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As casinhas de chocolate da Quinta Devónia

Por Ana Isabel Mineiro | Turismo rural
Atualizado em 29.10.2019 | Tempo de leitura: 4 minutos

Não deve haver outro lugar tão parecido com um cenário de conto infantil como a Quinta Devónia: os três chalés de pedra, escondidos pelo arvoredo, imitam na perfeição a casinha de chocolate da história de João e Maria. Ou serão o lar dos Sete Anões? Esta será a visão dos miúdos; para os adultos, a Quinta é um belíssimo refúgio no cimo de um monte sobranceiro ao Funchal.

Quinta Devónia

A entrada é anunciada por um portão de ferro entre muros e vegetação frondosa, que se abre para um caminho de pedra, e a primeira habitação visível é a das galinhas e ovelhas – das restantes assomam apenas os telhados do meio do arvoredo, à medida que vamos subindo em direção à casa principal, a dos proprietários. Tem mais de cem anos e foi construída por um cidadão inglês originário do Devonshire, nome que acabou por ser adaptado e dar origem a Devónia, hoje uma quinta de agroturismo a curta distância do centro do Funchal. Longe estaria o bisavô longínquo aqui estabelecido de adivinhar que o lugar viria a ser dedicado ao turismo, até porque desceu o monte para se fixar na cidade, acabando o edifício por ficar ao abandono durante cerca de vinte anos.

Foi preciso esperar até 1999 para que a primeira casa, um antigo palheiro, fosse reconstruída e adaptada ao seu novo destino de habitação independente, escondida num recanto de um “jardim” com cerca de três hectares. Seguiu-se a construção de mais dois edifícios do mesmo género, sempre privilegiando as linhas e materiais tradicionais, guardando o conforto moderno para o interior. É isso que encontramos hoje: uma espécie de casinhas de chocolate, feitas com patelas de pedra escura, mimosas mas robustas, escondidas entre flores à espera de serem descobertas, quem sabe, por um João ou uma Maria. Ou Hansel e Gretel, já que a maior parte dos turistas que buscam a Quinta Devónia são alemães, tal como os irmãos do conto dos Grimm.

Seja qual for a nacionalidade é difícil não gostar do local, e também da privacidade que se obtém pelo simples facto das casas estarem imersas numa verdura frondosa, unidas por carreirinhos e escadas de pedra que ligam os socalcos onde se encontram. Os carreiros saem do acesso para veículos, ladeados por arbustos frondosos, hortênsias e fetos arbóreos, e guiam-nos até aos chalés, envoltos em trepadeiras e flores. Os interiores são aconchegantes e funcionais, perfeitamente adequados a um retiro invernal, e os respetivos pátios permitem fazer barbecue no exterior nos dias mais soalheiros – e até uns assados num antigo forno a lenha, para os mais habilidosos.

O acesso já deixa antever um mergulho na floresta, e durante quase toda a (íngreme) subida desde o Funchal podemos admirar as magníficas vistas sobre a cidade e mar, um rendilhado de casas e torres de igreja que termina num horizonte azul, bem lá no fundo. Subir a pé desde o teleférico do Jardim Botânico ou da última paragem do autocarro não é para cardíacos: a certa altura há uma escadaria a pique que nos encurta o caminho, levando-nos até ao próximo lanço de uma estrada que se encaracola monte acima entre casas dispersas e vegetação, e nos dá tempo para pensar nos primeiros povoadores que cá se instalaram e abriram caminhos, construíram casas e levadas em encostas tão íngremes como esta.

Caminhar é uma prova de esforço, e cada passo que nos iça dos passeios fáceis pelas ruas da cidade, também nos inspira respeito por quem aqui se veio instalar há séculos. Felizmente, o acesso a pé é apenas uma opção, já que a estrada passa junto ao portão da Quinta Devónia, a poucos metros de um empreendimento turístico de luxo. Mas sem dúvida que para os apreciadores de caminhadas este continua a ser território privilegiado, até porque não é preciso ir longe para esticar as pernas; a quinta é mesmo atravessada por uma levada, a dos Tornos, que permite fazer o percurso pedestre entre a Camacha e o Monte. Quem prefere uma estadia mais sedentária pode, pelo menos, usufruir do miradouro da quinta, acessível por mais um carreirinho empedrado polvilhado de folhas ou pétalas, conforme a estação, que termina num alcantilado íngreme e abrange os montes que se levantam em direção ao interior da ilha, verdes, frondosos e extremamente escarpados.

De regresso à “casinha de chocolate”, o pátio coberto proporciona um belo local para acompanhar o por do sol, ler um livro e mordiscar uma refeição ligeira, enquanto se planeia o dia seguinte. Grilos e pássaros organizam uma orquestra e o cair da noite muda a cor do céu e do mar. Estar num alto põe-nos longe do barulho e da agitação da cidade, mesmo que a distância não seja muita, e o silêncio e a calma impõem-se na beleza do cenário natural. Como num conto de fadas.

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Guia prático

Este é um pequeno guia com informação prática para planear a sua estadia na casa de turismo rural Quinta Devónia.

Como chegar à Quinta Devónia

O Funchal é a maior cidade da Ilha da Madeira e tem uma localização geográfica invejável, estendendo-se montes acima a partir da costa sul da ilha. A Quinta Devónia fica no alto de uma dessas encostas, acessível com os autocarros urbanos do Funchal, os “Horários da Madeira”: pode apanhar o número 29, ou uma combinação do número 30 seguido do 94.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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