Sou, desde anteontem, feliz proprietário de uma Leica D-Lux 6 – depois de ter devolvido uma magnífica Fuji X100s da qual fui dono durante apenas uma semana. Mas já lá vamos. Deixem-me primeiro explicar de onde venho no que toca à fotografia de viagens.
Desde que fotografo, tenho-me mantido fiel às SLR da Nikon. No tempo do filme, usei durante alguns anos uma F-601 e, na passagem para a fotografia digital, comecei com uma D100, antes de evoluir para a D300 e posteriormente para a excelente D700. Tenho também várias lentes Nikkor: a que mais uso é uma 17-35mm 2.8, a minha preferida uma 50mm 1.4. Há algum tempo que não uso teleobjetivas.
De resto, dizem que tenho “bom olho”, mas percebo pouco de técnica.
Fiz dezenas de viagens com esse equipamento, de escapadinhas de fim de semana até viagens maiores, incluindo uma volta ao mundo solitária e uma outra em família. O objetivo era obter a melhor qualidade possível nas fotografias de viagem que envio para revistas de viagem como a Fugas.
Nesse aspeto, o material ao meu dispor cumpria – e cumpre! – bem a sua função, sem o peso bruto e preço exorbitante das Nikon topo de gama. Era uma situação de compromisso atrativa.
Com o acumular da minha experiência de viagem, houve duas coisas me incomodavam cada vez mais. Em primeiro lugar, é óbvio que transportar 1 ou 2 corpos SLR mais 2 ou 3 lentes distintas é pesado. Implica levar uma mochila exclusiva para o material fotográfico que, não raras vezes, juntando o peso de um computador portátil, pesa mais do que tudo o resto que transporto em viagem.
O segundo problema tem a ver com os locais que visito. Seja por questões práticas ou de segurança, acontece-me muitas vezes ter de “pensar” se levo a máquina comigo ou não para um determinado local. Especialmente à noite. Ora, isso é uma coisa que me chateia – gostava de ter uma máquina fotográfica que pudesse andar sempre comigo, sem eu ter de ponderar o que quer que seja.
Daí a pensar nas compactas foi um passo.
Fuji X100s vs Leica D-Lux 6
Tinha acabado de chegar do Irão e estava de partida para uma curta viagem ao Rio de Janeiro. No Irão, convivi com a superior qualidade de imagem de uma Leica compacta nas mãos de uma companheira de viagem. Fiquei “com a pulga atrás da orelha”. Queria começar a testar uma compacta logo na viagem ao Brasil.
Com apenas dois dias para tomar uma decisão, a “investigação” possível feita online, alguma indecisão e duas visitas ao competentíssimo pessoal da loja Colorfoto no Porto, acabei por comprar uma Fuji X100s. O belíssimo design, a extraordinária qualidade e a remota possibilidade de, com ela, poder no futuro dispensar as SLR deixaram-me entusiasmado.
E um post apaixonado do António Luís Campos, amigo e assíduo colaborador da National Geographic, convenceu-me definitivamente. O único senão era o preço.
No dia seguinte, levei a recém-comprada X100s para o Rio de Janeiro. As SLR ficaram em casa. Era uma espécie de teste.
Durante 6 dias, fotografei alguns bairros e praias do Rio. O problema do peso estava resolvido, praticamente não era preciso retocar as imagens saídas da máquina e, à parte algumas dificuldades em usar o visor (resolver-se-ia com a simples atualização do firmware, soube depois), estava satisfeito. A qualidade das fotografias saídas da X100s é irrepreensível.
Levei a Fuji X100s para as praias, levei-a para o centro histórico, para rodas de samba a que assisti à noite, levei-a na verdade em boa parte das situações; mas não a levei, por exemplo, a um baile funk numa favela manhosa ou a uma saída noturna à Lapa com passagem pelo Rio Scenarium, um dos bares-discoteca da moda na noite carioca.
Ou seja, continuava a ter de ponderar se levava a máquina ou não, especialmente em alturas nas quais preferiria vestir a pele de blogger em vez de fotógrafo profissional. Em suma, apesar das grandes qualidades da X100s, ela não estava a cumprir um dos pressupostos da minha compra. Foi assim que cheguei à conclusão de que o que eu realmente procurava era uma máquina fotográfica ultracompacta, que coubesse no bolso e assim pudesse andar comigo para todo o lado. Um complemento às SLR – não um substituto.
No regresso a Portugal, troquei a X100s por uma Leica D-Lux 6.
Foi uma decisão difícil, porque a X100s é uma máquina fotográfica extraordinária (além de muito bonita, num estilo retro apaixonante).
A Leica D-Lux 6 é mais pequena e mais barata, mas tem várias especificações técnicas piores do que a Fuji. A começar pelo sensor, bem mais pequeno que o da X100s (e se comparado com a mais recente Nikon Coolpix A é uma miniatura), e o facto de não ter visor – lá terei de fotografar olhando para o LCD (hei de me habituar, espero eu). Mas ganha na abertura (1.4) e em mais algumas outras características técnicas que para o caso nao interessam. A lente zoom é mais flexível. Pesa menos. É mais pequena. E traz uma licença para o Adobe Lightroom 4.
Acima de tudo, acho que com a D-Lux 6 não terei mais de pensar se levo ou não a máquina comigo em qualquer situação. Estará sempre no bolso, especialmente se as SLR ficarem em casa. É desta forma atribulada que entro no maravilhoso mundo da Leica.
A próxima viagem será a Paris, em família. Aí já saberei se a questão Fuji X100s vs Leica D-Lux 6 foi bem decidida.
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