activo e impressionante, que libertava um espesso fumo branco que enevoava o ar e dificultava a respiração. O vulcão Masaya, por seu turno, visto encontrar-se extinto, não compete em atractividade com as fumarolas do Nindirí. De regresso à estrada nacional, uma carrinha com um grupo de quatro turistas norte-americanos a passar férias na Costa Rica decidiu parar ao sinal do polegar. Por feliz coincidência, seguiam para o mercado “velho” de Masaya, próxima paragem no itinerário do dia.

Na verdade, o mercado “velho” é um mercado turístico num edifício bonito, com preços algo inflacionados. Melhor é seguir para o verdadeiro mercado local, sujo e mal cheiroso mas autêntico, e de onde, aliás, partem os autocarros rumo a Catarina. Aí, uma curta caminhada por uma rua sem saída leva os viajantes ao miradouro da localidade, onde os aguarda uma vista arrebatadora sobre a Lagoa Apoyo, numa cratera de um vulcão extinto. Catarina e a vizinha San Juan del Oriente são também excelentes locais para adquirir as famosas cerâmicas de Masaya, pois boa parte delas são ali produzidas.

O regresso a Granada foi feito sem história, a bordo de novo school bus amarelo norte-americano, transformado em autocarro de passageiros na Nicarágua. Os vulcões seguiram na memória.

Ilha de Ometepe, a Nicarágua profunda

Vindo de Granada, assim que se penetra no interior da ilha de Ometepe rumo ao lugarejo de Mérida imediatamente se percebe a imersão numa Nicarágua profunda, verdadeiramente pobre e despida de infra-estruturas como habitações condignas e estradas merecedoras desse nome. Ficaram para trás os belos edifícios coloniais, a urbanidade, a cultura e os restaurantes para dar lugar a um outro tipo de beleza, rude e simples, por entre florestas e mosquitos, numa ilha desenhada em forma de oito, fruto da presença de dois cones vulcânicos lado a lado.

Turistas em Mérida, ilha Ometepe
Dois turistas aproveitam os últimos raios de sol em Mérida, ilha Ometepe

Ometepe é a maior das quatro centenas de ilhas do Lago Cocibolca, também conhecido por Lago Nicarágua. As horas têm minutos mais longos – a única explicação plausível para o tempo passar tão devagar – e o maior prazer do dia podem ser coisas tão simples como observar um jovem pescador lançar a sua rede enquanto o sol se esconde para lá do horizonte, com o vulcão Concepción abraçado por um anel de nuvens em pano de fundo.

Para os mais activos, há a possibilidade de fazer caiaque no Cocibolca, com entrada nos pântanos do Rio Istian (excepto nos meses secos de Maio e Junho) para observar caimões, tartarugas e variadíssimas espécies de pássaros.

Ou percorrer a ilha de BTT, conhecer a arte rupestre ali existente, subir os cones dos vulcões Maderas e Concepción através de trilhos que penetram em florestas numa paisagem em constante mutação à medida que a altitude aumenta. Ou, simplesmente, desfrutar das águas do lago para um mergulho descontraído, esticar o corpo numa rede e não fazer nada.

Para qualquer viajante que se canse da vida urbana de Granada, Ometepe é o lugar ideal para relaxar e retemperar energias, num ambiente básico mas acolhedor. É fácil lá chegar, a viagem apenas requer algum tempo e muita paciência, especialmente se optar por locais para lá de Santo Domingo, a caminho da longínqua Mérida, onde a palavra estrada não passa de um eufemismo. Mas vale a pena!

Campanário da igreja La Merced, em Granada
Vista a partir do campanário da Igreja La Merced, em Granada
Criança em Catarina, Nicarágua
Criança em Catarina, Nicarágua
Parque Nacional do Vulcão Masaya, Nicarágua
Parque Nacional do Vulcão Masaya, Nicarágua
Lagoa Apoyo do miradouro de Catarina
Lagoa Apoyo vista a partir do miradouro de Catarina

Voluntariado na Nicarágua

Para quem tem tempo e vontade de o partilhar ajudando outras pessoas, a América Central é terreno fértil para projectos de cariz social orientados por organizações não governamentais. Infeliz (porque significa que há muita gente a precisar de ajuda) ou felizmente (porque significa também que há muita gente disposta a ajudar quem precisa), a Nicarágua não foge à regra.

