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Viagem pela Stuart Highway, Austrália

Por Filipe Morato Gomes
Estrada Stuart Highway, no outback australiano
Estrada Stuart Highway, no outback australiano

Não haverá muitas estradas tão longas e rectilíneas como a Stuart Highway, no coração da Austrália. São 2.834 quilómetros que cruzam o interior desértico do país, de Darwin, bem a norte, até Port Augusta, no litoral sul, já bem próximo de Adelaide. Percorri-a de ponta a ponta, 145 anos depois do explorador europeu John McDouall Stuart o ter feito em sentido inverso, e garanto que o esforço é plenamente justificado.

De Darwin a Port Augusta, pelo outback australiano

É uma viagem polvilhada de paisagens deslumbrantes e surpresas agradáveis. Cidades subterrâneas e homens rudes, lagos salgados e cascatas, desfiladeiros imponentes e rochas sagradas, serpentes, térmitas e cangurus e, a espaços, uma ou outra povoação de assinalar, eis parte daquilo com que um viajante se depara numa travessia da Stuart Highway.

Mas é também uma jornada cansativa, não há que negar. Percorrer toda a extensão da Stuart Highway, mais o inevitável desvio até Uluru (Ayers Rock), exige muitas horas ao volante. São 2.834 quilómetros que cruzam o interior desértico da Austrália, atravessando-a completamente, de Darwin, na costa do mar de Timor, até Port Augusta, no litoral sul, já bem próxima da capital do estado Austrália do Sul, Adelaide.

Cobra na estrada, Austrália
Cobra na estrada, Austrália

A Stuart Highway atravessa maioritariamente zonas despovoadas, onde os raros aglomerados urbanos distam centenas de quilómetros uns dos outros. O estado dos Territórios do Norte, por exemplo, com cerca de quinze vezes a dimensão territorial de Portugal, tem apenas três localidades de dimensão registável: Darwin, Alice Springs e Katherine.

Na verdade, o nome Stuart Highway diz respeito não a uma, mas sim à junção de duas estradas nacionais. A Nacional 1, que liga Darwin a Daly Waters e daí prossegue em direcção à costa leste, e a Nacional 87, que continua de Daly Waters em linha quase recta até Port Augusta.

Um percurso de rectas intermináveis em paisagens planas, áridas e belas, e também o local onde com frequência se avistam os “animais” mais estranhos das estradas australianas: os road trains. São camiões de transporte de carga que mais parecem comboios de mercadorias, com dois, três ou mais atrelados de grandes dimensões, e que podem totalizar mais de uma centena de metros de comprimento.

Quer os road trains, quer os normais veículos de passageiros, circulam, regra geral, a grandes velocidades mas, não obstante as excelentes condições rodoviárias, a Stuart Highway deve ser feita sem sofreguidão. Com tempo para se permitir deter numa qualquer planície isolada por motivo nenhum, com tempo para apreciar o nascer do sol nos desertos semi-áridos, com tempo para absorver as culturas aborígenes, com tempo, enfim, para desfrutar da viagem pela estrada a que John McDouall Stuart deu o nome. Ele foi o primeiro europeu a cruzar a Austrália de sul a norte, seguindo, em traços largos, a rota que se viria a transformar na actual Stuart Highway.

A87 - Stuart Highway, Austrália

KM 0 – Darwin

Centro de Darwin, norte da Austrália
Centro de Darwin, norte da Austrália

Considerada a capital multicultural da Austrália, possui uma das maiores percentagens de população indígena entre todas as cidades australianas, e uma significativa percentagem de imigrantes do sudeste asiático e outras paragens.

Mas, à parte os conhecidos problemas de integração das comunidades aborígenes, Darwin é uma cidade bonita e agradável. Organizada. Sem prédios de grande altura nem tráfego congestionado. As pessoas andam despreocupadamente pelas ruas, num ritmo de vida lento e prazenteiro. O calor é tórrido, e convida sobremaneira à inactividade.

Talvez por isso, só ao fim da tarde a cidade ganha vida, quando as pessoas se juntam nos bares do centro em torno de umas quantas cervejas. Partilho desses momentos, enquanto se fazem os últimos preparativos para a longa viagem que se aproxima. A Stuart Highway começa aqui!

