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As lendárias Terras Altas escocesas

Por Filipe Morato Gomes
Castelo Eilean Donan, Terras Altas da Escócia
Castelo Eilean Donan, Terras Altas da Escócia

De carro alugado, rumámos às Terras Altas da Escócia, com passagem pelas cidades de Stirling e Fort William, pelo vale de Glen Nevis, por lagos com mitos e monstros, por castelos de outros tempos – Stirling, Eilean Donan, Dunvegam e Urqhuart – e, claro, pela ventosa mas magnífica ilha de Skye. A viagem pelas Terras Altas escocesas haveria de terminar em Inverness.

Rumo às Terras Altas

Há muito que a Escócia constava de uma lista imaginária de destinos a visitar tão breve quanto possível. Queria principalmente conhecer o Norte do país, a noroeste de Edimburgo, região embelezada por paisagens verdejantes, pequenas vilas embutidas em ambientes rurais, os picos das montanhas das Terras Altas cobertos de neve e os castelos defensivos com mil anos que pintalgam o horizonte, e um punhado de ilhas ventosas como a mítica ilha de Skye. Tudo isso sem esquecer que a Escócia é um país de homens guerreiros, resistentes e patrióticos, como Sir William Wallace – o lendário herói da independência retratado por Mel Gibson no filme Braveheart – e, naturalmente, que é terreno fértil para destilarias produtoras dos melhores whisky de malte do planeta.

Viagem às Terras Altas: Castelo de Inverness
Castelo de Inverness

Iria de Edimburgo até à cidade de Inverness, mas não pelo caminho mais curto ou mais rápido: iria pelo mais diversificado e agradável, avançando primeiramente até à ilha de Skye, via Fort William e Mallaig, inflectindo depois até às margens do Loch Ness, e daí rumo a Inverness.

Um carro alugado a partir de Edimburgo foi a solução encontrada para me deslocar. Conduzir pela esquerda é um desafio. Entrar nas rotundas pela esquerda, olhar sempre para a direita num cruzamento ou mexer na caixa de velocidades com o braço esquerdo são procedimentos pouco comuns para a maioria dos viajantes no Reino Unido.

Para mim, felizmente, não era a primeira vez que conduzia pela esquerda – já o tinha feito em locais tão distantes como a África do Sul -, pelo que alguns quilómetros de condução foram suficientes para acostumar o cérebro à situação de condutor num país anglo-saxónico. Stirling fica quase 60 quilómetros a noroeste de Edimburgo e tem a particularidade de ser a terra de Sir William Wallace.

Há um enorme monumento erigido em sua honra que domina completamente a paisagem, de onde quer que se olhe. Chama-se, precisamente, Monumento Wallace e é uma gigantesca coluna de aço e pedra, de cujo topo, algumas centenas de degraus numa estreitíssima escada de caracol acima, se tem uma visão arrebatadora sobre Stirling e os verdejantes campos envolventes. A principal razão por que tantos viajantes ocorrem à povoação é, no entanto, outra: um castelo que rivaliza em beleza, atmosfera e importância histórica com o de Edimburgo.

Visitei-o demoradamente, antes de seguir viagem pela estrada A84 rumo a Fort William, passando por localidades como Callander, Crianlarich, Tyndrum e Glencoe, e pelas margens de vários lagos, aqui chamados de LochLoch Lubnaig, Loch Leven, Loch Linnhe -, até que as casinhas ribeirinhas de Fort William apareceram no horizonte.

Cheguei a Fort William eram praticamente sete da tarde. Parei o carro, desci rumo a uma rua pedonal do centro da povoação e perguntei ao primeiro transeunte onde sugeria que me alojasse, de preferência um Bed & Breakfast económico. Era um homem já grisalho, afável e conversador, e estava vestido com fato, mas sem gravata. Esticou o braço, apontando para uma área a dois quilómetros de distância, acompanhando o movimento com um “naquela direcção há muitos B&B”. Depois pegou no telemóvel, ligou para um amigo dono de um B&B, confirmou que havia um apartamento vago, meteu-me no seu carro e insistiu que me levaria até lá, certificando-se de que ficava bem instalado. Soube mais tarde que ele era deputado municipal em Fort William.

Vale de Glen
Vale de Glen Nevis

A casa onde parámos era da família Kennedy – ele filho de um velho pastor da terra já falecido, ela londrina de gema que mudara de vida e de cidade por amor. Tinham um B&B chamado Tigh-Na-Faith, com dois quartos espaçosos para alugar, e receberam-me de tal maneira bem que foi como se tivesse chegado a casa de velhos amigos que não via há muito tempo.