Entre as propostas que tivemos oportunidade de conhecer, atente no trabalho do Centro Social Tio António, em Granada, que tira crianças da rua e lhes proporciona educação, tecto e esperança; na Building New Hope, projecto de desenvolvimento sustentável que aceita voluntários principalmente na área do ensino e apoio à educação de crianças; na Casa de La Esperanza, cujos voluntários constroem com as suas mãos habitações básicas mas dignas para famílias carenciadas que vivem na periferia de Granada; na Hacienda Mérida, na ilha de Ometepe, que contribui para o CICO – Centro Infantil Comunitário de Mérida, um projecto pré-escolar 100% dependente do voluntariado para ensinar crianças até seis anos de idade; e na organização Sí a la Vida e sua Casa Nuevo Amanecer, refúgio para crianças retiradas das ruas de Manágua.

Estação de autocarros em Masaya, Nicarágua
Estação de autocarros em Masaya, Nicarágua
Autocarro de passageiros, Granada
Autocarro de passageiros, Granada
Fábrica em Granada, Nicarágua
Trabalhador da indústria do calçado numa rudimentar fábrica de Granada

Guia prático

Este é um guia prático para viagens a Granada e ilha de Ometepe, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região.

Localização geográfica da Nicarágua

A Nicarágua é um país localizado no coração da América Central, encravado entre as Honduras, a Norte, e a Costa Rica, a Sul. Muito perto desta fronteira fica o enorme Lago Cocibolca, também conhecido por Lago Nicarágua, cujas águas bordejam a cidade de Granada e dão abrigo à ilha de Ometepe.

Quando ir

Nas regiões próximas da costa do Pacífico a estação das chuvas vai de Maio a Novembro, com especial predominância nos meses de Setembro e Outubro, pelo que a melhor altura para visitar é entre Novembro e Abril, época coincidente com o chamado Verão ou estação seca.

Como chegar a Granada

A Iberia tem voos para Manágua, via Madrid, com preços mínimos de 1.100 euros, exceptuando promoções ocasionais. Muito mais económico é apanhar um voo desde Madrid ou Londres – a cidade europeia com melhores tarifas transatlânticas -, sendo que, neste último caso, uma alternativa de qualidade bem superior à Iberia é a Continental, que voa para Manágua, via Houston, com preços normalmente a rondar os 650 euros.

Uma vez no aeroporto internacional da capital Manágua, sugere-se o transfer para Granada da empresa Paxeos, a 16 dólares norte-americanos por pessoa. A partir de Granada para todos os locais referidos nesta reportagem, a forma mais barata e autêntica, embora por vezes demorada, são os autocarros locais, cujos preços raramente ultrapassam um euro por trajecto.

Para viagens terrestres desde países como Panamá, Costa Rica, Honduras, El Salvador ou Guatemala, sugere-se que verifique as rotas e preços do Tica Bus, pois o custo extra quando comparado com o transporte em múltiplos autocarros locais é compensador em termos de rapidez, conforto e facilidade na travessia das fronteiras. Os autocarros da Tica passam em Granada e León. Infelizmente, porém, os seus motoristas não raras vezes participam num esquema cujo objectivo é extorquir os passageiros em alguns dólares nas fronteiras entre os países que fazem parte do acordo transfronteiriço [ver Vistos, abaixo].

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Onde ficar

Em Granada, abundam as opções hoteleiras, para todos os gostos e preços. Para algum luxo e conforto, a colonial Casa San Francisco, localizada na esquina do homónimo convento, é uma escolha praticamente imbatível em termos de preço (duplos entre 40 e 55 USD) mas, caso pretenda que o seu dinheiro seja utilizado em causas indiscutivelmente mais nobres, sugere-se a companhia do espanhol “Tio” António, radicado em Granada há mais de três anos.

Ele gere o Hostal Dorado (Rua Real Xalteva, Granada) e uma Organização Não Governamental de apoio a crianças resgatadas das ruas de Granada chamada Centro Social Tio António, sendo a pousada uma forma de suportar o projecto social. Um quarto duplo sem casa de banho custa 17 dólares, com casa de banho entre 20 e 25 dólares por noite.

