Os elogios são sinceros e recorrentes. Há quem diga que Koh Kood (também grafado como Koh Kut) tem as melhores praias da Tailândia; outros garantem mesmo ser a ilha mais bonita da Tailândia. Concorde-se ou não, serve este introito para registar o óbvio: Koh Kood tem algo de especial!
As praias de Koh Kood são de facto muito atraentes, com águas rasas, tépidas e tranquilas – ideais para toda a família. Talvez por isso, a ilha tenha fama de ser mais destinada a quem gosta de fazer férias em resorts do que a mochileiros e viajantes independentes.
Acontece que os bons hotéis concebidos para lagartar ao lento ritmo insular estão longe de ser os únicos atrativos da ilha. Há cascatas maravilhosas, aldeias de pescadores que permitem um contacto humano com costumes e tradições, árvores sagradas e um sem-fim de lugares para desfrutar sem ninguém por perto.
Pela minha parte, cheguei a Koh Kood com expectativas elevadas, vindo da pequena e acolhedora Koh Mak. Estava ciente de estar a pisar uma ilha maior e mais movimentada; uma espécie de meio termo entre a tranquilidade de Koh Mak e o reboliço de Koh Chang. E posso garantir que gostei muito de Koh Kood. Venha daí.
Veja também este roteiro na Tailândia com epicentro no arquipélago de Koh Chang.
O que fazer em Koh Kood
Explorar o interior da ilha de scooter
Sendo Koh Kood uma ilha de média dimensão, ter uma scooter é fundamental para a poder explorar. Seja para descobrir as suas praias desertas, seja para se aventurar pelo interior florestal da ilha e deixar-se surpreender com a paisagem.
Tenho para mim, aliás, que a melhor forma de visitar Koh Kood é sem grandes planos ou mapas. Alugar uma scooter, levar fato de banho e material de snorkelling; e, simplesmente, ir explorando as diferentes facetas da ilha. Há cascatas, praias, aldeias e as belas estradas do interior de Koh Kood. Foi assim que, durante três dias, conheci muitos dos cantos da ilha – incluindo Ao Salat.
Visitar Ao Salat e outras aldeias de pescadores
Visitar as aldeias de pescadores de Koh Kood foi uma das atividades que mais me fascinou durante o tempo em que permaneci na ilha. E, entre elas, gostei especialmente de Ao Salat. Porque me pareceu menos contaminada pelo advento do turismo.
Outras aldeias substituíram já boa parte das casas de pescadores por pousadas e restaurantes mas, em Ao Salat, permanece uma esmagadora maioria de residências de pescadores e serviços destinados aos mesmos.
Assim que cheguei, comecei a caminhar pelos passadiços de madeira e de betão sobre estacas. Encontrei logo peixe e camarões a secar ao sol. Não havendo (até há pouco tempo) energia elétrica, o peixe e o marisco são desde há muitas gerações salgados e secos, para se poderem conservar e serem consumidos meses depois. Ainda hoje os habitantes procedem dessa forma com parte da pescaria.
Nas águas da aldeia, avistei também redes que constituíam uma espécie de viveiros de aquacultura tradicional, com peixes, caranguejos, búzios e camarões; para além de muitos barcos de pesca atracados junto às casas e de pessoas a tratarem das suas redes de pesca.
Uma delas era uma senhora com um ar incrivelmente tranquilo que, pacientemente, ia percorrendo toda a enorme rede de pesca com as mãos, limpando-a de restos de peixe, caranguejos mortos e outros detritos.
Não trocámos palavra – nem tampouco soube o seu nome -, apenas assentiu com a cabeça ao vislumbrar a máquina fotográfica. Olhou para mim uma única vez, naquele preciso momento, atarefada que estava a limpar a rede com que todos os dias os pescadores da família apanham caranguejos.
Perdi a conta aos minutos que por ali fiquei; antes de prosseguir viagem para outras paragens.
Outras aldeias de pescadores com casas sobre estacas que fui conhecer foram Ao Yai e Klong Mard. Mas Ao Salat é mais entusiasmante!
Conhecer as praias de Koh Kood
Como é evidente, aproveitei também para conhecer as afamadas praias de Koh Kooh. Na verdade, estava hospedado no Koh Kood Paradise Beach, em plena Ao Tapao, uma das melhores praias de Koh Kood.
A praia Klong Chao (também conhecida como praia Tinkerbell, devido ao resort homónimo) é a praia mais popular da ilha e, por isso mesmo, a mais concorrida. Para os padrões de Koh Kood, isto quer dizer apenas algumas dezenas de pessoas no areal – e porventura um grupo de turistas russos mais exuberante.
Felizmente, há praias tão ou mais bonitas e praticamente desertas. Klong Hin, Ao Tapao, Ao Jak e Ao Phrao foram das que conheci e fotografei. De outras nem sequer o nome soube.
Mas, em Koh Kood, o maior prazer é mesmo esse: pegar na scooter, seguir algum caminho, atravessar palmeirais e acabar numa bela praia sem ninguém.
Visitar as cascatas de Klong Yai Ki e Klong Chao
Como já aqui escrevi, nem só de praias vive Koh Kood, e o interior da ilha é tão ou mais empolgante do que a faixa litoral. É onde poderá encontrar as árvores sagradas e três cascatas que valem a pena visitar.
Acabei por não ir a uma delas porque soube estar sem água. Mas fui conhecer Klong Yai Ki e a mais afamada Klong Chao. Para chegar a ambas, foi preciso percorrer um pequeno trilho florestal, sem dificuldade de maior para além do calor e da humidade.
