Epicentro da Costa Amalfitana, o histórico vilarejo de Amalfi é um dos pontos mais importantes de todo o litoral curvilíneo do Golfo de Salerno. E essa importância, aliás, chegou muito antes do advento do turismo.
“Considerada uma das mais antigas “Repúblicas Marítimas”, Amalfi desenvolveu intenso intercâmbio com o Império Bizantino e Egito durante a Idade Média. Os mercadores amalfitanos conquistaram, dos árabes, o monopólio do comércio mediterrâneo, fundando, no século X, a base mercantil da Itália meridional no Médio Oriente. Entre os testemunhos mais importantes da grandeza de Amalfi, estão as “Tábuas Amalfitanas”, um código que reunia as normas do direito marítimo e que permaneceu válido por toda a Idade Média.” in Wikipedia
Hoje em dia, Amalfi é um pequeno aglomerado de casas instaladas entre a escarpa e o mar, com becos sem saída, ruelas estreitas e escadarias íngremes que, no seu todo, formam uma urbe deliciosamente labiríntica. Tudo somado, e juntando uma localização perfeita no coração da Costa Amalfitana, Amalfi era dos locais que tinha maior curiosidade em visitar. Só que essa visita teve de esperar um pouco – eu explico!
Tinha planeado aproveitar a minha passagem por Amalfi para combinar com uma visita a Ravello. E assim fiz. O que não tinha planeado foi ir a Ravello antes de visitar Amalfi, mas as viagens são assim mesmo e, no momento em que cheguei a Amalfi, avistei um autocarro a partir para Ravello. Numa decisão impulsiva, entrei, deixando Amalfi para a tarde desse dia ensolarado.
É sobre essa tarde a visitar Amalfi que hoje escrevo.
A minha experiência a visitar Amalfi
Tal como Positano e Ravello, também Amalfi atrai uma legião de amantes da sofisticação e do luxo. Felizmente, vindo diretamente dos jardins da Villa Cimbrone, estava já contagiado por esse mundo de ostentação, pelo que não estranhei os carros topo de gama que avistei assim que o autocarro chegou a Amalfi, regressado de Ravello.
Na rua, comecei a andar sem grande rumo, embrenhando-me nas ruelas pintadas de branco do centro de Amalfi. Não foi planeado, fui simplesmente fugindo do litoral, afastando-me dos guarda-sóis e dos corpos bronzeados da praia de Amalfi. Numa palavra, explorando.
E assim entrei várias vezes em becos sem saída; cruzei-me com senhoras italianas de alguma idade, amalfitanas de gema; avistei um ou outro padre e vários habitantes locais; e, por vezes, qual luxo supremo, tinha ruas e becos só para mim, como se estivesse num local nada turístico.
Amalfi deve ser mesmo lindo sem turistas, pensei mais do que uma vez. Mas foi isso mesmo que encontrei, em pleno verão, afastando-me das ruas principais que dão acesso à Catedral de Amalfi. Fica na Piazza del Duomo e é o ex-líbris local. Foi para onde depois me dirigi.
Catedral de Amalfi
Na verdade, em Amalfi todos os caminhos vão dar à Piazza del Duomo. Que é como quem diz, à sua belíssima catedral. Construída no século IX e dedicada ao apóstolo Santo André, a Catedral de Amalfi é uma catedral católica romana medieval e a edificação mais emblemática do vilarejo. É linda – linda mesmo!
Todo o complexo é uma espécie de testemunho monumental de vários séculos de história, reunindo no mesmo espaço a chamada Basílica do Crucifixo, a catedral propriamente dita, e ainda a cripta do apóstolo Santo André – “primeiro discípulo de Jesus” -, cuja cabeça e ossos ali estarão guardados.
Para mim, no entanto, o que mais me surpreendeu foi a decoração exterior da fachada do edifício. Ao que consta, a Catedral de Amalfi foi reconstruída no final do século XIX com recurso a mármore listrado e pedra, inclusive na varanda de “traça árabe-mourisca”. Por momentos, lembrei-me da pintura às riscas da incrível Mesquita-Catedral de Córdoba.
A praia
De novo na Piazza del Duomo, já rodeado de muitos turistas, esplanadas e lojas de souvenirs, fui ainda espreitar mais de perto a famosa praia de Amalfi.
Os guarda-sóis listados de amarelo e verde davam um colorido interessante ao areal em tons de cinza. O casario esbranquiçado escorria encosta abaixo. O céu mantinha aquele azul profundo característico do verão amalfitano. E eu ia-me sentindo satisfeito por ter dado uma oportunidade a Amalfi.
É que, apesar de não ser a mais bela – espelho meu, espelho meu… -, Amalfi é, juntamente com Ravello e Positano, o terceiro vértice do triângulo dourado da Costa Amalfitana. Imperdível!
Dicas para visitar Amalfi
Como chegar
Amalfi fica à beira-mar e é atravessada pela famosa Strada Statale 163 – conhecida como a Amalfitana. Assim, descontando quem viaja em transporte próprio ou carro alugado, a melhor forma de chegar a Amalfi é apanhando um autocarro da SitaSud (caso venha de Sorrento) ou um barco da Travelmar (caso venha de Salerno ou Positano).
Caso queira visitar Amalfi vindo diretamente de Nápoles, o ideal é apanhar um comboio Nápoles – Salerno, seguido de um barco ou autocarro para Amalfi (dependendo dos horários).
Em todo o caso, se viajar por terra durante o pico do verão prepare-se para o trânsito infernal ao longo da estrada Amalfitana. E, claro, para a falta de estacionamento em cidades como Positano ou Amalfi (por isso não recomendo alugar carro).
Onde ficar em Amalfi
Não vale a pena ter ilusões: tal como em Positano, praticamente não há hotéis baratos em Amalfi. O alojamento é mesmo muito caro!
Dito isto, a acolhedora La Valle Delle Ferriere, a quase vizinha Villa Annalara, o confortável Casa Angelina, e a guesthouse DieciSedici são das opções hoteleiras com melhor relação qualidade/preço. Não se podem considerar baratos mas, para os padrões de Amalfi, têm preços muito aceitáveis. Por exemplo, encontrei quartos duplos no La Valle Delle Ferriere a 130€ (os preços sobem no verão). Reserve com antecedência.
Para quem pretende poupar no alojamento, Amalfi não é de todo o melhor lugar onde ficar na Costa Amalfitana. Ainda assim, considere ficar um par de noites no bed & breakfast Il Porticciolo di Amalfi. Não vai encontrar muito mais barato! Num segmento de maior charme e mais intimista, o bed & breakfast La Bambagina e a muito elogiada Residenza Luce são hospedagens que vale a pena considerar.
Por fim, se é o luxo que procura – e está disposto a pagar por isso! -, o NH Collection Grand Hotel Convento di Amalfi é, com toda a certeza, uma escolha acertada. Tem localização e vistas imbatíveis, e é perfeito para uma viagem a dois numa data especial. Ou então o não menos exclusivo Hotel Santa Caterina, um pouco afastado do centro de Amalfi mas que, em compensação, dispõe de uma praia privada.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
Que lugar lindo! As casas na encosta do mar são de cair o queixo!