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Cuenca por quem lá vive: Daniela Toscano

Por Filipe Morato Gomes | Portugueses pelo Mundo América do Sul Cuenca Equador
Atualizado em 3.02.2021 | Tempo de leitura: 8 minutos

Viver em Cuenca: Parque Nacional Cajas, Equador
A Daniela no Parque Nacional El Cajas, próximo de Cuenca

Hoje, na série de portugueses pelo mundo, vamos até Cuenca, no Equador, pela mão da Daniela Toscano. A Daniela tem 36 anos, foi consultora de Recursos Humanos até ter decidido viajar pelo continente americano (e alimentar o blog América a pedal durante a viagem); está a trabalhar e a viver em Cuenca desde novembro de 2016, onde criou um projeto de delivery de comida vegetariana. Desafiei-a a partilhar connosco as suas experiências na terceira maior cidade do Equador; bem como sugestões e dicas para quem quiser visitar Cuenca.

É um olhar diferente e mais rico sobre Cuenca – o de quem vive por dentro o dia-a-dia da cidade equatoriana, estando simultaneamente fora da sua “zona de conforto”, deslocado, como acontece a todos os viajantes. Este é o 59º post de uma série inspirada no programa de televisão “Portugueses pelo Mundo”.

Conteúdos do Artigo
  • 1 Em Cuenca com a Daniela Toscano (entrevista)
    • 1.1 Define Cuenca numa palavra.
    • 1.2 Cuenca é uma boa cidade para viver? Fala-nos das expectativas que tinhas antes de chegar ao Equador, e se a realidade que encontraste bateu certo com a ideia preconcebida que trazias.
    • 1.3 E o que mais te marcou em Cuenca?
    • 1.4 Como caracterizas os equatorianos?
    • 1.5 Como terminarias esta frase: “Não podem sair de Cuenca sem…”
    • 1.6 Vamos tentar fazer um roteiro de três dias em Cuenca. Indica-nos as coisas que, na tua opinião, sejam “obrigatórias” ver ou fazer.
    • 1.7 O Equador não é o destino mais caro do mundo mas, mesmo assim, com certeza tens algumas dicas para se poupar dinheiro em Cuenca.
    • 1.8 Uma das decisões críticas para quem viaja é escolher onde ficar. Em que zona nos aconselhas a procurar hotel em Cuenca?
    • 1.9 Falemos de comida. Que especialidades gastronómicas temos mesmo de provar em Cuenca?
    • 1.10 Imagina que queremos experimentar comidas locais. Gostamos de tascas, botecos, lugares tradicionais com boa comida e se possível barato. Onde vamos jantar?
    • 1.11 Escolhe um café e um museu.
    • 1.12 Falemos de diversão. O que sugeres a quem queira sair à noite?
    • 1.13 Tens alguma sugestão para quem quiser fazer compras em Cuenca? O que comprar?
    • 1.14 Antes de te despedires, partilha o maior “segredo” de Cuenca; pode ser uma loja, um barzinho, um restaurante, uma galeria de arte, algo que seja mesmo “a tua cara”.
  • 2 Guia prático
    • 2.1 Onde ficar
    • 2.2 Seguro de viagem

Em Cuenca com a Daniela Toscano (entrevista)

Define Cuenca numa palavra.

Só uma? Vou regatear ao contrário e pedir três: Bonita, Colonial e Tranquila.

Cuenca é uma boa cidade para viver? Fala-nos das expectativas que tinhas antes de chegar ao Equador, e se a realidade que encontraste bateu certo com a ideia preconcebida que trazias.

Sim, Cuenca é uma boa cidade para viver. Tem todos os serviços de que se possa precisar, saúde, educação, cultura, comércio, transportes, entre outros. Nela vive uma grande comunidade de estrangeiros (composta sobretudo por pessoas dos EUA e Canadá já reformadas) e atrai bastantes turistas. A grande afluência de pessoas de outros países faz com que a cidade se adapte às suas necessidades e acabe por se assemelhar a uma pequena cidade europeia, sob vários aspectos.

Na verdade, cheguei ao Equador sem qualquer expectativa. Era um país do qual eu sabia pouco e simbolizava apenas “a ponte” entre a Colômbia (país de onde vinha) e o Peru (que planeava conhecer a seguir). Depois de viajar durante um mês por aqui, e ter gostado, iniciei um trabalho em troca de hospedagem num hostel em Cuenca. E o que era para ser um trabalho de três semanas, estendeu-se por quatro meses. Foi o início do que viria a transformar-se na decisão de ficar.

