Hoje é um dia especial. Depois deste blog de viagens e do projeto Hotelandia (que visa promover bons exemplos da hotelaria portuguesa), acabo de me “meter” num terceiro projeto jornalístico, porventura ainda mais desafiante e inspirador. Chama-se Rostos da Aldeia, e é uma plataforma onde se publicam histórias positivas e inspiradoras de pessoas que fazem acontecer e, com isso, contribuem para que o despovoamento não seja uma tendência inexorável.
A ideia é documentar a vida nos territórios do interior de Portugal, com especial enfoque nos habitantes impulsionadores da mudança ou criadores da diferença. Com isso, pretende-se valorizar os territórios de baixa densidade, combater o despovoamento e estimular a fixação de gente nas aldeias portuguesas, e ainda promover o turismo em ambiente rural. Em última análise, contribuir para o aumento da coesão territorial nacional. Queremos “motivar mais pessoas a visitarem os territórios – e, quem sabe até, neles se fixarem”.
Antes de vos contar um pouco mais sobre o Rostos da Aldeia, deixo-vos com um vídeo de apresentação, da autoria do talentoso Tiago Cerveira – que integra a equipa fundadora do projeto -, ele próprio natural de uma pequena aldeia do Centro de Portugal.
As aldeias de Portugal e suas gentes
Dá para perceber que as aldeias portuguesas serão o ponto de partida para promover exemplos distintivos ligados à boa hospitalidade, à gastronomia de qualidade, às artes e ofícios, às tradições e à cultura popular. Pessoas. Histórias positivas. Rostos da Aldeia.
Entro neste barco acompanhado pela Luísa Pinto (minha mulher), jornalista há mais de 20 anos e a principal impulsionadora do projeto – e responsável por toda a produção e pela escrita das reportagens; pelo já referido Tiago Cerveira, talentoso e multipremiado videógrafo português – que ficará responsável pela criação dos vídeos; e de um par de outros profissionais identificados com a causa, com sensibilidade e capazes de arregaçar as mangas se preciso for.
Pela minha parte, vou assegurar a produção fotográfica e a criação de guias práticos que possam servir de roteiros turísticos para motivar mais pessoas a visitarem as aldeias espalhadas por todo o país – e a aumentarem a duração média das suas estadias. O artigo sobre o que fazer em Ferraria de São João e o guia para visitar Campo Benfeito são dois desses exemplos.
A plataforma dispõe também de uma loja online, a partir da qual se direcionam os visitantes, de forma gratuita e sem comissões, para produtos regionais (como a roupa das Capuchinhas) ou serviços organizados localmente (como passeios ou workshops de pão em forno a lenha). Com tudo isto espera-se, de alguma forma, contribuir para a vitalidade dos agentes económicos locais.
Até ao momento, estivemos já na aldeia de Ferraria de São João, no município de Penela; em Campo Benfeito, no concelho de Castro Daire; e no conjunto de aldeias conhecido por Argas (Arga de Cima, Arga de Baixo e Arga de São João), em Caminha (a publicar brevemente) – visitas ao longo das quais privámos com pessoas inspiradoras como Eduardo Correia, diretor artístico do Teatro do Montemuro, as quatro mulheres fundadoras da cooperativa Capuchichas, ou o mestre da hospitalidade Mário Rocha, ideólogo do projeto artístico Arte na Leira.
A ideia é agora percorrer o país de lés a lés em busca de mais histórias de pessoas inspiradoras que potenciem a divulgação dos seus territórios. Assim haja entidades públicas ou privadas que comunguem destes objetivos e possam financiar a produção deste tipo de conteúdos sobre o interior de Portugal.
“Tentamos fazer o nosso trabalho com espírito de missão mas sem romantismos, porque viver no interior não é um mar de rosas”.
Tiago Cerveira
E, num futuro próximo, quem sabe não lançamos um podcast sobre as aldeias e os seus protagonistas; um grande livro com uma compilação de retratos e crónicas dos “rostos” mais marcantes; uma exposição fotográfica; ou um documentário sobre uma seleção de aldeias e seus protagonistas, para ampliar o alcance e impacto real do projeto e porventura concorrer a festivais de cinema documental em todo o mundo.
Vai ser uma bela viagem. O projeto tem também um canal Youtube e páginas no Instagram e Facebook, que convido desde já a acompanhar. Longa vida para o Rostos da Aldeia!
Nota: o belíssimo logotipo de Rostos da Aldeia foi desenvolvido pelo designer Jorge Portugal, natural de Penamacor e atualmente a viver em Castelo Branco.
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