Myanmar, rumo à liberdade

Por Ana Isabel Mineiro
Lago Taungthaman, Myanmar
Vista sobre o Lago Taungthaman, Myanmar

Numa altura em que os holofotes mediáticos se acenderam em Myanmar (antiga Birmânia), levamo-lo ao coração de um país extraordinário cujo povo, afável e hospitaleiro, anseia por dias de maior liberdade. De Yangon a Kalaw, de Mandalay a Ngapali, de Bagan a Mrauk U, aqui fica o retrato de Myanmar, um estado em ebulição.

Myanmar, rumo à liberdade

Raras vezes se terá falado tanto sobre Myanmar, nos media e nas organizações internacionais, como nos últimos meses. Dezassete anos depois de uma junta militar ter rejeitado os resultados de umas eleições em que a oposição, liderada pela Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, venceu por larga margem, e de ter instaurado um regime repressivo ditatorial no país. O povo, surpreendentemente liderado por milhares de monges birmaneses – comunidade respeitada e normalmente recatada -, parece ter agora força para afrontar o regime militar. O status quo birmanês estará, finalmente, em causa.

Ponte U Bein em Amarapura, Mandalay
Ponte U’Bein em Amarapura, próximo de Mandalay

Tal como as imagens de Max Stahl no cemitério de Santa Cruz, em Díli, representaram um ponto de viragem no processo de autodeterminação de Timor-Leste, a presença de jornalistas em Myanmar e o poder das suas imagens não deixarão de contribuir para que as mudanças desejadas pelo povo se venham a concretizar tão breve quanto possível.

Qualquer que seja o desfecho a longo prazo desta rebelião silenciosa, saiba o que poderá encontrar num estado que já foi Birmânia, que agora é Myanmar, e que, independentemente do que vier a ser chamado no futuro, bem merece o apreço dos viajantes.

Viajámos pela antiga capital Yangon, percorremos em silêncio os incríveis templos de Bagan, fomos ao encontro das minorias étnicas nas montanhas em redor de Kalaw, admirámos a destreza dos pescadores do Lago Inle, aventurámo-nos por zonas tão remotas como Mrauk U, procurámos o luxo possível de uma “estância turística” em Ngapali, conversámos com a resistência em Mandalay, atravessámos a excêntrica ponte de U’Bein e admirámos com deferência a Pedra Dourada de Kyaiktiyo, próximo de Bago.

Eis um retrato de um país de extraordinária beleza, com um povo pobre mas afável e hospitaleiro, numa viagem – quem sabe! – rumo à liberdade.

Yangon, cidade dourada

Centro de Yangon, antiga capital de Myanmar
Vista do centro de Yangon, antiga capital de Myanmar

Não há muitas cidades onde se regressa sem encontrar diferenças. Yangon, antiga capital de Myanmar, foi uma destas raridades, um lugar onde, seis anos mais tarde, me pareceu não se ter passado nada: as ruas continuavam sem iluminação, os buracos dos passeios cada vez maiores, os cortes de energia igualmente frequentes. Talvez por isso os generais decidiram construir uma nova capital de raiz, mais a Norte, em vez de melhorar a cidade – e a vida dos seus habitantes.

Yangon é muito mais do que uma cidade decadente e de trânsito caótico: a fusão de birmaneses, indianos e chineses e a profusão de templos, como o magnífico Shwedagon ou o Sule, transformam Yangon numa cidade localmente cosmopolita e com um sólido número de monumentos absolutamente únicos na sua riqueza e espectacularidade.

Para a população local, profundamente budista, é normal sair da confusão das ruas e fazer uns momentos de prece, antes ou depois do trabalho, ou mesmo gozar apenas de uns instantes de repouso à sombra, entrando num dos pátios circulares que rodeiam estes gigantescos templos em forma de sino cobertos de folha de ouro.

A atmosfera é mágica: dezenas de pessoas rodam no sentido dos ponteiros do relógio em torno da paya, o pagode central, e os ruídos da cidade desaparecem para só se ouvir o roçar das roupas dos que se prostram em oração, o tilintar das folhas de ouro presas no topo.