A cascata Klong Chao estava frequentada por uma dúzia de turistas, mas em Klong Yai Ki encontrei apenas um casal de jovens viajantes a desfrutar da calmaria do local.
Dada a época do ano em que visitei Koh Kood, nenhuma das cascatas tinha muita água. Mas são passeios que recomendo vivamente, entre um mergulho no mar e uma visita às aldeias de pescadores, de preferência combinando com uma passagem pelas gigantes árvores sagradas de Koh Kood.
Conhecer as grandes árvores de Koh Kood
Há duas árvores sagradas no interior de Koh Kood: uma chamada “Big Chai tree” e a outra “500 Years old Makka tree“. São ambas enormes, estão escondidas na floresta e são locais de peregrinação local.
Uma das coisas que mais me surpreendeu foi encontrar roupas impecáveis, colocadas em cabides e protegidas por plásticos, para vestir os espíritos que moram no interior da árvore. Pelo menos é nisso que as comunidades locais acreditam, segundo me contou uma guia tailandesa.
Outras coisas a fazer em Koh Kood
Não estive em Koh Kood tempo suficiente para conhecer tudo o que a ilha tem para oferecer. Eis algumas sugestões adicionais sobre o que fazer em Koh Kood – assim haja tempo e interesse.
- Mergulhar (ou tirar um curso de mergulho), por exemplo com a Koh Kood Divers.
- Comer peixe fresco no restaurante The Fisherman Hut.
Guia prático
Quando viajar para Koh Kood
Em termos climatéricos, a melhor altura para visitar Koh Kood é na época seca, entre dezembro e março. Chove pouco, as temperaturas são altas e o mar está quase sempre calmo. Novembro e abril podem também ser boas épocas, com menos turistas e preços mais baixos.
Note que entre maio e outubro alguns hotéis em Koh Kood estão encerrados.
Como chegar
A forma mais fácil de chegar a Koh Kood a partir de Bangkok é comprar um combinado minivan + barco que o levará diretamente a Koh Kood sem grandes preocupações.
Alternativamente, para ir de forma independente, é preciso antes de mais chegar a Trat. Vindo de Bangkok, pode voar ou apanhar um autocarro que demora entre cinco e seis horas de viagem. A partir de Trat, terá de arranjar transporte do aeroporto (ou estação de autocarros) até ao cais de embarque e apanhar um barco rumo a Koh Kood.
Note que há três cais de embarque distintos em Trat. No caso de Koh Kood, os barcos da Leelawadee Koh Mak partem do cais Laem Ngop; mas os da Boonsiri, por exemplo, saem do cais Laem Sok.
No que toca às viagens inter-ilhas, a maioria dos barcos entre Koh Chang, Koh Mak e Koh Kood só operam no verão tailandês, sensivelmente de outubro até meados ou final de abril. Veja os horários e rotas inter-ilhas da Boonsiri e da Bangbao Boat, por exemplo.
Transportes em Koh Kood
Koh Kood é uma ilha de média dimensão, pelo que é impossível movimentar-se a pé. Assim, para se deslocar em Koh Kood, recomendo vivamente que alugue uma scooter (cerca de 250-300 Baht por dia). Foi o que eu fiz. Terá toda a liberdade para explorar a ilha, a um preço aceitável. Não se esqueça é de fazer um seguro de viagem – pelo sim pelo não.
Para outras deslocações esporádicas, vi alguns songthaews (táxis partilhados) na ilha; mas nunca cheguei a usar, pelo que não posso informar com maior detalhe.
Nota sobre o aluguer de motas: Tal como na maioria dos países do Sudeste Asiático, é facílimo alugar uma scooter em Koh Kood – e não é preciso ter licença de condução para o fazer. Manda a verdade dizer, no entanto, que andar de mota na Tailândia (como em qualquer outro lugar) é perigoso, e que os acidentes graves com turistas por vezes acontecem. Saiba que, não tendo habilitação para conduzir motociclos, dificilmente estará coberto pelo seu seguro de viagem em caso de acidente. Pense duas vezes e, caso opte por alugar uma mota, conduza com extremo cuidado.
Onde ficar
Koh Kood está muito direcionada para o turismo de resort, com unidades de luxo junto à praia. Não é a minha onda, mas tenho de reconhecer que há fantásticos hotéis em Koh Kood.
Eu, por exemplo, fiquei no novo Koh Kood Paradise Beach e só tenho a dizer bem do empreendimento. Isto desde que tenha uma scooter alugada, para conseguir sair do hotel.
Outras alternativas de qualidade incluem o extraordinário Tinkerbell Resort, o elegante Wendy the Pool ou o recatado The Beach Natural Resort (todos classificados com quatro estrelas).
Para os amantes de um estilo mais frugal, o Gumm Lonely Club é simples mas incrível. Gostava muito de ter experimentado este hotel de Koh Kood; mas, como viajei com o apoio do Turismo da Tailândia, não pude escolher o alojamento. Vejam as fotos para perceber o ambiente do Gumm Lonely Club, junto ao manguezal. O hostel Eve House pode ser outra boa escolha para quem procura hospedagem barata em Koh Kood.
Seja como for, utilize o link abaixo para encontrar os melhores hotéis de Koh Kood.
Seguro de viagem
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Viajei para Koh Kood a convite do Turismo da Tailândia.