Bebemos chá com deliciosos biscoitos de manteiga caseiros, depois uns soberbos whisky de malte, Talisker e Jura (produzidos há séculos nas ilhas escocesas de Skye e Jura, respectivamente), falámos de tudo um pouco e eu registei uma recomendação especial para o dia seguinte: conhecer o Vale de Glen Nevis.

Quando me despedi dos Kennedy, tinha sérias dúvidas que eles tivessem aquele pequeno negócio pelo rendimento que gerava – julgo que era apenas pelo prazer de conversar e conhecer viajantes de todo o mundo.

Depois de um pequeno-almoço com produtos rurais saborosíssimo, voltei à estrada. Pensava fazer apenas um pequeno desvio para conhecer o Vale de Glen Nevis, mas acabei por ficar no vale boa parte do dia, tal a maravilha da paisagem. A estrada, com asfalto bem cuidado, vai serpenteando o vale com florestas de ambos os lados, há o constante som de água a correr, a imagem dos 1.344 metros de altitude do Monte Ben Nevis sempre presente, esporádicos ciclistas e corredores a fazerem exercício, até que a estrada se estreita de tal forma que passa a caber apenas um carro.

Fui continuando, deleitado, bem devagar, parando uma, outra e outra vez para apreciar o envolvente, até que, de tanto prosseguir, cheguei a um pequeno parque de estacionamento no fim da estrada, que não tinha saída: aí tinha início um trilho pedestre.

Calcei umas botas de montanha, vesti calças confortáveis e avancei. Uns metros adiante, numa placa de madeira estava gravado: “Este trilho vai ficando cada vez mais perigoso à medida que se aproxima da cascata. Têm ocorrido acidentes fatais. Siga com muito cuidado. É essencial bom calçado”. O piso era efectivamente escorregadio, com muitas pedras molhadas pelos constantes cursos de água fria que deslizam montanha abaixo. Havia subidas e descidas em pedra, ao longo de um caminho que, embora não fosse exigente, era sem dúvida perigoso. Ainda assim, vi senhoras e senhores com mais de setenta anos a percorrerem o trilho, de passo lento, botas de montanha e bastões de trekking na mão.

Cruzei-me com três caminheiros espanhóis com mochilas às costas, de ar cansado mas satisfeito, que vinham do sul e estavam há quatro dias a caminhar, acampando durante a noite nas montanhas. Durante um período de certa forma extenso, o trilho seguia ao longo do pequeno Rio Water of Nevis com belos rápidos que faziam um bruáaaa ininterrupto. Não se pensa em nada quando se está num lugar assim: o sentimento é de pura felicidade. Quando cheguei junto à cascata que era o objectivo do passeio, deparei-me com um vale mais amplo, o rio tinha acalmado e eu deixei-me ficar sentado na relva, apreciando a magnífica paisagem e descansando, olhando para os topos pintados de branco das montanhas Ben Nevis. Era esta a Escócia que eu procurava, pensei.

A magnífica ilha de Skye

Já me haviam falado da “Estrada das Ilhas”, um trajecto com 43 quilómetros de extensão entre Fort William e Mallaig, o fim da linha, localidade portuária de onde só se pode voltar para trás ou embarcar num ferryboat para as ilhas Hébridas.

Vale de Glen, próximo de Fort William
Vale de Glen, próximo de Fort William

A estrada começa por bordejar o Loch Eil, sempre acompanhada pela espectacular linha de caminho-de-ferro onde muito raramente passa a Jacobite, uma locomotiva a vapor que liga Fort William a Mallaig. Vê-se depois envolvida por florestas, montanhas, leitos de rio e outros lagos, transformando-se numa estrada em que o virar de cada curva se aguarda com a expectativa de qualquer surpresa no cenário.

Quando cheguei a Mallaig, fui directo para o cais de embarque do ferryboat da empresa Caledonian MacBrayne com destino à ilha de Skye, a mais procurada das ilhas Hébridas. Foi precisamente no porto de Mallaig, e também na ilha de Skye, que o realizador dinamarquês Lars von Trier filmou muitas das cenas exteriores do poderoso filme Breaking the Waves. Eu estava com sorte: partia um ferryboat daí a 50 minutos.

Skye é uma ilha maravilhosa. A paisagem é agreste, muito montanhosa, acastanhada e pedregosa, e o vento sopra sem piedade. A vida é sem dúvida difícil mas Skye é um lugar magnífico. Escolhi a povoação de Portree como base para exploração da ilha, e em boa hora o fiz. Porque fica geograficamente bem localizada, permitindo passeios contornando a costa para Norte em direcção a Lug, para Oeste em direcção ao imponente castelo de Dunvegan, e para Sul rumo à aldeia piscatória de Elgol por uma estrada estilo montanha-russa, estreitíssima mas muito bonita.

