
Sou apaixonado por lugares classificados como Património Mundial pela UNESCO – especialmente os centros históricos de cidades e património arqueológico de relevo – e, sempre que possível, tento incluí-los nas minhas viagens. Não sou obsessivo mas tenho por hábito pensar que, se a UNESCO os classifica e protege, algum interesse turístico e valor histórico ou natural deverão ter.
A pensar nesse gosto pelo património histórico e natural – que, estou certo, muitos partilharão comigo -, hoje inauguro uma nova série de textos, precisamente sobre a minha experiência nos lugares Património Mundial que fui conhecendo ao longo dos tempos.
Começo com Angkor Wat, no Camboja, partilhando a minha experiência no complexo arqueológico e dicas sobre a melhor forma de visitar Angkor Wat.
A “cidade perdida” de Angkor Wat, no Camboja
De entre os locais arqueológicos que conheço em todo o mundo, Angkor Wat é dos meus favoritos. Relembro-me principalmente do misticismo do templo principal partilhado com monges budistas, da extraordinária magia das raízes a abraçar Ta Prohm, e das esculturas e altos-relevos do Templo de Bayon.
Para mim, o Parque Arqueológico de Angkor Wat, enquadrado pelo verde da floresta, é, acima de tudo, um aprazível regresso ao passado num espaço verde pontilhado por templos para se desfrutar tranquilamente. Os templos são muitos distantes uns dos outros, pelo que a bicicleta ou o tuk-tuk são as formas ideais de os visitar. Vamos então conhecer um pouco melhor os templos de Angkor Wat.
Principais atrações de Angkor
A entrada pelo Portão Sul de Angkor – a entrada habitual para quem vem de Siem Reap – é, desde logo, espetacular. Dos magníficos templos no Parque Arqueológico de Angkor Wat que tive oportunidade de conhecer quando visitei o Camboja, estes foram os mais marcantes.
BAYON. Por muitos considerado o mais fabuloso monumento de Angkor, tem um conjunto magnífico de altos-relevos e algumas estátuas verdadeiramente extraordinárias. É especialmente apelativo após o nascer do dia ou antes do pôr-do-sol, quando a luz incide nas “caras de Avalokiteshvara”. Bayon foi um dos templos que mais prazer me deu explorar.
TA PROHM. Paulatinamente engolido por raízes de enormes árvores, Ta Prohm é um dos mais emblemáticos, arrebatadores e fotogénicos templos de Angkor. Ta Prohm permite imaginar como seriam os templos de Angkor Wat quando foram descobertos.
ANGKOR WAT. A qualquer hora do dia, o maior e mais importante templo de Angkor vale a visita. Quando por lá passei, cruzei-me com inúmeros monges que, com as suas vestes cor de açafrão, conferiam um charme adicional ao já de si belíssimo templo. Angkor Wat é especialmente apreciado ao nascer do sol, visto de fora.
BANTEAY SREY. Uma espécie de templo em miniatura, com delicadas esculturas e altos-relevos, Banteay Srey é muito popular entre os visitantes. Imperdível.
Outros templos que valem a visita são Banteay Kdei, Ta Keo, Chau Say Tevoda, Thommanon, Phimeanakas. É uma questão de planear a visita ao complexo arqueológico de Angkor Wat de forma a aproveitar ao máximo o tempo disponível, sem sacrificar um ritmo lento que beneficia a experiência.
Sugestão extra: Se tiver tempo, não deixe de visitar o The Cambodian Landmine Museum, fundado por Aki Ra, homem que conheci pessoalmente e que dedicou boa parte da sua vida a desativar minas terrestres, um dos grandes flagelos do Camboja moderno.
Logística para visitar Angkor Wat
Os bilhetes de entrada em Angkor Wat só podem ser comprados em postos autorizados para o efeito. Existem passes para um, três ou sete dias consecutivos, com preços de 20, 40 e 60 dólares norte-americanos, respetivamente. Os passes são pessoais e intransmissíveis (têm uma fotografia), pelo que não é possível comprar um bilhete para uma semana e vendê-lo a outro viajante ao fim de dois ou três dias.
Eu recomendo vivamente a compra do passe de três dias para visitar Angkor com calma, porque os templos são muito espaçados e, tendo mais tempo, é possível desfrutar melhor da experiência. Os templos merecem bem os três dias (ou pelo menos dois) e, quando estiver a planear a visita, não se esqueça que ver o nascer do sol em Angkor Wat é uma experiência inesquecível.
Quanto ao transporte, em Siem Reap aluguei um tuk-tuk com motorista e passei três dias em Angkor. Desta forma, pode definir o itinerário e visitar os templos que preferir, sendo uma opção que permite aproveitar muito bem o tempo. Outra possibilidade mais ecológica será alugar bicicletas e conhecer Angkor Wat num ritmo mais lento.
Quando visitar Angkor Wat
O clima no Camboja é, regra geral, quente e húmido, dividindo-se genericamente em duas estações: a estação húmida, de março a outubro, e a estação seca, que vai de novembro a fevereiro e é a melhor época para visitar Angkor Wat. Os meses intermédios de março / abril ou setembro / outubro são também agradáveis, embora mais quentes.
Onde ficar
A cidade de Siem Reap é a base natural para visitar Angkor Wat. Não fica longe dos templos e tem a vantagem adicional de permitir aproveitar a noite para sair, conhecer gente e divertir-se.