KM 105 – Parque Nacional de Litchfield

Uma paragem no Parque Nacional de Litchfield, a um par de horas de viagem de Darwin, constitui um óptimo início para a extensa viagem. Cascatas como a de Florence ou Wangi proporcionam aos viajantes a oportunidade de nadar em águas cristalinas e, mais importante, refrescar o corpo.

Montes de térmitas no Parque Nacional de Litchfield
Montes de térmitas no Parque Nacional de Litchfield, norte da Austrália

Nunca é demais referir as altas temperaturas existentes nesta região da Austrália, pelo que todas as oportunidades que surgem para as combater são muito, muito bem-vindas, e devem ser aproveitadas para tal.

É também em Litchfield que o viajante toma contacto com construções arquitectónicas verdadeiramente extraordinárias. Montes gigantes construídos por laboriosas térmitas impressionam pela magnitude e pela sua orientação quase milimétrica, de forma a controlar as temperaturas dos seus interiores.

É espantoso como criaturas tão pequenas constroem edificações tão colossais e engenhosas.

Mais à frente, indiferente à passagem da viatura, uma cobra venenosa atravessa a estrada. Aqui e ali, dezenas de pequenos cangurus saltitam graciosamente. E emas, lindas. Uma oportunidade de vislumbrar animais completamente selvagens no seu habitat. Quase às portas de Katherine.

KM 321 – Katherine

Katherine, apesar de ser a terceira cidade do estado, não tem mais do que dez mil habitantes. Não há grandes motivos de interesse na cidade, embora Katherine seja um ponto a ter em conta para abastecimento de combustível e de víveres nos grandes supermercados da cidade. E vale, principalmente, pela oportunidade de tomar contacto com a história de Glen, uma das raras biografias de integração bem sucedida de um aborígene no chamado mundo dos brancos.

Entra-se na loja de Glen, um misto de cibercafé, galeria de arte e ponto de venda de artesanato aborígene, e é-se recebido com enorme simpatia pelo próprio. Bom conversador e esclarecido, Glen sabe que constitui a excepção (“sou um dos poucos indígenas a ter um negócio próprio em todo o estado”). Vende artesanato feito pelo seu povo ao “homem branco”. Divulga as suas raízes culturais. Contribui para a independência económica da sua comunidade. Lá fora, no entanto, o cenário é um pouco diferente. Aborígenes de aspecto miserável deambulam, ébrios e sem rumo aparente, pela principal rua de Katherine. São a maioria, infelizmente.

KM 427 – Mataranka

Depois das emoções de Litchfield e da curta paragem em Katherine, as fontes termais de Mataranka são um bom pretexto para uma pausa na viagem. As nascentes de água quente recompõem o corpo moído após as primeiras centenas de quilómetros na estrada. O contíguo parque de campismo é opção para quem já só quer mesmo dormir. Manhã cedo, curiosos e atentos aos desperdícios dos campistas, pequenos cangurus aproximam-se sem medo. É um encontro cara-a-cara com as saltitantes criaturas.

KM 587 – Daly Waters

Pub em Daly Waters
Pub em Daly Waters

Poderia passar completamente despercebida, como tantas outras minúsculas povoações, não fora o facto de ser em Daly Waters que a Stuart Highway se despede da Nacional 1, que segue em direcção a Borroloola, na costa leste.

Daly Waters é, portanto, um importante entroncamento na esparsa rede viária do interior australiano e, talvez por isso, ali surgiu, corria o ano de 1983, aquele que se viria a tornar na maior atracção turística da localidade: o bar da localidade.

É um pub curioso, cujas paredes são decoradas com notas, fotografias, mensagens, lenços, bandeiras e outras marcas deixadas por visitantes de todo o mundo. Uma espécie de Peters Café Sport transportado do Atlântico para o outback australiano, transformou-se em ponto de paragem obrigatório para quem cruza a Stuart Highway.

No exterior, um carrinho de mão tem afixado um letreiro carregado de bom humor: “Taxi Daly Waters”. Para quem já não conseguir voltar para casa sozinho.

KM 984 – Tennant Creek

Não pela beleza extraordinária da povoação mas sim devido à sua localização geográfica, a aproximadamente quinhentos quilómetros de Alice Springs, Tennant Creek constitui um local frequentemente escolhido para pernoitar e recarregar baterias. Nada mais.

