Como criar um blog de viagens (de sucesso!)

Por Filipe Morato Gomes
Blogging: como começar um blog de viagens

Se está a ler este texto, é muito provável que queira criar um blog de viagens. Ótimo! Talvez ande a pensar como poderá viajar mais; como partilhar essas viagens de forma interessante; quem sabe até concretizar o sonho de um dia viver das viagens – e criar um blog parece uma boa ideia para atingir esses objetivos. Eu concordo: é uma excelente ideia! Mas não é fácil.

Não costumo escrever sobre o que está por detrás do próprio blog – o Alma de Viajante é um espaço sobre viagens, não sobre blogging. Mas cada vez mais gente me tem perguntado o que deve fazer para começar um blog de viagens, e eu queria ter como explicar o processo. Como resposta, preparei este guia prático.

Após 15 anos de experiência como blogger de viagens, espero com este guia ajudar todos os viajantes e amantes da escrita e da fotografia a entrar neste maravilhoso mundo da blogosfera.

O guia é um pouco longo (ou completo, se preferir) e está dividido em sete secções. Cada uma aborda um aspeto específico da criação de um blog – do hosting ao aspeto gráfico, começando pela compreensão profunda do que é ser um blogger. Eis tudo o que precisa saber para começar um blog de viagens. Vamos a isso.

Antes de criar um blog de viagens, entenda o trabalho de um blogger

Durante muitos anos, quando me perguntavam o que eu fazia tinha muita dificuldade em responder. Ninguém entenderia se eu dissesse que era blogger de viagens e, na verdade, eu próprio não me assumia como tal. Dizia que tudo o que eu fazia profissionalmente estava “ligado às viagens e à escrita”; e depois explicava que tinha um site de viagens, que era líder de viagens, que dava workshops de escrita. Era verdade, mas faltava deixar de ter vergonha de usar a palavra blogger.

Agora não. Digo que sou blogger de viagens.

Assumir-se como blogger, seja amador ou profissional, é o primeiro passo para que as pessoas respeitem o trabalho de blogger. Para o levarem a sério. Para que entendam que dá mesmo muito trabalho. Que os textos não aparecem escritos por magia; nem as fotos editadas. Que não é tudo cor-de-rosa, praias tropicais e meninas de bikini com cocktails nas mãos.

Sim, gerir um blog de viagens implica trabalhar muitas mais horas do que a esmagadora maioria das pessoas com um emprego dito “normal”. E sem nunca saber qual vai ser o retorno desse trabalho.

Por que razão, então, eu e alguns outros fazemos das viagens vida? Porque somos felizes. Ponto. Dá trabalho, mas não trocava o meu estilo de vida por nenhum outro.

Coisas que deve saber antes de se tornar um nómada digital

Já sabe que tem todo o meu apoio para criar um blog de viagens. O objetivo deste “Como começar um blog de viagens” é esse mesmo: ajudá-lo. Mas, antes de começar, é importante que tenha consciência de algumas coisas sobre a vida de blogueiro / blogger.

(prepare-se para ler coisas de que não vai gostar)

Depois de criar um blog, não vai ser fácil

A maioria das pessoas que tenta criar um blog com o objetivo de ganhar dinheiro desiste em menos de um ano. Sim, é muito provável que demore muito tempo até começar a ganhar dinheiro com o blog. Vai ter que ser original, para se distinguir. Vai ter de ser persistente e paciente. Não vai ser nada fácil!

Vai trabalhar dia e noite

Para gerir o blog vai trabalhar mais do que em qualquer outro emprego que já tenha tido. A boa notícia é que poderá fazê-lo em qualquer parte do mundo, em qualquer tipo de ambiente (desde que tenha acesso à Internet): seja no conforto de casa, seja num bungalow em frente ao mar numa praia das Filipinas.

O seu escritório passa a ser um portátil – e isso é bom. Mas acabaram os fins-de-semana e o tempo livre, porque vai querer aproveitar todos os minutos para tratar do seu blog.

