Caminhar pelo leito de um rio, por vezes com água pelo peito, pode não ser a primeira coisa que ocorre a quem visita Las Vegas. Mas atravessar os Virgin Narrows, no Parque Nacional de Zion, é uma atividade ao ar livre memorável, uma vez tomadas as devidas precauções no que toca à meteorologia e equipamento.
Quem vai a Las Vegas e consegue a proeza de não perder todo o dinheiro em jogo e divertimento tem várias opções de locais para visitar nas imediações. O mais badalado é o Grand Canyon, que figura em vários panfletos distribuídos na cidade por agências que prometem o passeio da praxe até ao desfiladeiro. Mas a menos de três horas da capital do jogo fica um dos tesouros do sudoeste americano menos conhecido das massas: o Parque Nacional de Zion, no estado do Utah, Estados Unidos da América.
Este parque, dominado pelo Rio Virgin que deambula entre montanhas de rocha avermelhada, merece alguns dias de exploração mais cuidada. A sua paisagem é um repasto para os sentidos. As suas paredes rochosas são uma delícia para quem ama escalada, os inúmeros trilhos uma iguaria para os que preferem deslocar-se com os pés bem assentes na terra.
Ou na água, já que um destes trilhos, conhecido mundialmente por caminhantes assíduos, é feito quase sempre pela água. Chama-se Virgin Narrows e segue durante cerca de 25 km (percurso não circular) pelo desfiladeiro do rio com o mesmo nome. Tem a particularidade de seguir o curso do próprio rio, que durante milénios escavou caminho por entre paredes alaranjadas com dezenas de metros de altura. Pode ser feito a favor ou contra a corrente, sendo que a forma mais comum de o fazer é a segunda, tendo por início o local denominado Temple of Sinawava, última paragem do autocarro do parque.
Para apreciar o local não é necessário percorrer a totalidade do percurso. O caminhante pode voltar para trás assim que entender. Há locais onde a água chega apenas aos tornozelos, e outros em que se está imerso até à cintura ou ao peito. Aconselho, porém, que não se deixem intimidar, e façam pelo menos uns 4 ou 5 km, de forma a chegar a locais emblemáticos. Wall Street é um destes locais, onde deixam de existir os pequenos bancos de areia com vegetação que caracterizam o início do percurso, e passamos a ter apenas paredes de rocha amarelada de um e outro lado, sem qualquer local onde possamos caminhar a não ser pela água.
Dependendo da altura do ano, a água pode estar bastante fria, já que está sempre à sombra. O sol não consegue penetrar no desfiladeiro a não ser para iluminar as paredes rochosas. É imprescindível, para evitar a hipotermia, que os caminhantes vão bem apetrechados. Felizmente existem em Springdale, pequena vila que fica na entrada Sul do Parque Nacional de Zion, lojas que alugam o equipamento de canyoning necessário. Uma delas é a Zion Adventure Company, que aluga um conjunto (sapatos, meias de neopreno, calças impermeáveis, e bastão de caminhada) por apenas $35. Com este equipamento é possível fazer o percurso de forma relativamente confortável. E embora possa haver a tentação de dispensar o bastão, tal não deve ser feito. É a nossa melhor ajuda para evitar torcer um pé nas rochas soltas e escorregadias do leito do rio.
É também muito importante que o caminhante se informe das condições meteorológicas do dia em que for fazer a caminhada. O perigo de flash-floods (enxurradas) é bem real nos dias em que chove, mesmo que chova a alguns quilómetros de distância. Mas nada como ir ao centro de interpretação do parque, onde há sempre rangers simpáticos e prestáveis prontos a dar todas as informações necessárias.
No dia da caminhada, basta apanhar o autocarro, sair na última paragem e andar umas dezenas de metros até uns degraus em pedra que levam o caminhante ao rio. Tomadas as devidas precauções, não haverá nada que impeça este passeio de ser uma boa memória para a vida inteira.
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