Alma de Viajante

Blog de Viagens de Filipe Morato Gomes

  • Destinos A-Z
  • Portugal
  • Brasil
  • Europa
  • América
  • África
  • Ásia
  • Oceânia
Blog de viagens

Planear ou viajar ao sabor do vento

Por Filipe Morato Gomes | Inspiração
Atualizado em 13.12.2022 | Tempo de leitura: 7 minutos

Planear uma viagem nas Filipinas

Há dias recebi uma mensagem curiosa de alguém que está a planear uma viagem. Dizia mais ou menos isto:

No início do próximo ano, devo ir viajar com o meu namorado por tempo indeterminado. Ele acha que temos apenas que saber todas as informações sobre o primeiro país em que vamos aterrar; e que sobre o resto dos países vamos pesquisando durante o caminho.

Eu, por outro lado, acho melhor ter um breve resumo de cada um, os principais sítios, meios de transporte, etc…; bem como uma rota da viagem mais ou menos definida. E dos países que queremos ver. Como achas que deve ser feito o planeamento da viagem?

Acredito que é uma dúvida comum à maioria dos viajantes que planeiam uma viagem de longa duração, principalmente no caso das primeiras viagens. Aqui deixo, por isso, o meu contributo para a discussão, partilhando o que eu costumo fazer para delinear as minhas viagens independentes – na esperança que isso possa ser útil para quem ambiciona partir.

1. Ter um plano

As pessoas são todas diferentes. Nas viagens que fazia como líder Nomad já encontrei todo o tipo de viajantes: daqueles que propositadamente não pesquisaram, não leram, não viram fotografias e querem ser surpreendidos no terreno; e também daqueles que pesquisaram tudo ao mais ínfimo detalhe e sabem exatamente o que querem ver em cada destino – esteja ou não no “programa”. Eu situo-me sensivelmente a meio destes dois tipos de viajantes, com ligeira inclinação para os que gostam de planear.

Para mim, planear faz parte da própria viagem. Dá-me imenso prazer pesquisar sobre um país, ler experiências de outros viajantes nos seus blogs de viagens, investigar destinos, procurar locais que gostaria de conhecer e, até, por vezes, tentar decidir mais ou menos por quantos dias ou semanas gostaria de visitar o país, região ou cidade.

Ou seja, gosto de ter um plano, nem que seja para não o cumprir.

Logicamente, é irrealista planear tudo com demasiado detalhe (em que restaurante vai almoçar daqui a exatamente 17 dias, ou se daqui a três meses vai dormir em Bogotá ou Cartagena). Na verdade, é até indesejável planear em demasia. Porque é bom ter liberdade para deixar a viagem fluir. E porque, não raras vezes, as melhores experiências de viagem resultam de imprevistos.

Seja como for, ter um plano geral é positivo. Porque ajuda a focalizar e facilita as escolhas durante a viagem – especialmente se for do tipo indeciso (não quer perder metade do tempo a tentar decidir o que fazer na outra metade, pois não?). E porque lhe dá confiança.

2. Ser flexível

Nas minhas viagens, já conheci imensa gente que acabou por ir ficando num determinado lugar. Chegaram lá como viajantes, dois dias transformaram-se em duas semanas, dois meses, vários anos. Foi o que aconteceu ao brasileiro Fernando, o meu instrutor de mergulho em Koh Tao, na Tailândia. Chegou à ilha para passar uns dias e, quando o conheci, já lá estava a viver há quatro anos.

É evidente que não estou a dizer para fazer o mesmo; mas quero apelar para que seja flexível no seu plano de viagem.

É importantíssimo não olhar para o plano de uma viagem como uma espécie de bíblia sagrada. Se chega a um lugar e se sente incrivelmente bem, fique. Adie a partida, nem que tenha de excluir outra cidade que queria conhecer. Porque a liberdade de escolher onde acordar e o que fazer no dia seguinte é um dos maiores luxos do viajante.

Se alguém lhe falar num sítio que não conhecia mas parece mesmo ter a “tua cara”, mude o itinerário. Arrisque. Seja flexível.

Se alguém com quem sente empatia o desafiar para mudar de rota e seguirem viagem juntos, pondere essa hipótese. Quem sabe um “sim” não muda o rumo da sua vida.

