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Persépolis, o trono de Jamshid

Por Ana Isabel Mineiro | Viagens Irão Médio Oriente Shiraz
Atualizado em 8.08.2021 | Tempo de leitura: 5 minutos

Naghsh-é Rostam, região de Persépolis
Naghsh-é Rostam, região de Persépolis

Persépolis, “cidade persa”, como é conhecido internacionalmente este lugar histórico, foi nome dado pelos gregos já depois da sua destruição. Apesar de ser apenas uma sombra do que já foi, as suas ruínas são um dos lugares mais interessantes do Irão, e os seus relevos um desfile de personagens da época. Retrato de uma viagem à histórica Persépolis.

Persépolis e os reis da Pérsia

Jamshid foi um dos míticos reis da Pérsia, mas é a Dário I que se deve o início da construção da fabulosa cidade de Persépolis, cujos tesouros já estiveram protegidos por muralhas que atingiam os dezoito metros de altura. Takht-é Jamshid, o “trono de Jamshid”, como é conhecida localmente, estava localizada numa zona fértil – embora hoje não seja assim tanto – do sopé do monte Rahmat.

O lugar foi escolhido pela sua majestosidade natural para ser palco de cerimónias e festejos imperiais, como o Nawruz, o Ano Novo zoroastra, e exibir as grandezas do império, que chegou a abranger um território que ia até ao Egito, à Grécia e à Índia, atingindo o apogeu depois da fundação da cidade, em 518 a.C. Toda a corte atravessava o deserto entre a capital, Susa, a cerca de quinhentos quilómetros, e repetia a viagem no sentido inverso mal acabavam as festas.

Palácio de Apadana em Persépolis
Colunas do Palácio de Apadana em Persépolis, Irão

Os reis Xerxes e Artaxerxes continuaram a sua construção; palácios e outros monumentos foram-lhe sendo acrescentados durante um período de cento e cinquenta anos, tudo em calcário cinzento e mármore, com recurso a colunas de madeira de cedro e outras árvores gigantescas trazidas da Índia e do Líbano – das quais, evidentemente, já nada resta.

O dedo da história acusa Alexandre, o Grande, da sua destruição. Discute-se se seria por vingança pela devastação que o Império Aqueménida tinha causado em Atenas, se por acidente. Seja como for, restou o que vemos hoje: uma profusão enorme de colunas, escadarias, paredes e portais, tudo enriquecido com relevos fascinantes que nos deixam imaginar como seria a vida na época.

Antes de mais, avistamos o magnífico Portal de Xerxes, ladeado por figuras com corpo de leão e cabeça “persa”, e logo ao lado as colunas do Palácio de Apadana, com cerca de vinte metros de altura.

A estatuária e relevos também impressionam, desdobrando-se em figuras de uma perfeição impressionante: animais e pessoas com roupas e toucados elegantes que permitem identificar a sua origem; águias de cabeça dupla, estátuas de mãos dadas, cabelos e barbas enrolados em minuciosos caracóis, touros assírios devorados por leões persas, filas de homens que sobem as escadas dos palácios com ofertas para o rei – tudo nos vai contando em silêncio as extraordinárias histórias da época.

Persépolis
Persépolis

Na colina rochosa sobranceira ao complexo e também a seis quilómetros dali, em Naghsh-é Rostam, foram escavados sete túmulos, difíceis de alcançar sem escadas ou cordas, anunciados no exterior por guerreiros e cavalos gigantescos recortados na pedra com uma mestria digna de féretros reais; diz-se que os maiores imperadores persas, de Dário I a Xerxes e Artaxerxes, estão aqui sepultados.

As escavações começaram em 1930, mas o primeiro visitante ocidental foi o frade Agostinho e diplomata António de Gouveia, admirando já tanta grandeza: “As paredes dellas estavam todas cubertas de muytas figuras de relevo, mas tambem esculpidas que duvido eu se pudessem lavrar melhor em materia mais branda, por estas escadas se entrava num pateo grande onde estavam as quarenta colunas, que dam nome ao sitio (…) os portaes por onde se entrava a este pateo eram muy altos e as paredes muy largas de hua parte, e outra dellas sahiam Leões & outros animais ferozes, relluados na mesma pedra, tambem lavrados q pareciam q ainda queriam meter medo (…)”.

Também a escrita cuneiforme que cobre algumas paredes não escapou à sua observação, tendo mesmo lamentado que, como ninguém a conseguia ler, “tudo ajuda a fazer esquecer o que o ambicioso rey desejou tanto eternizar”.

Hoje, Persépolis é Património Mundial da Humanidade da UNESCO e, mesmo com os seus segredos desvendados, ainda é um lugar que faz sonhar.

Persépolis, Irão
Persépolis, Irão
Naghsh-é Rostam, Irão
Persépolis, Irão

Guia de viagens a Persépolis

Este é um guia prático para viagens às ruínas de Persépolis, perto de Shiraz, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região.

Geografia do Irão

Conhecido até 1935 como Pérsia, o Irão limita a norte com a Arménia, o enclave azerbaijanês de Nachitchevan, o Azerbaijão, o Mar Cáspio e o Turquemenistão; a leste com o Afeganistão e o Paquistão; a sul com o golfo de Omã; a sul e oeste com o golfo Pérsico (através do qual tem ligação aos Emirados Árabes Unidos, ao Qatar, ao Bahrein, à Arábia Saudita e ao Kuwait); e a oeste com o Iraque e a Turquia.

Como chegar a Persépolis

Não há voos directos de Portugal para Teerão, sendo necessário voar via uma cidade europeia. A Turkish Airlines é uma das companhias aéreas que oferece tarifas mais atractivas de Portugal para o Irão, voando de Lisboa para Teerão via Istambul, de onde é fácil chegar até Shiraz, porta de acesso às ruínas de Persépolis.

Pesquisar voos

Onde ficar

O ideal é ficar alojado em Shiraz e visitar Persépolis a partir de lá.

Informações úteis

Os cidadãos portugueses necessitam de visto de turismo e devem contactar a Embaixada do Irão em Lisboa (telefone 21 3010871 / 706) para conhecer os detalhes necessários. Uma vez no Irão, é fácil pedir a extensão do visto por alguns dias mais, num dos departamentos do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Esfahan. O nível de vida é bastante mais baixo do que em Portugal, mas os hotéis e restantes serviços turísticos estão longe de ser baratos; já os transportes e os restaurantes populares são bastante acessíveis. A língua nacional é o persa, e é sempre possível encontrar alguém que saiba algumas palavras de inglês. As mulheres, muçulmanas ou não, são obrigadas a cobrir cabelos, pescoço, pernas e braços com vestuário discreto e folgado e os homens devem tapar sempre o tronco e as pernas.

Seguro de viagem

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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