Ser blogger não é só escrever

Pode não acreditar, mas apenas uma pequena parte do trabalho de blogger é passado a escrever. Vai passar muito tempo a responder a comentários dos leitores; a responder a mensagens de email para recusar “parcerias”; a alimentar as redes sociais; a tratar de aspetos técnicos do blog; a instalar plugins; a pensar no SEO (Search Engine Optimization); a alterar o aspeto do blog; a pensar, experimentar, errar, inovar… e a planear a próxima viagem.

Lá pelo meio, irá também escrever, editar fotografias e publicar os conteúdos. Mas não pense que para ser um blogger de viagens basta escrever.

É preciso investir para ter sucesso

Gerir um blog é como gerir qualquer outro negócio: é mais fácil ter sucesso se investir criteriosamente o seu dinheiro. São pequenas coisas que podem fazer toda a diferença.

É evidente que a maioria das questões que eu abordo pode ser resolvida gratuitamente. Mesmo no que toca a aspetos técnicos específicos, como plugins para o WordPress, há versões gratuitas que são suficientes. Mas muitas outras não. Se estiver totalmente empenhado no objetivo de ter sucesso no mundo dos blogs de viagens, mais cedo ou mais tarde terá de investir em ferramentas que o tornam melhor. Por exemplo:

  • Vai procurar hosting especializado como o da Siteground ou da WP Engine, que lhe garanta velocidade, segurança e um serviço de apoio profissional para o ajudar a resolver problemas;
  • Vai escolher um tema premium de empresas reconhecidas, como os temas da Studio Press ou da Elegant Themes;
  • Vai comprar a versão premium de alguns plugins fundamentais para o sucesso do blog;
  • E vai criar uma mailing list gerida pelas ferramentas profissionais da AWeber, da Mailchimp, da portuguesa e-Goi ou, preferencialmente, da ConvertKit.

Não se preocupe se, por agora, não percebe bem do que estou a falar. Explicarei tudo, passo a passo, mais abaixo (no caso da mailing list, abordarei o assunto num texto intitulado ConvertKit, a melhor ferramenta para gerir o email marketing do seu blog. Mas fique já com a ideia de que criar um blog de viagens implica investir algum dinheiro.

As férias (como as conhece) acabaram

Vai continuar a ter férias, claro, mas sempre que viajar vai querer aproveitar para fazer alguns posts. E isso não é mau, pelo contrário. Mas tenha a noção de que, a partir do momento em que começar um blog de viagens, vai querer escrever sobre as suas viagens (é essa a essência de um blog).

Ou seja, as viagens deixam de ser apenas férias e passam a ser matéria-prima para produzir textos. O que significa trabalho. Não se assuste… mas tenha consciência disso.

Antes de criar o blog, defina o seu tipo

No início, e ainda antes de qualquer post existir, não é fácil definir o que vai ser o blog. Mas, quanto mais cedo tiver a exata noção do que quer fazer, mais fácil será criar uma audiência que se identifique com o que escreve.

Escolha um nicho que o apaixone

Para mim, neste momento, estando a blogosfera inundada de blogs de viagens – mesmo em português – o melhor conselho que posso dar é: escolha um nicho. Não crie apenas mais um blog genérico sobre as suas viagens. Seja criativo. E torne-se uma referência nesse nicho.

Por exemplo, se adora hotéis de cinco estrelas, cruzeiros de luxo e restaurantes com estrelas Michelin, especialize-se no chamado luxury travel. Não misture essas experiências luxuosas com, por exemplo, uma viagem de mochila às costas. Não acha que seria confuso para os leitores ter um post sobre viajar sozinho e à boleia em Itália seguido de outro sobre uma luxuosa lua-de-mel, a dois, no melhor resort de Bora Bora? Estaria a escrever para que audiência?

Escreva sobre budget travel ou sobre luxury travel, mas não ambos em simultâneo. Escreva para jovens à procura de inspiração para um gap year ou para viajantes maduros, com outros interesses e outro estilo de viagem. Escreva sobre viajar com crianças ou sobre as experiências de uma jovem backpacker a viajar sozinha. Crie um blog sobre viagens de bicicleta, mas não ceda à tentação de relatar um cruzeiro que fez entretanto. Faço-me entender?

