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Tatra, brincar às montanhas

Por Ana Isabel Mineiro | Trekking Viagens Europa Polónia
Atualizado em 24.07.2017 | Tempo de leitura: 7 minutos

Montes Tatra, Polónia
Montes Tatra, Polónia

A partir da pequena cidade de Zakopane, chega-se à parte mais dramática dos Montes Tatra. É um lugar onde, apesar da pouca altitude, sentimos estar numa montanha “a sério”, principalmente no percurso dos Cinco Lagos, que nos deixa no sopé do Monte Rysy – o mais alto da Polónia – e nas margens do Morskie Oko, um dos mais belos lagos glaciários dos Tatra.

Sobre os Montes Tatra

Não podemos esperar um encontro com os ursos, linces ou lobos que habitam a floresta, mas os Montes Tatra são, provavelmente, a zona da Polónia onde as pequenas aldeias e a natureza que as envolve preservam da melhor forma uma paisagem única e secular.

Percurso dos Cinco Lagos, Montes Tatra, Polónia
Percurso dos “Cinco Lagos”, Montes Tatra, Polónia

Vale a pena passar algum tempo na cidadezinha de Zakopane, apesar do turismo aí já ter deixado a sua pesada marca. As lojas de material de montanhismo, as pistas artificiais de saltos em esquis, os trajes típicos em lã bordada dos cocheiros que passeiam os turistas, e a própria arquitectura, não nos deixam esquecer que estamos a dois passos do monte mais alto do país, o Monte Rysy, com quase dois mil e quinhentos metros.

As casas e igrejas que mantiveram a traça típica – e ainda há muitas – têm telhados de forte pendente e são construídas em madeira singela, sem cores que escondam a sua textura aconchegante.

Dois dos locais mais interessantes para visitar são o cemitério da Rua Kóscieliska e a Igreja de Nossa Senhora de Fátima. O primeiro é uma exposição de arte religiosa naif, uma preciosa exibição de capelinhas e tótemes cheios de figuras, entalhes e pormenores no inconfundível estilo dos górale, os habitantes do sopé dos Tatra. Quanto ao santuário, é uma bela construção muito frequentada, com um interior igualmente recheado com o calor e a luz macia da madeira.

Esta zona baixa das montanhas, com aldeias separadas por prados, e a floresta das encostas ali muito próxima, é conhecida por Podhale, e possui arquitectura e dialecto próprios. A melhor maneira de apreciar globalmente a morfologia da região é subir, a pé ou de teleférico, à colina Gubalowka que, para além do mais, tem uma vista impressionante sobre os Tatra, ocultos pela vegetação da arborizada Zakopane.

Refúgio no percurso dos Cinco Lagos, Montes Tatra
Refúgio no percurso dos “Cinco Lagos”

Desde o século XVII que os rebanhos, durante o Verão, viajavam com os pastores vales acima, instalando-se nos novos pastos até o Inverno regressar. Continua a fabricar-se aqui um excelente queijo de ovelha, mas o hábito da transumância perdeu-se. Felizmente, as casas e capelas votivas dos pastores mantêm-se de pé.

No vale de Dolina Chocholowska, uma boa hora de caminho por um estradão de terra leva-nos até um belo conjunto de construções, encimado pela inevitável igrejinha católica, tudo o mais ecológico possível: não há telhados de zinco, tão comuns nas aldeias de montanha; apenas o material local, pedras e árvores, que tomaram a forma de casas e currais, num prado verde rodeado por coníferas e penhascos.

No vale de Dolina Kóscieliska, a presença do homem está mais diluída, e a beleza da área vem directamente da presença da água: riachos, cascatas e dezenas de grutas são as marcas da sempiterna neve, que ocupa os cumes a mais de mil metros durante metade do ano, num prolongado degelo.

O calcário dos montes forma buracos, túneis, entradas misteriosas, muitas delas com correntes e escadas metálicas para facilitar a descoberta do interior. Algumas das grutas, como a Raptawicka, começam em poços profundos, outras desembocam em magníficas varandas sobre a paisagem verde e repousante.

Vale de Dolina Chocholowska, Polónia
Vale de Dolina Chocholowska, Polónia

A parte mais dramática destas montanhas de brincar, onde apesar da pouca altitude sentimos estar numa montanha “a sério”, é o percurso dos Cinco Lagos, que nos deixa no sopé do Monte Rysy e nas margens do Morskie Oko, um dos mais belos lagos glaciários dos Tatra.