O cheiro do incenso e o brilho ofuscante do ouro espalham-se pela cidade, iluminando no sentido mais material as almas sofredoras dos birmaneses, há mais de quarenta anos debaixo de uma violenta ditadura militar. O Shwedagon, provavelmente o templo mais visitado do país, tem quase sessenta metros de altura, uma boa parte em ouro maciço e milhares de diamantes no topo. Um tesouro no coração da cidade.

Bagan, pérola de Myanmar

Pôr-do-sol nos templos de Bagan, Myanmar
Pôr-do-sol nos templos de Bagan, Myanmar

Bagan é, indiscutivelmente, a região mais visitada de Myanmar, e os motivos para tal sucesso ultrapassam os dois mil. Do alto de uma carroça puxada por um cavalo percorro, sozinho, as ruas de areia solta que serpenteiam por entre os templos de Bagan.

São mais de dois milhares de templos que pintalgam a paisagem, espraiados ao longo das margens do Rio Ayeyarwady por uma área de quarenta quilómetros quadrados.

Nos templos mais imponentes, elegantes, bem preservados e sagrados, como Shwezigon ou Ananda, encontram-se porventura demasiados forasteiros para uma visita que se deseja recatada, mas muitos outros templos de menor dimensão merecem a atenção do viajante. Inclusive os que não têm sequer a honra de figurar nos mapas da região.

Ao segundo dia, escolho a bicicleta como meio de transporte e sigo ao sabor da brisa vespertina, em busca do silêncio, da paz, do melhor que Bagan tem para oferecer. Pedalo para longe dos aglomerados de turistas e vejo um templo despido de gente. Outro mais pequeno, apenas com um vendedor de pinturas de areia. Outro. E outro.

O sol ameaça pôr-se quando o cansaço já aperta. Paro a bicicleta, olho para o cimo de um minúsculo templo sem nome, entro. Um birmanês aparece e indica umas escadas frias e escuras que conduzem ao terraço de pedra. Diz que o templo se chama Tayok Pye. Partilhamos um cigarro, a leveza do encontro inesperado, o silêncio. E assim me deixo ficar, olhando a bola alaranjada que se esconde lentamente atrás do horizonte. Em paz.

Lago Inle, parado no tempo

Lago Inle, Myanmar
Lago Inle

O lago é uma bela extensão de água azul presa entre montanhas, de onde sai um labirinto de canais debruados a casas lacustres, polvilhado de ilhotas flutuantes onde cada família faz nascer flores e legumes. Um espelho liso e líquido, imperturbável, do qual dependem milhares de pessoas.

Os ofícios mais importantes são a agricultura, a pesca e os charutos. Tudo feito com extrema graciosidade: os pescadores dançam um estranho ballet com o remo dos seus barcos achatados, segurando-o com um braço e uma perna e girando sobre si próprios, enquanto desenrolam o fio de pesca na água ou fazem mergulhar uma rede cónica até ao fundo do lago; em quiosques e pequenas fábricas artesanais, mulheres de gestos delicados enrolam os famosos charutos com pouco tabaco e muitas ervas aromáticas – e fumam enquanto dão de mamar aos filhos. As ilhas cultivadas, assim como alguns templos lacustres, alcançam-se de barco a motor ou a remo, que nem mulheres nem crianças desdenham conduzir.

Nos mercados mais próximos, como o de Nyaungshwe, homens e mulheres com a cara besuntada de tanaka, uma pasta feita com água e madeira de sândalo, vendem os produtos da terra, os charutos, misteriosas folhas verdes, lagartas gordas já cozidas, bolinhos com um nauseabundo cheiro a peixe seco e muitos outros produtos essenciais – pelo menos por aqui. Os turistas vão chegando e ficando, enfeitiçados pela beleza e placidez do lago, pelo estilo de vida simples e milenar.

Kalaw, trekking nas montanhas

Campos de arroz em Kalaw
Campos de arroz na região montanhosa em redor de Kalaw

Localizada numa das mais fascinantes regiões de Myanmar – a província do Shan -, Kalaw proporciona um contacto estreito com as pequenas montanhas birmanesas e com as minorias étnicas que nelas habitam. E o ideal é, sem dúvida, fazê-lo a pé.