Ou seja, escolha um nicho e mantenha-se o mais possível fiel a ele. Idealmente, deve-se ser apaixonado pelo tema e imaginar que daqui a alguns anos continuará confortável nessa pele. Adora viajar de bicicleta? Excelente, escreva sobre isso. Em suma, escolha um estilo de viagem, uma localização ou uma temática específica… e assuma a escolha.

É natural que no início seja difícil definir o seu nicho, o seu estilo, aquilo que verdadeiramente o apaixona. Mas uma coisa é certa: mais cedo ou mais tarde, terá de fazê-lo. E quanto mais cedo o fizer, melhor.

Um exemplo de nicho que acho brilhante é o blog do Kash Bhattacharya. O blog chama-se Budget Traveller, mas não é um normal blog para ajudar mochileiros a viajar com pouco dinheiro. Ao invés, o Kash especializou-se em “viajar barato com estilo”. Criou, entre outras coisas, um guia sobre os melhores hostels de luxo da Europa, um conceito aparentemente contraditório mas que encaixa na perfeição no nicho do blog. E assim diferenciou-se dos restantes.

City blog: uma excelente ideia para quem viaja pouco

Provavelmente tem por garantido que para ter um blog de viagens tem de viajar muito. Mas isso nem sempre é verdade (lá está, depende do seu nicho).

Alguns dos mais bem sucedidos blogs de viagens em português não relatam viagens propriamente ditas. Encaixam na categoria de city blogs e falam quase exclusivamente de um destino específico. Regra geral, são brasileiros a morar na Europa que criaram blogs dedicados exclusivamente à sua cidade adotiva.

Se, por razões pessoais, familiares ou profissionais, não consegue viajar muito, criar um city blog é uma excelente opção. Um blog dedicado a Setúbal, a Faro ou à Madeira; ou, em sentido mais lato, a Portugal, a Espanha, ao país onde vive. Focar em vez de dispersar.

Mas é importante que decida isso o quanto antes; se o fizer desde o início, vai ajudá-lo a focar-se no objetivo principal do blog, e a não dispersar energias. Indico alguns city blogs em português para perceber melhor a que tipo de projetos me refiro.

  • Ducs Amsterdan, o city blog de Daniel Duclos com muitas dicas sobre Amesterdão, dedicado aos viajantes brasileiros;
  • Conexão Paris, provavelmente o city blog em língua portuguesa mais bem-sucedido financeiramente;
  • PassaporteBCN, um blog sobre Barcelona cujo nome vai buscar inspiração ao código do aeroporto local;
  • Cultuga, um blog que tem como objetivo promover a cultura e o turismo de Portugal no Brasil, gerido por dois brasileiros a morar em Lisboa. Um exemplo de um blog focado num país (no caso, Portugal) e escrito para um público específico (turistas brasileiros).

Em suma, escreva sobre uma cidade, um país ou o que quiser, mas tente definir o quanto antes o foco do seu blog. E trabalhe para se tornar na referência nacional / em língua portuguesa / mundial nesse nicho. É melhor ser o melhor blog em português sobre os Açores do que apenas mais um entre milhares de blogs de viagens genéricos. Tenha isso em consideração quando começar um blog de viagens.

Sabendo que tipo de blog quer fazer, está na altura de escolher um bom nome.

Escolha um nome (único e memorável)

Escolher o nome do blog é algo absolutamente fundamental. Num mundo cada vez mais saturado de sites e blogs de viagens, é importante que o seu se distinga da multidão. Para tal, é preciso ser criativo.

Longe vai o tempo em que era primordial ter as palavras-chave no nome e endereço, por causa do SEO (Search Engine Optimization) – tipo www.viajenaviagem.com, do grande Ricardo Freire. Agora, cada vez mais, o importante é que seja um nome criativo e memorável. Na minha opinião, um bom nome deve ter três características fundamentais:

  1. Ser curto e simples;
  2. Ser original e memorável;
  3. Ser duradouro (não “armadilhado”).

Nome curto e simples

Um nome tipo “As viagens de ano e meio da Joana pelo mundo” é, obviamente, um nome péssimo – sendo capaz de infringir todas as regras básicas para a criação do nome do blog. “Vou ali e já volto antes que fique escuro” tem a vantagem de ser original, mas mesmo assim é muito mau. Ambos têm em comum o facto de serem nomes enormes. Simplifique! Escolha um nome curto.

