
Já aqui escrevi que fui visitar Ravello com uma imagem forte na cabeça: a do Terraço do Infinito da Villa Cimbrone. Desde que vi pela primeira vez uma imagem daqueles bustos num muro de pedra com a imensidão azul do Mar Mediterrâneo em pano de fundo, sabia que a Villa Cimbrone era o ponto fundamental de todo o meu roteiro na Costa Amalfitana.
De tal forma que, mal cheguei a Ravello numa manhã quente de julho, caminhei imediatamente em direção aos jardins da Villa Cimbrone. É essa visita que aqui partilho.
O que visitar em Villa Cimbrone

Assim que entrei no complexo que funciona como um muito elogiado hotel de luxo, reparei imediatamente que a Villa Cimbrone é muito mais do que um terraço com vistas bonitas. Para mim, que desconhecia a dimensão dos jardins, foi uma boa surpresa.
Há, por exemplo, a belíssima Avenida da Imensidão; o emblemático Templo de Ceres; o escondido Templo de Baco; a repousante Avenida das Hortências; a estátua de David; o Terraço das Rosas. E, acima de tudo, razão maior para todas as peregrinações turísticas, o inigualável Terraço do Infinito. É precisamente sobre os principais atrativos dos jardins da Villa Cimbrone que agora escrevo. Vamos a isso.
Claustro
Logo após a entrada, ultrapassada a porta do século XVI do lado esquerdo, encontra-se um claustro. Tem um pequeno mas gracioso pátio – meio árabe, meio siciliano -, a partir do qual se tem acesso a uma critpa em estilo gótico, com arcos abertos sobre a paisagem amalfitana. Era o próximo ponto da visita, antes de explorar os jardins propriamente ditos.
Cripta
A cripta é uma galeria aberta em estilo gótico, cujos arcos foram modelados na Abadia das Fontes, um mosteiro cisterciense fundado em 1132 em North Yorkshire, Inglaterra.
Segundo a literatura oficial, a Cripta da Villa Cimbrone foi construída no início do século XIX, “embora evoque uma atmosfera medieval”. Gostei de ver, mas confesso que não era para isso que eu ali estava.
Uma vez visitadas as edificações instaladas à entrada da villa, era então tempo de prosseguir a minha visita, caminhando ao longo da Avenida da Imensidão.
Avenida da Imensidão
A chamada Avenida da Imensidão é a aorta dos jardins da Villa Cimbrone. O caminho atravessa-os completamente, desde a entrada principal até ao Templo de Ceres, porta de entrada no tão ansiado Terraço do Infinito.
Lá fui eu, caminhando tranquilamente ao longo da Avenida da Imensidão, por entre plantas exóticas, estátuas de bronze de guerreiros gregos e vasos em terracota com mais de 300 anos. Foi a introdução perfeita para a magnitude e exuberância do complexo de jardins.
Templo de Ceres
O final da Avenida da Imensidão é marcado pelo chamado Templo de Ceres. Trata-se de um local privilegiado, às portas do Terraço do Infinito, dedicado à Deusa dos cereais e da agricultura, protetora das colheitas e de todos os grãos.
Acabei por ali ficar, sentado, durante muito tempo, absorvendo a paisagem, grato pelo momento. É, para mim, dos lugares mais bonitos dos jardins da Villa Cimbrone.
Terraço do Infinito
Ex-líbris da Villa Cimbrone, o Terraço do Infinito é uma gigantesca varanda sobre o azul. Na companhia de belos bustos do século XVIII, e tendo a sorte de um dia de céu limpo, deu para vislumbrar as longínquas montanhas do Cilento; as pequenas casas encavalitadas nas encostas da Costa Amalfitana; bem como o bulício dos barcos de recreio e transporte de passageiros lá em baixo, pintalgando o azul profundo de espumantes linhas brancas.
Imagens que, estou certo, ficarão para sempre gravadas no baú que guarda as memórias das minhas viagens.
Assento de Mercúrio
Apreciado o Terraço do Infinito, decidi dar a volta aos jardins da Villa Cimbrone, caminhando junto ao muro exterior, no sentido dos ponteiros do relógio.
