Estou em Teerão à espera dos 10 viajantes que me vão acompanhar em mais uma viagem de descoberta cultural pelo Irão. Enquanto não chegam, tenho andado a passear pela cidade, a fazer uns quantos telefonemas para reactivar contactos e, claro, a rever alguns amigos e alguns locais de que gosto em Teerão.
É o caso do Park-e Honarmandan, ou Parque dos Artistas.
Ontem, ao fim da tarde, foi dia de visitar um dos meus locais favoritos de Teerão: a comummente chamada de Casa dos Artistas Iranianos onde há constantemente exposições de pintura, fotografia e design de artistas iranianos mas não só.
A Casa dos Artistas Iranianos é um espaço situado no magnífico Parque Honarmandan, onde existe também um teatro, um restaurante vegetariano e dois cafés sempre apinhados de gente elegante, alternativa e pouco conservadora – quase sempre estudantes ou iranianos de alguma forma ligados às artes – cinema, fotografia, escultura, pintura, escrita.
Na verdade, gosto de tudo no Parque Honarmandan. Dos iranianos e iranianas a jogar desajeitadamente badmington. Dos estudantes de arquitectura a discutir trabalhos nos seus portáteis sentados no relvado do jardim. Dos flirts. Dos casais de namorados que arriscam andar de mão ou braços dados ou até, quem sabe, sentarem-se com a mão na perna do outro (uma loucura!). Das famílias a praticarem ginástica nos equipamentos públicos que há no parque, qual ginásio ao ar livre. Gosto, enfim, das pessoas que frequentam o parque. E até nem desdenho a feirinha de artesanato que costuma estar lá montada, apesar de não ser pessoa de fazer grandes compras.
Já vi grandes exposições na Casa dos Artistas Iranianos, e até um festival de curtas-metragens – e foi divertido assistir a umas quantas “curtas” mesmo sem perceber farsi. Entre elas, recordo especialmente um poderoso trabalho fotográfico de uma jovem fotógrafa iraniana sobre a Somália que vi no ano passado. Tornámo-nos amigos. Mas não a vi desta vez. Como tantos outros homens e mulheres de Teerão que fui conhecendo ao longo dos tempos, Mahdieh já não está no Irão.
A “fuga de cérebros” é um dos grandes dramas do país. O Irão dispõe de uma população jovem muito culta e educada, gente criativa que dá cartas em diversas áreas de conhecimento, artes incluídas, mas cujo objectivo primordial é sair do país o quanto antes em busca de melhores condições de vida, prosseguir os estudos e maiores liberdades.
Dos Estados Unidos à Europa, passando pela Índia, conheço iranianos espalhados pelos quatro cantos do mundo. Para esses, já sei que não vale a pena telefonar para nos encontrarmos no Parque Honarmandan.
Na verdade, nunca sei quem vou encontrar no Irão na próxima viagem.
Gosto de conhecer gente nova, mas preferia que os meus amigos não tivessem de sair do Irão para serem felizes.
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