Nome original e memorável

Que lhe parecem nomes tipo “Mochileiro pelo mundo” ou “As viagens do Augusto”? A mim parecem-me banais e pouco memoráveis. O oposto do que é necessário hoje em dia: nomes criativos.

Por exemplo, Chicken or Pasta é um nome que, no sentido literal, nada tem a ver com viagens; mas que toda a gente que viaja associa imediatamente à comida de um avião. A mim, põe-me um sorriso no rosto. Acho um exemplo brilhante de um nome distintivo para um blog em inglês. Mais exemplos? Eis outros blogs bem sucedidos e facilmente identificáveis: Bacon is Magic, The Planet D, The Blond Abroad, Migrationology, Roads & Kingdons. Ou, noutro registo (são guias de viagens, não blogs, mas servem como exemplos de nomes que ficam na memória), o Balkanology e o Caravanistan.

Ou seja, escolha um nome que tenha a ver consigo e com o nicho do seu blog, mas evite o uso de palavras já usadas em demasia, como nómada, viajante, vagabundo, backpacker, wanderlust e coisas do género. Bem sei que um dos mais bem sucedidos blogs de viagens se chama Nomadic Matt mas, quando o Matt Kepnes começou o seu blog, o conceito “nómada” estava longe de estar saturado. No fundo, seja criativo.

Nome duradouro

Imagine que a Catarina, conhecida por Katy, vai estudar ou viver meio ano para Auckland, na Nova Zelândia, e decide criar um blog para partilhar a experiência. “Katy em Auckland“ é um nome certeiro, correto? Errado. É o que eu chamo um nome armadilhado, que a vai “prender” para o futuro.

Eu explico.

O nome pode até ser excelente para esses primeiros seis meses, por facilmente identificar o objeto do blog (a estadia da Katy na cidade de Auckland). Mas, o que fazer se, no final desse tempo, a Katy se mudar para Tóquio, no Japão? Ou decidir viajar pelo mundo? O nome deixa de fazer sentido! Muito provavelmente, o blog teria de mudar de nome para continuar a ser um espelho da realidade, e a Catarina teria de recomeçar quase do zero a criação de uma nova “marca”.

O mesmo se passa se fizer, por exemplo, uma viagem de autocaravana na América do Sul e decidir dar ao blog um nome tipo “De Caravana pelas Américas”. E depois, quando mudar de continente ou de meio de transporte, vai mudar o nome do blog? Ou está a pensar criar um blog para cada viagem? Seria um erro crasso.

Resumindo, escolha um nome forte, com uma identidade forte, que reflita o seu estilo de viagem, mas não o prenda nem a uma localização geográfica (exceto no caso de um blog sobre um destino específico) nem a um tempo definido (a não ser que não queira continuar a alimentar o blog no final desse período).

Mudança de nome: um exemplo real

Dou-lhe um exemplo real e recente. A Cris Marques, uma blogger brasileira que muito aprecio, alimentou durante muitos anos um blog chamado Dentro do Mochilão. Até que chegou uma altura em que o nome já não refletia o espírito do blog e não lhe permitia escrever sobre outras coisas. Eis as suas palavras:

“O blog Dentro do Mochilão vai mudar de nome e preciso da inspiração de vocês! É chegada a hora de fechar esse ciclo e começar uma nova fase. A mudança de nome vem para expandir os horizontes e tirar o peso de ser um blog de segmentação backpacker – que, às vezes, é uma barreira para alguns projetos. Vocês que me acompanham sabem que não é apenas um blog de “mochilão”; pelo contrário, apenas 20% do meu público se considera mochileiro(a). O blog consegue abraçar muitos outros temas (independente do segmento) como mulheres, sustentabilidade, cultura, espiritualidade, entre outros.”