KM 1098 – Devil Marbles

Formações rochosas Devil Marbles, Austrália

Ainda antes de Alice Springs surgir no horizonte, sugere-se uma paragem para observar as denominadas Devil Marbles, formações rochosas que brotam do solo plano e árido envolvente, inexplicavelmente arredondadas. É como se alguém tivesse espalhado bolas de bilhar gigantes e avermelhadas pela planície. Curioso e estranho, mas uma agradável paragem

KM 1494 – Alice Springs

Alice Springs é a segunda maior cidade dos Territórios do Norte, logo após a capital Darwin. Convenientemente localizada no centro geográfico da Austrália, constitui ponto de passagem quase obrigatório para quem cruza o país. Para a grande maioria dos turistas, Alice Springs constitui apenas uma porta de acesso à magia de Uluru. Mas sabe bem um pouco de civilização após tanto tempo fora dela.

Uma ida ao centro comercial, por exemplo, pode até ganhar contornos de prazer. Uma entrada na discoteca, ser algo totalmente fora do contexto, depois da poeira de tanto tempo na estrada. Um banco de rua, uma oportunidade banal para parar e sentir o pulsar da cidade. Nem sempre harmonioso, é certo, já que aqui, tal como em Darwin ou Katherine, muitos aborígenes enfrentam terríveis dificuldades de integração após a “invasão” dos nossos dias. Uma nódoa na vida da agradável Alice.

KM 1691 – Eelunda (Desvio para Parque Nacional Uluru – Kata Tjuta)

Após viajar mais de milhar e meio de quilómetros, seria incompreensível não sair da Stuart Highway, em Erldunda, e fazer o “pequeno” desvio necessário para visitar o Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta. Um desvio de duas centenas de quilómetros, perpendiculares à Stuart Highway que, entre outras pérolas naturais como o monte Olgas ou o Kings Canyon, permite conhecer o mais famoso ícone turístico do outback australiano: Uluru, ou Ayers Rock, como um dia lhe chamaram os europeus.

Kata Tjuta (Olgas)

Kata Tjuta, também conhecido como monte Olgas ou, simplesmente, as Olgas, é uma curiosa formação rochosa com mais de 450 metros de altura e feições arredondadas. A coloração é avermelhada como, aliás, tudo nesta região. É um passeio belíssimo percorrer a base das Olgas, mesmo debaixo de um calor abrasador. Extraordinário como uma paisagem pode ser tão seca, tão bruta e, simultaneamente, tão bela.

Vista do monte Olgas, outback, Austrália
Vista do monte Olgas, outback, Austrália
Grupo de turistas durante um trekking no monte Olgas
Grupo de turistas durante um trekking no monte Olgas

Uluru (Ayers Rock)

Há quem faça milhares de quilómetros única e exclusivamente para admirar Uluru e os tons avermelhados que a rocha adquire ao entardecer. Lugar sagrado para o povo aborígene Anangu, legítimos proprietários do território, Uluru é um lugar bem merecedor de tamanha dedicação. Uma rocha para contemplar, para respeitar, para circunscrever a pé sem grandes pressas.

Entardecer em Uluru (Ayers Rock), Austrália
Entardecer em Uluru (Ayers Rock), Austrália
Turista em Uluru
Jovem turista belga contornando a base de Uluru

Kings Canyon

Subir ao topo do Kings Canyon, um desfiladeiro imponente que se ergue no Parque Nacional de Watarrka, é de cortar a respiração. A subida é difícil e extenuante, mas, uma vez no topo das suas escarpas, as vistas são absolutamente espectaculares. O olhar alcança quilómetros e quilómetros de planície escassa em vegetação, é certo, mas onde predominam belos tons pastel e avermelhados.

Mais do que em qualquer outra paisagem da região, percorrer o topo do Kings Canyon proporciona uma experiência visualmente memorável. Talvez seja este o momento mais espectacular de todo o périplo pelo interior da Austrália.

Turista sueca com rede de protecção contra as moscas, no Kings Canyon
Turista sueca com rede de protecção contra as moscas, no Kings Canyon
Contemplando a paisagem no topo do Kings Canyon, Parque Nacional de Watarrka, Austrália
Contemplando a paisagem no topo do Kings Canyon, Parque Nacional de Watarrka, Austrália

KM 2178 – Coober Pedy

Prossegue-se a viagem pelas inóspitas planícies do centro da Austrália rumo à povoação mineira de Coober Pedy, setecentos quilómetros a sul de Alice Springs. Coober Pedy tem fama de pouco acolhedora. Não há saloons, cowboys nem xerifes, mas o ambiente lembra a agrura do oeste americano de outrora. É um lugar para homens ditos de barba rija, que para lá se dirigiram em busca de fortuna. Ou “um lugar de doidos”, nas palavras de um habitante de Alice Springs.

