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Budapeste, tradição e modernidade

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Budapeste Europa Hungria
Atualizado em 23.12.2018 | Tempo de leitura: 8 minutos

Mercado de Budapeste, Hungria
Fachada principal do belíssimo mercado de Budapeste, Hungria

Se há cidades que respiram tempos de mudança na “nova” Europa, Budapeste é sem dúvida uma delas. Sedentos de viver, os habitantes da capital da Hungria tornaram-na numa cidade fervilhante, onde a tradição e a modernidade convivem lado a lado.

Apadrinhadas pelo omnipresente Danúbio, atracções como o edifício do Parlamento húngaro ou os banhos públicos de Szechenyi são um regalo para o viajante. Relato de uma apaixonada viagem a Budapeste.

A valsa de Budapeste

Corria o ano de 1867 quando um músico austríaco relativamente jovem criou uma melodia em jeito de valsa que haveria de se tornar universalmente reconhecida.

Reza a história que a obra-prima foi idealizada pelo artista durante uma viagem de barco pelo Rio Danúbio e, porventura em virtude das suas águas inspiradoras, lhe dedicou honra de título: An der schönen blauen Donau ou, como haveria de ficar registada nos anais da música do século XIX, simplesmente, O Danúbio Azul.

Vista geral de Budapeste
Vista geral de Budapeste, a partir dos jardins do Palácio Real

O músico dava pelo nome de Johann Strauss e a sua criação é talvez o acontecimento singular que mais contribui para o interesse que cidades como Viena, Bratislava ou Budapeste despertam, desde então, em viajantes de todo o Mundo.

No que toca a Budapeste, é sabido que a majestosa capital não deixa os forasteiros indiferentes. Até José Costa, aliás, Zsoze Kósta, o escritor-fantasma do livro «Budapeste» de Chico Buarque se apaixonou pelo idioma húngaro e voltou uma e outra vez à atractiva capital da Hungria. E com razão.

Cidade beijada pelo Danúbio, de arquitectura nobre e imponente, pejada de cafés e com uma vida social intensa, Budapeste entranha-se no corpo do personagem, ou melhor, do viajante.

É uma cidade de contrastes, por vezes louca, por vezes tradicional, o novo e o velho lado a lado, o Leste e o Ocidente coabitando harmoniosamente. A efervescência própria dos tempos de mudança paira hoje no ar em Budapeste, e o resultado é uma urbe bela e fascinante, surpreendente, desafiadora.

Banhos públicos de Szechenyi
Banhos públicos de Szechenyi, um dos mais espectaculares de Budapeste, a par com as termas do Hotel Gellért

Num fim de tarde o turista pode banhar-se por entre as arcadas de um edifício secular num dos banhos públicos de Buda e, horas depois, mergulhar nas noites loucas de Peste em clubes trendy cheios de jovens animados bebendo cocktails ao som de DJs famosos e mulheres esculturais impecavelmente maquilhadas, vestidas com a última tendência da moda de Milão ou Paris.

Dois mundos na mesma cidade, Buda e Peste, à espera de serem descobertos. Entre eles, apartando-os, o incansável Danúbio, que, verdade seja dita, não tem a cor da canção.

Budapeste: do Parlamento húngaro às Termas de Szechenyi

Ex-líbris de Budapeste é, sem dúvida, o sobranceiro edifício do Parlamento húngaro, localizado bem na margem do rio, no lado Peste.

É o edifício público mais belo da cidade e, felizmente, são permitidas visitas guiadas ao seu interior. E aí pode calcorrear a magnífica escadaria principal, visitar um par de antecâmaras com decorações em folha de ouro e deleitar-se com as peripécias históricas contadas pelos guias turísticos.

Se as águas do Danúbio pudessem parar por uma vez ao longo da sua longa viagem desde a Floresta Negra até ao Mar Morto, o excelso edifício parlamentar da Hungria seria, muito provavelmente, o local escolhido para o seu descanso.

Edifício do Parlamento da Hungria
O monumental edifício do Parlamento da Hungria

Ainda em Peste, vale a pena passear pela Rua Andrássy, almoçar no Goa Café ou no restaurante Gundel, fazer compras na Rua Vaci, entrar nos bares e cafés da área, conhecer o belíssimo mercado de Budapeste ou, simplesmente, andar num dos sistemas de metro mais antigos do planeta.

O destino pode ser a Praça dos Heróis, numa simbólica homenagem aos fundadores na nação magiar, embora o pretexto para lá ir, sejamos honestos, é outro. É que uma visita a Budapeste não fica completa sem desfrutar das águas termais de um banho público, e é precisamente na Praça dos Heróis que ficam localizadas as mais belas piscinas ao ar livre da cidade.

Falo das termas de Szechenyi, onde homens de idade respeitável jogam xadrez dentro de água em tabuleiros de pedra, enquanto se banham nas piscinas do belíssimo complexo. É uma experiência imperdível em qualquer viagem a Budapeste, percorrer as salas de Szechenyi, desfrutar de saunas a diferentes temperaturas por entre colunas de pedra, nadar nas piscinas exteriores, jogar xadrez, relaxar, ser húngaro por umas horas.

