
Creio que se há cidade europeia que merece o epíteto de “capital da Banda Desenhada” é Bruxelas.
Hergé, o criador do repórter mais famoso do planeta – Tintin -, nasceu em Bruxelas. Tal como André Franquin, o autor das personagens Marsupilami e Gaston Lagaffe; e ainda o ilustrador Maurice de Bévère, mais conhecido por Morris, criador de Lucky Luke.
Nas ruas, há murais e fachadas de prédios pintados com personagens dos “quadradinhos”. Estátuas de Gastão e outras personagens habitam as ruas da capital belga. Há livrarias inteiramente dedicadas à “nona arte”. E depois há o Centro Belga da Banda Desenhada (CBBD).
Visitar o Centro Belga da Banda Desenhada
Para uma completa introdução ao maravilhoso mundo da BD, nada melhor que visitar o Centro Belga da Banda Desenhada em Bruxelas. Eu fiz uma escapadinha a Bruxelas na companhia da minha filha de 10 anos e, quando lhe sugeri visitarmos o museu, ela concordou imediatamente.
O dia estava feio e chuvoso – e nós um pouco preguiçosos. Mas isso não estragou os planos – apenas os adiou por umas horas. A meio da manhã, apanhámos um autocarro que nos deixou a poucas centenas de metros do Centro Belga da Banda Desenhada, onde se localiza o museu.
Trata-se de um edifício que, além de ser “um verdadeiro templo dedicado à arte de quadrinhos, também é uma obra-prima indisputável da Art Nouveau.“, escreve-se no site oficial.
Lá dentro, tiras de alguns dos mais famosos heróis de banda desenhada de origem belga. Tintin, o repórter mais intrépido do planeta; Spirou, o jovem camareiro transformado em repórter; os Estrumpfes (não me habituo a chamar-lhes Smurfs); o Lucky Luke, o cowboy solitário mais rápido que a própria sombra; Blake & Mortimer; e o meu adorado Marsupilami, personagem que me lembro de ver nas histórias de Spirou e Fantasio, antes de ter uma série própria.
As salas do museu são verdadeiramente inspiradoras. Para quem gosta de banda desenhada, naturalmente; mas também para quem gosta simplesmente das artes do desenho. Há filmes ao estilo making of, que explicam algumas das técnicas utilizadas pelos diversos autores retratados. São três pisos de tiras, filmes, posters e artefactos ligados à produção de histórias aos quadradinhos. Vale muito a pena!
Demorámos talvez hora e meia a visitar o museu – o tempo máximo suportado pela minha filha que começava a ficar impaciente. À saída, ela não resistiu a uma passagem pela loja do museu, onde comprou umas prendinhas para quem ficou em casa. Eu não sou de fazer compras em viagem, mas não lhe podia negar esse direito (até porque fez questão de pagar com o seu dinheiro!).
Quando saímos do Centro Belga da Banda Desenhada continuava a chover. Mas nada que fizesse o céu cair nas nossas cabeças…
Veja também o roteiro de um dia em Bruxelas.
Guia prático
Como chegar
O museu fica no número 20 da Rue des Sables, bem no centro de Bruxelas. É perto da Gare Central e da Gare du Nord, bem como da Gran Plaze e das afamadas galerias Saint-Hubert. Há transportes públicos (eu fui de autocarro e vi as rotas no Google Maps).
O Centro Belga da Banda Desenhada está aberto diariamente das 10:00 às 18:00; a entrada custa 10€ (adultos) e 3,5€ (crianças até 12 anos). Mais informações no site oficial do museu, em francês ou inglês.
Onde ficar
Genericamente, qualquer um destes bairros é bom para se hospedar em Bruxelas: Sainte Catherine (na baixa da cidade), Chatelain ou Flagey (ambos em Ixelles), Saint Gilles ou o Bairro Europeu (para os viajantes de negócios). Escrevi um post especificamente sobre onde ficar em Bruxelas, no qual sugiro bons hotéis em cada uma das zonas da cidade.
Em todo o caso, se tivesse que escolher uma região favorita, em termos de ambiente e relação qualidade-preço dos hotéis, talvez optasse por Saint Gilles. Trata-se de uma zona de prédios Art Deco, com muitos mercados e um ambiente hipster e multicultural, fruto da presença de muitos imigrantes, nomeadamente marroquinos. Fica, por assim dizer, a meio caminho entre a Gare du Midi e Chatelain; e é uma excelente escolha para se hospedar em Bruxelas.
Entre os hotéis recomendados em Saint Gilles encontram-se o elegante Vintage Hotel, o carismático B&B L’Art de la Fugue, o divertido The Pantone Hotel, o mais sóbrio The Neufchatel ou o popular Pullman Brussels Centre Midi.
Seguro de viagem
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