Como estruturar os conteúdos do seu blog de viagens

Por Filipe Morato Gomes
Estrutura de um blog

No mundo da blogosfera costuma dizer-se que “o conteúdo é rei”, e essa expressão não anda muito longe da verdade. Boa parte do sucesso de um blog de viagens, a longo prazo, deve-se à qualidade e pertinência do seu conteúdo.

Só depois entram as questões ligadas ao SEO (Search Engine Optimization), email marketing e redes sociais, de que falarei em próximos textos desta série sobre blogging.

Repare que eu escrevi qualidade do conteúdo.

Sim, a qualidade das suas histórias é fundamental. Tal como o é a forma como organiza o seu blog, para que os leitores não se percam e tudo faça sentido. Como estruturar, pois, esse conteúdo de forma lógica e facilmente acessível? O que são categorias, etiquetas e taxonomias personalizadas? E, no que toca aos textos propriamente ditos, qual o seu tamanho perfeito? E qual o número ideal de publicações por semana? E as páginas institucionais, vale a pena criar?

É sobre tudo isso que falo neste segundo texto da série sobre blogging, inteiramente dedicado aos conteúdos.

Antes de imergir nas dicas sobre como estruturar os conteúdos do seu blog, leia por favor a primeira parte desta série, intitulada Como começar um blog de viagens. Mesmo que já tenha um blog de viagens, é provável que encontre uma ou outra dica que lhe possa ser útil.

1. Defina a estrutura do blog

Quanto mais cedo definir a estrutura do seu blog, melhor. Uma das piores coisas que pode acontecer no futuro é sentir necessidade de redefinir a estrutura e, ainda pior, os endereços dos posts mudarem por causa disso.

No WordPress, definir a estrutura resume-se à definição das categorias, à eventual criação de taxonomias personalizadas (ver o que são taxonomias) e à definição da estrutura dos links permanentes. O que não é pouco!

Categorias

No WordPress, as categorias servem para organizar os conteúdos. Idealmente, um blog deve ter poucas categorias, que não se devem sobrepor. As categorias podem, por exemplo, servir para distinguir o tipo do post – se é uma crónica de viagem, um review de um hotel ou uma notícia com uma promoção de voos.

No fundo, é uma decisão muito pessoal, que tem a ver com o tipo de conteúdos que pretende criar. Mas que merece ser bem pensada. E quanto mais cedo melhor!

Peguemos no caso do Alma de Viajante. Qual a estrutura que eu uso no blog? Tenho poucas categorias, tipicamente tópicos independentes da localização geográfica, como Gastronomia, Fotografia e Hotelaria, ou ainda o meu Diário Gráfico, do tempo em que experimentei as artes do urban sketching. Outros exemplos são as categorias Inspiração, onde agrupo os textos motivacionais, ou Blogging, onde falo dos meandros da gestão de um blog e não de viagens propriamente ditas (é na categoria Blogging que este post se encontra arquivado).

Mas como organizar os destinos?

Pois, essa é uma das principais dúvidas que vai encontrar na estruturação do seu blog de viagens. Como organizar os destinos? Deve, ou não, criar categorias para cada um dos continentes, países, regiões e cidades? (por exemplo, uma categoria “Europa”, com subcategoria “Portugal” e, dentro de “Portugal”, subcategorias como “Porto”, Lisboa” e outras).

Muitos bloggers usam essa estrutura nos seus blogs de viagens, o que faz com que rapidamente tenham centenas de categorias no seu blog. A meu ver, é um erro.

Dizem as boas práticas que, se um blog estiver bem estruturado, um post deve ser atribuído apenas a uma categoria (lá está, porque elas não se sobrepõem). E isso nada tem a ver com o destino.

É aqui que entram as taxonomias personalizadas.

Taxonomias Personalizadas

No Alma de Viajante, como já percebeu, não é com as categorias tradicionais que eu identifico o destino a que se refere um post. Para isso, recorro a uma taxonomia personalizada chamada “Destinos”, criada com o plugin ToolSet Types.

As vantagens são claras.

Em termos de gestão, o blog mantém poucas categorias e a taxonomia personalizada permite-me marcar, de forma hierárquica, o continente / país / destino a que se refere o post. Ou seja, peguemos neste post sobre os templos de Angkor Wat e vejamos como está estruturado.