Na ilha de Ometepe, os viajantes afluem com mais frequência às aldeias de Santo Domingo e Mérida – a nossa preferida. Em Mérida está instalado aquele que muito provavelmente é o melhor hotel rural da ilha: o Hotel La Omaja, localizado na encosta do vulcão Maderas e onde um quarto duplo custa 35 ou 45 dólares, consoante tenha ou não ar condicionado, televisão e água quente.

Um pouco abaixo, nas margens do lago fica uma das pousadas mais populares entre os viajantes “de mochila às costas”, Hostel Hacienda Merida de seu nome, um lugar simples mas decorado com bom gosto e em sintonia com o meio envolvente que oferece um ambiente descontraído para viajantes de todo o mundo. Camas a partir de 6 dólares, quartos duplos desde 20 dólares. Quanto à praia de Santo Domingo, ela é a mais popular da ilha e oferece bastantes opções de alojamento localizados porta com porta: verifique três ou quatro e escolha a opção que melhor se adeque ao seu orçamento e estilo de viagem.

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Gastronomia da Nicarágua

No que toca à gastronomia local, não há como escapar ao tradicional gallo pinto e ao vigorón. O primeiro é o nome dado ao omnipresente arroz com feijão frito que acompanha a maioria das refeições, pequeno-almoço incluído. Quanto ao vigorón, trata-se de um prato composto por yucca frita (um tubérculo parecido com batata muito utilizado em vários locais da América Central e Caraíbas), chicharrón (torresmos – pele de porco frita) e salada de couve.

Passeios em redor de Granada

Para um dia agradável passado fora de Granada, é possível viajar em transportes públicos num circuito que engloba passagem pelo Parque Nacional do Vulcão Masaya, pelo mercado de Masaya, por Catarina e Lagoa Apoyo. Para tal, tome manhã cedo um autocarro em direcção a Manágua e peça ao motorista para o deixar na entrada do Parque Nacional do Vulcão Masaya, onde um dos vulcões – o Nindirí – se encontra activo. Caminhe cerca de seis quilómetros até ao vulcão, ou apanhe uma boleia dos carros que passam esporadicamente.

Uma vez regressado à estrada, apanhe novo autocarro em sentido contrário, até Masaya, para visitar o mercado local e apreciar a famosa cerâmica da região. No parque junto ao mercado, há autocarros que partem em direcção a Catarina, onde tem que caminhar cerca de 15 minutos desde a estrada nacional até ao miradouro (entrada 20 Córdobas), que oferece vistas magníficas sobre a Lagoa Apoyo. Havendo tempo, passe pela vizinha San Juan de Oriente. De regresso à estrada, apanhe autocarro para Granada, onde chegará a meio da tarde.

Tendo pelo menos três dias extra, a visita à ilha de Ometepe, no Lago Cocibolca, proporciona uma agradável mudança de ares. Com menos dias, fica apertado e passará uma boa parte do tempo em trânsito.

O que comprar

Granada é a cidade da Nicarágua onde o turismo está mais desenvolvido, o que significa a existência de uma maior oferta de produtos regionais mas também de preços mais elevados. Para comprar a bonita cerâmica da região de Masaya sugere-se uma deslocação ao Mercado Velho de Masaya, recentemente renovado ou, melhor ainda, as pequenas lojas existentes nos povoados de Catarina e San Juan de Oriente.

Vistos de turismo

Os cidadãos portugueses não necessitam de visto de turismo para entrar na Nicarágua. À chegada ao aeroporto há que pagar cinco dólares norte-americanos de taxa turística (pagos em notas de dólares). De resto, saiba que está em vigor um acordo transfronteiriço que deveria isentar de pagamentos adicionais quem quer que circule entre a Nicarágua, El Salvador, as Honduras e a Guatemala. A realidade nos postos fronteiriços é um pouco distinta e nem sempre o acordo é cumprido; muitas vezes são exigidos aos turistas pequenos montantes de entrada ou saída nas fronteiras entre os quatro países, dinheiro esse que, muito provavelmente, segue directamente para os bolsos de alguns guardas.

Por fim, note que não existe representação diplomática portuguesa na Nicarágua, sendo os assuntos deste país acompanhados pela Embaixada de Portugal na Cidade do México.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.