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Danúbio, fonte de inspiração

Por Filipe Morato Gomes | Viagens Alemanha Áustria Bulgária Croácia Eslováquia Europa Hungria Roménia Sérvia Rios
Atualizado em 22.12.2018 | Tempo de leitura: 6 minutos

Embalado pelos compassos de Strauss, o Danúbio atravessa quatro grandes capitais europeias – Viena, Budapeste, Bratislava, Belgrado – deixando marcas indeléveis por onde passa, até que, quase a chegar ao fim da sua viagem, forma aquele que a UNESCO classifica como o “maior” e “mais bem preservado” delta da Europa.

Corria o ano de 1867 quando um músico austríaco relativamente jovem criou uma melodia em jeito de valsa que haveria de se tornar universalmente reconhecida.

Parlamento da Hungria, Budapeste
O monumental edifício do Parlamento da Hungria

Reza a história que a obra-prima foi idealizada pelo artista durante uma viagem de barco pelo Rio Danúbio e, porventura em virtude das suas águas inspiradoras, lhe dedicou honras de título: An der schönen blauen Donau ou, como haveria de ficar registada nos anais da música do século XIX, simplesmente, O Danúbio Azul. O músico dava pelo nome de Johann Strauss e a sua criação é talvez o acontecimento singular que mais contribuiu para o interesse que o rio desperta, desde então, nos viajantes europeus.

Há muito que o Danúbio é, no entanto, bastante mais do que um inspirador, tranquilo e sedutor curso de água doce. Bastaria dizer que, da nascente na Floresta Negra até à foz no Mar Negro, bebem das suas águas quatro grandes capitais europeias para se ter uma ideia da magnitude e relevância do Rio Danúbio. São elas Viena, na Áustria, Bratislava, na Eslováquia, Budapeste, na Hungria, e ainda Belgrado, na Sérvia.

Descendo o Rio Danúbio

É nos confins da Floresta Negra, uma região montanhosa no sudoeste da Alemanha, que nasce aquele que, na sua descida permanente em direção ao mar, se haverá de tornar no segundo maior rio do continente europeu. Atravessa todo o Sul da Alemanha em direcção a leste, passando por povoações pitorescas como Tuttlingen, Ulm ou Sigmaringen, no Estado de Bade-Vurtemberga, ou ainda Regensburgo, no Estado da Baviera, por enquanto indiferente às grandes metrópoles do velho continente.

É como se fosse ganhando experiência de vida por locais de menor dimensão, belos e tranquilos, preparando-se para o encontro com a urbanidade em grande escala da próxima etapa da viagem, já em território austríaco. Primeiro surge Linz no horizonte, cidade fundada pelo império Romano, e só depois se avista Viena, a faustosa Viena, cidade de todas as valsas e terra natal de Johann Strauss. Viena é uma cidade imperial, de cultura, de música, das artes em geral e há quem a apelide de capital cultural da Europa. Para muitos, é aqui que o Danúbio verdadeiramente começa.

Vista de Budapeste a partir da ilha Margarida, com o rio Danúbio de permeio
Vista de Budapeste a partir da ilha Margarida, com o Rio Danúbio de permeio

Mal saído de Viena, as águas suaves do rio tocam a Eslováquia, beijando ao de leve a jovem Bratislava, imponente mas pequena, histórica mas moderna, atraente e curvilínea. É uma cidade trendy – como agora se usa dizer -, sociável, com intensa vida de cafés, simples mas com charme.

O Turismo local diz, em documentação oficial, que Bratislava é como uma “cidade da costa, mas sem o mar”, que tem “espírito mediterrânico”. Desconfio da comparação de estilos de vida tão distintos, prefiro pensar numa Bratislava com identidade própria, que se vai revelando lentamente ao viajante, com os seus castelos e praças do centro histórico, com a alegria da juventude das suas gentes, com as florestas e montanhas em seu redor.

Não muito longe, já em território húngaro, o Danúbio faz um movimento brusco e decide rumar a Sul. É uma mudança de direcção que o leva a cruzar a pacata Szentendre, antes de passar com reverência em frente ao excelso edifício parlamentar do país, instalado nas suas margens, já em plena Budapeste – quiçá o ponto mais alto da sua viagem em direcção ao Mar Negro.