E assim, após um brainstorming digital em que pediu ajuda aos seus leitores para criar um novo nome, decidiu rebatizar o Dentro do Mochilão como Raízes do Mundo. Como é evidente, seria muito melhor se nunca tivesse tido necessidade de mudar.

Dito isto, é claro que mudar de nome e endereço não é nenhum drama. Acontece. Até porque é impossível prever que caminho seguirá o blog de viagens a longo prazo. Apesar de alguns inconvenientes relevantes (como a perda de ranking aos olhos do Google), tudo se resolve. Só que pode ser mais penoso do que imagina.

Portanto, se à partida o nome do blog for uma escolha ponderada (e não for escolhido por impulso), menor será a probabilidade de ter de lidar com o inconveniente de mudar de nome.

Em resumo

Escolha um nome curto e simples, original e memorável, e pensado para o futuro. Por outras palavras, seja criativo e evite coisas como:

  • “Mochileiro pelo mundo” (é demasiado genérico, não tem criatividade e pouco diz sobre a sua identidade, para além de que viaja de mochila às costas);
  • “Sozinha no globo” (é um nome armadilhado: se arranjar um companheiro ou companheira e começarem a viajar a dois, vai mudar o nome?);
  • “Anita no Qatar” (prende a um local – exceto se o objetivo for criar um city blog, nesse caso a ideia seria aceitável);
  • “De bicicleta pela Ásia sem um tostão no bolso mas muita vontade de viajar” (além de muitos outros inconvenientes, é demasiado grande).

Agora que já tem uma ideia e um nome, vamos lá implementar…

Escolha um host de confiança (e instale o WordPress)

Se a tecnologia o assusta um pouco, estará provavelmente a pensar que criar um blog é muito difícil. Não é. Siga estes passos.

Onde alojar o blog

Não há volta a dar. Se quer criar um blog de viagens “a sério”, mais cedo ou mais tarde terá de contratar o alojamento web a alguma empresa. Vou tentar ajudá-lo nessa tarefa.

Há centenas de possíveis empresas de alojamento, mas é importante não escolher uma empresa apenas porque o serviço é muito barato. No dia em que tiver algum problema sério, o seu blog estiver em baixo horas a fio, o suporte técnico não o conseguir ajudar a responder às suas dúvidas ou, pior, se os servidores não são seguros e algum hacker destruir meses ou anos de trabalho, vai arrepender-se dessa opção.

Ou seja, se quer levar o seu blog para um patamar de alguma seriedade, escolha empresas com boa reputação.

Alojamento: as minhas escolhas

Depois de vários anos como cliente de uma pequena empresa portuguesa, decidi mudar para a Siteground por recomendação de um amigo especialista em tecnologia. E não poderia estar mais satisfeito. Recomendo vivamente.

Tenho ainda outra sugestão, para que tenha alternativas e possa escolher a que mais lhe agradar. Se quiser investir mais na performance do blog, recomendo desde logo um serviço especificamente desenhado para ambientes WordPress chamado WP Engine. É uma solução em que beneficia de “zero stress” e que, além do alojamento, inclui dezenas de temas premium à escolha. Ora, sendo eu um fiel utilizador da plataforma Genesis (os temas são para essa plataforma), se estivesse agora a criar um blog de viagens provavelmente optaria pelo serviço completo da WP Engine.

Em suma, no que toca ao alojamento do blog, escolha uma destas empresas:

  1. Siteground (todas as situações – é o que uso atualmente)
  2. WP Engine (solução ainda melhor, mas mais cara)

Ao longo deste guia, vou usar como exemplo a Siteground (por servir a todos, incluindo os que não optem pelo Genesis), para demonstrar o que tem de fazer para se registar. É o próximo passo para começar o seu blog de viagens.

Siteground

Vamos a isso.

Alojamento Siteground

Para começar, escolha o plano StartUp. Numa primeira fase, não há motivo para investir mais dinheiro.

Alojamento Siteground

Se ainda não registou o seu domínio, este é o momento certo para o fazer. Recomendo que utilize uma extensão “.com”. Se já tem domínio, basta inseri-lo na caixa respetiva (no sítio onde eu escrevi “omeublog”, na imagem acima).

Siteground

E pronto, é só escolher o método de pagamento e já está!

