Acabei de deixar Istambul, ao fim de cinco dias de intensa busca por lugares interessantes, dos mais turísticos como Hagia Sofia ou a Cisterna da Basílica, aos menos óbvios como lokantas “escondidos” atrás de elevadores nos últimos pisos ou até o lado asiático de Istambul.
Já aqui escrevi que este é um regresso a Istambul. Na minha primeira viagem a Istambul, tinha optado por me alojar na zona de Sultanahmet; desta vez fiquei em Beyoglu, perto da Praça Taksim, símbolo maior da resistência popular turca aos desvarios governamentais. E foi uma experiência totalmente distinta.
Quem viaja sabe bem da importância da localização da estadia em qualquer grande cidade do mundo. Não por uma zona ser “melhor” do que a outra, mas pelo simples facto do local onde pernoitamos influenciar sobremaneira a experiência na cidade [ler Onde dormir em Istambul: Sultanahmet ou Beyoglu]. No caso de Istambul, estar perto da Praça Taksim significou atravessar a Istiklal dezenas de vezes. E é sobre essa rua que hoje aqui lhe falo.
Dia e noite, uma multidão de turcos e turistas (sim, Istambul está cheia de turistas) percorrem toda a extensão da Rua Istiklal. Caminham, fazem compras, veem e são vistos. Eu fui um deles. Especialmente a partir do meio da tarde, uma massa compacta de gente tornou difícil caminhar na Istiklal sem ter de constantemente me desviar de pessoas. Não é fácil descrever como uma rua tão larga fica sem espaço, tal e qual como uma manifestação sem bandeiras. Nos pontos mais altos, olha-se a rua e do empedrado nem vislumbre: tudo é gente.
A Istiklal é o mundo concentrado numa rua.
Lojas tradicionais (livrarias) e centros comerciais, restaurantes bem-parecidos e recantos para beber chá e fumar narguilé, homens rotos e engravatados, mulheres de burca e outras de saias curtas e saltos agulha, espalhafatosos vendedores de gelados e artistas de rua, de tudo um pouco se encontra na Istiklal. Caminhar na Istiklal é uma atração em si mesmo, mas é à noite que a rua – ou melhor, as ruas em torno da rua – ganham uma vida inacreditável.
A Istiklal é uma festa. Centenas de bares gravitam em torno da Istiklal (não é exagero). Nas ruas adjacentes, a música ecoa de todos os lados. Muitos bares em Istambul instalaram-se nos últimos pisos dos edifícios, ao ar livre, para combater o calor estival e, por isso, o som chega de baixo, de cima, de longe, de perto. Música ao vivo nos pisos térreos e nos terraços, tipo “voz e violão”, sons tradicionais turcos e batidas tecno, de tudo um pouco de ouve nas ruas.
E depois há as esplanadas, onde o espaço permite. Há ruas transformadas num imenso bar, tal é a profusão (e diversidade) de bares instalados porta com porta. Não só na Asmali Mescit, o “Bairro Alto cá do sítio” – como me foi descrito por Rita, uma portuguesa a estudar em Istambul -, mas em redor de toda a Istiklal.
Dia ou noite, conhecer o microcosmos da Rua Istiklal é “obrigatório” numa viagem a Istambul. Eu tive a sorte de o fazer vezes sem conta e posso garantir que, de Bomonti na mão, o tempo passa a correr.
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