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Kudeejeen, o bairro português de Bangkok

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Ásia Bangkok Tailândia
Atualizado em 17.04.2023 | Tempo de leitura: 5 minutos

Kudeejeen, Bangkok
As ruelas de Kudeejeen, o bairro português de Bangkok

Regressei à Tailândia 14 anos depois da primeira vez, em plena viagem à volta do mundo que haveria de mudar a minha vida. Na altura, optei por ficar em Khao San Road, a infame Meca dos mochileiros, e pouco me aventurei para além dos templos da margem esquerda do Rio Chao Phraya e das noitadas aquecidas com Singha e Tiger Beer. Pior, não me recordo sequer de ter ouvido falar de Kudeejeen (ou Kudichin), o bairro português de Bangkok.

Desta vez foi diferente, e fiz de Kudeejeen (ou Kudichin) a minha prioridade na fugaz passagem pela capital tailandesa, antes de prosseguir para as ilhas mágicas da região de Trat.

O que fazer em Kudeejeen: Thanusingha Bakery House
“Bolos portugueses” na Thanusingha Bakery House

Há quem lhe chame Little Portugal, fruto da notória influência portuguesa, ainda que diluída pelo tempo, que emana das ruelas de Kudeejeen. Como é natural, ao longo dos tempos, muitos dos costumes e tradições trazidas pelos portugueses foram desaparecendo ou mesclando-se com a cultura local.

Mas nem por isso, mais de 500 anos depois, Kudeejeen deixa de ser o bairro português de Bangkok. Eis como tudo começou.

Breve história de Kudeejeen

Igreja de Santa Cruz, Bangkok
Igreja de Santa Cruz, em Bangkok

Os portugueses chegaram pela primeira vez ao Reino de Siam no ano de 1511, e estabeleceram desde cedo relações comerciais com o reino. Oportunidade de comércio livre em troca de armas e munições, ao que consta; e as relações foram prosperando.

Na altura, a capital de Siam estava localizada em Ayutthaya; mas um ataque das tropas birmanesas em meados do século XVIII deixou a capital em ruínas. Foi quando o Rei decidiu transferir a capital para Thonburi, nas margens do Rio Chao Phraya, território onde Bangkok está hoje instalada.

À comunidade portuguesa que vivia em Ayutthaya foi então oferecido um pedaço de terra em Thonburi; e, porventura a prova maior da perfeita integração da comunidade, foi mais tarde permitida a construção da Igreja de Santa Cruz – ainda hoje de pé e ponto nevrálgico da comunidade.

E assim nasceu Kudeejeen, o bairro português de Bangkok.

A minha visita a Kudeejeen

Thanusingha Bakery House, Kudeejeen, Bangkok
A pequena Thanusingha Bakery House, no bairro português de Kudeejeen (ou Kudichin)

Era segunda-feira quando fui visitar Kudeejeen. E isso queria dizer que, infelizmente, o bairro tinha menos vida, com muito do comércio – e inclusive o Museu Baan Kudichin – fechado. Foi um erro de planeamento mas, ainda assim, valeu a pena.

Percorri as ruas estreitas e quase desertas de Kudeejeen, perto das quais convivem o templo chinês Kuan An Keng, o templo budista Wat Kanlayanamitr e a igreja de Santa Cruz – que tentei, sem sucesso, visitar.

Havia bonecos do Pai Natal e mensagens de “Merry Christmas” em algumas fachadas. Os muros com pinturas davam-lhe vida e cor. As casas de madeira, algumas mal conservadas mas todas muito bonitas, chamavam a atenção. Tal como o facto das ruas estarem praticamente despidas de gente.

Habitantes de Kudeejeen
Descendente de portugueses (sétima geração) numa rua de Kudeejeen

Foi quando me cruzei com uma simpática vendedora de rua com coscorões no cardápio.

Através da tradução de um guia tailandês, deu para perceber que pertencia à sétima geração de portugueses a viver em Bangkok. Foi das poucas habitantes locais que encontrei em Kudeejeen naquele início de semana.

Passei então diante do pequeno Museu Baan Kudichin (que já sabia fechado), todo ele dedicado à relação histórica do Reino de Siam com Portugal. Consta ter belíssimos azulejos portugueses, mas não tive como comprovar. Deu, ainda assim, para apreciar a bonita zona exterior da casa onde o museu está instalado.

Museu Baan Kudichin, Bangkok
Vista do Museu Baan Kudichin, no bairro português de Bangkok

Já perto do final da visita a Kudeejeen, entrei na Thanusingha Bakery House. A ideia era refugiar-me do ambiente quente e húmido do exterior, descansar um pouco e provar os chamados kanon farang, bolinhos feitos de farinha, ovos e açúcar com frutas cristalizadas no topo e tido como de origem portuguesa.

A meu pedido, fui convidado a conhecer o processo de fabrico, familiar e artesanal, desde a mistura dos ovos até à colocação da massa em formas prontas a ir ao forno. No final, o resultado é de facto agradável ao palato, pese embora a associação a qualquer sabor português não fosse imediata.

Na verdade, dá para perceber as raízes – um misto de queque com bolo de prata – mas, 500 anos depois, os sabores portugueses estão como que diluídos pelo tempo. É normal.

Thanusingha Bakery House
Thanusingha Bakery House

Se recomendo visitar Kudeejeen, o bairro português de Bangkok? Sim, claramente. Mas de preferência noutro dia da semana, para o conhecer mais vibrante e povoado.

Guia prático

Como chegar

Estando em Bangkok, não é difícil chegar a Kudeejeen de transportes públicos. Para tal, basta seguir de metro até à estação Sanan Chai e daí caminhar até ao Astadang Pier (300 metros), onde pode apanhar um barco para a margem oposta do rio (60 bath). Vai desembarcar junto ao Wat Kanlayanamit, a dois passos do bairro português.

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Onde ficar

Escrevi um texto sobre onde ficar em Bangkok, cuja leitura recomendo, onde explico as vantagens e desvantagens de cada região.

Em resumo, os maravilhosos Hotel Muse (em Siam) e Avani Riverside Hotel (junto ao rio) são escolhas sem erro (embora caras). Num segmento mais acessível, o bed & breakfast Innspire Bangkok (perto de Khao San Road); o irreverente Chocolate Box Mint (em Silom); e a guesthouse a House of Papa (em Siam) são tudo escolhas acertadas.

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Viajei para Bangkok a convite do Turismo da Tailândia.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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