Acabei de chegar de uma curta viagem ao Brasil, aproveitando uma promoção-relâmpago da Air France ao imbatível preço de 499€, ida e volta. Tive de ir de comboio a Lisboa apanhar o voo (moro no Porto), fiz escala em Paris – Charles de Gaulle – o que significou “andar para trás” e esperar algumas horas no aeroporto – e, por fim, o voo de Paris demorou naturalmente mais para chegar ao Rio de Janeiro do que uma ligação mais curta a partir de Portugal. Posto isso, a pergunta que hoje me coloco é simples: compensou voar para o Brasil com escala na Europa?
Do ponto de vista estritamente financeiro, sim. Dificilmente encontraria voos da TAP com origem em Lisboa ou Porto a preço semelhante. E a razão é simples: a Air France queria “roubar” passageiros portugueses à TAP, oferecendo preços atrativos para uma ligação onde a localização geográfica de Portugal é uma vantagem inultrapassável.
Ninguém no seu perfeito juízo pagaria o mesmo por um voo directo entre o Porto e o Rio de Janeiro e uma ligação com escala em Paris, mais demorada e numa companhia que considero pior que a TAP. O voo directo é, obviamente, melhor.
Quando comprei a passagem aérea da Air France, enviei um email com uma pequena provocação a um director da TAP perguntando: “Quando é que a TAP faz uma promoção igual a esta?”. A resposta foi muito inteligente e surpreendentemente esclarecedora sobre a forma como os preços das passagens aéreas são estipulados: “Talvez no dia em que a Air France colocar estes preços no seu home market” (ou seja, em França), respondeu-me. É a lógica da concorrência.
Pela mesma razão, é muitas vezes mais barato comprar uma passagem aérea Londres – Lisboa – São Paulo pela TAP, do que apenas Lisboa – São Paulo, porque a TAP quer “roubar” clientes naturais da British Airways que viajam a partir do Reino Unido para o Brasil. E isto é apenas um exemplo.
Mas e então, compensou fazer escala em Paris?
É difícil pesar factores subjectivos como o conforto ou a tolerância ao tempo de espera mas, sinceramente, julgo que sim. Tivesse a TAP preços mais competitivos para o Brasil, com diferenças de preços menos acentuadas face a promoções deste calibre e a minha resposta seria diferente. Não me importaria de pagar um pouco mais pelo conforto de um voo directo, por menos horas de voo, pela ausência de escalas e consequente tempo de espera num aeroporto europeu. Mas o dobro é um valor demasiado alto para tais vantagens.
Adoro a TAP. Acho mesmo que é das melhores companhias onde já voei. Mas não gosto de pagar 900€ – 1.200€ (ou mais) para voar para o Brasil. Não me arrependo, por isso, de ter aproveitado a promoção da Air France e ter voado para o Rio de Janeiro com escala num aeroporto europeu. Não foi a viagem ideal, mas foi aceitável e muito barata. E até podia ter utilizado o overbooking na Air France em meu proveito – mas isso é outra história.
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