  • Categorias: Viagens (a categoria onde arquivo as crónicas de viagem, por oposição às notícias que antigamente fazia)
  • Taxonomia “Destinos”: Ásia, Camboja, Siem Riep, Angkor Wat
  • Etiquetas: UNESCO, Templos

Sem as taxonomias personalizadas, a alternativa seria ter múltiplas categorias atribuídas ao destino. Ficaria algo do género:

  • Categorias: Viagens, Ásia, Camboja, Siem Riep, Angkor Wat
  • Etiquetas: UNESCO, Templos

Qual lhe parece a estrutura mais coerente e fácil de gerir? Na minha ótica, não tenho qualquer dúvida que a utilização de taxonomias personalizadas é a melhor solução.

+ info sobre o ToolSet Types

Seguramente reparou que, no exemplo acima, aproveitei para introduzir o conceito de Etiqueta (ou tag). Deixe-me partilhar mais algumas noções sobre as etiquetas e, usando o mesmíssimo exemplo de Angkor Wat, mostrar-lhe como as utilizo no Alma de Viajante.

Etiquetas

As etiquetas são uma forma transversal de agrupar diferentes posts debaixo de uma temática comum. Mas, ao contrário das categorias e das taxonomias personalizadas, as tags são transversais e não têm hierarquia (ou seja, não pode haver uma subtag “Lisboa” dentro de uma tag “Portugal”).

Atualmente, e com a (boa) estruturação do Alma de Viajante em termos de categorias e taxonomias personalizadas, a minha utilização de etiquetas resume-se a casos pontuais em que quero ter fácil acesso a todos os artigos publicados sobre essa temática.

No caso acima descrito, usei as etiquetas para agrupar todos os posts sobre lugares classificados como Património Mundial pela UNESCO e todos os posts sobre templos.

E assim, acedendo a estes links, vejo facilmente todos os posts sobre esses assuntos específicos, independentemente da temática do texto (definida pela categoria) e da localização geográfica (definida pela taxonomia personalizada “Destinos”). Quer mais exemplos de etiquetas que uso no Alma de Viajante? Museus, Parques Naturais, Roteiros.

Se decidir usar taxonomias personalizadas, considere o plugin ToolSet Types

Estrutura dos links permanentes

O WordPress oferece a possibilidade de criar uma estrutura de endereços (URL) personalizada para as ligações permanentes e arquivos. Não cometa o erro de deixar na opção “Genérica”. Em termos de usabilidade e de SEO, é uma escolha desastrosa.

Wordpress ligações permanentes

No Alma de Viajante, utilizo a opção “Nome do Artigo”, que resulta em endereços tipo www.omeublog.com/titulo-do-artigo/, a estrutura atualmente mais utilizada pela generalidade dos bloggers. Há alguns anos, a maioria usava a data do post no endereço, mas a prática foi entretanto abandonada.

Dito isto, se eu estivesse a começar hoje um blog de viagens e tivesse uma organização por categorias bem pensada desde o início, provavelmente escolheria uma estrutura de endereços personalizada que incluísse o nome do destino na URL: www.omeublog.com/portugal/lisboa/titulo-do-artigo/.

Acredito que é benéfico para o SEO, e é também muito mais fácil de controlar o número de visitas ao conjunto de posts de um determinado destino (falarei disto no post Outras dicas avançadas para melhorar o seu blog de viagens).

Em resumo, use uma das seguintes opções:

  • Em nome da simplicidade de implementação, a opção pelo nome do artigo funciona perfeitamente e é atualmente a mais usada pelos blogs (exemplo: www.omeublog.com/cafes-antigos-de-lisboa/)
  • Se ainda for a tempo, considere uma estrutura mais complexa que inclua a hierarquia da taxonomia personalizada a que chamei “Destinos” referida acima (exemplo: www.omeublog.com/europa/portugal/lisboa/cafes-antigos-de-lisboa/)

Conclusão

Em suma, acredito que esta é a melhor estratégia em termos de estrutura para um blog de viagens mas, como é natural, não tenho como saber se estou 100% certo. Seja como for, o método tem, garantidamente, muitas mais vantagens que inconvenientes.

Seja qual for a sua decisão, o importante é consciencializar-se de que vale a pena investir algum tempo inicial a aperfeiçoar a estrutura do blog em termos de categorias, taxonomias personalizadas e etiquetas. Quanto mais cedo estiver satisfeito, melhor. Se a sua estrutura atual não o satisfaz, mude. Mas faça-o o quanto antes. Quando o blog for grande e estiver bem estabelecido, será porventura demasiado tarde para mudanças profundas na sua estrutura.

Complemente esta leitura com o post The Ultimate Guide to Site Structure no blog Yoast.