Parto em direcção às regiões montanhosas que abraçam Kalaw na companhia de um guia de origem indiana e conhecedor dos dialectos falados pelas diversas tribos da província. Numa paisagem dominada por arrozais, búfalos trabalhadores e uma floresta relativamente densa, sigo por caminhos de terra batida atravessando povoados habitados por gentes Pa-O, Palaung e Dhanu. São aglomerados de casas rudimentares que servem de abrigo a gente simultaneamente risonha e tímida, humilde e hospitaleira.

Pernoito numa casa escolhida pelo guia, que serve também de intérprete nas conversas entre mim e os amabilíssimos anfitriões. O chão é a mesa e a cama; as janelas são um rectângulo aberto nas paredes de bambu; a casa de banho é um cubículo pestilento, lá fora. Mas o convívio com a família Dhanu vale por todo o desconforto. Ao final do segundo dia de caminhada, atravesso a linha de caminhos-de-ferro e nada tarda chega-se novamente a Kalaw. Bem a tempo do mercado de rua de Kalaw, animado e colorido, que se realiza a cada cinco dias. Amanhã lá estarei.

Kyaiktiyo, de ouro e de fé

Pedra Dourada de Kyaiktiyo
Pedra Dourada de Kyaiktiyo, próximo de Bago

Se a fé movesse montanhas, Myanmar seria, sem dúvida, um dos países mais planos do mundo: não têm conta os lugares de adoração espalhados pelo território, profusamente decorados com folha de ouro, incensados e visitados diariamente por centenas ou milhares de pessoas.

Um dos mais sagrados é a Pedra Dourada de Kyaiktiyo, que a tradição diz estar equilibrada sobre um cabelo de Buda e que só ele a impede de se despenhar do penhasco improvável onde se equilibra. Verdade ou não, o penedo redondo é uma visão impressionante a qualquer hora do dia, não só pela sua posição instável como por reluzir de ouro.

Os peregrinos, entre os quais muitos monges, vão chegando a partir de meio da manhã em camiões, e ficam por ali todo o dia, rezando, conversando e fazendo uma sesta à sombra antes de partir. Filas de monjas vestidas de cor-de-rosa e monges mais velhos com as suas túnicas cor de açafrão rezam em coro – mas só os homens têm o direito de se aproximar do rochedo para o ritual da oferta de pequenos quadradinhos de folha de ouro, que materializam as suas orações quando pressionados contra a Pedra Cada Vez Mais Dourada.

O calor e as orações cantadas pelos monges parecem ondular por todo o recinto, uma plataforma panorâmica sobranceira à paisagem verde e tropical de onde saem penachos de fumo que assinalam pequenas aldeias.

Ngapali, diz que é uma espécie de resort

Praia de Ngapali, Myanmar
O extenso areal da praia de Ngapali, Myanmar

Não será o ponto mais forte de Myanmar, é certo, mas nem por isso deixa de valer a pena percorrer o extenso litoral do país em busca de paisagens que inspirem o dolce fare niente típico de um resort de praia. É preciso, apenas, tempo e despojamento em relação aos padrões de conforto normalmente exigíveis quando o assunto é férias na praia.

Escolho Ngapali, fora da rota tradicional do turismo de “mochila às costas”, como destino de praia temporário. Fica a um dia de viagem de Bagan, ou a quase nada de avião. Por uma vez, decido voar.

Chego a Ngapali e encontro uma praia imaculada, uma linha de areia fina com três quilómetros de extensão limitada por várias filas de palmeiras, com resorts e bungalows bem cuidados e agradáveis a espreitarem pelas folhagens. No areal da praia, juntas de bois auxiliam os pescadores do Mar Andaman, mulheres calcorreiam a beira-mar com toros de madeira à cabeça e não há vendedores ambulantes a exasperarem os viajantes. Nas proximidades, existe um campo de golfe para os forasteiros amantes da modalidade.

