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Em busca do famoso canto gutural, em Ulan Bator (VM #09)

Por Filipe Morato Gomes | Atualizado em 13 Mai 2017 | Volta ao Mundo Ásia Mongólia Ulan Bator 1 comentário

Mosteiro Gandan Tegchilin, Ulan Bator

Regresso ao ambiente urbano e encaro de imediato as particularidades das grandes cidades asiáticas: trânsito caótico, poluição desmedida, barulho em excesso. Em contrapartida, ouço esses sons estrambólicos vindos das gargantas mongóis e presencio um casamento tradicional. Ulan Bator, capital da Mongólia.

Depois de semanas percorrendo a Mongólia rural sinto que já não estou habituado a grandes cidades. Ainda para mais asiáticas. Ulan Bator é como que uma suave introdução ao mundo caótico das metrópoles deste populoso continente. Trânsito infernal, poluição que dificulta o simples acto de respirar, gente de máscaras na face. Estranho. Mas nada que se compare ao que encontrarei na China, antevejo.

Rua de Ulan Bator, capital da Mongólia
Rua de Ulan Bator, capital da Mongólia

Percorro as ruas da cidade à procura de algo específico. Tento perguntar. Tinha como incumbência, desde Portugal, conhecer a extraordinária arte do canto gutural, exclusividade mundial dos intérpretes mongóis. Um tio, amante das peculiaridades sonoras existentes em qualquer canto do mundo, falou-me desta arte. Encontro a resposta num café frequentado por forasteiros. Assisto a um espectáculo. Os sons conseguidos com essa extravagante técnica são impressionantes. Ninguém na plateia fica indiferente. Mesmo que a musicalidade no seu todo seja como que monótona e despida de alegria. Mas é algo único. E seguramente muito difícil. Aplausos. Abandono a pequena sala satisfeito pela experiência.

Cá fora, outra surpresa. O meu caminho cruza-se com o de um par de noivos em trajes tradicionais. Um casamento a decorrer. Passeiam-se pela Sukhbaatar, a praça principal de Ulan Bator. É um rectângulo de proporções desmesuradas que marca o centro da cidade. Aproximo-me. Observo o casal, atento ao trabalho habitual de fotógrafos e operadores de câmara. As madrinhas – suponho serem as madrinhas! – vestem belos fatos de cerimónia sobre os quais usam faixas a lembrar as vencedoras dos concursos de beleza feminina. Os noivos notam a minha presença. Não é difícil, sou a única pessoa de face ocidental nas proximidades. Peço permissão para fotografar. O casal parece feliz pelo interesse que demonstro. Posam imóveis como estátuas sorridentes. E continuam a posar. Sempre. Não consigo fotografias espontâneas. Desisto. “Thank you” – agradecem a sessão fotográfica. Desejo felicidades. E parto à descoberta da cidade.

Noivos em trajes tradicionais na Praça Sukhbaatar, Ulan Bator
Noivos em trajes tradicionais na Praça Sukhbaatar, Ulan Bator

Descortino que Ulan Bator tem duas caras bem distintas, consoante as condições climatéricas. Ora cinzenta, tristonha, sem graça, quando um céu escuro, cores pálidas e alguma chuva fazem com que passear nas ruas seja um desconsolo. Ora radiosa, alegre, interessante mesmo sem deslumbrar, quando os raios solares aquecem as cores dos edifícios e as qualidades da cidade parecem ressurgir. Prefiro a segunda.

Com bom tempo, aprecio a arquitectura do Mosteiro Gandan Tegchilin, ponto de peregrinação obrigatório para quem visita a cidade. Deixo-me perder por ruas de menor dimensão, espaços urbanos onde gers tradicionais convivem com prédios modernos. E reaprendo a atravessar as ruas, esgueirando-me por entre carros que nunca param. O trânsito é desordenado, as regras como que inexistentes, a buzina o mais importante instrumento das viaturas. Mudar de passeio é uma aventura.

Decido abalar de novo para as montanhas, em direcção ao Parque Natural de Terelj, relativamente perto de Ulan Bator. Apenas por um par dias. Para relaxar. O barulho dos automóveis da grande cidade já não se faz ouvir. Relembro as melodias do canto gutural e tento entoar algo parecido. A tradição sobrepondo-se ao progresso descontrolado. Pelo menos na minha cabeça, sob esta lua matinal que teima em não desaparecer do horizonte, por cima dos gers, das vacas, das montanhas.

Esta é a capa do livro «Alma de Viajante», que contém as crónicas de uma viagem com 14 meses de duração - a maioria das quais publicada no suplemento Fugas do jornal Público. É uma obra de 208 páginas em papel couché, que conta com um design gráfico elegante e atrativo, e uma seleção de belíssimas fotografias tiradas durante a volta ao mundo. O livro está esgotado nas livrarias, mas eu ofereço-o em formato ebook, gratuitamente, a todos os subscritores da newsletter.

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Comentários

  1. Pedro

    Ulan Bator a capitalzona do país de topografia invocada, ora extremamente nivelada ora imponentemente elevada em maciços e contrafortes dispostos suaves em vales e vastidões que enlevam corações. É que a magnitude de Deus assenhoreando nossa pequenez nos confunde no desenho imenso da superfície variadíssima do planeta onde fomos colocados provisórios. Se assim, colados e presos ao solo de um imenso globo ficamos extasiados, quanto mais não ficaremos quando desprendidos navegaremos na eternidade de terceiros Céus para cujas visões os humildes outrora incorporados serão contemplados…:)

    Responder

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Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho, atualmente, 49 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

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