O Equador surpreendeu-me pela sua modernidade que se vê, por exemplo, na qualidade das estradas ou das estruturas para o turismo, muito melhores quando comparadas com outros países da América Latina por onde passei. É também um país bastante seguro.

E o que mais te marcou em Cuenca?

Catedral de Cuenca Equador
Pormenor da Catedral de Cuenca

O facto de ser uma cidade bonita, tranquila e onde facilmente se faz “vida de bairro”. Ao estender a minha passagem por Cuenca, comecei a criar uma rotina que já não tinha desde o início da viagem que estava a fazer. Ir sempre à mesma loja e à mesma padaria e chamar o comerciante de “vizinho”. Começar a sair repetidamente com as mesmas pessoas e ir criando laços. Sair para passear ou correr junto ao rio. Vaguear por alguns cafés e bares.

Por isto tudo, Cuenca fez-me sentir em casa e foi essa sensação o que mais me marcou e preencheu, possivelmente a corresponder à necessidade de “pausar” que se começava a instalar depois de vários meses de nomadismo.

Como caracterizas os equatorianos?

São diferentes entre si. Os cuencanos não têm nada a ver com os quitenhos ou com as pessoas de Guayaquil. Os costenhos são diferentes da gente do oriente. Aqui em Cuenca, as pessoas são amáveis e acolhem bem o estrangeiro. No entanto, também são algo introvertidas e conservadoras.

Já as pessoas da costa parecem mais “espalha-brasas” e festeiras. Ainda se mantêm muito as culturas indígenas e facilmente se vêem pessoas com os trajes típicos vestidos, os famosos chapéus ou as saias rodadas das “cholas”.

Como terminarias esta frase: “Não podem sair de Cuenca sem…”

Caminhar muito pelo centro e apreciar a arquitetura colonial, visitar a catedral nova e ir a uma das várias fábricas do sombrero de paja toquilla, o famoso chapéu-panamá.

Vamos tentar fazer um roteiro de três dias em Cuenca. Indica-nos as coisas que, na tua opinião, sejam “obrigatórias” ver ou fazer.

Dia 1: centro histórico de Cuenca

Para o primeiro dia, sugiro que se percam pelas ruas do centro histórico, visitem as duas catedrais na praça central, parem para tomar um “café loja” (da zona de Loja, uma cidade um pouco a sul de Cuenca) numa das muitas cafetarias da Rua Mariscal Sucre, passeiem pelas ruínas incas do Museu Pumapungo, caminhem até ao miradouro Turi para ver o entardecer e terminem o dia num dos restaurantes ou bares da Calle Larga onde podem provar algumas cervejas equatorianas.

Trabalhar em Cuenca: Calle Larga
Calle Larga, em Cuenca

Dia 2: Parque Nacional El Cajas

No dia seguinte, acordem cedo e apanhem um autocarro até ao Parque Nacional El Cajas. Aí, façam pelo menos um dos trilhos delineados na paisagem incrível deste parque a quase 4.000 metros de altitude. Levem um almoço na mochila e sentem-se junto a um dos riachos ou lagos que abundam por lá para desfrutar calmamente da refeição.

Quando voltarem para Cuenca, descansem um pouco junto ao Rio Tomebamba e aproveitem para jantar num dos modernos bares do Paseo 3 de Noviembre.

Dia 3: praças, mercados e museus

Para a despedida, visitem um dos mercados de Cuenca. Pode ser o 10 de Agosto que fica no início da Calle Larga. Aí podem tomar um bom pequeno-almoço por 2 ou 3 dólares e comprar frutas frescas para o resto do dia. Quase em frente ao mercado está um dos museus do sombrero de paja toquilla.

Entrem e peçam para ver como se fazem os chapéus. Será difícil a escolha entre tanta oferta de chapéus bons e bonitos mas acredito que se vão enamorar de algum modelo e voltarão para casa com um souvenir bem especial. Antes de saírem da loja, subam ao primeiro andar e desfrutem da linda vista sobre a parte sul da cidade que se tem desde a cafetaria.

Voltem a caminhar um pouquinho; passem pela Plaza del Vado para continuar a apreciar a vista sobre o rio e as montanhas andinas que rodeiam Cuenca e avancem até San Sebastian, outra praça que vale a pena conhecer. Aí podem visitar o museu de arte moderna e sentar-se numa das agradáveis esplanadas, recomendo-vos a da cervejaria belga Jodoco.

Se à noite vos apetecer dar um pezinho de dança não deixem de passar no bar mais popular onde se misturam mochileiros e gente local, o Zoociedad.

