Alma de Viajante

Blog de Viagens de Filipe Morato Gomes

  • Destinos A-Z
  • Portugal
  • Brasil
  • África
  • América
  • Ásia
  • Europa
  • Oceânia
Destino: Ásia » Mongólia » Percalços na Verdejante Mongólia Central (VM #07)

Percalços na Verdejante Mongólia Central (VM #07)

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 21 Jul 2017 | Volta ao Mundo Ásia Mongólia 1 comentário

Tsertserleg, Mongólia

Depois de uma semana a viajar pelo Deserto de Gobi, chegar às estepes da Mongólia Central proporcionou uma agradável mudança de cenário. Surgiu a água, o verde, mais vida. Mas nem tudo foi perfeito. Os azares acontecem, ao melhor estilo mongol.

Os dias passados no deserto de Gobi foram uma admirável experiência. Mas sabe bem ouvir de novo a água correr rio abaixo. E perder o olhar no verde viçoso que pinta encostas e vales na zona central da Mongólia. Passear nas margens de um lago imenso e tranquilizador ou observar o horizonte agora marcado pelas curvas insinuantes de montanhas em salto alto. Não há dúvida. A paisagem mudou desde que voltámos a ter o norte como alvo. Pedras por árvores e arbustos, camelos por cavalos e iaques, planícies por planaltos e montanhas, lentamente o quadro que nos envolve foi-se tornando menos rude, mais frondoso. Talvez mais bonito. Diferente.

Traje tradicional de uso quotidiano nas estepes da Mongólia central
Traje tradicional de uso quotidiano nas estepes da Mongólia central

Chegamos a Orkhon reconfortados com a ideia de um dia de descanso neste ambiente bucólico. Será o primeiro dia sem condução desde que partimos para esta expedição todo-o-terreno, pausa muito bem-vinda depois de milhar e meio de quilómetros de abanões e solavancos por caminhos inenarráveis. E Orkhon é um lugar magnífico para relaxar. Não há nada à nossa volta, nenhuma povoação, nada. Apenas pequenos conjuntos de gers plantados nas proximidades do rio que corre calmo e lento. Centenas de cavalos vagueando elegantemente em busca de pasto. E verde, muito verde em todas as direcções. Outros viajantes tinham-nos falado da excelência deste lugar, de quanta pena tinham tido por não poder ficar mais tempo, queixavam-se enfim de ter passado por aqui demasiado rápido. Compreendo os motivos. O vale é belíssimo, sem dúvida, e vindos do deserto esse encanto é como que uma miragem tornada realidade.

Mas nem tudo foi perfeito nesta passagem pela Mongólia central. Algo muito estranho sucedeu, aliás. Pela primeira vez nesta viagem, crianças lançaram pedras contra a nossa carrinha como se de um jogo se tratasse. Tiro ao alvo. Em movimento. Já tinha escutado histórias de ciclistas apedrejados por miúdos nas estradas do Tibete, mas nunca nenhuma referência a este tipo de comportamento relativamente à Mongólia. Atitude estranha esta, ainda mais num país de gente tão afável e hospitaleira. Um caso isolado, provavelmente.

E a carrinha, preparada e acostumada a estes terrenos difíceis, pela primeira vez cedeu. Foi à passagem pela antiga capital Kharkhorin que se recusou a colaborar. Parou. Avariou. “Machine no good” – palavras do nosso simpático condutor Nêma, proferidas em simultâneo com o típico gesto mongol de mostrar o punho cerrado elevando somente o dedo mindinho. Simboliza algo de mau, desacordo, reprovação, muito a propósito quando acabamos por ficar retidos durante mais de seis horas numa estrada de terra batida às portas de Kharkhorin.

Vale de Orkhon, Mongólia
Vale de Orkhon, Mongólia

Afortunadamente, sucedeu perto de uma povoação. Deambulámos pelo mercado local, atrevemo-nos a entrar num minúsculo restaurante despido de gente e comer o que calhar – carneiro com algo mais, pela enésima vez -, matámos o tempo enquanto Nêma solucionava o problema mecânico. E decidimos visitar o famoso Mosteiro de Erdene Zuu situado nos arredores da cidade e uma das grandes atracções do país, segundo consta. Uma enorme desilusão. Fama desmerecida.