Alternativamente, as águas termais do Hotel Gellért oferecem água rica em cálcio num ambiente mais recatado e luxuoso. É talvez o mais extraordinário Spa da cidade, e fica na margem oposta do rio, em Buda, pelo que é um imperativo cruzar o Danúbio pela Ponte das Correntes – a mais emblemática entre todas as pontes da cidade.

Budapeste
Edifícios históricos e modernidade convivem pacificamente em Budapeste

Deixamos, pois, Buda para o fim. Caminhamos pelas ruas empedradas do bairro do Castelo, uma zona privilegiada para o turismo protegida pela UNESCO com a classificação de Património da Humanidade, e que, fruto da sua localização no alto de uma colina, oferece das mais deslumbrantes vistas sobre toda a metrópole.

Especialmente a partir dos jardins do Palácio Real de Budapeste, com o Rio Danúbio e a Ilha Margarida na pintura e Peste em pano de fundo. Há ainda o Baluarte dos Pescadores, a Igreja de São Mateus, o Museu de História de Budapeste, muitas lojas de antiguidades, o magnífico Café Miró, ruelas para percorrer e muita gente simpática para conhecer.

De resto, se for fim-de-semana, não há melhor local para “ser” húngaro por um dia do que a Ilha Margarida. Naturalmente não se encontra em nenhuma das margens do rio mas sim dentro dele – como que a indicar que o melhor não é Buda nem Peste, mas a junção de ambos num só.

Parece que toda a cidade se desloca para lá para praticar exercício físico, namorar, saborear um sorvete ou passear em família. Para nós, caminhar por entre o verde e as gentes da ilha é uma forma tranquila de terminar esta viagem a Budapeste.

Com um pouco de imaginação, quem sabe até se não encontramos Zsoze Kósta e a bela Kriska, sentados na relva do parque da Ilha Margarida, desfrutando de um piquenique domingueiro.

Ponte das Correntes, Budapeste
Ponte das Correntes, a mais emblemática de Budapeste
Xadrez nas Termas de Szechenyi, Budapeste
Jogando xadrez nas termas de Szechenyi, Budapeste, Hungria
Turistas e o Palácio Real de Budapeste
Duas jovens turistas apreciam a vista a partir do Palácio Real de Budapeste, com o Rio Danúbio e a Ilha Margarida ao fundo

Guia de viagens a Budapeste

Este é um guia prático para viagens a Budapeste, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na capital húngara.

Quando viajar para a Hungria

Os meses de Maio a Setembro são os mais confortáveis do ponto de vista climatérico, e proporcionam mais horas de luz. Julho e Agosto são, no entanto, naturalmente, os meses com maiores enchentes de turistas.

Como chegar a Budapeste

A TAP voa de Portugal para Budapeste, com preços a rondar os 200 euros (os preços variam bastante consoante a época do ano e os suplementos de combustível).

Pesquisar voos

Onde ficar

A oferta é variada e para todos os gostos, conforme se pode comprovar nesta selecção de hotéis em Budapeste. No que toca a unidades de cinco estrelas, o Corinthia Grand Hotel Royal é uma opção a considerar, com quartos a rondar os 350 reais. Absolutamente recomendável é igualmente o K+K Hotel Opera, de quatro estrelas, um elegante e sofisticado hotel com uma atmosfera acolhedora. Há vários apartamentos arrendados por habitantes locais a preços mais em conta, sendo os mais conhecidos, porventura, os TO MA Apartments.

Pesquisar hotéis em Budapeste

Restaurantes

Os restaurantes Menza e Bock Bistro são, actualmente, dois dos mais badalados restaurantes da capital húngara, pelo que pode ser necessário efectuar reserva. Servem pratos regionais e de cozinha internacional e, tal como a maior parte dos novos espaços, ficam situados no lado Peste da cidade.

Sugestões de passeios em Budapeste

Ir à Ilha Margarida, percorrer as ruelas da cidade velha na colina do Castelo, entrar num banho público e delongar-se por horas, admirar o edifício do Parlamento húngaro ou conhecer os novos cafés do lado Peste e a Rua Váci, são tudo actividades recomendáveis durante uma viagem a Budapeste. Fora da cidade, uma curta viagem até Szetendre é um belo passeio para efectuar num dia em que já não apetece deambular pelas ruas de Budapeste. E, claro, entre Maio e Setembro, durante a época turística, os barcos de cruzeiro que sobem e descem o Danúbio estão à espera de o ter a bordo para um cruzeiro pelo rio azul.

Ver excursões em Budapeste

Informações

O site oficial do Turismo de Budapeste oferece informação atualizada sobre as principais atrações turísticas da capital húngara.

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Comentários

  1. Ponto de Prtida

    Uma cidade fantástica, e um artigo fantástico.
    Este é o meu roteiro, fiquei hospedado em Peste também não muito longe da Basílica de São Estevão. É uma cidade que se faz muito bem a pé o que torna fácil conhecê-la.
    http://www.opontodepartida.com/budapeste

    Responder
  2. J Guntter

    Pouco conheço da Europa mas gostaria de recomeçar por Budapeste, que, pela descrição faz todo o meu estilo.
    Penso que gostaria de ir só, numa espécie de aventura ou talvez à procura de um reencontro, Conhecer alguém especial, outras pessoas, num ambiente fantástico, surpreendente e tão cosmopolita.
    Não sei se será a melhor opção mas seduz-me esta viagem comigo.

    Responder

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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