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Bibingka, bolo de arroz e coco

Por Kiko Martins | Gastronomia Ásia Filipinas
Atualizado em 13.07.2017 | Tempo de leitura: 5 minutos

Terraços de arroz de Banaue
O arroz mais bonito do mundo está nas Filipinas

Provavelmente, nunca teria chegado a Banaué, no norte das Filipinas, se não fosse a insistência de Titã Trillo, a senhora filipina que me acolheu durante alguns dias em Manila. Quando me despedi dela para seguir viagem até ao norte do país, lembro-me de que estava ainda mais entusiasmada do que eu. Não conseguia conter a emoção de saber que eu ia conhecer a cidade onde tinha nascido: Baguio, a porta de entrada nas cordilheiras das Filipinas. A primeira paragem a caminho dos terraços de arroz de Banaué.

“A viagem de autocarro demora muitas horas. Porque é que não apanham um avião?”, voltou a insistir nessa altura, sorrindo. Era a preocupação de mãe a fa­lar mais alto. Expliquei-lhe que dessa forma poupava uma noite de hotel, embo­ra sabendo que isso não a deixaria mais sossegada. “Quando chegares a Baguio liga… Ah, e não te esqueças, tens de ir ao mercado!”, recomendou, quando nos deixou no terminal rodoviário de Manila, à uma da manhã.

Alcancei Baguio à hora do almoço e, como tinha algumas horas até apanhar o autocarro seguinte, aproveitei para dar uma volta pela capital de verão filipi­na. Dizem que antigamente era possível sentir o cheiro dos pinheiros a vários qui­lómetros de distância da cidade. Hoje em dia já não, graças ao desenvolvimento. Ainda assim, a povoação consegue man­ter parte do seu encanto rural.

Mercado de Baguio, Filipinas
Mercado de Baguio, Filipinas

Decidi seguir o conselho de Tita e desci até ao mercado central, para sentir na pele a razão forte de tanta insistência. Jeepneys – os antigos jipes militares americanos deixados em território filipino depois da Segunda Guerra Mundial, conver­tidos em transportes públicos -, os mais variados artigos, gente e comida de rua misturavam-se num espetáculo de cores emocionante. No espaço de quatro ruas e um cruzamento bem congestionado era possível encontrar todos os produtos tí­picos da região das cordilheiras.

À medida que se ia aproximando o final da tarde, o número de pessoas no mercado ia aumentando. Era a essa hora que os filipinos vinham à procura dos melhores pulutan, os petiscos de rua que se vendem a um pre­ço irrisório. Um dos mais populares é uma espetada de galinha frita, que se mergulha em vinagre e pimenta antes de comer. A particularidade deste petisco é que a gali­nha tem apenas um dia de vida.

Assim que me aproximei da banca em que a igua­ria era comercializada, a vendedora esten­deu-me automaticamente uma espetada. E depois de algumas horas de luta entre o cérebro e a mão para conseguir levar o petisco à boca, descobri que o exterior surpreendentemente crocante esconde um interior que faz lembrar uma gema de ovo. Foi assim que me juntei a meia centena de filipinos para jantar em pleno mercado, de onde saí diretamente para apa­nhar o autocarro para Banaué.

Galinha com poucos dias de vida
Galinha com poucos dias de vida

Para poder apreciar a beleza inigua­lável dos socalcos de arroz, implantados a mais de mil metros de altitude nas cor­dilheiras filipinas, eram precisas oito horas de muitas e dolorosas curvas. Primeiro, era preciso chegar a Banaué. E depois arran­jar um guia que me acompanhasse durante dois dias pelas montanhas, para poder­ percorrer a pé os caminhos que ligavam as várias aldeias à volta de Banaué e ficar a dormir numa delas, em casa de uma fa­mília de agricultores.

Ao longo do caminho senti parte da inspiração que terá levado os ifugao a cultivar arroz nos pequenos terraços es­cavados em encostas de montanhas ver­dadeiramente vertiginosas, há mais de dois mil anos. Uma arte que transbordou do coração e ajudou a esculpir magis­tralmente o berço da principal fonte de alimentação familiar das aldeias. Imagino que ainda hoje seja assim. A produção de arroz dos terraços de Banaué – aquela que é consi­derada a oitava maravilha do mundo – era já na altura para consumo local, nunca para venda. O arroz mais bonito do mundo ficava sempre em casa.

Bibingka, bolo de arroz e coco

Bibingka
Bibingka, bolo de arroz doce, uma iguaria da gastronomia filipina

Dada a importância do arroz na alimentação filipina, teria sempre de inaugurar uma crónica do país com uma receita que levasse arroz. E para variar um bocadinho, apostei num doce. A bibingka filipina é uma sobremesa típica que se serve na altura do Natal (mas que não deve ser confundida com a receita goesa “bebinca”).

Na versão original, depois de juntar o queijo ralado, a tradição local manda que se adicione ovos chineses salgados. Para além de não ser fácil encontrar estes ovos em Portugal, o sabor não é dos mais consensuais, pelo que este ingrediente é opcional.

Ingredientes

  • 1 chávena de açúcar
  • 3 ovos
  • 3 c. de sopa de manteiga
  • 1 chávena de farinha de arroz
  • 2 c. de chá de fermento em pó
  • ½ c. de café de sal
  • ½ chávena de leite
  • 1 chávena de leite de coco
  • 1 c. de café de manteiga (para untar a forma)
  • ½ chávena de queijo parmesão ralado
  • 2 ovos chineses salgados (opcional)
  • Papel vegetal

Preparação

Bata o açúcar com os ovos e a manteiga até que a mistura fique bem fofa. Junte a farinha de arroz, o fermento, o sal e logo a seguir os dois tipos de leite. Envolva tudo muito bem. Pincele com manteiga uma forma (com cerca de 27 cm de diâmetro), forre com papel vegetal e verta o preparado. Leve ao forno a 180 ºC durante 30 minutos. Retire do forno e espalhe o queijo ralado por cima. Volte a levar ao forno durante mais cinco minutos. Desenforme e sirva.

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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