2. Não descure as páginas de arquivo

Joost de Valk, o guru do SEO para WordPress, acredita que as páginas de arquivo são tão ou mais importantes que os posts propriamente ditos. “Your category archives are more important than individual pages and posts”.

Mas o que são, afinal, as páginas de arquivo? São as páginas criadas automaticamente pelo WordPress para agrupar (ou arquivar) todos os posts de uma mesma taxonomia (esta página da categoria Gastronomia no Alma de Viajante, por exemplo).

Concorde ou não com Joost de Valk, ganhará muito se enriquecer as páginas de arquivo do seu blog de viagens. Talvez não tenha reparado, mas quase todas as páginas de arquivo do Alma de Viajante têm conteúdo. Veja três exemplos, de complexidade crescente:

  1. No caso mais simples, uma descrição é fundamental. Tome, por exemplo, o caso da etiqueta Roteiros de Viagens. Tem apenas uma descrição, mas esse parágrafo ajuda o leitor a perceber o que vai encontrar naquela secção do blog, além de ser benéfico para o SEO (falarei mais de Search Engine Optimization no texto SEO, dicas para melhorar o ranking dos seus posts);
  2. Agora repare na categoria Portugueses pelo Mundo. Além do título e da descrição, optei por introduzir um mapa, que permite ao leitor visualizar a geografia dos posts publicados e facilita o acesso aos posts da série.
  3. Por fim, a situação onde sigo de forma mais intensa os conselhos de Joost de Valk é nas páginas associadas a um país. Tecnicamente, são arquivos da taxonomia personalizada “Destinos”, de que já aqui falei, e recorro ao uso de campos personalizados (e de programação em php) para personalizar os conteúdos.

De momento, talvez não saiba o que são campos personalizados. Tem razão, nunca falei deles até agora, porque é também assunto para as “dicas avançadas”. Mas, para perceber o que quero dizer, visite a página de um país, como Portugal ou Espanha, e repare em todo o conteúdo que aparece antes da referência aos posts específicos de cada país.

Resumindo, é possível introduzir conteúdos relevantes nas suas páginas de arquivo; e isso só traz vantagens ao seu blog de viagens. Está a ver o potencial de tudo isto?

3. Produza conteúdos de qualidade (bons e originais)

A esmagadora maioria das pessoas que escrevem sobre como criar um blog de viagens usa a mesma expressão para assinalar a importância de se focar na qualidade do conteúdo do seu blog: “o conteúdo é rei”. E é verdade.

Vou então falar sobre a produção de conteúdos num blog de viagens!

Crie boas páginas institucionais

Não descure a importância das páginas institucionais – páginas estáticas com informação relevante sobre o autor do blog ou as suas políticas comerciais, por exemplo. Elas são fundamentais para os novos visitantes entenderem o que é o blog e quem está por detrás dele.

Durante muito tempo, ignorei estas páginas, mais por preguiça do que outra coisa (é mais interessante escrever sobre um destino do que escrever páginas institucionais sobre as políticas comerciais do blog). Mas, num mundo cada vez mais saturado de blogs, é fundamental dar-se ao trabalho de criar pelo menos as seguintes páginas:

E ainda, caso aceite comentários, uma página onde explique a política de comentários do blog.

Em nome do seu sucesso, não ignore esta dica. É uma das dicas mais simples de concretizar para melhorar a perceção exterior sobre a qualidade do seu blog. Num instante, aos olhos do “mercado”, parecerá muito mais profissional e confiável.

Tenha brio naquilo que escreve

Não é preciso ter o talento de José Saramago para ter um blog de viagens bem-sucedido, mas é inacreditável a quantidade de bloggers que maltratam a língua portuguesa a cada post que publicam. Não seja um desses. Se escrever corretamente e tiver cuidado com a edição dos textos, distinguir-se-á da multidão.

Permita-me, a propósito, sugerir um curso presencial coordenado por mim. Trata-se de um Workshop de Escrita de Viagens, com a duração de três dias, onde partilho tudo o que sei sobre a arte de contar boas histórias de viagens.

“Quem viaja está, regra geral, habituado a escrever. Sejam pequenos diários com experiências pessoais, ou anotações dispersas sobre lugares, gentes e transportes, tudo serve para perpetuar na memória de cada um as intensas experiências que a viagem proporciona. Mas a escrita de viagens é mais do que isso: é contar histórias com a viagem em pano de fundo; é transmitir emoções; é fazer com que outros viajem através do nosso olhar.