Se um habitante local o convidar para ficar mais um ou dois dias para assistir a uma cerimónia importante, como um casamento ou um festival local, não faça como eu há 10 anos no Vietname, que perdi um casamento porque não quis mudar o plano e deixar a meio um trekking na região de Sapa. Fique. Vai ser das melhores experiências da sua viagem.

Da mesma forma, se planeava ficar quatro dias numa praia ou numa cidade mas ao fim de um ou dois não se sente confortável, não gosta do ambiente ou das pessoas, parta mais cedo. Já sabe que eu sou adepto de viajar devagar, mas quando não nos sentimos bem há que mudar. Porque estar feliz é mais importante do que seguir um plano.

3. Reservar apenas o indispensável

Eu uso muito o booking para reservar os meus hotéis e gosto de ter uma ideia sobre os alojamentos preferidos por quem já passou nos locais que quero visitar mas, se a viagem é longa, é impossível saber o dia exato da chegada e a duração da estadia.

Uma coisa que eu tenho reparado, no entanto, é que antigamente era facílimo chegar a uma cidade e arranjar quarto num dos hotéis ou hostels mais bem referenciados. Na época, a maioria dos viajantes usava o Lonely Planet e, no máximo, ligava no dia anterior para o hotel a reservar um quarto. A maioria das vezes, nem isso: era chegar a uma cidade e procurar alojamento barato.

Hoje, com a generalização da internet móvel e da facilidade de “avaliar” um hotel à distância, a maioria dos viajantes chega a uma cidade com o alojamento já reservado. Conclusão? É mais provável que quem viaja sem reserva encontre os alojamentos bons e baratos sem vagas – especialmente a partir de meio da tarde. Felizmente, na generalidade dos hotéis listados no booking pode-se cancelar ou mudar a reserva sem custos até 48 horas antes da data de check-in, pelo que pode valer a pena fazer algumas reservas com antecedência (e depois cancela se mudar de ideias).

Em suma, se tiver tempo, não se preocupe demasiado porque há sempre onde dormir, mas se o tempo for curto ou não tiver paciência para andar à procura de hotel, ver os quartos, negociar o preço e decidir in loco, então reserve com alguns dias de antecedência.

Outras coisas que eu por vezes tento reservar com antecedência são transportes com preço variável, nomeadamente passagens aéreas ou de comboio. Numa recente viagem à Dinamarca e Suécia, por exemplo, defini os dias de viagem, comprei os voos e ainda os bilhetes do comboio entre Estocolmo e Gotemburgo e entre Gotemburgo e Copenhaga, pela simples razão de que a antecedência me permitiu poupar muito dinheiro.

Em Portugal, há o exemplo de muitos comboios Alfa e Intercidades, cujos bilhetes têm desconto de 40% para reservas feitas com pelo menos cinco dias de antecedência. O preço a pagar por reservar com antecedência é, naturalmente, a perda de flexibilidade quanto ao momento de mudar de cidade.

No caso, a viagem tinha apenas 10 dias e, por isso, preferi poupar dinheiro em troca da flexibilidade de decidir na hora quando mudar de poiso.

Conclusão: planear ou não planear a viagem

Para mim, planear faz parte da própria viagem. Em viagens curtas, de uma ou duas semanas, por exemplo, é mais importante planear e até fazer reservas do que numa viagem de longa duração. Dessa forma, diminui o tempo perdido à procura de alojamento e evita a frustração de “perder” uma tarde porque, sei lá, só havia um autocarro para o seu próximo destino, não sabia e, quando chegou à central de camionagem, ele tinha partido há muito.

Nas viagens mais longas, ao invés, tempo é coisa que não lhe falta; e, por isso, “perder” uma tarde deixa de ser grave. Em viagens de longa duração, tipo volta ao mundo – e especialmente nas viagens que têm grandes componentes terrestres -, a flexibilidade é um dos seus bens mais importantes. Nestes casos, a flexibilidade nunca deve ser sacrificada em nome de um plano rígido.

Ou seja, é útil ter uma ideia das regiões do globo que quer visitar; mas as vantagens de poder decidir, a cada momento, o que fazer nos próximos dias, que rumo dar à sua viagem, superam claramente as eventuais desvantagens.