Habitação subterrânea em Coober Pedy, sul da Austrália
Habitação subterrânea em Coober Pedy, sul da Austrália

Coober Pedy não é, de facto, um lugar hospitaleiro. Num raio de vários quilómetros em redor da povoação, no centro da localidade e em todo o lado – para ser exacto -, centenas de buracos e montes de terra pintalgam a paisagem tristonha. É o resultado da extracção de opalas, uma pedra preciosa admirada do Oriente às Américas, e a única razão para tanta gente ter um dia rumado até Coober Pedy.

É precisamente no subsolo que a cidade vibra. Em Coober Pedy, a maioria dos habitantes vive em habitações escavadas na terra. Foi a forma encontrada pelos aventureiros de outrora para combater os extremos climáticos da região.

No exterior, as noites rigorosas de Inverno são absolutamente gélidas enquanto que, no Verão, os termómetros facilmente ultrapassam os 50ºC. O subsolo amacia esses valores, mantendo as temperaturas nas habitações estáveis, entre os 20 e os 25ºC.

As paredes de pedra conferem um ar rústico aos espaços e o mobiliário é simples mas agradável. Há casas particulares, museus, lojas de venda de opalas, salas de projecção de filmes, hotéis e bares com bom vinho australiano, mesas de bilhar e pistas de dança, tudo subterrâneo. O contraste absoluto com a agrura da cidade “lá em cima”. Um encanto.

KM 2413 – Glendambo

Lago Hart, interior sul da Austrália
Lago Hart, interior sul da Austrália

Glendambo é uma minúscula povoação de meia dúzia de edifícios erigidos em torno de uma estação de serviço, assinalável pelo bom humor – característica bem vincada nos australianos – de uma placa colocada à entrada da localidade: “Ovelhas: 22.500; moscas: aproximadamente 2.000.000; humanos: 30”. O número de moscas deverá pecar por defeito.

KM 2866 – Lago Hart

Numa região de lagos salgados, uma paragem no Lago Hart vale pela excentricidade da paisagem, principalmente para quem, por esta altura, estará já completamente acostumado aos ares quentes e secos vindos do deserto de Simpson. A viagem está prestes a terminar.

KM 2834 – Port Augusta

Não fora o facto de constituir, oficialmente, o término da Stuart Highway e nada havia a dizer sobre Port Augusta. Na verdade, poucos viajantes encaram Port Augusta como o seu objectivo final. Adelaide, capital do estado, encontra-se já demasiado próxima para ser ignorada, a “apenas” trezentos quilómetros de distância. E Melbourne, no fim de contas, dista pouco mais de mil. Num país tão vasto e despovoado como a Austrália, a noção de distância é muito relativa. A chave continua na ignição.

Cascata Florence, Parque Nacional de Litchfield, norte da Austrália
Cascata Florence, Parque Nacional de Litchfield, norte da Austrália
A longa, rectilínea e plana Stuart Highway, Austrália
A longa, rectilínea e plana Stuart Highway, Austrália
Entardecer próximo de Devil Marbles, outback australiano
Entardecer próximo de Devil Marbles, outback australiano
Pequeno canguru em Matarranka, Territórios do Norte, Austrália
Pequeno canguru em Matarranka, Territórios do Norte, Austrália

Guia de viagens ao interior da Austrália

Este é um guia prático para viagens ao outback australiano, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de atividades entre Darwin, Alice Springs e Adelaide.

Como fazer a viagem pela Stuart Highway

Uma vez chegado à Austrália, há várias formas de percorrer a Stuart Highway em toda a sua extensão. Indicam-se quatro estilos de viagem distintos, com diferentes custos e níveis de comodidade.

Alugar um automóvel é a opção mais óbvia, até porque a generalidade das empresas de aluguer de viaturas permite que o automóvel seja entregue numa cidade diferente da de recolha, sendo que, quer Darwin, quer Adelaide, são duas cidades bem servidas por grandes empresas de rent-a-car. Esta não é, obviamente, uma opção para todas as bolsas uma vez que a viagem, para ser agradável, demora vários dias e o custo do aluguer, tal como o de quase todos os bens e serviços na Austrália, não é menosprezável.

