Voar para o Brasil com escala na Europa: compensa ou não?

Por Filipe Morato Gomes
Entardecer na praia de Ipanema, Rio de Janeiro
Entardecer na praia de Ipanema, Rio de Janeiro

Acabei de chegar de uma curta viagem ao Brasil, aproveitando uma promoção-relâmpago da Air France ao imbatível preço de 499€, ida e volta. Tive de ir de comboio a Lisboa apanhar o voo (moro no Porto), fiz escala em Paris – Charles de Gaulle – o que significou “andar para trás” e esperar algumas horas no aeroporto – e, por fim, o voo de Paris demorou naturalmente mais para chegar ao Rio de Janeiro do que uma ligação mais curta a partir de Portugal. Posto isso, a pergunta que hoje me coloco é simples: compensou voar para o Brasil com escala na Europa?

Do ponto de vista estritamente financeiro, sim. Dificilmente encontraria voos da TAP com origem em Lisboa ou Porto a preço semelhante. E a razão é simples: a Air France queria “roubar” passageiros portugueses à TAP, oferecendo preços atrativos para uma ligação onde a localização geográfica de Portugal é uma vantagem inultrapassável.

Ninguém no seu perfeito juízo pagaria o mesmo por um voo directo entre o Porto e o Rio de Janeiro e uma ligação com escala em Paris, mais demorada e numa companhia que considero pior que a TAP. O voo directo é, obviamente, melhor.

Quando comprei a passagem aérea da Air France, enviei um email com uma pequena provocação a um director da TAP perguntando: “Quando é que a TAP faz uma promoção igual a esta?”. A resposta foi muito inteligente e surpreendentemente esclarecedora sobre a forma como os preços das passagens aéreas são estipulados: “Talvez no dia em que a Air France colocar estes preços no seu home market” (ou seja, em França), respondeu-me. É a lógica da concorrência.

Pela mesma razão, é muitas vezes mais barato comprar uma passagem aérea Londres – Lisboa – São Paulo pela TAP, do que apenas Lisboa – São Paulo, porque a TAP quer “roubar” clientes naturais da British Airways que viajam a partir do Reino Unido para o Brasil. E isto é apenas um exemplo.

Mas e então, compensou fazer escala em Paris?

É difícil pesar factores subjectivos como o conforto ou a tolerância ao tempo de espera mas, sinceramente, julgo que sim. Tivesse a TAP preços mais competitivos para o Brasil, com diferenças de preços menos acentuadas face a promoções deste calibre e a minha resposta seria diferente. Não me importaria de pagar um pouco mais pelo conforto de um voo directo, por menos horas de voo, pela ausência de escalas e consequente tempo de espera num aeroporto europeu. Mas o dobro é um valor demasiado alto para tais vantagens.

Adoro a TAP. Acho mesmo que é das melhores companhias onde já voei. Mas não gosto de pagar 900€ – 1.200€ (ou mais) para voar para o Brasil. Não me arrependo, por isso, de ter aproveitado a promoção da Air France e ter voado para o Rio de Janeiro com escala num aeroporto europeu. Não foi a viagem ideal, mas foi aceitável e muito barata. E até podia ter utilizado o overbooking na Air France em meu proveito – mas isso é outra história.

Pesquisar hotéis no Rio de Janeiro

Seguro de viagem

A IATI Seguros tem um excelente seguro de viagem, que cobre COVID-19, não tem limite de idade e permite seguros multiviagem (incluindo viagens de longa duração) para qualquer destino do mundo. Para mim, são atualmente os melhores e mais completos seguros de viagem do mercado. Eu recomendo o IATI Estrela, que é o seguro que costumo fazer nas minhas viagens.

Fazer seguro na IATI (com 5% de desconto)

Filipe Morato Gomes

Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.