Mas Portree foi também a escolha acertada porque, neste fim do mundo, sem que nada o fizesse prever, encontrei produtos artesanais do mais alto gabarito em lojas de infinito bom gosto – os sabonetes feitos de forma totalmente artesanal da The Isle of Skye Soap Company e, principalmente, a loja de roupa criativa Skye Batiks. E porque encontrei ainda um restaurante absolutamente divinal, de seu nome Café Arriba, um espaço pequeno e colorido com refeições confeccionadas na hora, o paraíso da comida saudável e vegetariana, verdadeiramente memorável.

Monumento Wallace, construído em Stirling, a terra natal de Sir William Wallace
No topo do imponente Monumento Wallace, construído em Stirling, a terra natal de Sir William Wallace

Foi precisamente no Café Arriba que provei uma cerveja escocesa deliciosa, preta e encorpada, chamada Black Cuillin, nome das mais altas montanhas da ilha de Skye. A cerveja era, naturalmente, produzida na ilha de Skye e acompanhou uma soberba refeição no Café Arriba.

O restaurante é um daqueles lugares que não tem qualquer menu impresso: as sopas e pratos que o chef decide cozinhar no dia estão escritos à mão, a giz, num quadro de ardósia pendurado na sala de refeições. Depende da sua inspiração e vontade, e dos produtos disponíveis. Foi a melhor refeição que degustei em toda a Escócia.

A última etapa da viagem consistia em sair da ilha Skye pela ponte de Kyle of Lochalsh e dessa forma evitar o regresso a Mallaig de ferryboat, chegando a Inverness no mesmo dia com passagem pelo mais fotografado castelo de toda a Escócia: o Eilean Donan. É uma estrutura defensiva convenientemente localizada numa pequena ilha do Loch Luich, unida a terra por uma pequena ponte de pedra. Eilean Donan é um dos mais fotogénicos castelos do país, mas havia muitos turistas por perto, pelo que não demorei muito a seguir viagem.

Viajava de carro com a lentidão de quem conduz apreciando a paisagem, quando uma jovem de porte atlético, calções de lycra tipo ciclista, mochila às costas e um bastão de trekking que caminhava na berma na estrada, estendeu o braço a pedir boleia. Chamava-se Sarah, vivia em Inverness e, para mim, era mais uma prova do quanto os escoceses amam caminhar e se esforçam por praticar um estilo de vida saudável, em contacto com a Natureza.

Sarah estava a caminhar por trilhos de montanha das Terras Altas desde as 6 horas da manhã (olhei para o relógio e eram quase 6 horas da tarde), e tinha acabado de regressar à estrada principal para se dirigir ao seu carro, estacionado uns quilómetros adiante. Quando soube o que eu fazia na Escócia, disse-me: “pára no Castelo Urqhuart, é lindíssimo”. Assim fiz.

Vista a partir do castelo de Stirling
Vista a partir do castelo de Stirling

O Castelo Urqhuart fica nas margens do famoso e muito assediado Loch Ness, já muito perto de Inverness, um pouco antes do turístico Centro de Exposições do Monstro do Loch Ness. Já muito se especulou sobre o gigantesco monstro que vive – diz a lenda! – nas profundezas do Loch Ness, mas nem o lago nem o monstro me despertaram qualquer interesse.

A descrição que Sarah fez do Castelo Urqhuart, ao invés, convenceu-me a parar. Quando lá cheguei, já o castelo estava fechado para visitas, mas a vista da estrada, ao cimo da colina, mostrou um castelo iluminado com as cores quentes dos últimos raios de sol, altivo e belíssimo. Não o teria conhecido, não fora o acaso de conhecer Sarah, a caminheira.

Era quase noite quando cheguei a Inverness, uma povoação costeira com ar industrial onde me aguardava nova surpresa gastronómica: o sofisticado e totalmente envidraçado restaurante Kitchen. Um copo de vinho tinto selou uma refeição dos deuses com vista privilegiada para o Rio Ness, que atravessa Inverness. Estava prestes a despedir-me da Escócia, e já sentia um pouco daquela nostalgia do regresso.

Fui dormir num Bed & Breakfast instalado numa casa vitoriana da Rua Old Edinburgh, nome da cidade onde tinha iniciado a viagem. Estava com um sorriso de alegria estampado no rosto, pensando na viagem que acabara de terminar.