O Equador não é o destino mais caro do mundo mas, mesmo assim, com certeza tens algumas dicas para se poupar dinheiro em Cuenca.

Efetivamente a vida no Equador não é cara por comparação com os padrões europeus. Uma forma de economizar é em comida, por exemplo, indo comer aos mercados.

Já no que diz respeito a transportes, ao invés de andar de táxi, pode usar-se a extensa rede de autocarros que cobram cada viagem a $0,25.

Também há muitas atividades gratuitas em Cuenca; desde a visita a museus ou igrejas, passando pelo passeio pela margem do rio ou pelos vários parques da cidade.

Uma das decisões críticas para quem viaja é escolher onde ficar. Em que zona nos aconselhas a procurar hotel em Cuenca?

Há muitas opções no centro histórico, para todas as carteiras. Cuenca é uma cidade pequena e para percorrer a pé e uma vez que quase todas as atrações estão no centro este é o lugar ideal para procurar hospedagem.

Procurar hotéis em Cuenca

Falemos de comida. Que especialidades gastronómicas temos mesmo de provar em Cuenca?

Mercado de las Flores, Cuenca
Bancas no Mercado de las Flores, em Cuenca

Aqui o prato típico é o Hornado, um assado de porco inteiro na brasa. Também se come Cuy, que nós conhecemos por porquinho-da-índia, igualmente assado. Eu prefiro comida vegetariana e nunca provei o Cuy (por isso não sei se gosto). As opiniões das pessoas que conheço e que provaram dividem-se. Do Hornado provei umas “lasquinhas” só para saber como era o sabor, e gostei.

Imagina que queremos experimentar comidas locais. Gostamos de tascas, botecos, lugares tradicionais com boa comida e se possível barato. Onde vamos jantar?

Se fosse para almoçar, íamos aos mercados – ao 10 de Agosto ou ao 9 de Outubro. Mas, como à noite já estão fechados, podemos parar junto a um carrinho de espetadas que se instalam em algumas esquinas da cidade; ou vamos até à Rua Honorato Vasquez e escolhemos um dos seus vários restaurantes.

Escolhe um café e um museu.

Um café: El Cafetal de Loja, onde costumo ir tomar café (café equatoriano) e comer uma humita (um salgado feito de milho e recheado com queijo).

Um museu: o Museu Pumapungo, onde existe um parque arqueológico com ruínas incas e uma exposição muito interessante sobre as culturas indígenas do Equador. A entrada é gratuita.

Falemos de diversão. O que sugeres a quem queira sair à noite?

A rua no centro onde se encontram vários bares e restaurantes é a Calle Larga. Podemos começar aí a noite, num dos vários bares que oferecem happy hour. Em Cuenca é comum haver música ao vivo em alguns lugares, nomeadamente jam sessions. Dois dos bares/restaurantes onde mais gosto de ir são La Cigalle, numa paralela à Calle Larga, e o Sucré, na praça central El Calderón.

Depois, para dançar, vamos ao Zoociedad.

Tens alguma sugestão para quem quiser fazer compras em Cuenca? O que comprar?

Na praça São Francisco há lojas e quiosques com o que de mais artesanal se pode comprar aqui. Muitos do comerciantes são indígenas da zona de Otavalo e têm muita oferta de artigos. Uma sugestão seria comprar um poncho porque, para além de serem típicos, são quentinhos, bonitos e económicos.

Ainda nessa praça há um pequeno centro comercial onde se vendem joias de prata da zona de Gualaceo (uma cidade a 30 minutos de Cuenca). Especialmente os brincos são muito típicos e podem ser uma linda prenda para oferecer.

Claro que não posso deixar de voltar a falar nos típicos chapéus de Paja Toquilla que se encontram em qualquer das várias fábricas de Cuenca.

Antes de te despedires, partilha o maior “segredo” de Cuenca; pode ser uma loja, um barzinho, um restaurante, uma galeria de arte, algo que seja mesmo “a tua cara”.

Eu adoro cafés, sobretudo os pequeninos, com atmosfera familiar e onde o café seja mesmo bom. Quando cheguei aqui ia muito a um café que se chama Café Amigos, que é de um senhor do Canadá e onde servem um café delicioso. Fica na Rua Simón Bolívar, quase na esquina com a Estevez de Toral. É o lugar ideal para ficar durante um bom bocado a ler um livro e a relaxar.

Obrigado, Daniela. Vemo-nos quando fizer uma viagem a Cuenca.

Guia prático

Onde ficar

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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