Como alternativa, para quem apreciar os ambientes backpacker – uma fortíssima indústria na Austrália, aliás -, uma das melhores formas de viajar nesta zona remota da Austrália é a bordo de miniautocarros, em viagens organizadas por empresas cujo público-alvo são, precisamente, os jovens viajantes independentes. Desta forma, as longas horas na estrada não são passadas de forma solitária, até porque o ambiente criado nestes grupos, que rondam geralmente as 20 pessoas, é quase sempre muito agradável. Perde-se em flexibilidade, ganha-se em convívio e poupa-se nos custos. Duas das maiores empresas são a Wayward Bus (entretanto encerrada) e a Adventure Tours.

Uma terceira opção, mais arrojada mas bastante popular na Austrália, e que poderá ser uma alternativa a considerar especialmente para viagens de maior duração e para quem dispõe de alguma margem de manobra em termos temporais, consiste em comprar uma auto-caravana usada, na cidade de partida, e vendê-la na cidade destino. Por muito estranho que possa parecer aos olhos europeus, esta é uma opção popular na Austrália, havendo inclusive empresas especializadas nestas transacções comerciais. E não são raras as histórias de viajantes que venderam a caravana, semanas ou meses depois, pelo mesmo valor de compra.

Por fim, a opção mais económica e igualmente popular, consiste em partilhar um carro com outros viajantes. Para tal, há que pesquisar nos quadros de anúncios das pousadas e pequenos hotéis de Darwin (ou Adelaide, ou mesmo Melbourne) anúncios de viajantes com carro que procurem, eles próprios, companhia para dividir custos de combustível. Há sempre alguém a sair nos próximos dias; é apenas uma questão de verificar se os planos de ambos – e as próprias pessoas – são compatíveis.

Quando viajar para o outback

O Verão na Austrália inclui os meses de Dezembro a Fevereiro, sendo por isso, sem surpresa, a época alta em termos de turismo. De Junho a Agosto é Inverno e, quanto mais se viaja para sul, maior a probabilidade de encontrar temperaturas bastante baixas. Assim, e para evitar temperaturas extremas e hordas de turistas (em Uluru, por exemplo), talvez seja aconselhável viajar nos períodos compreendidos entre Setembro e Novembro ou Março e Maio.

Como chegar à Austrália

Por valores a rondar os 1.300 €, taxas incluídas, é possível voar de Portugal até Darwin ou Adelaide, via Londres e Singapura, por exemplo. De notar que a duração da viagem, escalas incluídas, ultrapassa geralmente as 24 horas.

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Onde ficar

Encontrar alojamento não constitui qualquer problema, mesmo nos lugares mais remotos da Austrália. As pousadas destinadas a backpackers pululam em todas as cidades e são, regra geral, de razoável qualidade. Opte por um quarto duplo (ou individual) para usufruir de maior privacidade. Hotéis de maior qualidade existem igualmente em abundância, embora o custo da hotelaria australiana seja comparativamente elevado. Alguns exemplos:

Em Alice Springs, a pousada Annie’s Place é a mais popular da cidade no segmento económico, mas pode também pernoitar mais próximo de Uluru, nos resorts em Yulara, às portas do Parque Nacional Uluru – Kata Tjuta. Em Coober Pedy, qualquer local no subsolo proporciona uma experiência agradável, sendo o Desert Cave Hotel uma das opções mais luxuosas e dispendiosas. Em Adelaide, a Adelaide Central YHA é, dentro do género, absolutamente irrepreensível. Uma cama ronda os 15 €.

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Informações úteis

O custo de vida na Austrália é bastante elevado, se comparado com o português.

Os cidadãos nacionais necessitam de visto turístico para visitar a Austrália ou o equivalente electrónico chamado ETA (Electronic Travel Authority). O ETA, que permite estadia na Austrália até três meses, pode ser obtido online em www.eta.immi.gov.au.

No calor do outback australiano, as moscas são o que de mais irritante o viajante irá encontrar. Não tenha vergonha de comprar uma rede protectora para a cara e usá-la nas caminhadas por lugares como o Kings Canyon, no Parque Nacional Uluru-Kata Tjuta. O ridículo da figura é compensado pelo descanso nos passeios.

Para obter detalhes adicionais sobre os destinos ao longo da Stuart Highway, visite os sites oficiais do Turismo do Northern Territory e do Turismo da Austrália.

Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.