O primeiro ponto de interesse, para além das omnipresentes paisagens montanhosas, foi o chamado Assento de Mercúrio. Trata-se de uma estátua de bronze do século XVIII com notórias semelhanças com a celebrada obra Hermes Sentado, encontrada na Villa de Papyri de Herculano, atualmente em exibição no Museu Nacional em Nápoles.
O espaço é um convite para uma pausa, para relaxar, para abrandar o ritmo. Foi o que fiz.
Templo de Baco
Adiante, depois de uma curta escadaria, dei de caras com o Templo de Baco. É o local onde, com grande probabilidade, se encontram as cinzas de Lord Grimthorpe, falecido em 1917, para que a sua memória fosse preservada.
No centro do templo vê-se um pedestal que sustenta uma estátua de bronze. Nela, Sátiro apoia Baco, com seus cachos de uvas e referências à música e à dança, mas confesso que não me demorei muito, até porque havia obras de manutenção a decorrer, o que tornava o templo menos apelativo.
Avenida das Hortências
Depois de passar o Templo de Baco e de avistar a estátua de David, perto do belíssimo Terraço das Rosas, fui caminhando lentamente ao longo da Avenida das Hortências, aproximando-me paulatinamente do portão de saída.
A visita aos jardins da Villa Cimbrone estava a chegar ao fim; mas, pouco depois do final da Avenida das Hortências, caminhava eu em direção ao edifício do hotel, quando algo chamou a minha atenção.
Sala de Chá
Foi quando vislumbrei um edifício que me deixou intrigado. O folheto indicava ser a “tea room” da villa; mas era um espaço sem paredes, aberto para um belo jardim italiano com canteiros de rosas resplandecentes; e, no centro, uma fonte de mármore com cupidos e um vaso com figuras em relevo.
Havia ainda colunas romanas a sustentar uma estrutura com arcos e “esculturas da Idade Média”. E, não menos curioso, o centro da “sala” era ocupado por uma concha de pedra decorada com monstros marinhos.
Foi um final curioso para a minha visita à Villa Cimbrone. À distância, faltam-me as palavras para descrever a beleza dos jardins e, principalmente, a experiência de pisar o Terraço do Infinito e ser esmagado por todo aquele azul.
Foi, seguramente, o ponto alto da visita a Ravello.
Guia prático
Como chegar
Ao contrário da maioria dos vilarejos da Costa Amalfitana, Ravello não fica à beira-mar. Para chegar é necessário sair da famosa Strada Statale 163 – conhecida como a Amalfitana – e subir durante alguns quilómetros.
Dito isto, e descontando quem viaja em transporte próprio ou carro alugado, a melhor forma de chegar a Ravello é apanhando um autocarro da SitaSud. A viagem a partir de Amalfi demora apenas 30 minutos e há múltiplas saídas por dia; confirme os horários neste endereço.
Uma vez em Ravello, é só atravessar a Piazza Duomo, virar à esquerda e caminhar seguindo as indicações até Villa Cimbrone.
A entrada custa 7€ por pessoa. Na bilheteira, peça um desdobrável que contém um mapa elucidativo e informações adicionais sobre as atrações dos jardins.
Onde ficar
Ravello é das povoações mais charmosas para se hospedar em toda a Costa Amalfitana. Até porque, ao entardecer, após a maioria dos turistas se ir embora, o povoado ganha um charme adicional. Tem também as melhores vistas de toda a região, e a distância de Amalfi não é assim tão grande.
Somando isso à existência de hotéis com muito requinte, está bom de ver que os preços do alojamento em Ravello são um pouco salgados. Dito isto, guesthouses como a Gala Residence Villa Giovanna (mais cara, mas com um terraço impagável) e a Maera B&B Ravello valem bem o investimento.
Mas há também unidades acolhedoras e a preços aceitáveis (para a Costa Amalfitana, onde um quarto duplo por menos de 200€, em Positano, é uma pechincha!). Em concreto, o bed & breakfast Auditorium Rooms; a Casa Dolce Casa; e a Nonno Francesco B&B; ou ainda a mais económica (mas de certa forma especial) A casa di Nonna Marianna são opções a considerar.
Por fim, saiba que existe um hotel de luxo dentro do complexo, de cinco estrelas, chamado precisamente Hotel Villa Cimbrone. É fantástico! Para encontrar outros bons hotéis em Ravello, use por favor o link abaixo.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.