E não faltam opções de alojamento em Siem Riep, nomeadamente nos segmentos backpacker (mas não só – há muitos hotéis de luxo). Deixo aqui algumas sugestões de hotéis e guesthouses muito recomendados, para carteiras de diferentes recheios:
- Nita by Vo
- Sunsai Villa
- Angkor Village Resort & Spa
- HanumanAlaya Boutique Residence
- Pavillon Indochine
- Siddharta Boutique Hotel
- Palm Village Resort & Spa
Ficha técnica
- Local: Angkor Wat
- País: Camboja
- Tipo de Património: Cultural
- Ano de classificação: 1992
- Quando visitei: 2004
- Descrição oficial: “Angkor Wat é um dos mais importantes sítios arqueológicos do Sudeste Asiático. Estendendo-se por mais de 400 quilómetros quadrados, incluindo área florestal, o Parque Arqueológico de Angkor contém ruínas magníficas das diferentes capitais do Império Khmer dos séculos IX a XV. O parque inclui o famoso templo de Angkor Wat e o Templo de Bayon, em Angkor Thom, com inúmeras esculturas decorativas”. in página oficial UNESCO
Mais fotos de Angkor Wat
Já conhece Angkor Wat? Partilhe a sua experiência e ajude outros viajantes a descobrir esta maravilha arqueológica classificada como Património Mundial pela UNESCO.
Seguro de viagem
A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.
Local bem bonito. Quero muito ir. Está na minha lista de destinos que faço questão em visitar já já já. Excelente relato e explicação de Angkor Wat. Abraço desde o Rio de Janeiro…
Olá, Acabo de regressar de Siem Reap e claro da visita a Angkor Wat. É um conjunto fantástico de templos e que merece uma visita de pelo menos 2 a 3 dias. A forma mais autêntica para visitar os templos será de tuc tuc; além de muito agradável é também muito acessível. Recomendo jantar num dos muitos restaurantes da Pub Street uma grelhada típica cambodjana. Além das carnes e peixes tradicionais podem escolher outros: tubarão, cobra, rã, crocodilo, etc. Muito bom mesmo!
Aconselho também que reservem alojamento no centro de Siem Reap. A partir daqui poderão deslocar-se a pé para qualquer ponto da cidade. Se escolherem alojamento na estrada que vai para Angkor Wat (e há imensos e bons hotéis nessa zona) ficarão dependentes de táxi ou tuc tuc para se deslocarem até ao dentro da cidade.
Nesta viagem, para além do Cambodja, aproveitei também para visitar Hong Kong, Macau, Bangkok e Dubai. Qualquer dúvida disponham e boas viagens.
Para quem tiver em modo “mimar um pouco mais que o costume” o Pavillon Indochine é óptimo, até porque se estiver muito calor pode-se dar um salto ao hotel e dar um mergulho na piscina.
Excelente ideia de rúbrica!Tou ansioso de ver os que vêm aí!:) Tive em Angkor Wat na minha volta á Ásia, e se bem que tenha preferido Bagan, no Myanmar, tb adorei! O mais doloroso é que perdi todas as fotos desse dia! Ou seja, tenho de lá voltar! haah. Abraço!
Olá! Visitei Siem Reap em Outubro numa viagem que incluiu Kuala Lumpur, Maldivas, Dubai e Banguecoque. O Camboja foi o que mais me marcou e onde sinto mais vontade de regressar. Gostaria de acrescentar ao óptimo artigo (como sempre) a recomendação do hotel onde fiquei – Diamond D’angkor Boutique. Não é o mais luxuoso e ainda apresentava alguns pequenos problemas de jovialidade a “limar”, mas além da atenção e amor que todos os funcionários nos fazem sentir, ainda estava incluído na tarifa do quarto os seguintes serviços: transferes de e para o aeroporto, uma refeição à escolha, serviço de tuk-tuk disponível durante toda a estadia na cidade de Siem Reap e no complexo dos templos, serviço de lavandaria, telemóvel gratuito para chamadas nacionais e internacionais, wi-fi, cesto de frutas e mini-bar gratuito.
Visitei o Cambodja em Abril do ano passado, numa viagem que incluiu também Bangkok, Chaing Mai e Phi Phi. Siem Reap foi, sem dúvida, o ponto alto da viagem. Gente simpática, comida fantástica e a cidade é limpa e encantadora.
Deixo a sugestão do hotel onde fiquei, muito bem localizado, Royal Crown Hotel & Spa.
Além de Angkor Wat, gostei de ir a um restaurante com comidas típicas e espetáculo de danças tradicionais cambojanas. E trouxe comigo um dos lencinhos com as 4 cores da terra, que eles usam sobre os ombros. Povo simpático, comida gostosa, o calor a gente supera. Imperdível.
Visitei Angkor pela primeira vez em 1999. Há exactamente um ano, voltei lá.
Embora seja sempre um local mágico, que diferença…
Em 99 havia 1/2 dúzia de gatos pingados e inclusivamente não podíamos sair dos perímetros marcados à volta dos templos, pois a área ainda não tinha sido completamente desminada!
Continua a valer a pena lá ir e aconselho vivamente mas, despachem-se pois agora já há magotes de turistas e cada vez haverá mais!
Dia 1 de Outubro estou em Angkor Wat com as minhas princesas. :)