Dizem-me que são cada vez mais os turistas que chegam a Ngapali em busca deste exotismo primitivo, do luxo sem luxos e a preços em conta – ainda que elevados para os padrões birmaneses. Quem sabe, aliás, se Ngapali não se transformará num dos próximos destinos da moda do Mar Andaman.

Mrauk U, tesouro tropical

Amanhecer em Mrauk U, Myanmar
Amanhecer em Mrauk U, Myanmar

Esta era a “cidade do Arracão” dos relatos portugueses do séc. XVI. Os seus magníficos templos, espalhados por numerosas colinas baixas que se erguem cobertas de palmeiras, datam da época em que estes navegavam por aqui.

Foram construídos por vários soberanos, durante as épocas de opulência, e hoje ainda podemos visitar cerca de setenta, escurecidos pelo tempo e recheados de imagens de Buda. Um dos mais imponentes é o Shittaung, espécie de fortaleza no cimo de uma pequena colina que dizem ter sido construído para celebrar a vitória frente a um ataque dos portugueses, em 1535. O nome significa Templo das Oitenta Mil Imagens, as recolhidas pelo rei Minbin nos territórios budistas conquistados, e foi durante muito tempo a residência do sumo-sacerdote arracanês.

Mas mais do que proporcionar uma viagem ao passado, a viagem de cinco dias entre Yangon e Mrauk U, por terra e por mar, com uma deliciosa paragem na ilha de Kyaukpyu, é uma amostra real do país profundo: um povo de modos aristocráticos e delicados, generoso mesmo na pobreza; um clima intenso, quase sempre quente e húmido (à excepção das montanhas); aldeias de casas construídas com materiais oferecidos pela natureza – madeira e folhas de palmeira, caniços, estacas enterradas na lama dos rios. Arrozais e floresta, rios opacos e amarelados.

E por fim Mrauk U: as mesmas vidas simples entre monumentos majestosos.

Mandalay, berço da resistência

É a segunda maior cidade do país e está longe de ser a mais bonita das urbes birmanesas, mas alberga a mais famosa e subversiva trupe de comediantes de Myanmar, Além disso, em seu redor existem pérolas arquitectónicas como a ponte U’Bein, em Amarapura, ou o Pagode de Mingun.

Já a tarde vai alta quando chego a Amarapura. À minha frente, os 1.200 metros de toros de madeira da ponte U’Bein, sobre o Lago Taungthaman, absorvem as cores quentes de um entardecer sublime. Um punhado de monges aguarda por uma oportunidade para praticar o seu inglês com os ocasionais forasteiros. Mulheres atravessam a ponte com sacos, cestos e bilhas à cabeça, indiferentes à beleza que emana do movimento das suas silhuetas no cimo da ponte.

Não muito longe, fica a cidade histórica de Mingun, nas margens do Rio Ayeyarwady. Um pequeno barco a motor leva-me até lá. A vida das comunidades que ali habitam gira toda em torno do rio. Ele é a sua banheira, a torneira de água, o frigorífico natural onde “guardam” o peixe que consomem, a lavandaria, até o esgoto. Quando chego a Mingun, aonde fui com o objectivo de ver um curioso pagode, avisto uma montanha com uma porta. Literalmente. Lá dentro, o templo escavado nas rochas, o monte, a mãe Terra. Uma visão surpreendente.

Regresso a Mandalay para assistir a um espectáculo dos comediantes Moustache Brothers. Já foram detidos por “fomentar a desunião do país”, receberam a visita da Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, continuam a fazer rir com as suas metáforas políticas, lutam para que chegue um dia muito especial: “Nunca desistiremos. A democracia há-de chegar a Myanmar”, dizem-me. Terá chegado, finalmente, a hora?

Guia de viagens a Myanmar

Este é um guia prático para viagens a Myanmar (antiga Birmânia), com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região.

Quando ir

A melhor época para visitar Myanmar (Birmânia) é o Inverno, entre Outubro e Fevereiro, para escapar à estação quente que antecede a monção de Junho – Setembro.

Como chegar a Myanmar

Não há voos directos, e como Myanmar também não tem representação diplomática em Portugal, o melhor é voar para Banguecoque; com a Lufthansa via Frankfurt a viagem fica por cerca de 790€. Aí deve dirigir-se à Embaixada da União de Myanmar, na Rua Sathon Neua 132, para adquirir um visto antes de voar para Yangon; o voo com a Bangkok Airways custa cerca de 240€.

