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Visitar a Casa das Pedras Parideiras, na Serra da Freita (Arouca)

Por Filipe Morato Gomes
Pedras parideiras, aldeia de Castanheira, Portugal
Afloramento rochoso principal, na aldeia da Castanheira

Já ouviu falar nas pedras parideiras? Pois bem, localizada na aldeia da Castanheira, em pleno planalto da serra da Freita, no concelho de Arouca, a chamada Casa das Pedras Parideiras é um dos geossítios mais emblemáticos do Arouca Geopark. E vale bem a pena visitar!

Na verdade, o fenómeno das pedras parideiras sempre me deixou curioso por ser um fenómeno geológico único em Portugal e raríssimo em todo o mundo. Ora, estando na região da serra da Freita para fazer uma reportagem sobre a aldeia de Manhouce, aproveitei a oportunidade para visitar a Casa das Pedras Parideiras, um centro interpretativo que tem por objetivo “contribuir para a conservação, compreensão e valorização deste importante património geológico, apoiando as visitas turísticas e educativas a este espaço”.

Pedras parideiras
“A pedra que pare pedra”

É sobre essa visita para conhecer o granito nodular da Castanheira que aqui escrevo, na esperança de motivar mais gente a visitar a Casa das Pedras Parideiras e a conhecer o fenómeno. Vamos a isso!

O que são pedras parideiras?

Antes de mais, convém perceber o que são as “pedras que parem pedras”, mais conhecidas por pedras parideiras.

Nas palavras da National Geographic, “‘a pedra que pare pedra’ é um fenómeno de granitização único em Portugal, que corresponde ao afloramento de pedras que, eventualmente, acabam por se soltar da rocha-mãe. Tal processo fez com que a sua designação mais popular passasse a ser pedras parideiras.”

Casa das Pedras Parideiras, em Castanheira
Entrada para a Casa das Pedras Parideiras

“Do ponto de vista geológico, as pedras parideiras são granito nodular da Castanheira”, um granito de tom claro, com “um grão médio, duas micas e nódulos envolvidos por uma capa de biotite (mineral de cor negra) em forma de disco biconvexo, alinhados de modo evidenciado”. Vendo no local, percebe-se melhor a explicação.

Casa das Pedras Parideiras

Cheguei ao lugar da Castanheira ao final da manhã, a tempo de visitar o centro interpretativo com calma. Naturalmente, a luz não era a melhor para fotografar no exterior, especialmente o afloramento rochoso principal, a céu aberto; e o calor era imenso.

Pedras parideiras
Pedras parideiras

Soube por isso muito bem começar pela pequena mostra de afloramento rochoso coberto, colada ao edifício do Centro Interpretativo das Pedras Parideiras. O espaço em si não é nada de espetacular – a cobertura proporciona sombra mas tira-lhe o encanto -; mas, com as breves explicações de um guia, deu desde logo para ficar a perceber o fenómeno que dá origem às pedras parideiras.

De seguida, aquele que considero um dos pontos indispensáveis da visita e que a todos recomendo (apesar de ser pago). A visualização de um filme 3D chamado Pedras Parideiras: um tesouro geológico, que permite compreender em detalhe todo o processo geológico por detrás do fenómeno que, como disse, é quase único em todo o mundo.

Pedras Parideiras
Vista do afloramento principal no exterior da Casa das Pedras Parideiras

De óculos 3D na cara, passei alguns minutos a absorver toda aquela informação sobre a geologia da zona da serra da Freita e o fenómeno geológico das Pedras Parideiras. Só então, uma vez terminado o filme, fui explorar o afloramento principal, no exterior, onde existem centenas de exemplares de buracos onde outrora havia um nódulo e, claro, outros em lenta formação como se de uma gravidez se tratasse.

Não surpreende, pois, que nesta região portuguesa as “pedras que parem pedras” simbolizem a fertilidade, ao ponto de as populações locais relatarem que, antigamente, se acreditava que colocar uma dessas pequenas pedras debaixo da almofada podia ajudar a aumentar a fertilidade.

Pedras parideiras
Pedras parideiras: um nódulo em formação

Valeu muito, muito a pena visitar a Casa das Pedras Parideiras.

Guia para visitar a Casa das Pedras Parideiras

Localização, horários e preços

O Centro de Interpretação das Pedras Parideiras abre diariamente das 09:30 às 12:30 e das 14:00 às 17:00; a entrada custa 3€ e inclui a visita à área do afloramento coberto + visualização de documentário 3D (as áreas exteriores são de visita livre). Note que a visita à área do afloramento exterior, onde estão as pedras parideiras mais espetaculares, é gratuita – mas eu recomendo vivamente que veja o documentário antes.

Para visitas guiadas, é obrigatória a marcação prévia com pelo menos 48 horas de antecedência através do email pedrasparideiras@aroucageopark.pt.

A Casa das Pedras Parideiras fica na Rua de Santo António, Castanheira, em Albergaria da Serra (Arouca) – veja a localização exata no Google Maps.

Onde ficar em Arouca

Antes de mais, convém saber que a maioria das opções de alojamento em Arouca são apartamentos privados. Dito isto, já fiquei no Hotel São Pedro, a dois passos do centro, e posso confirmar que é um hotel bastante bom.

Alternativamente, locais como a Villa Tavares ou apartamentos como o Praça Guest House proporcionam estadias mais privadas e igualmente interessantes e bem localizadas. E, claro, não deixe também de considerar os excelentes apartamentos da Quintãs Farm Houses (são muito bons!).

Para outras opções de alojamento utilize o link abaixo ou veja o artigo sobre os Passadiços do Paiva, caso essa visita esteja nos seus planos.

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Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.

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