Após horas nas florestas que cobrem antigas moreias glaciares, o som violento de uma cascata vem interromper o silêncio das árvores e os piares dos pássaros. Seguindo o curso de água e subindo sempre, atingimos um enorme lago com dois abrigos de montanha.

O percurso está bem indicado e vale a pena continuar a procurar o trilho sob a neve, subindo mais um pouco, para obtermos uma visão impressionante: o lago por onde passámos é apenas um de uma série de quatro. São conchas redondas e escuras, cobertas por placas de gelo – não fosse o azul do céu e teríamos na nossa frente uma paisagem a preto e branco. Estamos a cerca de dois mil metros, mas as dimensões da montanha e dos lagos, e as suas cores dramaticamente queimadas pelo gelo e pelo sol dão-nos a ilusão da alta-montanha.

É esta soberba área natural e a rara fauna que abriga que o Parque Nacional Tatrzánski procura preservar. A sua importância ficou sublinhada pela inclusão da área na lista de Reservas da Biosfera da UNESCO. Mais uma vez se prova que, mesmo nas montanhas, tamanho não é documento.

Vale de Dolina Chocholowska, Polónia
Vale de Dolina Chocholowska, Polónia
Dolina Chocholowska
Dolina Chocholowska

Guia de viagens aos Montes Tatra

Este é um guia prático para viagens aos Montes Tatra, Polónia, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar, pontos turísticos, os melhores hotéis e sugestões de actividades na região.

Quando ir

Dado que o Verão é a altura de maior pluviosidade, as melhores épocas para caminhar são as estações intermédias. Ou o Inverno, para os muito experientes.

Como chegar à Polónia

A companhia aérea TAP tem diversos voos semanais para Varsóvia, capital da Polónia.

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Onde ficar

Não faltam lodges e hotéis de montanha com charme e preço aceitável. Verifique a lista abaixo.

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Equipamento para uma viagem aos Tatras

O vestuário e o calçado devem ser adequados ao tipo de exploração que pretende fazer da zona; se quiser conhecer Zakopane e percorrer partes de alguns vales de carroça ou BTT de aluguer, um par de sapatilhas chega. Mas as exigências são diferentes se pretende entrar em algumas das grutas já preparadas com escadas e correntes metálicas, ou percorrer a pé uma área mais extensa das montanhas.

Aconselhamos então uma lanterna, boas botas de trekking, vestuário para todas as estações se partir por um dia inteiro (a meteorologia é instável), incluindo roupa quente e impermeável. Protector solar e óculos de sol, chapéu, cantil com água – provavelmente pode enchê-lo pelo caminho, mas convém levar comprimidos para desinfectar – e uma pequena mochila com farnel adequado.

Gastronomia polaca

Carne, couves, batatas e gelados parecem ser os elementos mais abundantes da dieta polaca. Em Zakopane encontra a mesma comida que em qualquer cidade europeia. As panquecas de batata costumam ser boas, mas nesta região o destaque vai todo para o excelente – e bonito – queijo de ovelha, douradinho como um pão e com um paladar a fumado.

O que comprar

A região é conhecida pela arte de trabalhar a madeira, material aproveitado para fazer tudo, de casas a objectos de uso diário.

Informações úteis

Entre os lugares mais especiais conta-se o cemitério da Rua Kóscieliska, nada tétrico, autêntica exposição de esculturas de madeira típicas da região, e também as aldeias abandonadas dos pastores, no vale de Chocholowska.

A viagem pode facilmente ser feita com o seu próprio veículo. De Cracóvia, é possível fazer o trajecto até Zakopane de autocarro ou comboio. O acesso de Zakopane às diversas áreas de montanha é fácil de fazer em transporte público e a pé; pedir informações no posto de turismo, na Rua Kósciuski, nº23. Em vales mais populares, como o de Chocholowska ou Kóscieliska pode dar passeios em carroças de aluguer, ou alugar uma bicicleta para percorrer parte do vale.

Há uma Embaixada da Polónia em Lisboa. Um bom guia de viagem é o Poland, da editora Rough Guides. A língua estrangeira mais falada é o inglês, mas não será pior aprender umas palavras em polaco.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 51 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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