Já aqui escrevi sobre planear ou viajar ao sabor do vento, e a verdade é que, por mais planos que faça, em viagem tudo se altera. Foi o que aconteceu com esta passagem pelo Miradouro do Ninho da Manta, junto ao Pico do Areeiro.
Vem isto a propósito dos meus planos de viagem na Madeira. Desta vez, tinha pensado sair do Funchal e, numa manhã, fazer a Levada dos Balcões, provavelmente a mais fácil levada da Madeira e paraíso dos birdwatchers, seguido da Vereda do Pico Ruivo a partir da Achada do Teixeira. Era uma forma de aceder ao pico mais alto da Madeira num curto espaço de tempo.
Acontece que segui de carro com as indicações do GPS, passei pelo Monte, continuei por uma estrada regional em direção a Ribeiro Frio mas, às tantas, cheguei a um cruzamento onde uma placa indicava “Pico do Areeiro”. Não resisti. Virei à esquerda e segui até ao terceiro pico mais alto da Ilha da Madeira, em vez de rumar ao destino previsto.
Há uns 15 anos já tinha feito a Vereda do Areeiro (PR 1), mas é sempre bom voltar a um lugar assim. Estacionei o carro e fui fotografar a paisagem. Tinha acabado de chegar um grupo numeroso e, por isso, acabei por não me delongar muito. Voltei ao carro e cumprimentei um jovem motorista que aguardava o regresso dos seus turistas para prosseguir a excursão.
Foi quando os planos voltaram a mudar.
João, assim se chamava o motorista, disse que eu não deveria ir logo embora: “vá pelo menos até ao Ninho da Manta; ou do milhafre, como dizem lá no continente”. Insistiu para que lá fosse, que era perto, que o tempo estava bom e as vistas eram muito bonitas, que não me ia arrepender.
Não me recordava desse miradouro e, perante tamanha convicção, não podia fazer outra coisa senão aceitar o conselho. Agradeci, voltei a pegar na mochila e decidi empreender a curta caminhada a partir do Pico do Areeiro até ao Ninho da Manta.
Vereda do Areeiro (PR 1)
Por azar, comecei a caminhada logo atrás de um grande grupo de turistas seniores alemães, pelo que a caminhada para chegar ao miradouro do Ninho da Manta foi feita a um ritmo muito lento. Pelo caminho, as vistas do Pico Furão, em Curral das Freiras, marcavam a paisagem. Mas é do miradouro que as vistas para a Fajã da Nogueira são verdadeiramente deslumbrantes – pelo menos num dia de céu azul como o que me foi destinado.
Seria pouco aconselhável fazer toda a vereda até ao Pico Ruivo sozinho, mas estava tão satisfeito que não voltei imediatamente para trás.
Olhei para a montanha seguinte e prossegui um pouco mais pela Vereda do Areeiro. Subi, e cruzei-me com um guia de trekking com cara de poucos amigos e medo de “perder a licença” por dar uma informação (não vale a pena explicar a conversa, mas não foi a mais simpática das pessoas que encontrei na Madeira).
Estava um dia extraordinário. O lugar é lindíssimo, a caminhada soube-me muito bem. Valeu bem a pena o desvio. Às vezes, o melhor é mesmo ignorar os planos.
Voltei ao carro e segui para a Levada dos Balcões.
Dicas para fazer o PR 1 – Ninho da Manta / Vereda do Areeiro
Informação prática
De carro alugado, a partir do Funchal basta seguir pela estrada que atravessa a ilha em direção a Faial e Santana. Vai ver uma placa a indicar o Pico do Areeiro – vire à esquerda e num ápice chegará ao pico.
Onde dormir
O Funchal é provavelmente o local mais indicado para servir de base à exploração da veredas e levadas da Madeira. O Pico do Areeiro dista cerca de 20 quilómetros do centro do Funchal.
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