Sabonetes artesanais na loja The Isle of Skye Soap Company, em Portree, ilha Skye
Sabonetes artesanais na loja The Isle of Skye Soap Company, em Portree, ilha Skye

Lembrei-me das pessoas que encontrei, como o deputado parlamentar de Fort William, a família Kennedy e Sarah; da arquitectura do centro histórico de Edimburgo; de Stirling, terra de Sir William Wallace e seu gigante monumento; das paisagens magníficas das Terras Altas, ideais para o contacto com a Natureza; da caminhada ao longo do estrondoso Vale Glen Nevis; de conduzir pela “Estrada das Ilhas”; do ferryboat de Mallaig a caminho das ilhas Hébridas; do vento agreste na magnífica Skye; dos castelos de Eilean Donan, Urqhuart e tantos outros; do perfume do Talisker, precioso whisky de malte; do sabor do haggis, o prato nacional; das refeições criativas no Café Arriba e no Kitchen; e, claro, de apanhar com quatro estações no mesmo dia. A viagem ao norte da Escócia tinha sido fascinante.

Guia de viagens às Terras Altas

Este é um guia prático para viagens as Terras Altas da Escócia, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e actividades na região.

Como chegar a Edimburgo

A forma mais barata de chegar à Escócia é utilizar combinações de voos low cost das companhias Ryanair e EasyJet, embora isso por vezes implique esperas demasiado longas em aeroportos de ligação. Alternativamente, um voo de ida e volta entre Lisboa e Edimburgo com a British Airways, via Londres, pode actualmente custar pouco mais que 220€. Uma vez em Edimburgo, a forma mais prática de se deslocar às Terras Altas é de carro alugado. Vai apreciar a liberdade de poder parar onde lhe apetecer.

Caso o seu orçamento seja virtualmente ilimitado, que tal adicionar uns dias a bordo de um comboio de luxo à experiência em território escocês? A viagem “Clássica” organizada pela The Royal Scotsman, por exemplo, com quatro noites sobre carris e início e término em Edimburgo, custa “apenas” 4.830€ por pessoa.

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Onde ficar

Regra geral, os quartos em casas Bed & Breakfast são a aposta económica mais vantajosa em todas as localidades das Terras Altas escocesas. Proporcionam estadias confortáveis, pequenos-almoços deliciosos e um contacto mais estreito com os habitantes locais. Os preços rondam os 50€ a 60€ por quarto, para duas pessoas. A Tigh-Na-Faigh, em Fort William, é o exemplo perfeito de um B&B recomendável.

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Gastronomia Escocesa

A gastronomia escocesa tem no suspeito haggis o seu elemento mais tradicional. É confeccionado com vísceras de carneiro (coração, fígado e pulmão) picadas com cebola, farinha de aveia e gordura retirada dos rins do carneiro, tudo temperado com sal e especiarias e apurado num caldo de carne, tudo cozido durante três horas no interior do estômago do próprio carneiro. Apesar da pouco entusiasmante descrição, vale a pena provar.

Para experiências mais contemporâneas, uma visita ao Café Arriba, na ilha de Skye (Quay Brae, Portree) é uma experiência gastronómica incomparável. Não tem menu, porque os pratos variam diariamente consoante a inspiração do chef, mas há sempre meia dúzia de opções, incluindo sopas deliciosas e refeições vegetarianas. O referido restaurante Kitchen, em Inverness (15 Huntly St., Inverness), utiliza produtos regionais frescos para confeccionar refeições deliciosas e é outra opção recomendável sem reservas.

Por fim, para provar a comida de pub tipicamente britânica, sugere-se o Brewers Fayre Loch Iall, em Fort William (An Aird, Fort William). Há restaurantes Brewers Fayre noutras cidades.

O que comprar

Ao contrário do que se imagina, o whisky de malte escocês é muito caro se comprado na Escócia, fruto de impostos elevadíssimos – a vantagem reside na vasta oferta e não no preço, pelo que se sugere que aproveite para comprar marcas que não encontra em Portugal. Mais criativos são os tecidos da Skye Batiks, com que se produzem roupas delirantes, sacolas, toalhas e um sem fim de produtos verdadeiramente originais. A loja fica localizada em Portree, na ilha de Skye. Na mesma localidade, a The Isle of Skye Soap Company vende interessantes sabonetes artesanais de múltiplos odores, incluindo alguns inesperados como… whisky.

Informações úteis

Apesar do Reino Unido não fazer parte do Espaço Schengen, aos cidadãos portugueses basta serem portadores de um passaporte ou bilhete de identidade válido. Apesar da desvalorização recente da Libra Esterlina, não se pode dizer que a Escócia seja ainda um destino barato.

Seguro de viagem

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.