Se está baseado em Portugal, deixe ficar a opção Amsterdam no local do servidor. Se o seu blog for baseado no Brasil, provavelmente a opção Miami fará mais sentido. Adicionalmente, eu recomendo que tenha o “HackAlert Monitoring” ativado, como medida preventiva para monitorizar o blog contra ataques maliciosos. É o que eu faço no Alma de Viajante.

Registe-se na Siteground

Instalar o WordPress

Um dos maiores erros que cometi em toda a história do Alma de Viajante foi não começar a usar o WordPress como CMS (Content Management System) logo de início.

Primeiro, o Alma de Viajante foi programado manualmente em html e php. E depois, quando transformei o site num verdadeiro blog de viagens por altura da minha primeira volta ao mundo, escolhi o Movable Type em vez do WordPress.

Hoje em dia, esse é um não-assunto. O WordPress é a plataforma usada pelos principais bloggers de viagens do planeta e é sem dúvida a melhor para quase todos os tipos de blogs.

A instalação do WordPress é muito fácil. Dependendo do host que escolher, pode até ser feito com um simples clique. Se alojar o blog na Siteground, a instalação do WordPress é quase automática. Basta seguir as instruções, após fazer login pela primeira vez na sua conta.

Com o alojamento tratado e o WordPress instalado, falta agora escolher um tema e, posteriormente, artilhá-lo com alguns plugins.

O aspeto gráfico do blog

De uma forma simplista, chama-se tema ao design do blog. Ou seja, o aspeto gráfico de um blog criado com WordPress é determinado pelo tema utilizado, pelo que escolher um bom tema é um processo que não deve ser negligenciado ao criar um blog de viagens. Ele dirá muito sobre o estilo que pretende incutir no projeto (um estilo mais sóbrio e institucional, ou mais informal e divertido…).

Como escolher um tema

Para os blogs de viagens, regra geral recomendo:

  • temas em formato magazine (temas desenhados para revistas digitais e blogs);
  • ou temas multi purpose (temas desenhados para cobrir todos os tipos de sites, não especificamente desenhados para blogs mas que têm grande flexibilidade e muitos recursos gráficos).

Entre os temas em formato magazine, tenho preferência pela modularidade dos da framework Genesis, da empresa Studio Press. É a melhor plataforma em termos de SEO, mas é melhor usada por quem tenha algum conhecimento de programação, nomeadamente CSS e PHP. É o que eu uso no Alma de Viajante, em conjunto com o tema Magazine Pro.

Outra opção muito interessante são os temas da Elegant Themes, especialmente o Extra, pelas infindáveis possibilidades que permitem em termos gráficos.

Por fim, caso não queira usar os temas da Studio Press nem da Elegant Themes (duas extraordinárias empresas, das quais sou member for life), recomendo em alternativa a Theme Forest – tem disponíveis milhares de outros temas para WordPress de grande qualidade e sucesso comprovado.

Em concreto, eis alguns dos temas mais populares para blogs de viagens:

Magazine Pro

Tema WordPress Magazine Pro

O Magazine Pro é o tema que uso atualmente no Alma de Viajante. Apesar de visualmente muito minimalista, recomendo sem restrições. Em todo o caso, antes de decidir veja os outros temas da Studio Press e escolha o que mais se encaixa na sua ideia de blog. Por exemplo, para blogs gastronómicos o Foodie Pro é muito bom. Os temas da Studio Press são dos mais conceituados do mercado. + info

Extra

Extra

O Extra é um tema da empresa Elegant Themes, em quem confio a 100%. É graficamente muito versátil e elegante, sendo especialmente indicado para os bloggers mais criativos. Uma boa aposta para blogs contemporâneos. + info

Espresso

Espresso

O Espresso é um tema em formato magazine muito usado em blogs de viagens. Se não fosse tão fã da Studio Press, seria um sério candidato para este meu blog. + info

Avada

Avada

O Avada é o tema mais vendido de todos os tempos na Theme Forest, e isso diz muito sobre as suas potencialidades. É um tema generalista, não sendo especificamente desenhado para blogs. + info

Plugins indispensáveis

Os plugins são ferramentas que permitem expandir as funcionalidades do WordPress sem necessidade de saber programar. Entre as utilizações mais frequentes, encontram-se a deteção automática de comentários spam, a criação de formulários de contactos, a utilização de caches para aumentar a velocidade do blog, ou ferramentas ligadas ao SEO (Search Engine Optimization).

