Este é o segundo post da série Olhares de um Andarilho. A fotografia foi tirada em Baucau, a segunda maior cidade de Timor-Leste. Ainda hoje este olhar – e o que sobre ele escrevi – me emociona.
Olhas-me nos olhos e eu fico sem graça.
As palavras que me dizes, sem falares, atordoam-me sempre que me olhas, assim, nos olhos.
Os teus amigos pulam à nossa volta, riem com os seus imaculados dentes brancos, perseguem uma bola rota estrada acima, galhofam com o malai. Mas tu olhas-me nos olhos e eu fico sem graça.
És linda, pequena ternura de Baucau! És linda!
Não sei o teu nome, tampouco conheço a tua voz. Sei apenas que o vermelho no teu braço não é sangue, que os tempos agora são outros. Imagino que tenhas uma fé inabalável no futuro do teu país, que sejas tão pobre como o resto do teu povo, que anseies por um Timor-Leste próspero e sem armas. Talvez sonhes até ser mulher estudada, mãe de muitos olhos negros, feliz.
Um dia hei-de voltar, ternura, nem que velho e cansado esteja, à tua aldeia feita cidade. Hei-de sorrir ao ver esses caracóis esvoaçarem ao vento, soltos e livres. Hei-de cruzar-me contigo nessa ladeira, encontrar-te mulher estudada, mãe de muitos olhos negros, feliz. E hei-de saber que és tu, porque um olhar assim não se esquece.
[Está visto que tenho de regressar um dia a Timor-Leste…]
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São sempre os olhos delas que ficam.
As crianças de Timor têm esse sorriso devastador e inquietante nos olhos. É o sorriso mais humilde e nobre que já vi. Tens mesmo de lá voltar até porque me parece que as crianças estão a começar a ter mais motivos para sorrir (além de outros para chorar… assunto que não vem agora ao caso).
Ah! e perdoa-me a correcção. Malae é com E no final. 😉 Confirmadinho há uma semana. In loco.