Moinhos da Tia Antoninha, turismo sustentável

Por Ana Isabel Mineiro

Mais do que um lugar bonito e confortável, mais do que um sítio para dormir na Serra de Leomil, perto de Lamego, os Moinhos da Tia Antoninha são um belíssimo exemplo de como o respeito pelo ambiente compensa. Visita à casa de turismo rural Moinhos da Tia Antoninha.

Moinhos da Tia Antoninha

Não há painéis solares à vista, cabos ou postes pelas vizinhanças, edifícios de arquitetura minimalista para esconder pequenas centrais elétricas. Apenas a serra, o ocasional palheiro, campos agrícolas e prados que se estendem ao longo da pequena ribeira de Valongo, um ou outro castanheiro, oliveiras e mesmo uma dúzia de pinheiros.

Confundindo-se com uma paisagem feita de granito e vegetação baixa, escondidos por ramagens de oliveiras e castanheiros, os Moinhos da Tia Antoninha sempre estiveram divididos por socalcos, em três grupos de edifícios, cada um com o seu moinho, para além de habitações, palheiros e forno de pão. Todos eles aproveitavam a água da ribeira, que corria e continua a correr numa levada alimentada por um açude. Ficam a um quilómetro da vila de Leomil, junto a Moimenta da Beira, e pertenciam a uma tia de Eduardo Rocha que, ao herdá-los do pai, planeou transformá-los num projeto ligado ao ecoturismo.

A discrição é total: as casas baixas dos moinhos parecem submersas na paisagem. E é esta combinação entre a beleza do lugar, encaixado num pequeno vale formado pelas pregas da Serra de Leomil, o seu ambiente rural, e o aproveitamento da mais moderna tecnologia para a auto-sustentabilidade energética, que acabou por fazer deste projeto um exemplo a seguir.

A questão da sustentabilidade e da auto-suficiência energética foi uma opção de princípio que já lhe mereceu a “Chave Verde” da Associação Bandeira Azul da Europa, certificando que os Moinhos da Tia Antoninha são um “Empreendimento Turístico Sustentável”. Sem entrar em detalhes: a água, de grande pureza, é fornecida por dois furos artesianos; o aquecimento central consegue-se através de uma caldeira de policombustíveis que funciona à base de biomassa vegetal; uma micro-hídrica garante a independência energética, recuperando o “antiquado” aproveitamento da força motriz da água que corre pelos trezentos metros de levada até aos moinhos, e que agora produz, em conjunto com três grupos de painéis solares, toda a eletricidade necessária para iluminação e aquecimento das águas.

A recuperação e crescimento dos edifícios manteve a pedra de granito e a telha antiga, juntando-se-lhe a pintura em amarelo-ocre – também usado tradicionalmente na zona – nas novas paredes que ajudaram a transformar as ruínas em cinco quartos e um apartamento, espaçosos e confortáveis, todos assinalados com um nome relacionado com a sua localização ou função no passado.

O hectare e meio de terreno que temos ao dispor ganhou também uma piscina fluvial para as tardes quentes de verão e uma grande área comum de lazer para piqueniques, leituras, passeios. Ou provas de vinhos, festas, etc. – o que fica do local é a ideia de um sossego recatado e harmonioso, que podemos aproveitar da maneira que desejarmos.

Muito mais vistosas que este pequeno complexo são as grandes eólicas no alto da Serra de Leomil, que nos chamam para um passeio com vistas que chegam longe. Eduardo tem todo o prazer em indicar as possibilidades de exploração aos visitantes – incluindo as antas e o “castelo” pré-histórico no cimo do monte – a pé, de bicicleta ou de burro. E nos moinhos podemos encomendar uma refeição de gastronomia regional, geralmente rica em carnes, que nos aguardará depois do passeio. Do pequeno-almoço constam também as compotas caseiras e o pão local, servido numa mesa comum a todos. E para completar a oferta turística, existem programas completos mas sazonais, que incluem o acompanhamento do fabrico do pão à maneira tradicional, assim como a produção do vinho desde as vindimas.

Guia prático

Este é um pequeno guia com informação prática para planear a sua estadia na casa de turismo rural Moinhos da Tia Antoninha.

Como chegar aos Moinhos da Tia Antoninha

Seguir em direcção a Lamego, tomando a IP4 ou a IP3, conforme o ponto de partida. Sair da IP4 em direção a Peso da Régua e depois Moimenta da Beira pela N226; Leomil fica perto de Moimenta da Beira e para chegar ao lugar de Lebrais atravessa-se a povoação.

Reservar Moinhos da Tia Antoninha

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Ana Isabel Mineiro

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