Ao longo da minha vida de blogger já experimentei muitas centenas de plugins. Desses, utilizo regularmente cerca de 30, alguns dos quais considero fundamentais em qualquer blog de viagens. Instale-os o quanto antes.

Akismet

O Akismet é o melhor e mais utilizado método para filtrar spam no seu blog. De instalação obrigatória (grátis para blogs pessoais). + info

Login No Captcha reCAPTCHA

Para evitar acessos malignos pelo método brute force, é conveniente instalar um sistema de confirmação manual no login do WordPress. Para o fazer de forma fácil e efetiva, recomendo o plugin Login No Captcha reCAPTCHA (gratuito). + info

ShortPixel

O “peso” das imagens é um dos principais fatores para muitos blogs de viagens serem demasiado lentos. Para combater esse flagelo, existem plugins que minimizam o tamanho das imagens sem perdas de qualidade notórias. Recomendo o ShortPixel (de longe o melhor de todos). + info

WP-Rocket

Sendo o desempenho fundamental, não basta otimizar as imagens. Há muitas outras tarefas que requerem conhecimentos técnicos aprofundados para otimizar a cache, a base de dados, o carregamento de ficheiros (CSS, scripts e outros), ou então a utilização de um plugin especializado.

Eu uso o WP-Rocket, e recomendo sem reservas! É fundamental. + info

Yoast SEO

Quanto mais cedo prestar atenção ao SEO (Search Engine Optimization) melhor para o seu blog. Mesmo que não tenha noções de SEO, instale desde logo a versão gratuita do plugin. Posteriormente, recomendo que instale a versão Premium mas, por agora, existe uma versão gratuita com que pode começar (durante muitos anos usei a versão gratuita). + info

Para instalar um plugin aceda ao dashboard do seu WordPress, clique na opção “Plugins / Adicionar novo” no menu da esquerda.

Os textos seguintes desta série sobre blogging mencionam outros plugins mais avançados cuja instalação recomendo igualmente. Por agora, fiquemos com estes.

Escreva, escreva, escreva

Já aqui escrevi que só uma pequena parte do trabalho de um blogger de viagens é dedicada à escrita. É verdade. Mas essa pequena parte é fundamental para o sucesso. Os conteúdos que produz serão a sua imagem de marca. Para o bem e para o mal.

Agora que o blog está criado, é altura de começar a produzir conteúdos de qualidade. Na segunda parte desta série, começo precisamente por abordar a questão dos conteúdos.

Resumo: como começar um blog de viagens

Passos fundamentais para criar um blog de viagens:

Escolher um nome único e memorável;

Alojar o blog num serviço de hosting profissional como a Siteground ou WP Engine;

Escolher um tema premium da Studio Press (como o Magazine Pro), o Extra da Elegant Themes, o Espresso ou o Avada;

Instalar plugins fundamentais como o Login No Captcha reCAPTCHA, WP Smush, e Yoast SEO;

Escrever conteúdos de qualidade.

Se completou todos os passos deste guia sobre como começar um blog de viagens, estará na altura de prosseguir para o próximo artigo da série Como criar um blog de viagens de sucesso.

Como criar um blog de viagens de sucesso

Este artigo faz parte de uma série de posts escrita para o ajudar a construir o seu próprio blog e, quem sabe, viver das viagens e da escrita. A saber:

  1. Como começar um blog de viagens
  2. Como estruturar os conteúdos do seu blog de viagens
  3. ConvertKit, a melhor ferramenta para gerir o email marketing do seu blog
  4. SEO, dicas para melhorar o ranking dos seus posts
  5. Como usar as redes sociais de um blog de viagens
  6. Outras dicas avançadas para melhorar o seu blog de viagens
  7. Como ganhar dinheiro com um blog de viagens

Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.