Como eu escrevi no texto Coisas que eu diria a quem planeia fazer a primeira grande viagem, “é importante planear, quanto mais não seja para não cumprir o plano“. Mas sem exageros. Porque viajar ao “sabor do vento”, da vontade, das novas amizades e do estado de espírito é algo que não tem preço. O “truque” é encontrar o equilíbrio entre planeamento e flexibilidade.

Em suma: planeie, sim. Vai ajudá-lo a ganhar confiança. Mas, quando estiver na estrada, deixe-se ir não só ao sabor do plano, mas também “do vento”, dos imprevistos, das amizades. Da vida. A sua vida!

P.S: e não se esqueça de fazer um seguro de viagem. Vai viajar mais descansado.

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

Fazer seguro na IATI (com 5% de desconto)

Saiba mais sobre: Inspiração

Planeie a sua próxima viagem

A melhor forma de ajudar o Alma de Viajante a manter-se sem anúncios e continuar a inspirar e a dar dicas de viagens gratuitamente é usando os links disponibilizados neste artigo para fazer as suas reservas. Nomeadamente:

Reserve os melhores hotéis no Booking.com (é onde eu faço a maioria das minhas reservas).

Se precisa de viatura própria, alugue um carro na Discovercars. Passei a recomendá-la desde que descobri que têm preços bem mais baixos do que a Rental Cars.

E não se esqueça de fazer um seguro de viagem na IATI Seguros (tem 5% de desconto usando este link). Eu nunca viajo sem seguro.

Livro grátis

Junte-se a +25.000 viajantes e receba por email uma newsletter (em português) com muita inspiração e dicas para viajar mais e melhor. E ainda lhe ofereço o livro Alma de Viajante, há muito esgotado nas livrarias, com as crónicas da minha primeira volta ao mundo.

Sucesso! Por favor verifique o seu email para confirmar a subscrição.

There was an error submitting your subscription. Please try again.

Powered by ConvertKit

« Os 15 melhores hotéis de Coimbra (segundo o booking)
Gap Year: e se durante um ano não estudasse? »

Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

SEGUIR NO INSTAGRAM

Assine a newsletter e receba o livro da minha primeira volta ao mundo gratuitamente (está esgotado nas livrarias).

Destinos em destaque

  • Japão
  • México
  • República Dominicana
  • Zanzibar
  • Puglia
  • Sardenha
  • Malta
  • Maiorca
  • Menorca
  • Lanzarote
  • Tenerife

Planear a sua viagem

Reserve aqui os hotéis para a sua próxima viagem

Faça um seguro de viagem com proteção Covid-19 (5% de desconto usando este link).

Alugue um carro para a sua próxima viagem.

Sobre

Alma de Viajante é um blog de viagens sob o mote “Viajar. Partilhar. Inspirar.”, onde partilho de forma pessoal e intimista as minhas viagens pelo mundo. O objetivo é “descomplicar” e inspirar mais gente a viajar como forma de enriquecimento pessoal. Há também guias, roteiros e dicas para o ajudar a viajar. Note que sou um blogger de viagens, não um operador turístico. Saiba mais sobre o Alma de Viajante.

Política editorial

Alma de Viajante é um blog completamente independente. Nenhum eventual parceiro tem qualquer influência no conteúdo editorial publicado e só recomendo aquilo que uso nas minhas viagens. Conheça a minha política editorial e comercial. Este blog contém links de afiliados.

Contactos · Na imprensa · Prémios

Explore o blog

  • Comece aqui
  • Artigos de viagens
  • Planear viagens
  • Trekking
  • Notícias
  • Blogging

Grandes viagens

  • Volta ao Mundo
  • Diário da Pikitim
  • Do Cairo a Teerão

Os meus convidados

  • Portugueses pelo Mundo
  • Viagens na Minha Terra

Redes sociais

Mais de 250.000 pessoas viajam com Alma de Viajante nas principais redes sociais. Junte-se a esta comunidade de amantes de viagens, assine a newsletter e inspire-se com as minhas aventuras em destinos de todo o mundo.

Blog de viagens fundador da ABVP

ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses

Copyright © 2023 Alma de Viajante · Um blog de viagens com roteiros, dicas e muita inspiração para viajar mais e melhor · Jornalismo de viagens