Viajar a pensar na escrita e escrever a pensar no leitor é o desafio que lançamos neste workshop, eminentemente virado para as questões práticas. Quais as bases no terreno que possam conduzir a uma boa reportagem (observação e anotações, interação com a realidade local, ação face ao imprevisto)? Como estruturar uma boa história?”

Não ensino ninguém a escrever, claro está, mas partilho muitas dicas sobre a construção de boas histórias, o que fazer e o que evitar. “Partilha” é a palavra-chave. E, acima de tudo, mais do que dar soluções, gosto de levantar questões e pôr as pessoas a pensar. O feedback tem sido incrivelmente positivo.

+ info sobre Workshop de Escrita de Viagens

Por enquanto, apenas organizei o workshop em Lisboa, Porto e Coimbra, mas tenho todo o prazer em fazê-lo noutras regiões de Portugal, ou mesmo no Brasil, assim haja oportunidade.

Tamanho dos posts

Costuma-se dizer que o tamanho certo para um texto é aquele que permite transmitir tudo o que pretende, sem omitir informações importantes nem incluir coisas irrelevantes. Não há, pois, um tamanho que se possa considerar correto.

Dito isto, é atualmente preferível, até por questões ligadas ao SEO, escrever textos longos e com maior profundidade, do que textos muito pequenos. Se quer um número, com toda a subjetividade inerente ao exercício, julgo que qualquer post sobre viagens deveria ter, sempre que possível, no mínimo 1.000 palavras (ou 5.000 caracteres). Não é um número científico, mas já vi estudos que sugerem vantagens significativas em termos de ranking para artigos entre 1.000 e 3.000 palavras.

Periodicidade de publicação

Perguntam-me muitas vezes com que periodicidade se devem publicar novos artigos num blog de viagens. É preciso fazer posts diários, ou até vários por dia, como fazem muitos blogs de lifestyle? A todos respondo que não. Mais do que a quantidade dos posts, é a qualidade o mais importante. E bons posts demoram a preparar.

Não se preocupe, pois, com a obrigação de publicar um artigo novo todos os dias. Preocupe-se, isso sim, em estabelecer um calendário coerente, que o obrigue a si e simultaneamente fidelize os leitores.

Por exemplo, crie uma rubrica semanal em que fala de um assunto específico, e publique sempre no mesmo dia da semana. No Alma de Viajante, houve uma fase em que tinha por hábito publicar uma entrevista da série Portugueses pelo Mundo às quartas-feiras, e um vídeo de viagens inspiracional aos sábados. De permeio, publico mais um a três posts por semana.

No que toca à produção dos textos propriamente dita, há algumas ferramentas que podem contribuir para que seja mais produtivo. Eu, por exemplo, como escrevo muitos posts em simultâneo, preciso de algo que me ajude a organizar todo esse work in progress.

No meu caso, essa ferramenta é o editor Ulysses. Posso, sem hesitações, afirmar que o meu fluxo de trabalho melhorou consideravelmente desde que a comecei a usar.

+ info sobre o Ulysses

Mas qual a periodicidade ideal para os posts? Parece que o ouvi a fazer essa pergunta. Não há. Mas se quer um número para começar, eu diria três posts por semana. Posts de qualidade, naturalmente!

Uma vez definido o ritmo de publicação a imprimir ao blog, rapidamente lhe vai surgir outra questão: como gerir o calendário de posts? É aqui que entram ferramentas de planeamento editorial.

4. Use um calendário editorial

Recomendo vivamente a utilização de um calendário editorial para conseguir organizar as publicações futuras. Para tal, sugiro duas alternativas muito distintas: uma simples, mas eficaz e gratuita; e outra com funcionalidades muito mais completas, mas a pagar.

WordPress Editorial Calendar

Não é fácil gerir a publicação de posts de forma organizada, espaçando-os no tempo e criando um método para tentar manter alguma coerência. Para isso, é fundamental um plugin de gestão editorial. Eu uso o WordPress Editorial Calendar na Hotelandia e, mesmo sendo gratuito, estou bastante satisfeito.

Há outros plugins premium (pagos) mas, numa primeira fase, as funcionalidades do WordPress Editorial Calendar (gratuito) são suficientes. A não ser que opte por um plugin que tenha outras funções associadas (ver abaixo).

+ info sobre WordPress Editorial Calendar

CoSchedule

Se quiser elevar para outro patamar o planeamento de ideias, posts e até partilhas nas redes sociais, o CoSchedule é a escolha natural. Infelizmente não é uma ferramenta gratuita, mas é muitíssimo elogiada por bloggers de todo o mundo.