Onde ficar

hotéis para vários preços e luxos. Os exemplos que damos são perfeitamente aceitáveis em termos de conforto e higiene. Em Yangon: Park Royal Hotel, Alan Pyan, Phaya Rd. 33, Dagon Township, com duplos por cerca de 50€. Em Mandalay: Mandalay View Inn, de luxo, com duplos por cerca de 60€. Em Ngapali: Linn Tharoo Lodge, na avenida frente à praia, entre 6 a 18€. Para visitar Kyaikpiu, dorme-se em Bago, por exemplo no Shwe War Htun Bago, na Taungoo Rd., com duplos por menos de 20€. No Lago Inle também há muitas pensões e restaurantes, como o Paradise Nyaung Shwe, no número 40 da Museum Rd., Thazi Quarter perto do lago e um duplo custa menos de 20€. Em Mrauk U, o Prince Garden Hotel, na Mraund Bwe Rd., Alzee Quarter, com o mesmo preço do anterior. Em Pyin U Lwin, o Hotel Kandawgyi Hill Resort, ao lado do Kandawgyi National Garden, fica por cerca de 35€. Em Bagan, no Bagan Hotel River View, junto ao Museu Arqueológico, os preços rondam os 30€.

Pesquisar hotéis em Yangon

Pesquisar hotéis em Bagan

Pesquisar hotéis no Lago Inle

Gastronomia

À excepção dos restaurantes de hotel, é difícil recomendar restaurantes e garantir que se encontram abertos ano após ano. O melhor é entrar nos restaurantes populares que encontrar e espreitar a comida. Ao contrário da vizinha tailandesa, esta não é nada de entusiasmar: é quase sempre composta por arroz e caris variados, geralmente de galinha, peixe e camarão – o camarão é usado como tempero para quase tudo. Sopa de massa com peixe (mohinga) é o pequeno-almoço tradicional, mas qualquer pensão lhe arranja um pequeno-almoço europeu. Uma refeição normal pode ir de 1 a 10 euros.

Outras informações sobre Myanmar (Birmânia)

A União de Myanmar (antiga Birmânia) situa-se entre a Tailândia e o Bangladesh, a China, a Índia e o Laos. Abriu lentamente as portas ao turismo, primeiro com o monopólio do Estado e agora com pequenas pensões e restaurantes familiares que ajudam a economia local.

Desaconselhamos o uso dos serviços da empresa turística MTT, assim como da companhia aérea Myanmar Airways, que pertencem ao Estado, a menos que goste da ideia de financiar uma das mais violentas e longas ditaduras asiáticas; a prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, em prisão domiciliária desde que ganhou as únicas eleições livres, em 1990, chegou mesmo a desaconselhar a visita de turistas para “castigar” a junta militar que controla o país há décadas.

O custo de vida é muito baixo. Aconselha-se levar notas de Euros de pequenas quantias; 1 Euro vale cerca de 9.000 kyats, a moeda local. Deve levar dinheiro para toda a viagem, porque não há Multibancos e nem todos os bancos fazem câmbio – mas há sempre alguém numa loja ou hotel que o pode ajudar. A língua estrangeira mais falada é o inglês, e grande parte das pessoas nas cidades sabe dizer algumas palavras.

Em termos gerais de alimentação, transportes e dormidas, Myanmar não é um país a aconselhar ao viajante independente muito preocupado com o conforto. Deve beber água engarrafada e evitar comida crua ou fruta por descascar, mas não é exigida nenhuma vacina.

Seguro de viagem

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Ana Isabel Mineiro

1 comentário em “Myanmar, rumo à liberdade”

  1. Boa noite, estou planejando uma viagem para Myanmar e queria muito visitar Mrauk U (além dessa, Yangon, Mandalay, Bagan, Kalaw e Inle Lake estão no meu roteiro). O problema é que pelo que ando pesquisando é muito difícil chegar lá, qual trajeto você fez? Agradeço muito desde já

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