Nêma lá conseguiu solucionar o problema. Com criatividade e imaginação. E a ajuda de outros condutores que passam e param e oferecem auxílio. Sinto como verdadeiro que onde menos há mais as pessoas são solidárias, cooperantes e engenhosas, inventivas, a arte da sobrevivência tornada parte integrante do quotidiano. Olho para o corpo da sorridente Sophie, companheira de viagem onde habitam para a eternidade uns caracteres tatuados em árabe no fundo das costas: “A imaginação é a luz da alma”. E do desenrascanço. A carrinha arranca novamente.

Esta é a capa do livro «Alma de Viajante», que contém as crónicas de uma viagem com 14 meses de duração - a maioria das quais publicada no suplemento Fugas do jornal Público. É uma obra de 208 páginas em papel couché, que conta com um design gráfico elegante e atrativo, e uma seleção de belíssimas fotografias tiradas durante a volta ao mundo. O livro está esgotado nas livrarias, mas eu ofereço-o em formato ebook, gratuitamente, a todos os subscritores da newsletter.

SUBSCREVER NEWSLETTER

Saiba mais sobre: Volta ao Mundo Ásia Mongólia

Planeie a sua próxima viagem

A melhor forma de ajudar o Alma de Viajante a manter-se sem anúncios e continuar a inspirar e a dar dicas de viagens gratuitamente é usando os links disponibilizados neste artigo para fazer as suas reservas. Nomeadamente:

Encontre os melhores voos no Skyscanner. Nos resultados da pesquisa, escolha de preferência a própria companhia aérea.

Pesquise os melhores hotéis no Booking.com. É onde eu faço a maioria das minhas reservas. Alternativamente, procure casas e apartamentos no airbnb.

Não se esqueça de fazer um seguro de viagem na IATI Seguros (usando este link tem 5% de desconto) ou na World Nomads (5% de desconto usando o código FMGOME5). Mais vale viajar descansado.

Por fim, poupe centenas de euros em taxas bancárias usando o cartão TransferWise.

« Inesperadas Melodias no Deserto de Gobi (VM #06)
Um dia com uma família mongol (VM #08) »

Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho, atualmente, 49 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Assine a newsletter e receba o livro da minha primeira volta ao mundo gratuitamente (está esgotado nas livrarias).

Explore o blog

  • Comece aqui
  • Artigos de viagens
  • Inspiração
  • Planear viagens
  • Blogging
  • Notícias

Temas

  • Roteiros
  • Património UNESCO
  • Hotelaria
  • Gastronomia
  • Fotografia
  • Trekking
  • Praias

Grandes viagens

  • Volta ao Mundo
  • Diário da Pikitim
  • Do Cairo a Teerão

Os meus convidados

  • Portugueses pelo Mundo
  • Viagens na Minha Terra

Artigos mais populares

  • 25 viagens que quero fazer até 2030
  • Como cancelar viagens
  • Não tenhas medo de viajar sozinho
  • Como comprar voos baratos
  • Roteiro de viagem no Japão
  • Roteiro em Portugal
  • Passadiços do Paiva
  • Aldeias do Xisto da Serra da Lousã
  • Roteiro de viagem em Malta
  • Onde ficar em Malta
  • Guia de praias de Maiorca
  • Onde ficar em Maiorca
  • Onde ficar em Londres
  • Onde ficar em Bruxelas
  • Onde ficar em Lisboa
  • Onde ficar no Porto
  • Revolut, um cartão (quase) sem taxas
  • Voos low cost
  • Viajar com crianças
  • Como criar um blog de viagens

Blog fundador da ABVP

ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses

Destino: Mongólia

Pesquise os melhores voos no Skyscanner

Reserve um hotel em Mongólia e aproveite as promoções do booking

Peça o seu cartão TransferWise e poupe nas taxas bancárias.

Não se esqueça de fazer um seguro de viagem na World Nomads (5% de desconto usando o código FMGOME5) ou na IATI Seguros (usando este link tem 5% de desconto).

Sobre

Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

Contactos · Na imprensa

Política editorial

O Alma de Viajante é um blog completamente independente. Nenhum eventual parceiro tem qualquer influência no conteúdo editorial publicado e só recomendo aquilo que uso nas minhas viagens. É ponto de honra! Conheça a minha política editorial e comercial.

Redes sociais

Mais de 250.000 pessoas viajam com Alma de Viajante nas principais redes sociais. Junte-se a esta comunidade de amantes de viagens, Assine a newsletter e inspire-se com as minhas aventuras em destinos de todo o mundo.

Copyright © 2021 Alma de Viajante · Um blog de viagens com roteiros, dicas e muita inspiração para viajar mais e melhor · Jornalismo de viagens