Budapeste é uma cidade impressionante e que não deixa os forasteiros indiferentes. Atraente, de arquitectura nobre e imponente, pejada de cafés e com uma vida social intensa, a cidade entranha-se no corpo do viajante. Das águas termais do Hotel Gellért aos banhos públicos de Szechenyi, onde homens de idade respeitável jogam xadrez ao ar livre em tabuleiros de pedra enquanto se banham nas piscinas do complexo, passando pela zona protegida do Castelo de Buda, pelos jardins do Palácio Real, pelo mercado central ou pelo parque verde da Ilha Margarida, Budapeste é inquestionavelmente uma das mais atractivas cidades da Europa Oriental, e é certo que o Danúbio em muito contribui para essa auréola de beleza. Se as águas pudessem parar por uma vez ao longo da viagem, Budapeste seria muito provavelmente o local escolhido.

Prosseguindo o incansável périplo até ao mar, o Danúbio despede-se então da Hungria e entra na vizinha Sérvia. Cumprimenta uma Belgrado cravada de balas mas, ainda assim, viva e luminosa, e acompanha os olhares de jovens sensuais que se debruçam sobre o rio, sempre fashion e maquilhadas, piscando o olho ao sonho cada vez mais próximo do desenvolvimento, assim a corrente das águas leve para longe as feridas de um passado recente pejado de dor e sofrimento, de buracos no chão e na alma.

O delta do Danúbio

O rio atravessa então uma zona pitoresca em direcção à “porta de ferro”, uma estreita garganta entre a cordilheira dos Balcãs e os Cárpatos, e que forma a fronteira natural que separa geograficamente a Sérvia da Roménia.

Povoação de Szentendre, Hungria
Povoação de Szentendre, Hungria

E quando, por fim, após 2.850 quilómetros de incansáveis ziguezagues, o Danúbio chega ao conforto salgado das águas do Mar Negro, deixou para trás a vastidão da Roménia, serviu de fronteira entre romenos e búlgaros, inundou os campos de cultivo, fertilizou-os.

É precisamente na última etapa da sua odisseia em direcção ao mar que, após tantas cidades magníficas, o Danúbio mais surpreende. O seu delta, que se estende ao longo de milhares de quilómetros quadrados, está classificado pela UNESCO como Património Mundial por ser o “maior e mais bem preservado delta da Europa” e albergar “300 espécies de pássaros e 450 espécies de peixes de água doce”. Após atravessar Viena, Bratislava, Budapeste, Belgrado e outras tantas cidades magníficas, é na verdade a paisagem natural que marca os últimos momentos do Danúbio.

É o fim da viagem para as águas do Danúbio, num percurso que tem tanto de longo como de apaixonante. Quando, por fim, tocam o sal do Mar Negro, elas levam consigo o ar puro da floresta, a música de Strauss, a juventude eslovaca, a monumentalidade húngara, a sensualidade sérvia e a esperança de todos. Talvez ali, impregnado com as influências conjuntas dos países que banha e com uma pitada de sal, o Danúbio seja, mais do que em qualquer outro local, verdadeiramente azul.

Guia prático

Este é um guia prático para viagens ao longo do Rio Danúbio, com informações sobre a melhor época para visitar, como chegar e os melhores hotéis de cidades como Viena, Bratislava, Budapeste e Belgrado.

Onde ficar

Conheça alguns dos melhores hotéis existentes nas principais cidades ao longo do Danúbio.

Pesquisar hotéis em Viena
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Sobre o Rio Danúbio

– Países → Alemanha, Áustria, Eslováquia, Hungria, Croácia, Sérvia, Bulgária e Roménia
– Cidades principais → Viena, Bratislava, Budapeste, Belgrado
– Comprimento: 2.850 km
– Área da bacia hidrográfica: 817.000 km2
– Nascente: Floresta Negra, Alemanha
– Foz: Delta do Danúbio, Mar Negro, Roménia

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Sobre o autor

Filipe Morato Gomes, blogger de viagens

Olá! O meu nome é Filipe Morato Gomes, vivo em Matosinhos, Portugal, sou blogger de viagens, co-autor do projeto Hotelandia e Presidente da ABVP - Associação de Bloggers de Viagem Portugueses.

Tenho 52 anos e muita experiência de viagem acumulada. Já dei duas voltas ao mundo, fiz dezenas de viagens independentes e fui líder de viagens de aventura.

Mais recentemente, abracei um novo desafio chamado Rostos da Aldeia, onde se contam histórias positivas sobre as aldeias de Portugal e quem nelas habita.

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