Eu uso o CoSchedule no Alma de Viajante e recomendo vivamente; embora, para quem está a começar, talvez seja mais sensato investir o dinheiro noutras funcionalidades imprescindíveis, como o plugin Yoast para melhorar o SEO, ou o ConvertKit para tratar do email marketing (ambos absolutamente fundamentais).

Se já deu esse passo, considere então o CoSchedule para calendário editorial premium. Vai poupar muito trabalho!

+ info sobre o CoSchedule

5. Guest posts, sim ou não?

Para quem não está familiarizado com o termo, de uma forma simplista um guest post é um texto publicado no seu blog mas escrito por outra pessoa, regra geral por convite do autor do blog. Publicá-los pode ser bom ou mau, dependendo do tipo de guest post.

Vou tentar explicar por que razão penso desta forma.

Conteúdos oferecidos por marcas

Todas as semanas recebo mensagens de agências de comunicação ou departamentos de marketing com propostas “irrecusáveis” de conteúdo “grátis” e “adequado ao estilo do meu blog”. São textos ou infográficos “de qualidade” e “feitos à medida” do meu blog, dizem.

Por exemplo, uma agência de viagens ou um agregador de voos propõe-se escrever sobre as vantagens de comprar as passagens aéreas com antecedência. Eles escrevem o texto, fazem até um gráfico bonitinho e às vezes até oferecem dinheiro por isso; e a única exigência que fazem é que não apague o link que eles deixaram no texto. Na ótica deles, o blogger não teria trabalho nenhum e ficaria com conteúdos teoricamente de qualidade no seu blog. O sonho de qualquer blogger, portanto. Correto? Nada mais errado.

Antes de mais, porque a única razão que leva a agência a querer publicar esse artigo é plantar o link no seu blog. Ela não está minimanente preocupada com os seus leitores. É publicidade do pior tipo: aquela disfarçada de conteúdo editorial. Faça isso muitas vezes e os seus leitores deixarão de confiar em si. A credibilidade é uma coisa difícil de conquistar, mas muito fácil de perder.

Não caia nesse erro. Eu não o faço. E deixo isso bem claro na minha política editorial e comercial.

Guest posts de bloggers convidados

Guest posts completamente distintos são aqueles feitos por outros bloggers. Esses sim, são aceitáveis – e recomendáveis.

Convidar outros bloggers a fazer guest posts no blog pode ser uma forma de criar relações com esses bloggers; obter conteúdos sobre lugares que não conhece; ou, pelo menos, uma outra perspetiva sobre esses destinos. Foi o que eu comecei a fazer na série Viagens na Minha Terra, em que cada blogger partilha cinco sugestões fora da caixa sobre a sua cidade. Em troca, o blogger convidado ganha links para o seu projeto e exposição extra junto da comunidade do Alma de Viajante.

Aconselho esta abordagem, mas apenas quando o blog estiver mais bem estabelecido; por que razão alguém há de investir o seu tempo a escrever para outro blog sem audiência?

Resumo: como estruturar os conteúdos do seu blog de viagens

Passos fundamentais para estruturar o seu blog de viagens:

Usar poucas categorias;

Utilizar taxonomias personalizadas para identificar os destinos, recorrendo ao plugin ToolSet Types;

Potenciar o uso das páginas de arquivo;

Escrever conteúdos de qualidade (talvez um editor como o Ulysses ajude);

Usar calendários editoriais como o WordPress Editorial Calendar ou o CoSchedule;

Se já definiu convenientemente a estrutura do blog, estará na altura de prosseguir para o próximo artigo da série Como criar um blog de viagens de sucesso.

Como criar um blog de viagens de sucesso

Este artigo faz parte de uma série de posts escrita para o ajudar a construir o seu próprio blog e, quem sabe, viver das viagens e da escrita. A saber:

  1. Como começar um blog de viagens
  2. Como estruturar os conteúdos do seu blog de viagens
  3. ConvertKit, a melhor ferramenta para gerir o email marketing do seu blog
  4. SEO, dicas para melhorar o ranking dos seus posts
  5. Como usar as redes sociais de um blog de viagens
  6. Outras dicas avançadas para melhorar o seu blog de viagens
  7. Como ganhar dinheiro com um blog de viagens

Filipe Morato Gomes

Autor do blog de viagens Alma de Viajante e fundador da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses, já deu duas voltas ao mundo - uma das quais em família -, fez centenas de viagens independentes e tem, por tudo isso, muita experiência de viagem acumulada. Gosta de pessoas, vinho tinto e açaí.